Ciclone extratropical pode agravar situação do Sul do país

Um ciclone extratropical está se formando na costa Sul do país nesta sexta-feira (20/6), e deve durar até a manhã de sábado, trazendo fortes chuvas e rajadas de vento, com pico de até 70 km/h no litoral norte do estado do RS, agravando, ainda mais, a situação da região, que sofre desde o início da semana, com danos de toda a ordem. Mais de 6 mil pessoas desabrigadas, devido aos alagamentos e deslizamentos, e 98 cidades atingidas.  

Formação do fenômeno

Os ciclones extratropicais se formam, predominantemente, na região Sul do país, pelo fato desta região estar localizada numa zona de transição climática, com interação entre as massas de ar quente tropical e ar frio polar. Além disso, o El Niño, as mudanças climáticas e o aquecimento global, especialmente das águas do oceano Atlântico Sul, promovem um calor intenso, aumentando, também, a umidade na atmosfera. Essa energia toda acaba contribuindo para a formação de ventos fortes, chuvas extremas e ciclones.

Rio Grande do Sul é um dos estados mais atingidos. Cerca de 4.500 pessoas já deixaram suas casas. São, ao todo, 90 municípios atingidos, alguns até já decretaram ‘situação de emergência’. Muitas estradas forma bloqueadas. Em Porto Alegre, a situação é alarmante, pois o nível do Lago Guaíba, que deixou uma parte da capital submersa no ano passado, subiu. Três pessoas morreram. Santa Catarina e Paraná são os outros dois estados que sofrem em decorrência das consequências da situação.


Situação do Guaíba (Vídeo: reprodução/X/@potoalegre24h)

A Defesa Civil do Estado do Rio Grande do Sul divulgou alerta moderado, que significa ‘condição de atenção’ para as chuvas persistentes nas regiões de São Lourenço do Sul e São José do Norte, valendo até às 16h30 de hoje (20/6). Pancadas de chuva moderada a forte atingem Paraná, e Santa Catarina segue com risco de temporais na cidade de Florianópolis.

Região Sudeste

Segundo o site Clima Tempo, para sábado (21/6), o estado de São Paulo, especialmente as regiões do litoral e do sul, terão chuva fraca, concentrada nos períodos da tarde e noite. Já a capital permanece ensolarada. Tempo seco para a região do interior, tanto de SP, quanto dos demais estados da região, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo.

Já no domingo (22/6), apesar de amanhecer nublado e com garoa, São Paulo segue com dia de sol. Sol e calor para os demais estados RJ, MG e ES.

Retorno das chuvas faz Guaíba atingir cota de alerta novamente em Porto Alegre

Depois da trégua das chuvas nas cidades gaúchas, o nível de água do Rio Guaíba voltou a subir nesta noite de quarta-feira (19) voltando a atingir a cota alerta de 3,15 metros. As aferições realizadas pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) demonstraram que a marca d’água chegou a esse nível em um ponto de monitoramento crucial da capital gaúcha, Usina do Gasômetro.

Níveis em ascensão

O nível do Guaíba continuou subindo durante a madrugada e chegou a atingir 3,23 metros às 3h15 da manhã e continuou na faixa de 3,21 metros até as 11h15 do outro dia. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) divulga que entre a meia-noite e 7h da manhã de quarta-feira foram registrados 57,8 milímetros de chuva na região do Jardim Botânico e no Belém Novo cerca de 64,2 milímetros.


Novos temporais no Rio Grande do Sul (Vídeo: reprodução/Youtube/Band Jornalismo)

Tal como a onda de chuvas que atingiu Porto Alegre, as precipitações causaram transtornos significativos, especialmente na Zona Norte em bairros como Vila Farrapos e Humaitá que tiveram suas casas invadidas pela água. 

Alguns especialistas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) do Instituto de Pesquisas Hidráulicas explicam que o aumento do nível do Rio Guaíba é consequência direta das chuvas intensas dos últimos dias que aumentam os volumes dos rios afluentes. Já era previsto que as águas ultrapassassem o nível dos 3m e, com isso, a Defesa Civil de Porto Alegre emitiu um alerta para as áreas ribeirinhas sobre possíveis transtornos e alagamentos.

