Base do Hezbollah no sul do Líbano é atacada por Israel  

A IDF (Israel Defense Forces), ou Forças de Defesa de Israel retomou os ataques ao sul do Líbano no dia de hoje (27/6), após um cessar-fogo sacramentado em novembro de 2024, que tem como justificativa a reconstrução de um local, desativado pelo próprio IDF no passado, que era utilizado pelo grupo terrorista Hezbollah, financiado pelo Irã, para gerenciar ataques contra as forças israelenses.

Reposicionamento do Hezbollah

Nas últimas semanas, a atenção do mundo ficou completamente voltada ao conflito entre Israel e Irã, e isso acabou dando espaço para um reposicionamento do grupo terrorista Hezbollah, retomando uma de suas bases no sul do Líbano, utilizada para gerenciar o “sistema de fogo e defesa” do grupo. Trata-se de uma instalação no subterrâneo de um vilarejo chamado Ali al‑Taher (situado entre a cidade israelita Kfar Tebnit e a vila libanesa Nabatieh al‑Fawqa).

Logo após os ataques de Israel, agindo muito rapidamente, o Presidente Libanês Joseph Aoun e seu primeiro-ministro Nawaf Salam fizeram um apelo à comunidade internacional para adoção de medidas eficazes para encerrar tis ataques na região.


Bombardeio no sul do Líbano (Vídeo: reprodução/X/@hoje_no)

Esse é o quarto ataque a um dos redutos do Hezbollah, na região suburbana localizada ao sul de Beirute, capital do Líbano, após o cessar-fogo celebrado entre Israel e o grupo financiado pelo Irã em 27 de novembro de 2024, que acabou deixando uma mulher morta e ferindo outras 20 pessoas, segundo o jornal Al Jazeera.

Tropas israelenses no Líbano

O acordo de cessar-fogo estipula que todos os disparos na fronteira entre Líbano e Israel devem cessar, deixando o território ao sul do Líbano livre de quaisquer armas ou combatentes não oficiais, ou seja, que as tropas israelenses devem deixar o local.

Ocorre que isso acabou não acontecendo, pois segundo a agência de notícias Reuters, permanecem em território libanês pelo menos 5 postos com tropas israelenses, atingindo, regularmente, membros do Hezbollah ou pessoas afiliadas ao grupo.

Chefe do Hezbollah exige que tropas israelenses sejam retiradas do Líbano até 18 de fevereiro

O líder do grupo armado Hezbollah, Naim Qassem, comunicou no último domingo (16) o prazo final para a retirada de tropas israelenses do território libanês. Naim Qassem exige que até o dia 18 de fevereiro, próxima terça-feira, Israel se retire do Líbano por não haver nenhum pretexto para a presença militar no país. 


Chefe do Hezbollah exige retirada de Israel (Vídeo: Reprodução/Youtube/ CNN)

Essa não é a primeira vez que Israel recebe um prazo para se retirar do Líbano. Em novembro do ano passado, em um momento de trégua mediado por Washington, as tropas israelenses receberam 60 dias para se retirar do sul libanês. Apesar da mediação de trégua feita pela capital dos EUA no ano passado, a emissora pública de Israel disse que a presença militar de Israel a longo prazo no Líbano foi autorizada pelos EUA. 

O prazo foi estendido até o dia 18 de fevereiro deste ano, mas segundo informações da agência de notícias Reuters, os israelenses solicitaram a manutenção das tropas em cinco postos no Líbano. 

Discurso de Naim Qassem 

O discurso do secretário geral do Hezbollah foi televisionado. Qassem declarou que não há alegação para a presença militar de Israel no país e que as tropas devem estar totalmente retiradas até o dia 18. 

Caso haja presença militar no território após o prazo final, será considerada uma força de ocupação no país. Ainda que não tenha declarado explicitamente que o Hezbollah retomaria os ataques contra Israel, Naim Qassem deixou claro que a presença militar após o prazo final será tratada pelo grupo como uma ocupação. 

Durante a transmissão do comunicado foram realizados três ataques israelenses em solo libanês, no Vale de Bekaa, leste do Líbano. Militares israelenses justificaram os ataques por terem identificado atividades do Hezbollah que continham lançadores de foguete e outras armas. 

O que é o Hezbollah?

