Trump e Putin se reúnem no Alasca em nova tentativa de cessar-fogo na Ucrânia

Numa tentativa direta de pôr fim à guerra na Ucrânia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, proferiu declarações a bordo do Air Force One antes de se reunir com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em Anchorage, Alasca, nesta sexta-feira (15). Ele afirmou que “não ficaria feliz se Putin não aceitasse o cessar-fogo” e expressou o desejo de que “a matança parasse”, evidenciando sua postura de pressionar por uma solução imediata para o conflito.

Um encontro crucial

O encontro entre Trump e Putin ocorreu na Base Conjunta Elmendorf-Richardson, em Anchorage, com o presidente russo recebido com tapete vermelho e ao som de aplausos. O objetivo claro da reunião entre os presidentes foi abrir caminho para um cessar-fogo, ainda que modelado como uma “sessão de escuta” com fortes sensibilidades diplomáticas. O presidente americano também sinalizou interesse em se reunir com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, reforçando seu papel como mediador no conflito que já dura três anos.


Trump e Putin em reunião no Alasca sobre guerra na Ucrânia (Foto: reprodução/Andrew Harnik/Getty Images Embed)


Contexto e tentativas anteriores de negociação

Esta não foi a primeira iniciativa de Trump para mediar o conflito: em fevereiro de 2025, ele manteve uma chamada considerada “profunda e produtiva” com Putin, acordando que suas equipes começariam negociações imediatamente, embora preocupações sobre excluir Kiev tenham sido levantadas por líderes europeus e pelo próprio presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy. Em março, avançou-se na proposta norte-americana de cessar-fogo de 30 dias, permitindo a retomada de ajuda e inteligência dos EUA a Kiev, mas Putin impôs condições duras, dificultando um acordo efetivo.

Situação atual da guerra

Enquanto isso, no campo de batalha, as forças russas continuavam ganhando terreno, especialmente no leste da Ucrânia, com avanços em locais como Dobropillia, embora os ucranianos conseguissem estabilizar certas frentes e realizar trocas de prisioneiros. Zelenskyy insiste que Kiev não pode ser excluída das negociações e alerta que soluções que desconsiderem a Ucrânia são “mortas”.

Embora o encontro em solo americano represente um passo significativo — e talvez necessário — na diplomacia para encerrar a guerra, os sinais permanecem mistos. Sem a inclusão efetiva de Kiev e com continuados avanços russos, o futuro das negociações ainda é incerto. A declaração de Trump no Air Force One deixa claro que os olhos do mundo estão voltados para esse esforço de paz, mas a estabilidade desse processo dependerá de esforços concretos e participação plena da Ucrânia.

Zelensky rejeita cessão de territórios antes de cessar-fogo

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta quarta-feira (13) que só aceitará discutir uma possível cessão de territórios à Rússia após um cessar-fogo formal. A declaração foi feita durante uma videoconferência com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e líderes da União Europeia, em um esforço conjunto para buscar alternativas de paz antes da cúpula entre Trump e Vladimir Putin, marcada para sexta-feira (15), no Alasca.

A reunião virtual ocorreu em meio à crescente preocupação entre aliados ocidentais de que os Estados Unidos estejam dispostos a apoiar uma proposta de paz que exija mais concessões da Ucrânia do que da Rússia. Para Zelensky, isso comprometeria a soberania nacional e abriria precedentes perigosos. “Não aceitaremos acordos que sejam discutidos sobre nós, sem nós”, declarou o presidente ucraniano.

Temor de concessões desequilibradas

Os líderes europeus também demonstraram receio de que Trump ceda demais à Rússia em busca de um cessar-fogo rápido. A proposta ventilada pela Casa Branca prevê uma “troca territorial estratégica”, na qual Kiev abriria mão de regiões como Donetsk e Luhansk para garantir o fim da guerra, em troca de garantias de segurança, ideia que Zelensky considera inaceitável.


Representante da Ucrânica Volodymyr Zelensky (Foto: Reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)


Trump, por sua vez, insiste que sua prioridade é encerrar o conflito. Em nota, a secretária de imprensa Karoline Leavitt afirmou que a cúpula no Alasca visa “obter um entendimento mais firme de como alcançar a paz”, mas sinalizou que um encontro trilateral com Zelensky pode ocorrer no futuro, dependendo do avanço das conversas com Putin.

