Trump chama Rússia de ‘tigre de papel’ e Putin responde com provocações e ameaça à Otan

Putin confronta Otan e critica Trump em discurso na Rússia nesta quinta-feira (2). O presidente russo reagiu às declarações do líder dos EUA, Donald Trump, que recentemente chamou a Rússia de “tigre de papel”, e destacou que o país segue avançando mesmo diante da oposição da aliança ocidental.

Durante a fala, Putin afirmou que a Rússia mantém capacidade militar para enfrentar ameaças externas e questionou a credibilidade das acusações de líderes ocidentais sobre ações russas na Europa. Ele também ressaltou que a situação na Ucrânia é consequência de decisões externas, como envio de armas e informações estratégicas por aliados, e alertou que qualquer escalada dependerá dessas iniciativas.

Putin reforçou ainda que Moscou busca estabilidade e controle de suas fronteiras, mas condenou o que chamou de “tentativas de provocar tensão” na região por parte do Ocidente. Segundo ele, a intensificação do conflito será resultado direto de ações externas, não de iniciativa russa.

Putin confronta Otan e critica Trump em Sochi

O presidente russo ironizou relatos de que drones russos teriam invadido o espaço aéreo de países da Otan: “Não vou mais mandar drones para a Dinamarca, prometo”, afirmou. Autoridades europeias relataram incidentes na Polônia e na Estônia, enquanto a Dinamarca chegou a fechar aeroportos temporariamente.

Em seu discurso, Putin confrontou a Otan ao ressaltar que a Rússia enfrenta praticamente toda a aliança e questiona a consistência das críticas: “Se estamos lutando contra toda a Otan e nos chamam de tigre de papel, então o que é a Otan?”. Ele ainda afirmou que a narrativa de ameaça iminente é usada para justificar a escalada militar na região, aumentando a tensão entre os países europeus e os EUA.

Escalada se EUA enviarem mísseis à Ucrânia

Putin alertou que o envio de mísseis de longo alcance, como os Tomahawk, pelos EUA à Ucrânia poderia provocar uma nova fase de escalada no conflito. “É impossível usar Tomahawks sem participação direta de militares americanos. Isso representaria um estágio completamente novo, inclusive nas relações entre Rússia e Estados Unidos”, declarou.

O jornal The Wall Street Journal informou que os EUA planejam fornecer apoio de inteligência à Ucrânia e solicitaram que países da Otan façam o mesmo. Apesar disso, autoridades americanas consideram improvável o envio direto de Tomahawks, que podem atingir até 2.500 km, cobrindo grande parte do território russo estratégico.


 

Putin ironiza Otan após Trump chamar Rússia de ‘tigre de papel’ (Vídeo: reprodução/YouTube/Terra Brasil)

Defesa militar russa e apelo à negociação

Durante o fórum em Sochi, Putin destacou que a Ucrânia enfrenta escassez de soldados e registros de deserções, enquanto a Rússia mantém contingente suficiente para suas operações militares. Ele defendeu que Kiev busque negociações para encerrar o conflito, ressaltando que Moscou mantém controle das ações e estabilidade interna, e que qualquer escalada futura dependerá de decisões externas.

O presidente russo também criticou líderes europeus por fomentar uma “histeria” sobre uma guerra iminente. “Quero apenas dizer: acalmem-se, durmam tranquilos e cuidem dos seus próprios problemas. Basta observar o que acontece nas ruas das cidades europeias”, afirmou, reforçando o confronto à Otan e mantendo firmeza diante das tensões internacionais.

Repercussão internacional e recado a Trump

Putin aproveitou para rebater a declaração de Trump e enfatizou que a Rússia não se intimida com provocações externas. Ele questionou a postura da Otan e afirmou que qualquer escalada futura dependerá das decisões dos EUA e de seus aliados. Autoridades europeias observaram o discurso com preocupação, destacando que a tensão entre Ocidente e Rússia continua elevada, e reforçando a necessidade de mediação diplomática para evitar confrontos diretos.