Novas réguas

O governo do Rio Grande do Sul trocou a régua que mede as cotas de inundação no fim de maio. Na qual, a cheia do Guaíba foi atualizada para 3,60 metros substituindo a marca anterior de 3 metros.

O professor Fernando Fan do IFH da UFRGS esclarece que, apesar de se tratarem de réguas diferentes, as medições são equivalentes de maneira a garantir a validez das comparações das cheias de 2024 com as cheias de 1941. Essa revisão das cotas é um de muitos passos a serem tomados para melhorar a resposta de Porto Alegre a possíveis eventos climáticos extremos.

Porto Alegre em alerta: nível do Guaíba volta a subir e ultrapassa a cota de inundação

O nível do lago Guaíba voltou a subir na noite deste domingo (02), durante tempo chuvoso. Com a chuva incessante, na madrugada desta segunda-feira (03), o nível da água ultrapassou a cota de inundação em Porto Alegre. O lago subiu mais de 30 centímetros em cerca de 5 horas, invadindo as ruas e alagando novamente as vias públicas. 

O lago havia chegado em seu ponto mais baixo do mês com 3,43 metros, de acordo com a medição da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). Contudo, a partir das 00h30, o nível passou a subir e, entre 2h15 e 2h30, alcançou a margem de 3,64 metros. Sendo a cota de inundação medida em 3,60 metros junto à Usina do Gasômetro, o lago já passava da cota antes do meado da madrugada. 


Vídeo de Porto Alegre inundada na manhã desta segunda-feira, dia 3 (Reprodução/X/@metsul)


O aumento do nível da água se manteve até às 7h15, registrando 3,86 metros, segundo o Centro Integrado de Coordenação de Serviços, órgão de monitoramento da prefeitura da cidade. No entanto, registrado pela ANA às 9h15, o lago obteve uma baixa de 4 centímetros, ficando com 3,82 metros, ainda acima da cota de inundação.

Conforme a Empresa Pública de Transporte Circulação (EPTC), dos pontos alagados da capital gaúcha estão as avenidas Praia de Belas, Borges de Medeiros, Rótula das Cuias e Aureliano Figueiredo Pinto.

Por que desse aumento do nível da água?

Dois fenômenos podem ajudar a explicar o motivo da volta do aumento do nível do lago. Em primeiro está a chuva, já que foram registradas precipitações ao longo desta madrugada. Outro fenômeno foi a ajuda do vento, que chegou a uma velocidade de quase 50km/h, no sentido da Lagoa dos Patos em direção ao Guaíba. As rajadas de vento foram tão fortes, que foi possível registrar ondas pelo lago. 

No último balanço da Defesa Civil, que foi divulgado às 9h desta segunda-feira (3), mostrou que 37.154 pessoas estão em abrigos no Rio Grande do Sul. Cerca de 2,4 milhões de pessoas foram, de alguma maneira, afetadas pelos desastres das chuvas, e 580 mil estão desalojadas até o momento. O Estado contabilizou 172 mortos registrados e 42 desaparecidos.

Tragédia no RS causa perda de 200 mil veículos e prejuízo de R$8 bilhões

Um mês após o início das devastadoras enchentes no Rio Grande do Sul, cerca de 200 mil veículos foram perdidos, causando um prejuízo financeiro estimado em R$ 8 bilhões para o setor automobilístico. Além da crise econômica, o desastre também impõe desafios à política ambiental do governo estadual, com o risco de contaminação da água.

Setor automobilístico

As inundações em decorrência das fortes chuvas são responsáveis pela perda de cerca de 200 mil automóveis do Rio Grande do Sul, estima a consultoria Bright Consulting. Ainda de acordo com a organização, o setor de indústrias automobilísticas também foi impactado. 

As fortes chuvas e inundações resultaram na perda de aproximadamente 200 mil automóveis no Rio Grande do Sul, conforme estimativa da consultoria Bright Consulting. A frota total do estado é de 2,8 milhões de veículos.

O impacto nas vendas de carros novos também foi considerável. De acordo com a Bright, o mercado nacional apresentou um decréscimo de 5,4% na semana passada, em parte devido à falta de compradores gaúchos.