Condições da paz seguem distantes

A guerra, que já dura mais de três anos, continua sem sinais concretos de resolução. Moscou exige que a Ucrânia reconheça a anexação da Crimeia e ceda controle total de quatro regiões ocupadas, além de abandonar o objetivo de entrar na OTAN e parar de receber armamentos do Ocidente.

Zelensky, por outro lado, reafirma que só aceitará um acordo que preserve a integridade territorial ucraniana e garanta segurança com apoio internacional. “Enquanto houver tropas russas no nosso território, não há diálogo real possível”, reforçou. A expectativa é que a cúpula entre Trump e Putin defina os rumos da próxima etapa da diplomacia internacional, com a Ucrânia atenta para não ser colocada em segundo plano.

Tel Aviv reúne multidão contra plano de ocupação da Cidade de Gaza

Uma manifestação tomou as ruas de Tel Aviv neste sábado (7) para protestar contra o plano de Benjamin Netanyahu de ocupar a Cidade de Gaza. A princípio, a decisão do gabinete de segurança, anunciada um dia antes, amplia as operações militares no território palestino, apesar dos alertas das Forças Armadas e oposição popular.

De acordo com organizadores, mais de 100 mil pessoas participaram da manifestação, exigindo o cessar imediato da campanha militar e a libertação de reféns. A maioria dos israelenses apoia o fim da guerra para resgatar cerca de 50 reféns em Gaza. Em contrapartida, as autoridades acreditam que apenas 20 pessoas estejam vivas.

Cenário de guerra versus cessar-fogo

Diante do cenário atual, Israel passa por constantes críticas dentro e fora de seu território, o que ocasionou entrar na mira de aliados europeus após a ampliação do conflito. Ainda assim, negociações diplomáticas possibilitaram a libertação da maioria dos reféns, mas tentativas de cessar-fogo falharam em julho.

Em meio às tensões, manifestantes exibiram bandeiras de Israel, fotos de reféns e cartazes contra Netanyahu. Além disso, alguns cobraram uma ação de Donald Trump, enquanto outros denunciaram inúmeras mortes de civis palestinos.


Manifestação pró-Palestina na Baía de Sydney, Austrália (Vídeo: reprodução/YouTube/Euro News)

Reações internacionais e riscos

Donald Trump acusou o Irã de interferir em negociações de cessar-fogo ao enviar sinais ao Hamas. Além da acusação feita pelo americano, a Alemanha se pronunciou através do ministro das Relações Exteriores, Johann Wadephul. Este reforçou o apelo por trégua imediata, o que acarreta pressão global sobre Israel. Netanyahu afirmou que Israel não pretende governar Gaza permanentemente. Segundo o primeiro-ministro, o objetivo é criar um perímetro de segurança e entregar o controle às forças árabes, excluindo o Hamas e a Autoridade Palestina.

O apoio internacional à causa palestina tem sido crescente, mas o intenso conflito de Israel pode trazer consequências como um isolamento diplomático e travar a comunidade internacional que busca alternativas diplomáticas para conter a contínua violência no Oriente Médio.

Netanyahu afirma que irá assumir controle total de Gaza

Gabinete de segurança de Israel se reunirá esta semana para definir os próximos passos e coordenar a ofensiva em Gaza. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anuncia nesta segunda-feira (4) que irá assumir o controle total da Faixa de Gaza.

A decisão ocorre após o fracasso das negociações de cessar-fogo e prevê uma ação militar ampliada para derrotar o Hamas, libertar reféns e impedir futuras ameaças. O gabinete de segurança israelense se reunirá ainda nesta semana para definir os próximos passos da operação.

Israel define nova ofensiva após fracasso de negociações de cessar-fogo

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu decidiu ampliar a ofensiva em Gaza após o colapso das negociações por um cessar-fogo com o Hamas.

Segundo a imprensa israelense, o governo avalia agora uma nova fase do conflito, com a intenção declarada de assumir o controle total da Faixa de Gaza, tanto no aspecto militar quanto administrativo.

A medida marca um rompimento com propostas anteriores que incluíam uma gestão internacional ou árabe moderada da região.

De acordo com fontes do governo, os objetivos centrais são eliminar a presença do Hamas, resgatar reféns israelenses e evitar que Gaza volte a representar uma ameaça futura. Atualmente, cerca de 75% do território está sob domínio das forças israelenses.


