O exército israelense alertou os cidadãos libaneses nesta segunda-feira (29) para se distanciarem das posições do Hezbollah. O alerta veio após Israel lançar uma nova série de ataques aéreos contra as posições do movimento xiita no norte do país. Dezenas de aviões de guerra israelenses entraram no espaço aéreo libanês para mais bombardeios e a mídia estatal libanesa vem relatando bombardeios no sul e leste do país. O governo já emitiu comunicado que pelo menos 50 mortes foram confirmadas devido aos ataques.
O porta-voz militar israelense, Daniel Hagari, aconselhou os civis localizados perto de edifícios e áreas usadas pelo Hezbollah a deixarem imediatamente a região, já que as forças israelenses irão realizar bombardeios mais extensos contra terroristas que se enraizaram por todo o Líbano.
Mais bombardeiros
As forças armadas israelitas divulgaram um mapa que mostra 19 aldeias e cidades no sul do Líbano que seriam alvo de ação militar, mas não especificaram quais seriam alvo de novos ataques ou quais locais teriam que ser evacuados. A agência de notícias oficial do Líbano, ANI, relatou mais de 80 bombardeios em cerca de meia hora só durante a manhã desta segunda-feira na região o sul do país. Os ataques mais intensos ocorreram no Vale do Bekaa, no leste do país.
O Ministério da Saúde do Líbano já relatou que pelo menos 50 pessoas foram mortas e 300 ficaram feridas nos ataques de hoje, principalmente na região sul do país. Segundo as autoridades estaduais de saúde, grande parte dos mortos são mulheres, crianças e profissionais da área da saúde.
Hagari foi questionado se o anúncio indicava que Israel está se preparando uma invasão terrestre do território libanês e ele afirmou que, por enquanto, o foco seria apenas na campanha aérea.
Israel e Hezbollah
A hostilidade entre Israel e Hezbollah atingiu um nível preocupante desde o início da guerra em Gaza na semana passada, quando aconteceu uma operação com foco na inteligência israelense, e, tendo sido negada pelo presidente do país no último fim de semana, milhares de aparelhos pager e walkie-talkies usados pelo grupo libanês foram explodidos. Dezenas morreram e mais de 3 mil ficaram feridos, segundo as autoridades do Líbano.
O Hezbollah então respondeu com força aos ataques, lançando centenas de foguetes para as regiões do sul do Líbano contra o norte de Israel, forçando assim as autoridades do Estado judeu a fechar o espaço aéreo e emitirem determinações de segurança para a população civil. Já no domingo (28), o grupo disparou cerca de 150 foguetes, drones e mísseis de cruzeiro, atingindo uma área totalmente civil perto de Haifa, que é considerada a terceira cidade mais importante do país.
Naim Qassem, o vice-líder do Hezbollah, Naim, disse que o bombardeio do domingo seria apenas o inicia da represália a Israel, afirmando que o conflito entre o grupo e o Estado Judeu estaria em um novo estágio. A cerca de quase um ano, o movimento libanês dispara contra Israel em solidariedade aos ataques israelenses contra os ataque em Gaza.
Em Beirute, as autoridades do governo libanês continuam lidando com o impacto dos ataques israelenses. O Ministério da Saúde do país ordenou que os hospitais do sul cancelassem operações selecionadas para se concentrarem no atendimento de emergência durante o bombardeio.
As equipes de resgate continuaram a vasculhar o local de um bombardeio israelense na sexta-feira que matou Ibrahim Aqil, comandante do braço militar do Hezbollah. Cerca de 10 a 15 pessoas permanecem presas nos escombros do prédio residencial afetado. Israel afirma que o local era usado para reuniões e atividades de planejamento do movimento libanês.