O presidente russo também destacou que o conflito na Ucrânia não é apenas um confronto militar, mas um desafio geopolítico envolvendo interesses estratégicos de vários países. Ele acrescentou que a Rússia mantém controle sobre a situação, desafiando qualquer nova ação, especialmente relacionada ao envio de armas e apoio militar à Ucrânia, a qual deixa claro que Putin confronta Otan e mantém firmeza diante das decisões.

Mísseis podem chegar à Ucrânia com aval dos EUA

Os Estados Unidos estão considerando atender ao pedido da Ucrânia para enviar mísseis Tomahawk de longo alcance, segundo afirmou o vice-presidente americano, J. D. Vance, em entrevista ao programa Fox News Sunday. A medida, ainda em avaliação, busca dar ao país ucraniano capacidade adicional de responder aos frequentes bombardeios e ataques russos com drones e mísseis.

Diplomacia entre EUA, Ucrânia e países europeus

Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, solicitou que os EUA vendessem Tomahawks para países europeus, os quais poderiam, por sua vez, remetê-los à Ucrânia. Vance disse que o presidente Donald Trump teria a palavra final sobre autorizar ou não essa operação. Ele afirmou que os Estados Unidos estão avaliando uma série de pedidos do continente europeu relacionados ao armamento.



Essa estratégia diplomática envolve vários atores e etapas. Os EUA não pretendem apenas fazer o envio direto: em muitos casos, os países europeus seriam intermediários. O uso desses mísseis pelos ucranianos representaria uma escalada significativa no conflito, já que o alcance de cerca de 2.500 km permitiria atacar posições russas distantes além da linha de frente.

Impactos militares e riscos de escalada

Os mísseis Tomahawk, com alcance estimado em 2.500 km, seriam um recurso poderoso no arsenal ucraniano diante de bombardeios regulares de mísseis e drones feitos pela Rússia. Se implementada, essa entrega pode ser percebida pela Rússia como uma escalada bélica e gerar respostas mais agressivas.

Historicamente, o governo Trump já recusou em outras ocasiões pedidos semelhantes feitos pela Ucrânia. Ele expressou frustração com a recusa russa em avançar negociações de paz. Vance comentou que a invasão russa se encontra estagnada, com poucos ganhos territoriais recentemente, enquanto lamenta o número de vidas perdidas.

Se os Estados Unidos decidirem avançar com a liberação desses mísseis, o equilíbrio estratégico da guerra poderá mudar. Será uma aposta de risco: fornecer poder ofensivo de longo alcance a um aliado em meio a um confronto intenso pode reconfigurar alianças, estratégias militares e aumentar a tensão entre blocos.

Brasil vê tendência de condenações a Israel na Assembleia da ONU

A República Federativa do Brasil aposta em fortes condenações a Israel durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que começa nesta terça-feira (23), em Nova York. A princípio, fontes do governo afirmam que a posição israelense se tornou insustentável diante das recentes ações em Gaza e na Cisjordânia.

Logo, países europeus já anunciaram apoio ao reconhecimento da Palestina como Estado, entre eles França, Canadá, Portugal e Bélgica. Para o governo Lula, pelo menos 150 países devem se alinhar à proposta.

Pressão global e contradição europeia exposta

Sobretudo, fontes brasileiras afirmam que Israel já ocupa a posição de “vilão” no cenário internacional. A conferência sobre os dois Estados, organizada por França e Arábia Saudita, reforça esse movimento. O presidente Emmanuel Macron atua nos bastidores para ampliar o apoio. Já no Brasil, o Palácio do Planalto vê a mudança como confirmação de sua postura desde o início de 2024. O governo avalia que a palavra “genocídio” aparecerá em muitos discursos, mesmo sem consenso formal da ONU.

Diante do cenário, autoridades brasileiras afirmam que a Europa não pode condenar a Rússia e poupar Israel. Consequentemente, isso destruiria a narrativa contra a invasão da Ucrânia. A comparação se tornou central na estratégia diplomática de Lula. O presidente brasileiro também terá encontros paralelos em Nova York. A agenda prevê um evento conjunto com a Espanha sobre democracia e combate ao extremismo. Segundo o Itamaraty, Donald Trump, então presidente dos EUA, não será convidado, para evitar legitimar discursos radicais.