Netanyahu planeja expandir a guerra na Faixa de Gaza (Vídeo: reprodução/YouTube/G1)

Netanyahu faz apelo à unidade e declara objetivos claros da ofensiva

Devemos continuar unidos e lutar juntos para alcançar todos os nossos objetivos de guerra: a derrota do inimigo, a libertação de nossos reféns e a garantia de que Gaza não representará mais uma ameaça a Israel”, disse o primeiro‑ministro Benjamin Netanyahu, conforme reportado nos veículos que cobriram o anúncio da intensificação da campanha israelense em Gaza.

Em mensagem direcionada à nação, Netanyahu reforçou que Israel considera essencial consolidar o controle militar e civil sobre toda a Faixa de Gaza, exigindo coesão interna para enfrentar o Hamas e evitar risco futuro.

Ele também anunciou que o gabinete de segurança será convocado ainda esta semana para definir os próximos passos da ofensiva, incluindo possíveis cenários de anexação ou ocupação prolongada.

A decisão de Netanyahu de assumir o controle total de Gaza representa uma mudança significativa na condução do conflito, com impactos diretos sobre a população palestina e o cenário diplomático internacional.

Enquanto parte da comunidade global pede contenção e retomada das negociações de paz, Israel aposta na força militar para atingir seus objetivos estratégicos. Nos próximos dias, as deliberações do gabinete de segurança devem definir o ritmo e a intensidade das ações que seguirão na Faixa de Gaza.

Trump reposiciona submarinos após ameaça de Medvedev

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (1), que ordenou o reposicionamento de dois submarinos nucleares em “regiões apropriadas”, em resposta a declarações do ex‑presidente russo Dmitry Medvedev, hoje vice‑presidente do Conselho de Segurança da Rússia. Medvedev havia criticado duramente ultimatos de Trump e alertado que a postura norte-americana poderia aproximar os países de uma guerra nuclear.

Troca de farpas entre Trump e Medvedev

Na quinta-feira (31), Medvedev declarou que Trump estaria brincando com um “jogo de ultimatos”, referindo‑se à redução de prazo para um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia de 50 para 10 dias, classificando isso como provocador. O ex-presidente russo também mencionou o sistema nuclear “Dead Hand”, símbolo da dissuasão soviética. Em reação, Trump postou em sua rede social: “Ordenei o posicionamento de dois submarinos nucleares … caso essas declarações tolas e inflamatórias sejam mais que apenas isso” e afirmou que “palavras são muito importantes e podem levar a consequências indesejadas”.

Fontes oficiais confirmaram que a ação representa um gesto de força diplomática, mesmo sem revelar localização ou tipo exato de submarino. A movimentação ocorre em meio à crescente tensão entre Washington e Moscou.

Panorama das negociações de paz entre Rússia e Ucrânia

Enquanto esse atrito verbal se intensifica, as negociações de paz continuam estagnadas. Desde maio, delegações russas e ucranianas realizaram três rodadas de conversas em Istambul, mas não avançaram em temas críticos como cessar-fogo ou cessão territorial. A Rússia exige que a Ucrânia se retire de quatro regiões parcialmente ocupadas e aceite outras condições consideradas inaceitáveis por Kiev. O presidente russo Vladimir Putin afirmou desejar uma “paz estável e duradoura”, mas sem indicar disposição para concessões.

Donald Trump, por sua vez, estabeleceu um prazo até 8 de agosto para que um acordo seja firmado, sob ameaça de novas sanções e tarifas severas aos países que mantiverem apoio econômico à Rússia.

Intensificação do conflito e ameaças de retaliação

Sem avanços diplomáticos, a guerra segue intensa. Ataques aéreos e com drones russos têm atingido áreas civis, inclusive Kyiv, causando dezenas de mortes em bombardeios recentes. O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky reafirmou o apoio à mediação internacional e se mostrou aberto a negociações diretas com Putin, em linha com a proposta de Trump.


Equipes de resgate buscam vítimas após ataque com drones e mísseis russos a Kyiv, que deixou ao menos seis mortos e dezenas de feridos (Foto: reprodução/Yevhenii Zavhorodnii/Getty Images embed)


Enquanto isso, o governo norte-americano anunciou o envio do enviado especial Steve Witkoff para tentar destravar as conversas de paz. Paralelamente, Trump ameaçou impor tarifas de até 100% a países que continuem comprando energia russa, endurecendo ainda mais sua postura diante da estagnação nas negociações.