A reposição dos veículos perdidos nas inundações exigirá um período de pelo menos 20 meses, segundo estimativa da consultoria. Além disso, estima-se que 3 mil veículos novos estocados em concessionárias também tenham sido inutilizados pela água.

As enchentes no Rio Grande do Sul causaram um estrago significativo no setor automobilístico. O presidente do Sincodiv-Fenabrave RS, Jefferson Fürstenau, estima a perda de mil veículos 0km, com um prejuízo total de R$ 200 milhões a R$ 250 milhões. Esse valor inclui os custos com carros seminovos, depredação de prédios, mobiliário e sistemas elétricos das concessionárias.


Carros danificados, galhos e destroços são vistos em Cruzeiro do Sul após as enchentes que atingiram a região no estado do Rio Grande do Sul. Foto: Reprodução/ Nelson ALMEIDA/ Getty Images Embed)


Danos ambientais 

A alagação dos carros não causa apenas perdas econômicas, mas também gera preocupação ambiental. A professora Karina Ruschel, da PUC-RS, alerta para o risco de corrosão de materiais e vazamento de combustíveis, como gasolina e etanol, em que os veículos não recebam a destinação adequada.

A Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura ainda não tem um panorama completo da situação, pois os níveis dos rios ainda estão altos e muitos veículos seguem submersos. No entanto, o órgão já publicou uma nota orientando os municípios sobre a destinação dos resíduos das enchentes.

Consequências para a economia

 A Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg) contabilizou 8,2 mil automóveis com indenizações comunicadas, totalizando mais de R$ 557 milhões. O valor do reparo depende do nível de dano, tempo submerso e tecnologia do veículo. Modelos mais simples podem ter maior chance de recuperação.

A perda total ou parcial será definida pelas seguradoras ou pelo Sincodiv-Fenabrave RS. Segundo André Moreira Cunha, da UFRGS, o setor automobilístico será “muito afetado no curto prazo”. Nem todas as apólices cobrem inundações, o que significa que muitos proprietários terão que arcar com o prejuízo sozinhos. Como consequência disso, a  inadimplência deve aumentar, agravando o cenário econômico local. A recuperação dependerá de políticas públicas para reconstrução do estado.

No momento, não há um plano governamental para auxiliar na recuperação dos veículos danificados. Aqueles com perda total serão leiloados pelas seguradoras ou desmontados para fornecimento de peças. O futuro do setor se mostra nebuloso, com perdas ainda em avaliação e a necessidade de medidas urgentes para amenizar os impactos negativos.

Contrariando as previsões, chuva se intensifica em Porto Alegre

O Diretor Geral do Departamento Municipal de Água e Esgoto de Porto Alegre, Maurício Loss, informou nesta quinta-feira (23), que o volume de chuva na cidade está fora do previsto e, também, alertou os moradores daqueles bairros previamente atingidos pelas cheias, para monitorarem o ritmo das águas e saber o momento de procurarem um lugar seguro. Maio já é o mês mais chuvoso desde 1916.

Corrida contra o tempo

Loss comentou que as equipes da prefeitura da capital gaúcha vêm trabalhando para potencializar o funcionamento das casas de bomba que drenam a água. Os bairros Menino Deus e Cidade Baixa foram os mais atingidos pelas cheias desde o início da atual tragédia. Portanto, vêm recebendo maior atenção das equipes.

“Nossas equipes também seguem atuando na limpeza das redes com caminhões hidrojato para tirar todo aquele material, aquele lodo, aquela areia que ficou acumulado nos últimos alagamentos”.

Maurício Loss

O elevado volume de chuva, o acúmulo de lixo nas ruas e redes pluviais e restrições no funcionamento de casas de bombeamento prejudicaram a saída da água, explicou Maurício Loss.

Rio Guaíba sobe 14 centímetros em 5 horas

A chuva voltou a cair na madrugada desta quinta-feira. Em cinco horas, o nível do Rio Guaíba subiu 14 centímetros. No início da tarde, já havia baixado um pouco.

Algumas ruas de Porto Alegre voltaram a ficar alagadas no final da manhã de hoje, mesmo com a baixa do Guaíba. A Avenida Cristóvão Colombo, na região central da cidade, voltou a ser invadida pela água.


