Conflito em Gaza deixa população sem alimento, afirma jornalista
Jornalistas da rede de televisão britânica — BBC, Reuters, Agence France-Presse e Associated Press — alertaram que seus correspondentes em Gaza estão sob risco iminente de morrer de fome, diante das severas restrições à entrada de alimentos no território. Em um comunicado conjunto, as organizações expressaram profunda preocupação com a sobrevivência de seus profissionais e […]
Jornalistas da rede de televisão britânica — BBC, Reuters, Agence France-Presse e Associated Press — alertaram que seus correspondentes em Gaza estão sob risco iminente de morrer de fome, diante das severas restrições à entrada de alimentos no território. Em um comunicado conjunto, as organizações expressaram profunda preocupação com a sobrevivência de seus profissionais e de suas famílias, que estão sendo diretamente impactados pela crise humanitária provocada pela guerra.
Crise humanitária em Gaza
Desde o início da ofensiva militar israelense em outubro de 2023, em resposta a um ataque do Hamas, a Faixa de Gaza tem sido alvo de intensos bombardeios e operações terrestres. De acordo com o Ministério da Saúde local, mais de 58 mil palestinos foram mortos e outros 138 mil ficaram feridos até meados de julho de 2025. Israel afirma que cerca de 20 mil das vítimas eram combatentes do Hamas. A ONU estima que mais da metade dos mortos são mulheres e crianças.
Além das mortes e dos ferimentos, a fome tornou-se uma ameaça concreta. O Programa Mundial de Alimentos informou que mais de 700 mil pessoas foram deslocadas desde março, quando as Forças Armadas de Israel intensificaram a ofensiva e emitiram 54 ordens de evacuação, afetando mais de 80% do território. A distribuição de alimentos também virou alvo de ataques: 798 pessoas morreram tentando obter ajuda alimentar entre maio e julho, segundo a ONU, sendo a maioria em locais de distribuição ou rotas de comboios humanitários.
As agências pedem que Israel permita o acesso de jornalistas e garanta suprimentos alimentares para a população local. Com Gaza devastada, 86% da região está sob ordens de deslocamento ou militarizada, o que obriga milhares a viver em abrigos improvisados e prédios destruídos. A população, que era de mais de 2,2 milhões em 2023, caiu para pouco mais de 2,1 milhões, segundo dados palestinos.
Crianças palestinas carregam tigelas vazias durante uma marcha exigindo o fim da guerra e o fim da fome (Foto: reprodução/Ahmad Hasaballah/Getty Images Embed)
Civis mortos, Israel e Gaza
Do lado israelense, 1.650 pessoas morreram desde outubro de 2023, incluindo 1.200 no primeiro dia do ataque do Hamas. Quase 450 soldados foram mortos em combate desde o início da operação terrestre, com dezenas de militares feridos e cerca de 50 reféns ainda mantidos em Gaza, segundo autoridades israelenses.
A situação, cada vez mais crítica, evidencia o colapso das condições básicas de vida na Faixa de Gaza — inclusive para os profissionais encarregados de relatar a tragédia ao mundo.