Clima de Tensão

A escalada verbal entre Trump e Medvedev, incluindo a sinalização nuclear através do reposicionamento de submarinos, reflete um momento tenso nas relações entre Estados Unidos e Rússia. Ao mesmo tempo, as negociações de paz entre Rússia e Ucrânia permanecem emperradas, com exigências consideradas inaceitáveis e ofensivas militares em curso. A combinação de diplomacia tensa, ameaças econômicas e movimento estratégico militar aponta para um impasse perigoso — cujas consequências podem ser graves se não houver avanços concretos nos próximos dias.

Israel anuncia pausa humanitária parcial em Gaza

As Forças de Defesa de Israel (IDF) anunciaram que uma pausa humanitária nos combates em Gaza começará neste domingo (27). A princípio, a medida busca permitir o lançamento aéreo de suprimentos e a criação de corredores para entrega de ajuda coordenada pela Organização das Nações Unidas (ONU). Contudo, as operações militares seguem em outras áreas do território.

Segundo o comunicado das IDF, a trégua será limitada as regiões densamente povoadas, portanto, não significa o fim das ofensivas contra o Hamas. O governo israelense afirma que continuará atuando para libertar reféns e enfraquecer o grupo armado.

Pressão internacional e crise humanitária

A decisão ocorre em meio à crescente pressão de organismos internacionais. A ONU e a União Europeia pediram que Israel facilite o envio de ajuda à população civil. Desde maio, bombardeios constantes e a escassez de alimentos já mataram mais de mil pessoas. Ainda assim, o governo israelense nega a existência de fome generalizada na Faixa de Gaza e culpa o Hamas de desviar os alimentos destinados à população civil.


Fome em Gaza vira arma de guerra (Vídeo: reprodução/YouTube/UOL)

Anteriormente, o comissário da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente, Philippe Lazzarini, alertou para o agravamento da fome entre civis e trabalhadores humanitários. Segundo ele, “uma em cada cinco crianças” apresenta desnutrição severa, e muitos profissionais da saúde desmaiam de exaustão nos hospitais.

Números alarmantes do conflito

O Ministério da Saúde de Gaza estima que, desde o início da ofensiva israelense em outubro de 2023, mais de 58 mil palestinos morreram e 138 mil ficaram feridos. A ONU afirma que grande parte das vítimas são mulheres e crianças.

Além das mortes, a fome e o deslocamento forçado se intensificaram: mais de 700 mil pessoas foram obrigadas a deixar suas casas desde março. Logo, a intensificação da ofensiva afetou mais de 80% do território. Relatos de jornalistas locais descrevem risco iminente de morte por desnutrição em várias regiões do território.

Conflito em Gaza deixa população sem alimento, afirma jornalista

Jornalistas da rede de televisão britânica — BBC, Reuters, Agence France-Presse e Associated Press — alertaram que seus correspondentes em Gaza estão sob risco iminente de morrer de fome, diante das severas restrições à entrada de alimentos no território. Em um comunicado conjunto, as organizações expressaram profunda preocupação com a sobrevivência de seus profissionais e de suas famílias, que estão sendo diretamente impactados pela crise humanitária provocada pela guerra.

Crise humanitária em Gaza

Desde o início da ofensiva militar israelense em outubro de 2023, em resposta a um ataque do Hamas, a Faixa de Gaza tem sido alvo de intensos bombardeios e operações terrestres. De acordo com o Ministério da Saúde local, mais de 58 mil palestinos foram mortos e outros 138 mil ficaram feridos até meados de julho de 2025. Israel afirma que cerca de 20 mil das vítimas eram combatentes do Hamas. A ONU estima que mais da metade dos mortos são mulheres e crianças.

Além das mortes e dos ferimentos, a fome tornou-se uma ameaça concreta. O Programa Mundial de Alimentos informou que mais de 700 mil pessoas foram deslocadas desde março, quando as Forças Armadas de Israel intensificaram a ofensiva e emitiram 54 ordens de evacuação, afetando mais de 80% do território. A distribuição de alimentos também virou alvo de ataques: 798 pessoas morreram tentando obter ajuda alimentar entre maio e julho, segundo a ONU, sendo a maioria em locais de distribuição ou rotas de comboios humanitários.