Região central de Porto Alegre (Foto: reprodução/instagram/@jornalhojemdia)

Moradores do sul, extremo sul e ilhas da capital foram avisados pela prefeitura para não voltarem para casa. A administração, em nota, justificou o pedido, frente à possibilidade de uma nova elevação no nível do Guaíba, naquela localidade.

As aulas nas redes pública e privada dessa sexta-feira (24) foram suspensas devido a essa situação. A Empresa Pública de Transportes e Circulação (EPTC) divulgou 86 ocorrências de alagamento, com 55 ruas e avenidas totalmente bloqueadas e 23 parcialmente bloqueadas.

Nível do Guaíba diminui mas Porto Alegre enfrenta mau cheiro e resíduos

Com a diminuição gradual do nível das águas do Guaíba, moradores de Porto Alegre relatam um forte mau cheiro, causado por restos mortais de peixes, outros animais, insetos e animais peçonhentos.

A lama e o lodo ainda cobrem as áreas inundadas. Só na última semana, os garis removeram mil toneladas de resíduos. Com muitos pontos da cidade ainda submersos, os profissionais só conseguem atuar onde há acesso. Seis bairros permanecem completamente inacessíveis.


Garis recolheram uma quantidade de resíduos correspondente a mil toneladas em Porto Alegre (Foto: reprodução/Diego Vara/Reuters)

Carlos Alberto Hundertmarker, diretor do Departamento de Limpeza Urbana de Porto Alegre (DMLU), afirmou que os garis estão organizados em 21 grupos, cada um responsável por uma área da cidade, em uma força-tarefa inédita.

Segundo ele, a rotina dos trabalhadores é pesada, e a área do Mercado Público é uma das mais críticas. O DMLU também está preocupado com a grande quantidade de resíduos que precisará ser descartada.

Retomada do abastecimento de água

Paralelamente, as autoridades intensificam os esforços para retomar o abastecimento de água. Na capital, cinco dos seis sistemas já voltaram a operar, embora com vazão reduzida devido à turbidez da água do Guaíba. Apenas a Estação de Tratamento de Água das Ilhas ainda não está funcionando.

A recuperação do sistema Moinhos de Vento é considerada essencial, pois abastece 150 mil pessoas, incluindo algumas das regiões mais nobres da cidade e sete dos principais hospitais.

Drenagem lenta

A drenagem das áreas ainda submersas é uma prioridade. Com apenas nove das 23 estações de bombeamento de água pluvial funcionando, o escoamento é lento. A chegada de 18 bombas flutuantes de alta capacidade, enviadas pela Sabesp, ajudará no trabalho. Nove dessas bombas ficarão na capital; uma já está em operação no bairro Sarandi.

O restante do equipamento deve ser instalado ao longo desta semana. Os bairros Humaitá e a região do Aeroporto Salgado Filho também receberão as bombas inicialmente. Em outras cidades, como Canoas e São Leopoldo, bombas já estão em funcionamento.

Primeira morte por leptospirose

No Vale do Taquari, a cidade de Travesseiro registrou a primeira morte por leptospirose desde o início das tempestades. A Secretaria Estadual de Saúde confirmou a informação, divulgada pelo vice-prefeito Tiago Weizenmann. Outros três casos da doença estão sendo monitorados. A vítima, Eldo Gross, de 67 anos, morreu na sexta-feira.

Rio Grande do Sul enfrenta alívio parcial nas cheias mas risco de inundações persiste

De acordo com a Defesa Civil e a Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura do Rio Grande do Sul (Sema), o estado não registrou chuvas significativas nas últimas 24 horas, conforme atualização divulgada nesta quarta-feira (15).

Os rios Taquari e Caí apresentaram redução nos níveis ao longo de seus percursos e estão saindo da cota de inundação. No entanto, as fozes de ambos permanecem cheias, com elevado volume de água nos pontos onde desaguam.

O Rio Taquari percorre cidades como Arroio do Meio, Lajeado, Estrela e Cruzeiro do Sul. Já o Rio Caí margeia municípios como Feliz, Montenegro e São Sebastião do Caí.