Israel condenou Brasil por avaliar atos genocidas (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Escalada militar em Gaza

Enquanto cresce a pressão internacional, Israel avança com tropas em Gaza. O porta-voz militar Effie Defrin confirmou que reservistas foram convocados para ocupar áreas estratégicas. Por um lado, críticos alertam que a ofensiva deve gerar deslocamentos em massa de civis. Por outro lado, a ONU já acusou Israel de práticas genocidas em Gaza.

Assim, relatórios citam assassinatos, destruição de condições de vida e restrições que configuram crimes previstos pelo Direito Internacional. Apesar da pressão, os Estados Unidos seguem apoiando Israel. Anteriormente, a capital Washington vetou resoluções que exigiam cessar-fogo e acesso irrestrito à ajuda humanitária, aumentando tensões na diplomacia global.

Bombas de fragmentação matam e ferem civis na Ucrânia

Uma nova apuração de monitor internacional revela que desde o início da guerra, em fevereiro de 2022, bombas de fragmentação deixaram mais de 1.200 mortos e feridos civis na Ucrânia. O número reflete não apenas a violência direta dos ataques, mas também o perigo persistente das munições não detonadas que ficam espalhadas, funcionando como minas terrestres latentes.

Uso contínuo e efeitos indiscriminados

Essas armas conhecidas como bombas cluster ou de fragmentação funcionam de maneira devastadora porque, ao serem lançadas, se abrem no ar e liberam dezenas de pequenas submunições. Esse mecanismo faz com que grandes áreas sejam atingidas em questão de segundos, sem distinção entre alvos militares e civis.

Em regiões habitadas, o efeito costuma ser ainda mais destrutivo, já que casas, escolas e espaços comunitários ficam no raio de impacto. Como consequência, os ataques não apenas provocam mortes imediatas, mas também deixam um rastro de feridos com sequelas graves, comprometendo famílias inteiras e sobrecarregando o sistema de saúde local.


Presidente ucraniano Volodymyr Zelansky segue lidando com problemas devido a guerra (Foto: reprodução/X/@uric83)

O perigo, porém, não termina no momento da explosão. Uma parte considerável dessas submunições não detona de forma imediata, permanecendo ativa no solo, em plantações ou entre destroços de construções. Esse cenário cria um risco constante para a população, que pode ser atingida dias, meses ou até anos depois do ataque inicial. Crianças, em especial, estão entre as mais vulneráveis, já que confundem os artefatos com objetos comuns.

O Observatório de Minas Terrestres e Munições de Fragmentação alerta que a situação pode ser ainda mais grave do que os números divulgados sugerem, pois muitos incidentes não são mapeados com precisão e inúmeros casos sequer chegam a ser reportados oficialmente.

Falta de tratados e resposta internacional

Nem a Rússia, nem a Ucrânia, assinaram a Convenção sobre Munições de Fragmentação de 2008, que proíbe o uso, produção e estocagem dessas armas. A ausência das duas nações nesse acordo contribui para a escalada no uso desses armamentos. Em 2024, por exemplo, a Ucrânia concentrou a maioria das vítimas civis globalmente causadas por bombas de fragmentação, destacando o peso do conflito sobre sua população. A ONG denuncia ainda um retrocesso preocupante nos esforços globais para erradicar ou ao menos restringir esse tipo de armamento, apontando que a linha entre violações do direito internacional humanitário e ataques indiscriminados continua tênue.

As vítimas incluem mulheres, crianças e pessoas em comunidades agrícolas ou periferias, locais onde a densidade populacional e a falta de estruturas de proteção agravam o impacto. Os danos vão além da morte e ferimentos imediatos: infraestrutura destruída, medo prolongado entre civis e dificuldade de reconstrução.