O Hezbollah é uma organização muçulmana xiita criada em 1982, em meio a guerra civil libanesa (1975-1990). O grupo nasceu como uma resistência à invasão israelense, sobretudo no território xiita, sul do Líbano. Atualmente, a organização possui influência política e militar no país e, segundo a Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos, é um dos grupos não estatais mais armados do mundo. 


Grupo armado “Hezbollah” (Foto: Reprodução/X/@xumas_iq)

Após a guerra civil no Líbano, o Hezbollah ficou responsável pelo monitoramento e pela contenção da invasão israelense. Isso aconteceu devido a falta de organização do próprio Exército libanês. Com uma atuação de suporte na guerra, o Hezbollah ganhou prestígio com os libaneses. O grupo é considerado uma organização terrorista por alguns países do Ocidente como os EUA, Canadá, União Europeia e Reino Unido. 



Hezbollah e Irã vão pagar um total de 77 milhões de dólares a famílias afetadas pela guerra

O grupo libanês Hezbollah, pagou mais de 50 milhões de dólares a famílias afetadas pela guerra contra Israel. De acordo com o líder Naim Qassem em discurso gravado, o Irã ajuda a organização política a financiar o auxílio. 

Ele também disse que o programa contempla 233,500 famílias que se registraram para receber o pagamento. Ao fim, o auxílio, que varia entre 300 e 400 dólares por família (entre R$1815,21 e R$2420,28), totalizará o montante de 77 milhões de dólares utilizados pela organização.

Além disso, O grupo fará um pagamento único de 8000 dólares (R$48.405,61) àqueles que tiveram a moradia destruída pela guerra e 6000 dólares (R$36.304,21) por um ano de aluguel aos moradores da sede do governo libanês, Beirute, e áreas próximas. O Hezbollah auxiliará com 4000 dólares (R$24.202,80), os que estão se refugiando fora da capital enquanto esperam melhorias nas condições da cidade para voltar.

 O governo iraniano irá providenciar a maior parte desse dinheiro.

No dia 27 de novembro, Hezbollah e Israel firmaram um cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos e França. Mas, os dois países continuam com ataques, mesmo depois do acordo.

Além dos países em guerra direta

As principais tensões no Oriente Médio dos últimos dois anos aconteceram na Faixa de Gaza, entre Israel e o grupo palestino Hamas, e no Líbano, em que o Hezbollah guerreia com o inimigo da . As duas guerras têm como característica o aporte financeiros e apoios militares de potências armamentistas. 

No caso de Israel, o apoio para continuar lutando vem dos Estados Unidos, que se esforça para manter o único aliado político na região. Já as organizações da Palestina e do Líbano são patrocinadas pelo Irã, que começou a desenvolver bombas nucleares em seu território.

Relação entre Hezbollah e Irã

Apesar de ser o principal fornecedor das armas utilizadas pelo Hezbollah na guerra, o Irã ainda não se envolveu diretamente com seus exércitos em defesa das áreas de risco libanesas.

Segundo a BBC News Brasil, isso tem preocupado alguns grupos conservadores, que pedem que o Irã, governado pelo presidente eleito em julho Masoud Pezeshkian, vingue os bombardeios sofridos pelo Líbano.


Presidente iraniano Masoud Pezeshkian (Foto:Reprodução/Michael M. Santiago/Getty Images Embed)


Ao ser eleito, Pezeshkian garantiu que estes ataques não ficariam sem resposta. Na prática, acabou optando por um governo mais conciliador e que evita os comentários extremos relacionados à aniquilação de Israel.

Libaneses retornam ao país, após cessar-fogo entre Israel e Hezbollah

Israel e grupo armado libanês Hezbollah firmaram um cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos e pela França, encerrando um confronto que já resultou em milhares de mortos e 900 mil deslocados no Líbano, além de dezenas de milhares de pessoas obrigadas a fugir do norte de Israel. Porém, o confronto entre Israel e o grupo militante palestino Hamas continua na Faixa de Gaza.

A trégua, iniciada nesta quarta-feira (27), foi considerada uma rara vitória diplomática em meio às tensões regionais e permite uma pausa nas hostilidades que vinham acontecendo há alguns meses, além da volta de milhares de libaneses deslocados pelos confrontos, que começaram a voltar para suas casas.