Estabilidade no Lago Guaíba

O nível do Lago Guaíba manteve-se estável nas últimas horas e deve continuar assim ao longo do dia. A cheia deve se prolongar durante a semana em Porto Alegre, pois o lago ainda está escoando as águas das demais bacias.

Em contraste, o Rio dos Sinos, que passa por São Leopoldo, Canoas e Novo Hamburgo, e a Lagoa dos Patos, no sul do estado, seguem em elevação. Apesar da estabilidade momentânea na Lagoa dos Patos, novas cheias são esperadas com a chegada das águas de regiões mais ao norte.

Recuo lento do Guaíba

Na terça-feira (14), o nível do Guaíba atingiu 5,25 metros, mas recuou para 5,22 metros às 6h15 e para 5,21 metros às 10h15 desta quarta-feira. Em Porto Alegre, a água começou a recuar em algumas ruas.


Na última terça-feira, o Guaíba baixou até 5,21 metros; a tendência é de queda (Fotografia: Reprodução/Instagram/@gustavo.mansur)

Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) preveem que o nível do Guaíba deve continuar a baixar nos próximos dias, podendo atingir 4 metros entre os dias 19 e 21 de maio. A cota de inundação é de 3 metros.

A cidade de Guaíba, situada às margens do lago, ordenou a evacuação imediata de dois bairros devido ao risco de inundações.

Desalojados e abrigos

Milhares de pessoas tiveram que abandonar suas casas após o transbordamento do lago, que inundou principalmente os bairros das regiões Norte, Central e Sul de Porto Alegre. O aeroporto Salgado Filho e a estação rodoviária também foram afetados. De acordo com a prefeitura, 13,9 mil pessoas estão abrigadas em 155 locais.

Recorde do nível do Guaíba é batido pela segunda vez

O nível do Guaíba, conforme a medição da Agência Nacional de Águas (ANA), voltou a superar os níveis da enchente de 1941, após o registro de mais chuvas no Rio Grande do Sul. Às 7h da manhã desta segunda-feira (13), o lago estava em 4,77 metros, o que já representava uma superação do caso de 1941. Com a manhã ainda chuvosa, às 11h15, houve um aumento de 14 centímetros, alcançando o comprimento de 4,91 metros. 

Guaíba havia chegado ao seu nível recorde em 5 de maio deste ano, na primeira onda de chuvas, com 5,33 metros. Após a redução dos tempos chuvosos, o lago chegou a registrar 4,57 metros com uma queda de 76 centímetros. Contudo, com o tempo ainda em estado de chuva, o lago voltou a subir neste último sábado (11), causada por uma nova frente fria atingida em Porto Alegre e outras regiões do estado. 

A Defesa Civil do Rio Grande do Sul, traz especulações de que o nível de Guaíba alcance os níveis, aproximadamente, de 5,50 a 5,60 metros nos próximos dias. Se a previsão estiver correta, o lago alcançará, novamente, uma cheia histórica, provocando ainda mais enchentes na capital gaúcha. 

Apesar disso, a previsão do tempo consta uma diminuição das chuvas a partir desta terça-feira (14), no estado. 

Região Sul do estado

Mais de 2 mil pessoas estão fora de suas casas na Região Sul do estado, em Pelotas e Rio grande. O Canal de São Gonçalo, que deságua na Lagoa dos Patos, em Pelotas, chegou em uma marca de 2,88 metros que, por coincidência, é o mesmo nível atingido na enchente de 1941.


Situação de São Lourenço do Sul da manhã desta segunda-feira, dia 13 (Foto: reprodução/Instagram/@prefsls)


O Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, alertou a invasão das águas não só nas cidades de Pelotas e Rio Grande, mas também em São José do Norte e São Lourenço do Sul.

Rio Grande do Sul recebe alerta para novas enchentes e Guaíba pode registrar novo recorde

A Defesa Civil e o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres (Cemaden) alertaram, em nota técnica, que novas enchentes e possíveis deslizamentos devem acontecer no Rio Grande do Sul entre segunda (13) e terça-feira (14). Ventos podem chegar até 50 km/h.