Autoridades europeias se manifestam a respeito do tiroteio em Jerusalém

Nesta segunda-feira, dia 08 de setembro, a cidade de Jerusalém sofreu um ataque. O tiroteio aconteceu perto da entrada norte da cidade, e tiros foram disparados contra um ônibus. Seis pessoas morreram e onze ficaram feridas. Segundo Gideon Saar, ministro das Relações Exteriores de Israel, o ataque foi executado por palestinos; os grupos Hamas e Jihad Islâmica elogiaram a ação, mas não reivindicaram o ataque. Autoridades da Europa se manifestaram a respeito do tiroteio. 

O ataque mais mortal em Jerusalém dos últimos dois anos

O tiroteio que aconteceu nesta segunda-feira, dia 08 de setembro, foi o mais mortal que a cidade de Jerusalém sofreu desde 2023. O ataque com mais mortes em Jerusalém aconteceu em novembro de 2023, e deixou três mortos e muitos feridos.

O ataque também teve o transporte público como alvo: os tiros foram disparados contra um ponto de ônibus. Tiroteio foi reivindicado pelo Hamas: os agressores eram da área militar do grupo, as Brigadas Al-Qassam. O ataque terminou em polêmica: Yuval Castleman, homem que matou os atiradores, foi morto por um soldado israelense; o militar do Exército de Israel teria se confundido e achado que Castleman era um dos agressores.

Autoridades da Europa se manifestam e condenam ataque

O tom da reação dos chefes de Estado e das autoridades de países europeus foi de condenação e reprovação; além disso, eles ainda prestaram suas condolências às vítimas e às famílias. Representantes da Alemanha, da Bélgica, da França, da Itália, da Letônia, da Polônia, da República Tcheca e da Sérvia se manifestaram. 


Declaração de Maxime Prevot, ministro das Relações Exteriores da Bélgica (Reprodução/X/@SachaRoytman)

O ministro das Relações Exteriores da Bélgica, Maxime Prevot, postou um comunicado em sua conta do X (antigo Twitter). Na declaração, Prevot disse: “Eu condeno as mortes de pelo menos quatro israelenses e uma dúzia de outros feridos em Jerusalém após atiradores abrirem fogo em um ônibus. Expresso minhas sinceras condolências às suas famílias. O uso ilegal de violência tanto em Israel quanto na Palestina deve cessar, para se encontrar urgentemente o caminho de volta à paz”.

EUA alertam sobre impactos do reconhecimento da Palestina

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, alertou nesta quinta-feira (4) que o reconhecimento da Palestina por outros países pode gerar complicações diplomáticas e regionais. Em visita ao Equador, Rubio afirmou que o reconhecimento poderia dificultar um cessar-fogo e levar a ações indesejadas. Ele também evitou comentar sobre discussões israelenses relacionadas aos conflitos na região de Gaza.

Países que reconhecem o Estado palestino

A Organização das Nações Unidas (ONU) reconhece a Palestina como estado observador não-membro, o que contribui para que os EUA não reconheçam o país como soberano. Porém, mais de 100 países reconhecem a Palestina, gerando tensão diplomática. Recentemente, Bélgica, Canadá, França, Austrália e Reino Unido anunciaram seu posicionamento na Assembleia Geral da ONU, marcada para o final deste mês.


Mais detalhes sobre a situação da Palestina. (Vídeo/Reprodução/YouTube/CNN Brasil)


O movimento desses países antes da assembleia mostra descontentamento com o avanço israelense no território palestino. Para o presidente americano Donald Trump e o líder israelense Benjamin Netanyahu, essas articulações alimentam o terrorismo na região e fortalecem o grupo Hamas.

As articulações antes da assembleia geral da ONU

Às vésperas da Assembleia Geral da ONU, marcada para o final deste mês, o posicionamento de países influentes na assembleia gerou tensão inesperada, reafirmando o apoio ao reconhecimento da Palestina como Estado. A Bélgica, por exemplo, anunciou medidas restritivas a produtos provenientes de assentamentos israelenses na Cisjordânia, evidenciando um movimento crescente de nações ocidentais para pressionar Israel a reduzir hostilidades e retomar negociações com os palestinos.