Essa decisão, que começou às 4h (23h de terça-feira, no horário Brasília), exige que Israel retire gradualmente suas tropas do sul do Líbano, um reduto do Hezbollah, e que as forças militares libanesas se posicionem na região num prazo de 60 dias. O Exército libanês afirmou que já estava se preparando para despachar 5.000 soldados para a região.

Militares garantem a segurança

O Exército do Líbano, encarregado de garantir a manutenção do cessar-fogo, anunciou que está organizando sua mobilização para o sul do país, uma área devastada por intensos bombardeios de Israel durante os combates contra o Hezbollah. Essa região inclui vilarejos no leste e os subúrbios ao sul de Beirute.

Os militares orientaram os habitantes das áreas fronteiriças a adiar o retorno para suas residências, até que as tropas israelenses finalizem a retirada. Desde setembro, as forças israelenses avançaram cerca de 6 km em território libanês em operações terrestres. “Com a entrada em vigor do cessar-fogo, o exército está tomando medidas para finalizar sua implantação no Sul, conforme determinação do governo libanês”, declararam.

Enquanto isso, veículos carregados com colchões, bagagens e móveis foram vistos em direção ao sul, saindo da cidade de Tiro, duramente bombardeada. A intensificação dos confrontos nos últimos dois meses forçou milhares de libaneses a deixarem suas casas.

Israel afirmou ter identificado militantes do Hezbollah retornando para áreas próximas à fronteira e abriu fogo para impedi-los de se aproximarem, sem compromissos de que o incidente comprometesse a trégua.

Conflito histórico

O acordo, mediado pelos Estados Unidos e França, busca encerrar um conflito na fronteira entre Israel e Líbano que já deixou milhares de mortos, desencadeado pela guerra de Gaza no ano anterior. A administração de Joe Biden celebrou a trégua como um marco diplomático nos últimos dias de seu governo.

A atenção diplomática agora se volta para Gaza, devastada por ataques de Israel que visam desmantelar o Hamas, responsável pelos ataques de 7 de outubro de 2023 em território israelense. Israel declarou que o objetivo no Líbano era garantir a segurança de aproximadamente 60 mil israelenses deslocados, devido aos foguetes disparados pelo Hamas em Gaza.


Decisão de cessar-fogo marca retorno de libaneses ao Líbano, gerando congestionamento (Foto: reprodução/Mahmoud Zayyat/AFP/GZH)

Entre os que retornam ao Líbano, alguns exibem bandeiras nacionais, enquanto outros demonstram euforia. Apesar disso, muitas aldeias para onde os moradores voltam estão em ruínas. Hussam Arrout, pai de quatro filhos, afirmou que aguardará a retirada completa israelense antes de retornar.

“Os israelenses não se retiraram completamente, eles ainda estão no limite. Decidimos esperar até que o exército anuncie que podemos entrar. Então ligaremos os carros imediatamente e iremos para a vila”, disse ele.

Joe Biden destaca decisão

O presidente Joe Biden destacou que o cessar-fogo foi projetado para ser permanente e prometeu que o Hezbollah e outras organizações terroristas não serão mais ameaças.

“Isso foi projetado para ser um cessar-fogo permanente das hostilidades”, disse Biden. “O que resta do Hezbollah e de não será permitido ameaçar a segurança de Israel novamente.”

Israel iniciará a retirada de suas tropas nos próximos 60 dias, enquanto o Exército Libanês assumirá o controle das áreas limítrofes. Biden também mencionou os esforços para uma trégua em Gaza, onde os conflitos permanecem.

Essa pausa no conflito proporciona a Israel a oportunidade de restabelecer seus recursos militares e concentrar esforços na luta contra o Hamas em Gaza. A tensão permanece alta, mas o acordo marca um possível passo para o fim da guerra no Oriente Médio.

Exército de Israel encontra milhões em esconderijo

Nesta segunda-feira (21), militares israelenses revelaram que o Hezbollah estava escondendo centenas de milhões de dólares em um bunker, uma informação que pode ter várias implicações importantes. 

O bunker estava sob vigilância há anos e servia como esconderijo para Hassan Nasrallah , segundo os militares israelenses ele era ex-chefe do grupo Hezbollah que foi morto durante um ataque aéreo no fim de setembro. Conforme as Forças de Defesa de Israel, os valores estavam no subsolo do Hospital Al-Sahel, e poderiam ser acessados por dois prédios vizinhos.