As chuvas irão afetar os mesmos locais que já foram prejudicados pelas chuvas desde o fim de abril: o centro-norte e o nordeste do estado e a Região Metropolitana de Porto Alegre. Dados do Climatempo Meteorologia mostraram que mais de 306 mm de chuva caíram em Porto Alegre desde o dia 1º e caracterizou o início do mês de maio como o mais chuvoso na capital do estado em 63 anos. 

É previsto que o nível do lago Guaíba suba novamente na capital Porto Alegre e possa atingir a marca histórica de 5,50 metros, segundo a projeção elaborada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A Universidade aponta que a preocupação é o aumento das chuvas e o efeito dos ventos que dificultam o escoamento da água e intensificam a cheia do lago. 

O Cemaden também comunicou sobre riscos hidrológicos e geológicos altos no Rio Grande do Sul. Há a possibilidade de deslizamentos de terra na Serra Gaúcha.

A Defesa Civil do estado mostrou no boletim deste domingo (12) que 145 pessoas morreram e 132 estão desaparecidas. As enchentes também deixam 600 mil moradores fora de suas casas.

Frio na enchente


Mais de 2,1 milhões de moradores do RS já foram afetados pelas chuvas. (Foto: reprodução/Instagram/@gustavo.mansur)

A previsão do tempo aponta que a chuva deve começar a diminuir no Rio Grande do Sul durante o dia desta segunda (13) e dar uma trégua até quarta-feira (15). O alerta, agora, é para o frio e risco de geada no extremo sul do estado. A capital pode ter mínima de 8°C, na quarta, enquanto Caxias do Sul possui mínima de 2°C com previsão de geada. 

A alteração da direção do vento também irá dificultar o escoamento da água ao oceano. Um ciclone extratropical no Oceano Atlântico provocará ressaca no litoral do estado, com ondas de até 3 metros de altura que irão prejudicar a saída da água.

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, alertou, em um vídeo divulgado neste domingo (12), de que não é o momento de voltar para casas, principalmente em áreas de risco. Leite também comentou que encostas de morro podem ter risco de deslizamento devido ao solo encharcado. 

Guaíba volta a subir e chega aos 4,7 metros após nova onda de chuva

Após uma queda na quinta-feira (9), o nível da água do lago Guaíba, que transbordou e inundou Porto Alegre, voltou a subir na manhã de sábado (11), o aumento foi ocasionado pela chuva dessa sexta-feira (10) que atingiu a capital gaúcha. 

Aumento do nível da agua

A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico, também conhecida pela sigla ANA, informou que o nível do lago subiu certa de 10 centímetros entre as 8h E 9h, passando de 4,6 metros para 4,7 metros. 

A mediação da ANA realizado no cais Mauá revelou que esse foi o aumento mais significativo do nível do Guaíba desde quando a queda dos 5 metros, nessa última quinta-feira (9). 


Porto Alegre afetada pela chuva(Foto: reprodução/ Gilvan Rocha/Agência Brasil)

O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), comunicou que nas últimas 24 horas choveu cerca de 38,3 milímetros sobre Porto Alegre, com a expectativa que a chuva continue no fim de semana, a previsão é que o volume da chuva alcance os 150 milímetros no estado. 

Expectativas do final de semana

Especialistas concluem que há a alta possibilidade de ocorrer um ‘’repique’’ por conta das chuvas esperadas para esse final de semana fazendo que a marca possa retornar aos 5 metros, o caso pode ser ainda pior caso o vento que sopra do Sul se confirme, elevando o nível por mais 20 centímetros. 


Guaíba pode chegar a 5 metros nesse fim de semana(Foto: reprodução/ Gustavo Mansur/ Palácio Piratini)

“Com essas chuvas, a gente tende a voltar acima dos 5 metros. Provavelmente, em limiares, que a gente já atingiu ali entre 5 metros, 5,30 metros”, explica o hidrólogo da Sala de Situação do governo do RS, Pedro Camargo. 

Tragedia no estado

O estado chegou ao número de 136 mortes causadas pelos temporais e cheias, também foi divulgado pela defesa civil do Rio Grande do Sul, que a 125 pessoas desaparecidas, 756 feridas, 441,3 mil pessoas fora de casa e 1,95 milhão de cidadãos afetados, desse total, há 71,3 mil pessoas em abrigos e 339,9 mil desalojadas (vivendo em casa de amigos ou parentes).