Espera-se que a Assembleia Geral seja marcada por debates acentuados sobre os direitos do povo palestino e a expansão de assentamentos em territórios ocupados. Embora resoluções simbólicas possam ser aprovadas, a falta de consenso entre os membros permanentes do Conselho de Segurança, especialmente com o veto dos EUA, limita a eficácia prática dessas iniciativas. Especialistas apontam que, sem ações concretas, os textos terão mais impacto político do que mudanças reais.

Em discurso emocional, Papa Leão pede o fim da proliferação de armas

Neste domingo (31), o Papa Leão, o primeiro pontífice nascido nos Estados Unidos, fez um apelo emocional e poderoso, pedindo o fim da que ele chamou de “pandemia de armas”. A declaração veio após um trágico tiroteio em uma escola católica em Minnesota, nos EUA, que resultou na morte de duas crianças. Falando na Praça de São Pedro, o Papa Leão expressou suas orações pelas vítimas do ataque, destacando a dor e o luto que o evento causou.

Papa Leão faz apelo global contra armas e compara crise à pandemia

Em sua oração semanal, o pontífice implorou a Deus para intervir e ajudar a acabar com a “pandemia de armas grandes e pequenas que infecta o nosso mundo”. Essa escolha de palavras, comparando a proliferação de armas a uma doença global, sublinha a urgência e a gravidade da situação. A violência armada, especialmente aquela que afeta crianças em locais de refúgio como escolas, é um tema que tem tocado profundamente o líder da Igreja Católica.


Ao invocar a fé e a oração, ele convida a todos, independentemente de suas crenças, a refletir sobre o valor da vida humana (Foto: reprodução/X/@vaticannews_pt)

A abordagem do Papa Leão sobre este assunto reflete um estilo diferente de seu antecessor. Ele, que foi eleito em maio após o falecimento do Papa Francisco, tem sido descrito como mais cauteloso e menos propenso a improvisos em suas aparições públicas. No entanto, este apelo específico marcou um momento raro em que ele usou seu inglês nativo para se dirigir a uma audiência global, demonstrando a profundidade de sua preocupação com a questão. A escolha de usar o inglês, em vez do italiano, que é a língua tradicional do papado, ressalta a importância que ele atribui a este tema, comunicando diretamente com sua nação de origem e com o mundo.

Papa destaca crise moral da violência armada e convoca união global pela paz

A “pandemia de armas” é um problema que transcende fronteiras e religiões, e o apelo do Papa Leão serve como um lembrete de que a violência armada não é apenas uma questão política ou social, mas também uma crise moral e espiritual. Ao invocar a fé e a oração, ele convida a todos, independentemente de suas crenças, a refletir sobre o valor da vida humana e a trabalhar juntos para criar um mundo mais seguro e pacífico. Sua voz se soma a um coro crescente de líderes e cidadãos que pedem mudanças significativas para proteger as comunidades da violência desenfreada.

Trump celebra encontro com Zelenskiy e líderes europeus em Washigton

Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, afirmou nesta segunda-feira (18) que será uma “grande honra para a América” receber o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, e líderes europeus na Casa Branca, em Washington. O encontro entre o presidente norte-americano e os diversos líderes europeus marca uma reunião histórica, devido à presença de autoridades internacionais.

O encontro ocorreu em meio a um momento de tensões geopolíticas acerca da guerra na Ucrânia. Na última sexta-feira (15), Trump e Vladimir Putin, presidente da Rússia, se encontraram no Alasca em uma cúpula para discutir sobre um cessar-fogo entre Ucrânia e Rússia. Apesar da reunião ter ocorrido, os dois líderes não chegaram a um acordo e o cessar-fogo continua sendo uma questão em aberto. 

A expectativa para essa nova reunião é que os diálogos tenham se concentrado na guerra na Ucrânia novamente, focando principalmente na resolução de um cessar-fogo entre os dois países e no papel dos EUA como mediador entre aliados europeus e a Rússia. O encontro em Washington também reforça a imagem de protagonismo que Trump procura consolidar desde seu retorno à presidência dos EUA, devido a promessas de sua campanha de acabar com guerras ao redor do mundo. 