Usados como centro financeiro do Hezbollah, o grupo guardava boa parte de seus recursos neste bunker, e por questões de segurança o hospital que fica acima do esconderijo foi evacuado. O governo de Israel garantiu  que não vai bombardear o local.

Declaração foi televisionada

Segundo o site CNN Brasil, em uma declaração que foi televisionada, Hagari alegou que Hassan Nasrallah, líder morto do grupo, construiu o bunker para longas estadias, “ Há centenas de dólares em dinheiro e ouro dentro do bunker agora. Estou pedindo ao governo Libanês, às autoridades libanesas e às organizações internacionais: não permitam que o Hezbollah use o dinheiro para o terror e para atacar Israel “, comentou.  Ainda segundo o site, o chefe do Estado-Maior israelense, Herzi Halevi, disse às tropas no Líbano que entre domingo e segunda-feira (21), aeronaves atingiram cerca de 30 locais que pertencem ao Al-Qard al-hassan, que Israel diz ser o braço financeiro do Hezbollah.


Hassan Nasrallah lider morto do Hezbollah (Foto: reprodução/ site BBC)

Origem e história

O Hezbollah foi fundado no início dos anos 1980, durante a Guerra Civil Libanesa, como uma resposta à invasão israelense do Líbano. O grupo é uma combinação de movimento político, social e militar, com forte apoio da comunidade xiita no Líbano e do Irã.O financiamento do Hezbollah vem de várias fontes, incluindo doações de simpatizantes, atividades comerciais e apoio financeiro do Irã. A descoberta de milhões em um bunker poderia indicar que o grupo tem acesso a mais recursos do que se imaginava.

Israel se prepara para atacar alvos militares do Irã antes das eleições dos EUA, afirma jornal

Israel está planejando uma retaliação militar contra alvos do Irã antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, segundo o The Washington Post. O ataque seria uma resposta ao bombardeio com mísseis iranianos que atingiu o território israelense em 1º de outubro. A ofensiva teria como objetivo alvos militares iranianos, evitando instalações nucleares e de petróleo, o que poderia desencadear um conflito de maiores proporções, de acordo com autoridades americanas.

Resposta calibrada para evitar escalada

Fontes ouvidas pelo jornal afirmaram que a intenção de Israel é realizar uma ação militar “calibrada” para evitar uma guerra total com o Irã. O ataque, com alvos limitados e focado em evitar uma escalada maior, foi discutido em uma conversa entre o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o presidente dos EUA, Joe Biden, na semana passada.

A decisão de focar em alvos militares, e não em estruturas mais sensíveis como as nucleares, aliviou preocupações dentro do governo americano, que tenta evitar um conflito de larga escala no Oriente Médio. Desde o ataque de mísseis, as tensões entre Israel e o Irã aumentaram, especialmente por conta do envolvimento de grupos armados aliados de Teerã, como o Hezbollah.


Joe Biden e Benjamin Netanyahu (Foto: reprodução/Miriam Alster/G1)

Temor de guerra entre Israel e Irã

O governo israelense teme que uma retaliação mal calculada, especialmente contra instalações nucleares ou de petróleo do Irã, poderia gerar uma resposta iraniana capaz de arrastar outras potências globais para o conflito. O presidente Biden já expressou sua oposição a ataques desse tipo, que poderiam provocar uma guerra ampla na região.

Israel, no entanto, reiterou que sua resposta será “letal, precisa e surpreendente”, segundo Yoav Gallant, ministro da Defesa de Israel. O Irã, por sua vez, prometeu represálias caso seja alvo de ataques diretos, aumentando os temores de uma guerra entre os dois países.

Apesar das preocupações americanas com a instabilidade da região, Biden afirmou que apoia as ações israelenses contra alvos iranianos aliados, como o Hezbollah e o Hamas. Contudo, o presidente tem alertado para os riscos de uma escalada maior que envolva outros países no conflito.

Soldados israelenses são mortos em ataque de drone do Hezbollah no norte de Israel

Quatro soldados israelenses morreram e mais de 60 pessoas ficaram feridas neste domingo (13) no norte de Israel, onde o grupo extremista Hezbollah assumiu a responsabilidade por um ataque de drone, informando ao serviço de emergência israelense.