As agências pedem que Israel permita o acesso de jornalistas e garanta suprimentos alimentares para a população local. Com Gaza devastada, 86% da região está sob ordens de deslocamento ou militarizada, o que obriga milhares a viver em abrigos improvisados e prédios destruídos. A população, que era de mais de 2,2 milhões em 2023, caiu para pouco mais de 2,1 milhões, segundo dados palestinos.


Crianças palestinas carregam tigelas vazias durante uma marcha exigindo o fim da guerra e o fim da fome (Foto: reprodução/Ahmad Hasaballah/Getty Images Embed)


Civis mortos, Israel e Gaza

Do lado israelense, 1.650 pessoas morreram desde outubro de 2023, incluindo 1.200 no primeiro dia do ataque do Hamas. Quase 450 soldados foram mortos em combate desde o início da operação terrestre, com dezenas de militares feridos e cerca de 50 reféns ainda mantidos em Gaza, segundo autoridades israelenses.

A situação, cada vez mais crítica, evidencia o colapso das condições básicas de vida na Faixa de Gaza — inclusive para os profissionais encarregados de relatar a tragédia ao mundo.

Rússia evita estipular prazo para fim da guerra na Ucrânia

O Kremlin afirmou nesta terça-feira (22) que não há motivo para esperar avanços rápidos nas negociações de paz com a Ucrânia, sinalizando que a Rússia não pretende estipular um prazo para o fim do conflito iniciado em fevereiro de 2022. O porta-voz Dmitry Peskov disse a jornalistas: “Não há razão para esperar qualquer avanço na categoria de milagres — é quase impossível na situação atual”.

A declaração ocorre em meio a movimentações diplomáticas para uma possível terceira rodada de negociações diretas entre os dois países. No sábado (19), o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, revelou que Kiev enviou uma nova proposta de conversas a Moscou, visando acelerar os esforços por um cessar-fogo.

Negociações ainda em compasso de espera

A Rússia, no entanto, demonstrou cautela e reafirmou sua postura firme quanto aos seus objetivos geopolíticos. Segundo Peskov, o momento ainda não é favorável para avanços. A ausência de um cronograma definido por Moscou reforça a percepção de que o governo russo prefere manter uma estratégia de longo prazo, sem ceder a pressões internacionais ou apelos imediatos por trégua.

Desde o início da invasão, em fevereiro de 2022, o conflito já dura mais de três anos. De acordo com analistas internacionais, aproximadamente 20% do território ucraniano permanece sob controle russo, e os esforços por negociações efetivas têm esbarrado em exigências de ambos os lados.

Conflito prolongado e cenário indefinido

A fala do Kremlin indica que a guerra pode se estender por tempo indeterminado. Apesar das iniciativas diplomáticas de Kiev e da mobilização internacional em busca de soluções pacíficas, a Rússia não sinaliza disposição para concessões significativas neste momento.


Bombeiros e um morador tentam conter as chamas após ataque com drone que atingiu uma casa em Kostiantynivka, Ucrânia, nesta terça-feira (22) (Foto: reprodução/Diego Herrera Carcedo/Getty Images embed)


A continuidade do conflito tem impactos humanitários, econômicos e políticos tanto para a Ucrânia quanto para a comunidade internacional. Sem avanços concretos nas negociações, cresce a preocupação com o prolongamento das hostilidades e seus desdobramentos em escala global.

Caminho para a paz segue incerto

A declaração desta terça-feira reforça que o caminho para a paz ainda será longo. Com Moscou evitando se comprometer com prazos e mantendo seus objetivos estratégicos, a guerra na Ucrânia permanece sem previsão de encerramento, apesar dos esforços diplomáticos em curso.

Cidades ucranianas são atingidas por drones e mísseis russos

Cidades isoladas da Ucrânia, tiveram áreas atacadas por drones e mísseis russos, ocasionando na morte de pelo menos duas pessoas. A informação partiu de autoridades nesta quarta-feira (16), no horário local.

Segundo informou o governador regional Oleh Syniehubov, pelo menos 17 explosões foram assinaladas em ataque com duração de 20 minutos. Nesse ataque, três pessoas ficaram feridas.


Ucrânia vem sofrendo ataques da Rússia desde do último sábado (12) (Foto: reprodução/Instagram/@cnnbrasil)


Os ataques aéreos foram intensificados pelas forças russas contra a Ucrânia, tendo atingido um número recorde de drones disparados na semana passada.