Dia histórico em Washington

Horas antes da chegada dos convidados à Casa Branca, Trump recorreu a sua rede social, Truth Social, para destacar a importância do evento. “Um grande dia na Casa Branca. Nunca tivemos tantos líderes europeus aqui ao mesmo tempo. Uma grande honra para a América!”, disse o presidente norte-americano em seu perfil. A mensagem serviu como uma sinalizador tanto para o prestígio e marco histórico da ocasião, quanto para marcar a presença e protagonismo dos EUA como centro de decisões mundiais, além de mediador da guerra na Ucrânia.

Essa reunião foi uma continuação do esforço diplomático que Trump vem tendo com relação à guerra entre Ucrânia e Rússia, principalmente após a cúpula realizada com Putin no Alasca. Trump vem afirmando durante seu mandato que pretende pôr “fim” à guerra entre os dois países, após realizar essa promessa em sua campanha para a corrida presidencial dos EUA em 2024. A agenda de reuniões com diversos líderes europeus e com o presidente russo é vista como uma possibilidade de redefinição da diplomacia americana.


Trump e Zelenskiy em reunião na Casa Branca nesta segunda-feira (Foto: reprodução/Anna Moneymaker/Getty Images Embed)


Agenda diplomática 

O dia começou com uma reunião entre Trump e Zelenskiy, seguida por encontros com os líderes do Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Finlândia, União Europeia e Otan. Também foi especulado que o vice-presidente dos EUA, JD Vance, poderia participar das conversas, de acordo com fontes, especialmente depois de acompanhar conversas entre Trump e Zelenskiy em fevereiro.

A presença simultânea de diversos líderes em solo americano reforça o peso político das reuniões e evidencia a busca por um cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia. A imagem de unidade e mediação que o governo americano tenta passar ao mundo é estratégica, especialmente em um momento em que negociações de paz estão em pautas – com influência direta ao que vem acontecendo em Gaza.

Putin propõe acordo territorial em troca do fim da guerra na Ucrânia

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, teria sugerido encerrar a guerra na Ucrânia em troca do controle permanente das regiões de Donetsk e Lugansk, no leste do país. A sugestão foi apresentada durante encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na última sexta-feira, de acordo com informações da agência Reuters e do jornal The New York Times, que citaram fontes próximas às tratativas.

Primeira proposta concreta do encontro

De acordo com as reportagens, Putin apresentou pela primeira vez uma medida objetiva desde o início do diálogo direto com Trump. O pedido envolveu a manutenção das duas áreas ocupadas por tropas russas como condição para aceitar o fim do conflito. O encontro terminou sem a formalização de um cessar-fogo ou anúncio de propostas oficiais.

Paralelamente à oferta de Putin, Donald Trump convidou chefes de governo da Europa para participar de uma reunião na Casa Branca com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. O encontro está previsto para a próxima segunda-feira em Washington e deve discutir os próximos passos na busca por uma solução para a guerra. Até agora, tanto Washington quanto Kiev não confirmaram os convites, e a lista de líderes estrangeiros chamados para o encontro segue sem divulgação.


Zelensky se pronuncia após encontro entre Putin e Trump no Alasca (Vídeo: reprodução/Youtube/@sbtnews)


Rússia abre mão de outras áreas ocupadas

Segundo a cobertura da Reuters e do The New York Times, Moscou estaria disposta a renunciar ao controle das demais regiões atualmente sob ocupação militar na Ucrânia, o que representa cerca de 20% do território total do país. O gesto, embora limitado, foi interpretado como um sinal de possível abertura para negociações futuras, ainda que condicionado à preservação de Donetsk e Lugansk sob domínio russo.

A cúpula marcada entre Trump e Zelensky em Washington é vista como estratégica para avaliar a posição dos Estados Unidos no conflito e a participação europeia nas negociações. Para analistas políticos, o convite feito por Trump busca reforçar a pressão diplomática sobre Moscou e demonstrar unidade do Ocidente em torno de Kiev. Mesmo assim, ainda não há clareza sobre a possibilidade de a proposta da Rússia ser aceita pelos aliados da Ucrânia.