Segundo a United Hatzalah, uma organização de resgate voluntária, as equipes médicas estão tratando mais de 60 vítimas com vários graus de ferimentos na região de Binyamina, e até o momento atual não foi informado se as vítimas são civis ou militares. O Hezbollah disse que o alvo do ataque era um campo de treinamento da Brigada Golani das Forças de Defesa de Israel (IDF), localizado entre Tel Aviv e a cidade de Haifa.

Sobre a ação do Hezbollah

Segundo o grupo, a ação foi uma resposta aos ataques israelenses realizados na última quinta-feira (10) no sul do Líbano e em Beirute. Este é o segundo ataque de drones na região em dois dias. No sábado, um drone atingiu um subúrbio de Tel Aviv, causando danos, mas sem feridos.

O ataque de domingo também coincidiu com o anúncio dos EUA por implantar um novo sistema de defesa aérea para reforçar o sistema de defesa antimíssil de Israel, o THAAD. Esse sistema é muito eficaz contra ameaças curtas e médias, embora utilizado para defesa terrestre, ele também pode atingir alvos fora da atmosfera e será operado pelos militares dos EUA para proteger o país aliado contra possíveis ataques iranianos.


Forças de segurança israelenses no local do ataque com drones perto da cidade de Binyamina (Foto: reprodução/AFP/Oren ZIV)

O secretário da Defesa, Lloyd Austin, autorizou o envio de uma bateria de defesa aérea de alta altitude (THAAD) e de uma equipe de militares dos EUA para Israel que ajudará a fortalecer as defesas aéreas do país após os ataques sem precedentes do Irã, disse o porta-voz do Pentágono., General Pat Ryder.

Protestos na Europa pelo fim da guerra no oriente médio

Os inúmeros conflitos no oriente médio, tem provocado uma série de protestos em diversas cidades da Europa, como em Londres, Paris e Berlim, milhares de pessoas andam se organizando e saindo pelas ruas exigindo o fim dos ataques com uma resolução pacífica dos conflitos que se entendem a tempos. Os manifestantes criticaram a violência de Israel e do Hezbollah, apelando um cessar-fogo imediato e à retomada das negociações diplomáticas.

Todos os protestos têm como base a preocupação com as crescentes hostilidades que ocorrem no oriente médio, já que é uma região marcada por décadas de conflitos. A ONU e muitas organizações humanitárias chamaram a atenção para o impacto devastador da guerra na população civil, que sofre com os bombardeamentos e principalmente com a destruição de vários setores de infraestruturas básicas.

Conflito entre Israel e Hezbollah intensifica tensões com confronto direto no sul do Líbano

Soldados israelenses e militantes do Hezbollah se enfrentaram diretamente no sul do Líbano, no primeiro confronto desde o início da guerra na Faixa de Gaza. O combate ocorreu na madrugada desta terça-feira (1º), de acordo com o Exército de Israel, que confirmou a ação militar como parte de uma operação terrestre limitada contra bases do grupo extremista libanês.

Os ataques marcaram uma nova fase no conflito, após semanas de trocas de bombardeios entre Israel e o Hezbollah. As incursões terrestres foram acompanhadas por alertas do governo israelense para que civis libaneses na região deixassem suas casas. O porta-voz militar Avichay Adraee emitiu um comunicado direcionado a mais de 20 cidades do sul do Líbano, orientando a evacuação imediata para áreas seguras.

Combates intensos no sul do Líbano

Segundo informações do Exército de Israel, os combates ocorreram após incursões terrestres de suas forças em território libanês, na tentativa de neutralizar ameaças do Hezbollah. O porta-voz das Forças Armadas de Israel para o mundo árabe relatou “combates intensos”, com o Hezbollah utilizando áreas civis como escudo para lançar ataques contra os militares israelenses.

Em resposta, o grupo extremista lançou mísseis em direção a Tel Aviv, alegando que os alvos eram instalações do serviço de inteligência israelense, o Mossad. Além disso, a milícia Houthi, aliada do Hezbollah e financiada pelo Irã, afirmou ter disparado foguetes em apoio ao grupo.


Israel faz bombardeio em área no sul do Líbano (Foto: reprodução/AP Photo/Leo Correa)

Ataques aéreos e operação terrestre

A operação israelense, denominada “Setas do Norte”, inclui o uso de tropas terrestres e apoio aéreo, com ataques precisos a alvos do Hezbollah no sul do Líbano. O Exército de Israel justificou a ação como necessária para garantir a segurança dos residentes do norte do país, que haviam deixado suas casas devido aos constantes bombardeios do Hezbollah.