Ataques causam danos

De acordo com relatos dos serviços nacionais de emergência, ocorreram bombardeios ao leste da cidade de Kharkiv, no nordeste do país. Nos ataques perpetrados pelos russos, três pessoas ficaram feridas.

Mísseis e drones foram utilizados pelas forças russas em um ataque prolongado que culminou no corte de fornecimento de água e energia, na cidade Kryvyl Rih, no sudeste do país. A informação foi transmitida pelo chefe da administração militar Oleksander Vilkul.

Já o prefeito de Kiev, Vitali Klitschko falou que unidades de defesa aérea foram acionadas por um tempo na capital, entretanto, não houve relatos de vítimas ou destruições.

Alvos russos frequentemente ligados ao sistema energético também foram atacados por militares ucranianos. Os dois países informaram não terem atingido alvos civis em seus ataques.

Apesar dos esforços do presidente americano Donald Trump em querer impor “sanções severas” a Rússia, Vladimir Putin já sinalizou que a guerra vai continuar até que suas exigências sejam atendidas pelo ocidente. Em contrapartida, Trump enviou nova leva de armamentos para à Ucrânia.


Com guerra entre Rússia e Ucrânia longe do fim e sem cessar-fogo próximo, Donald Trump ameaça Moscou e envia armamento para Ucrânia (Foto: reprodução/Instagram/@portalg1)


É preciso considerar que logo depois da guerra entre Rússia e Ucrânia começar em fevereiro de 2022, em março do mesmo ano, os Estados Unidos executou um amplo pacote de sanções econômicas a Rússia. Dessa forma, o comércio entre os dois países, de bens e comércio, deixou praticamente de existir. No ano passado (2024), o comércio entre os dois países alcançou os US$ 3,5 bilhões, segundo o Escritório do Representante Comercial dos EUA.

Trump ameaça Rússia com tarifa de 100% e pressiona por acordo de paz

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta segunda-feiraa (14) que dará 50 dias para a Rússia aceitar um cessar-fogo na guerra contra a Ucrânia. Caso Moscou não aceite os termos, ele promete taxar em 100% todas as exportações russas, além de impor tarifas secundárias a países que continuarem comprando produtos russos — como China e Índia.

“Vamos adotar tarifas secundárias”, afirmou Trump. “Se não chegarmos a um acordo em 50 dias, é muito simples, elas serão de 100%.” A estratégia visa pressionar financeiramente Moscou e acelerar uma solução diplomática para o conflito. Trump também prometeu apoio militar reforçado à Ucrânia, com o envio de armamentos de alta tecnologia, caso Vladimir Putin recuse o acordo proposto.

Efeitos colaterais: Brasil e aliados também na mira

Essa postura agressiva não se limita à Rússia. O Brasil, por exemplo, foi diretamente afetado. Trump anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, com início em 1º de agosto, em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, seu aliado político. A medida é vista como uma retaliação simbólica ao atual governo brasileiro e considerada uma forma de apoio indireto ao julgamento de Bolsonaro por participação na tentativa de golpe após as eleições de 2022.

Além disso, Trump sinalizou tarifas de 70% para produtos chineses e 60% para exportações europeias. A nova política tarifária busca reposicionar os EUA como potência dominante nas relações comerciais e diplomáticas, retomando o lema “America First” com força total.

Guerra se arrasta e Rússia intensifica ataques

A guerra entre Rússia e Ucrânia já dura mais de três anos e está longe de um desfecho. Nos últimos dias, a Rússia intensificou seus ataques com drones, atingindo cidades ucranianas e mantendo o controle de aproximadamente 20% do território da Ucrânia. Apesar de discursos diplomáticos por parte de Moscou, os ataques continuam diários, e Putin ainda não respondeu positivamente ao cessar-fogo proposto por Trump, já endossado por Kiev.


Resultado de recente ataque russo em Lviv, Ucrânia (reprodução/Ukrinform/NurPhoto/Getty Images embed)


Redefinição do equilíbrio global

Com sua nova abordagem geopolítica, Trump aposta no uso da força econômica para influenciar o cenário global. O ultimato à Rússia e as tarifas impostas a países como Brasil e China indicam uma postura mais direta e conflituosa, que pode redefinir o equilíbrio diplomático nos próximos meses.