Putin e Trump se reúnem no Alasca para negociar “equilíbrio de segurança na Europa” e “grande progresso”

A reunião entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, que ocorreu no Alasca, teve a duração de três horas. Foram três horas de negociação, porém não um houve um acordo entre as duas nações para um cessar- fogo entre Rússia e Ucrânia, que seguem em guerra. O principal objetivo da reunião, era o de se chegar a um acordo.

O encontro entre os dois líderes teve início às 16h30. Trump e Putin protagonizaram um cumprimento caloroso após chegarem ao Alasca. A reunião chegou ao fim às 19h15, no horário de Brasília.

Após o encontro, não ficou claro, os termos negociados vieram de forma evasiva, sem que os dois presidentes fizessem afirmações concretas.

Discurso de Putin e primeiras impressões de Trump

Vladimir Putin afirmou em seu discurso, que a guerra na Ucrânia não teria tido início em 2022, caso Donald Trump fosse o presidente ao invés do democrata Joe Biden. Tal afirmação foi comentada à exaustão pelo republicano na ocasião de sua campanha eleitoral, em 2024.

Putin disse querer a paz na Ucrânia, contudo não abre mão do que ele julga ser “preocupações legítimas da Rússia” no que diz respeito à segurança nacional – se referindo de maneira indireta à adesão de seus vizinhos da Europa à Otan.


Donald Trump viajou ao Alasca para tratar de um cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia (Foto: reprodução/Instagram/@realdonaldtrump)


De acordo com Donald Trump, o encontro foi de “um grande progresso”, mas disse que “há apenas alguns poucos (pontos) que restam”, em aberto de forma a haver um acordo de cessar-fogo. O presidente americano informou que vai comunicar a União Europeia, a Otan e o presidente Volodymir Zelensky, o que foi falado na reunião.

Vladimir Putin afirmou considerar a nação ucraniana, e que já fez esse comentários vezes, que considera a Ucrânia uma nação irmã. Disse também que apesar das circunstâncias, entende que a Rússia e a Ucrânia possuem as mesmas raízes, e que para a Rússia, tudo o que está acontecendo é uma tragédia e ferida horrível. Encerrou dizendo que o país tem um interesse sincero em pôr fim a isso.

Ao mesmo tempo, estamos convencidos de que, para que o acordo seja duradouro, precisamos eliminar todas as causas primárias desse conflito – e já dissemos isso várias vezes -, considerar todas as preocupações legítimas da Rússia e restabelecer um equilíbrio justo de segurança na Europa e no mundo como um todo. Concordo com o presidente Trump, como ele disse hoje, que a segurança da Ucrânia também deve ser garantida.”

O presidente russo comentou que em 2022, teve um último contato com a administração anterior e que tentou convencer o seu então colega americano de que a situação não deveria chegar ao ponto sem retorno, ao ponto das hostilidades e que falou isso de forma bem direta na ocasião. Vladimir Putin disse ainda que se Donald Trump fosse o presidente, que para ele (Putin) não haveria guerra.

A visão de Donald Trump sobre o assunto

Estamos ansiosos para negociar, vamos resolver isso. Realmente fizemos um grande progresso hoje. Sempre tive um relacionamento fantástico com o presidente Putin e com Vladimir. Tivemos muitas, muitas reuniões difíceis, e também boas reuniões.”


O presidente da Ucrânia não participou do encontro entre Putin e Trump no Alasca (Foto: reprodução/zelenkyy_official)


Donald Trump acredita na possibilidade de se chegar a um acordo, e que são boas as chances para que isso ocorra. O presidente americano agradeceu a presença do presidente Vladimir Putin e a toda sua equipe.

O clima era de cordialidade entre os dois presidentes: ambos se cumprimentaram com sorrisos no rosto, e enquanto Putin ia ao encontro de Trump, o presidente americano batia palmas para o presidente russo.

A guerra entre Rússia e Ucrânia, que começou em fevereiro de 2022, registra pela primeira vez o encontro apenas entre os dois líderes desde 2018.