Até o momento, não foram confirmadas informações sobre vítimas ou danos significativos nos confrontos. No entanto, a Reuters relatou que um dos ataques israelenses atingiu um edifício usado como abrigo para refugiados palestinos. O alvo seria o comandante da Fatah, Mounir Maqdah, cujo paradeiro permanece desconhecido.

A escalada do conflito reflete o aumento da tensão na região, que já havia se intensificado após Israel ter matado o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um ataque aéreo na sexta-feira (27). Autoridades de ambos os lados seguem em silêncio quanto aos resultados da operação, enquanto os Estados Unidos expressam apoio à ação israelense na fronteira com o Líbano.

O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, afirmou que uma resolução diplomática é necessária para garantir a segurança dos civis israelenses no norte do país, mas destacou a importância da ofensiva militar para neutralizar a ameaça do Hezbollah.

Israel emite alerta para libaneses se afastarem de posições do Hezbollah e retoma ataques

O exército israelense alertou os cidadãos libaneses nesta segunda-feira (29) para se distanciarem das posições do Hezbollah. O alerta veio após Israel lançar uma nova série de ataques aéreos contra as posições do movimento xiita no norte do país. Dezenas de aviões de guerra israelenses entraram no espaço aéreo libanês para mais bombardeios e a mídia estatal libanesa vem relatando bombardeios no sul e leste do país. O governo já emitiu comunicado que pelo menos 50 mortes foram confirmadas devido aos ataques.

O porta-voz militar israelense, Daniel Hagari, aconselhou os civis localizados perto de edifícios e áreas usadas pelo Hezbollah a deixarem imediatamente a região, já que as forças israelenses irão realizar bombardeios mais extensos contra terroristas que se enraizaram por todo o Líbano.

Mais bombardeiros

As forças armadas israelitas divulgaram um mapa que mostra 19 aldeias e cidades no sul do Líbano que seriam alvo de ação militar, mas não especificaram quais seriam alvo de novos ataques ou quais locais teriam que ser evacuados. A agência de notícias oficial do Líbano, ANI, relatou mais de 80 bombardeios em cerca de meia hora só durante a manhã desta segunda-feira na região o sul do país. Os ataques mais intensos ocorreram no Vale do Bekaa, no leste do país.

O Ministério da Saúde do Líbano já relatou que pelo menos 50 pessoas foram mortas e 300 ficaram feridas nos ataques de hoje, principalmente na região sul do país. Segundo as autoridades estaduais de saúde, grande parte dos mortos são mulheres, crianças e profissionais da área da saúde.

Hagari foi questionado se o anúncio indicava que Israel está se preparando uma invasão terrestre do território libanês e ele afirmou que, por enquanto, o foco seria apenas na campanha aérea.


Fumaça no sul do Líbano (Foto: reprodução/Instagram/@jornalnacional)

Israel e Hezbollah

A hostilidade entre Israel e Hezbollah atingiu um nível preocupante desde o início da guerra em Gaza na semana passada, quando aconteceu uma operação com foco na inteligência israelense, e, tendo sido negada pelo presidente do país no último fim de semana, milhares de aparelhos pager e walkie-talkies usados pelo grupo libanês foram explodidos. Dezenas morreram e mais de 3 mil ficaram feridos, segundo as autoridades do Líbano.

O Hezbollah então respondeu com força aos ataques, lançando centenas de foguetes para as regiões do sul do Líbano contra o norte de Israel, forçando assim as autoridades do Estado judeu a fechar o espaço aéreo e emitirem determinações de segurança para a população civil. Já no domingo (28), o grupo disparou cerca de 150 foguetes, drones e mísseis de cruzeiro, atingindo uma área totalmente civil perto de Haifa, que é considerada a terceira cidade mais importante do país.

Naim Qassem, o vice-líder do Hezbollah, Naim, disse que o bombardeio do domingo seria apenas o inicia da represália a Israel, afirmando que o conflito entre o grupo e o Estado Judeu estaria em um novo estágio. A cerca de quase um ano, o movimento libanês dispara contra Israel em solidariedade aos ataques israelenses contra os ataque em Gaza.

Em Beirute, as autoridades do governo libanês continuam lidando com o impacto dos ataques israelenses. O Ministério da Saúde do país ordenou que os hospitais do sul cancelassem operações selecionadas para se concentrarem no atendimento de emergência durante o bombardeio.

As equipes de resgate continuaram a vasculhar o local de um bombardeio israelense na sexta-feira que matou Ibrahim Aqil, comandante do braço militar do Hezbollah. Cerca de 10 a 15 pessoas permanecem presas nos escombros do prédio residencial afetado. Israel afirma que o local era usado para reuniões e atividades de planejamento do movimento libanês.

Vítimas da explosão de pagers no Líbano reportam momentos de aflição

O longo conflito entre o Hezbollah e Israel ganhou um novo capítulo. Na tarde desta terça-feira (17), a explosão coordenada de pagers, dispositivos usados para receber alertas e mensagens de texto, criou pânico em diferentes partes do Líbano. Agora, o número de fatalidades subiu para 12, dentre elas, uma criança de nove anos. Cerca de 2.750 pessoas saíram feridas, inundando hospitais e mobilizando voluntários para a doação de sangue. Segundo o Ministério da Saúde do país, 170 pessoas estão em estado grave e ao menos 500 pessoas perderam a visão.

Autoria do ataque

Membros do grupo terrorista Hezbollah e do governo libanês acusam Israel de ter cometido o ataque. O governo israelense ainda não se pronunciou sobre o ocorrido, mas fontes dentro do próprio país afirmam que as ordens vieram do premier Benjamin Netanyahu. O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, escapou ileso, mas o embaixador do Irã, Mojtaba Amani, sofreu ferimentos leves. Explosões também foram reportadas na Síria, país onde o grupo também atua. Foram 14 feridos.

Desde o início da guerra em Gaza, os membros do Hezbollah intensificaram o uso de pagers a pedido do próprio Nasrallah, por serem mais difíceis de rastrear do que celulares. Porém, o dispositivo também é usado por diversos profissionais da área de saúde e de serviços de emergência. Alguns analistas acreditam que a causa da explosão quase que simultânea de ontem pode ter sido um malware que superaqueceu as baterias ou uma infiltração na linha de montagem do aparelho.

O Ministro da Saúde do Líbano, Firass Abiad, disse que as regiões mais atingidas das vítimas foram o abdômen, as mãos e o rosto, já que elas estavam usando os pagers ou guardando-os próximos ao corpo no momento da explosão. Relatos de testemunhas do ataque compararam a explosão dos pagers a tiros e vídeos do momento foram divulgados pela mídia.


Firass Abiad, ministro libanês, realizou uma coletiva de imprensa para falar sobre as explosões dos pagers e suas vítimas (Foto: Reprodução/Houssam Shbaro/Anadolu/Getty Images embed)


Nos subúrbios de Beirute, onde vários membros do Hezbollah estão alocados, várias explosões foram reportadas pelos moradores, que viram a fumaça saindo dos bolsos das pessoas, seguida de explosões similares a fogos de artifício. Mohammed Awada testemunhou o momento enquanto dirigia seu carro ao lado de uma das vítimas. “Meu filho ficou louco e começou a gritar quando viu a mão de um homem voando para longe dele”, disse Awada ao The New York Times.

O efeito da tragédia no país

O acontecimento deixou muitas pessoas de Beirute em estado de choque e confusão, tentando encontrar uma explicação para o que viram. O ataque despertou pânico e medo de até mesmo atender o celular quando tocava. O médico Abdulrahman al Bizri visitou hospitais em Sídon e viu como o sistema de saúde do país está sobrecarregado. Segundo ele, há falta de cirurgiões oftalmológicos para tratar as centenas de vítimas com ferimentos nos olhos.


Em meio à tragédia, os cidadãos libaneses foram doar sangue, a pedido do Ministro da Saúde (Foto: Reprodução/Houssam Shbaro/Anadolu/Getty Images embed)



Muitos dos feridos também sofreram amputações. Em entrevista à imprensa local, um membro da equipe médica de um hospital relatou que as pessoas perderam alguns dedos e em outros casos, todos os dedos da mão. “É muito delicado e algumas cenas são horríveis”, disse ele. Mais de 50 ambulâncias e 300 equipes médicas de emergência foram chamadas para ajudar as vítimas. O número de feridos chega a 3 mil, incluindo membros do Hezbollah e civis.