IBGE: novo censo é autorizado, e vai contratar mais de 39 mil temporários

Na quarta-feira (17), foi publicado no Diário Oficial da União, o qual é o jornal oficial do governo federal do Brasil. É nele que o governo divulga atos oficiais com validade legal. Trata-se de uma portaria conjunta dos Ministérios da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, chefiado pela ministra Esther Dweck, e do Planejamento e Orçamento, comandado pela ministra Simone Tebet.

Nessa portaria, o governo federal autoriza a contratação temporária de 39,1 mil pessoas para atuar em dois grandes levantamentos conduzidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): o Censo Agropecuário, Florestal e Aquícola de 2025 e o Censo da População em Situação de Rua.

No texto, é afirmado que as despesas com as contratações farão parte do orçamento do próprio IBGE, classificadas como Outras Despesas Correntes, e dependerão de declaração de adequação orçamentária e financeira. Ou seja, só poderão ser confirmadas se houver comprovação formal de que cabem no orçamento público e não violam as regras fiscais.  

Informações dessas contratações temporárias do IBGE

Para conquistar as vagas, será necessária aprovação prévia em processo seletivo simplificado, uma forma mais rápida e menos burocrática de seleção feita pela administração pública. Diferentemente do concurso público tradicional, o processo pode incluir análise de currículo, prova objetiva, entrevista ou a combinação desses critérios.

O IBGE tem prazo de até seis meses para publicar o edital de abertura das inscrições, e as remunerações serão definidas pelo próprio instituto, conforme a legislação vigente.


Post do IBGE sobre as contratações temporárias (Foto: reprodução/Instagram/@ibgeoficial)


Ao todo, são 39.108 vagas, divididas em diversas categorias. A função com o maior número de contratações é a de Recenseador, com 27.330 vagas, cuja atividade principal é a coleta de dados, ou seja, ir aos locais conversar com as pessoas. Outra função é a de Agente Censitário Supervisor, com previsão de 4.143 contratações. Esses profissionais atuarão na supervisão da coleta de dados, acompanhando e orientando o trabalho dos recenseadores.

Em seguida, o cargo de Agente Censitário de Informática conta com 1.446 vagas, voltadas ao suporte técnico de informática. Já o Agente Censitário Administrativo soma 1.432 vagas, atuando no apoio administrativo. Além desses, tem o Agente Operacional Regional com 1.286 vagas, apoiando o operacional e administrativo. 

Outras 1.286 vagas são destinadas ao cargo de Agente Censitário Regional, cuja função é a coordenação regional do Censo. O Agente Censitário de Qualidade possui 1.165 vagas e tem como atribuição garantir a qualidade e a confiabilidade dos dados coletados. Por fim, o cargo de Analista Censitário, com 1.020 vagas, envolve um trabalho técnico e analítico sobre os dados e os processos do Censo.

Outros concursos e vagas do IBGE

O último concurso do IBGE foi em 2023, quando o governo federal autorizou o instituto a realizar seleção para contratar 8.141 funcionários temporários voltados à elaboração de pesquisas e novos censos.

Além disso, no ano passado, o IBGE também ofertou mais 895 oportunidades no Concurso Público Nacional Unificado (CPNU). No entanto, em um país de proporções continentais como o Brasil, constatou-se a necessidade de mais funcionários para aprimorar a coleta de dados e o desenvolvimento de novos censos.


Funcionário do IBGE fazendo a coleta de dados na tribo Tuyuka (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Michael Dantas)


Atualmente, já está em andamento um processo seletivo temporário do IBGE, oferecendo ao todo 9.580 vagas para os cargos de Agente de Pesquisas e Mapeamento e Supervisor de Coleta e Qualidade. Após o término desse processo, o novo processo seletivo, com mais 39.108 vagas, deverá ser publicado, iniciando o processo de contratações para o Censo Agropecuário, Florestal e Aquícola de 2025 e para o Censo da População em Situação de Rua.

Brasil registra menores níveis de pobreza e extrema pobreza da série histórica do IBGE

O Brasil atingiu em 2024, os menores índices de pobreza e extrema pobreza desde o início da série histórica do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2012. A nova edição da Síntese de Indicadores Sociais (SIS) 2024 foi divulgada nesta quarta-feira (3).

Segundo a síntese, 23,1% da população vivia abaixo da linha de pobreza, enquanto 3,5% estavam em situação de extrema pobreza – os menores percentuais desde 2012. Apesar dos avanços históricos, os dados também expõem persistentes desigualdades regionais e sociais, que mantêm uma parte expressiva da sociedade em situação de vulnerabilidade, especialmente na região do Nordeste.

Índice em queda

O percentual da população abaixo da linha de pobreza caiu de 27,3% em 2023 para 23,1% em 2024, o que representa 8,6 milhões de brasileiros a menos nessa condição. Já a extrema pobreza recuou de 4,4% para 3,5% no mesmo período, equivalente a 1,9 milhão de pessoas.

Em 2024, cerca de 48,9 milhões de brasileiros viviam com menos de US$ 6,94 por dia – o limite que o Banco Mundial define como linha da pobreza. Em 2023, esse número era de 57,6 milhões, o que representa uma queda de 8,7 milhões de pessoas. São considerados extremamente pobres os que vivem com renda abaixo de US$ 2,18.


Pessoas em situação de extrema pobreza no Brasil (Foto: reprodução/Agência Brasil/José Cruz)


O rendimento domiciliar per capita, que é a soma da renda da casa dividida pelo número de moradores, foi de R$ 2.701 mensal em 2024, sendo considerado o maior registro desde o início da série. Para o IBGE, a queda do nível de pobreza do país foi um resultado desse aumento da renda média dos brasileiros.

A desigualdade de renda também teve queda nos índices. Entre 2023 e 2024, o Índice de Gini – responsável por medir a desigualdade de renda – caiu de 0,517 para 0,504, o que significa que a diferença entre a renda dos mais ricos e dos mais pobres diminuiu. Especialistas atribuem a queda ao aumento dos benefícios sociais e ao aquecimento do mercado de trabalho, com a redução do desemprego.

Desigualdade social e regional

Apesar da queda histórica nos índices de pobreza, o estudo revela uma desigualdade persistente e acentuada segundo a região, raça e tipo de ocupação. As regiões Norte e Nordeste continuam registrando as maiores taxas de pobreza e extrema pobreza. A pobreza no Norte chegou a 13,41%, enquanto no Nordeste foi de 45,85%. Já a extrema pobreza no Norte teve um nível de 11,4% e no Nordeste um nível de 50,3%.

A desigualdade social também se manifesta no mercado de trabalho. O IBGE analisou o grupo “working poor”, que são pessoas que têm ocupações, mas vivem em domicílios pobres. Em 2024, 11,9% dos brasileiros se encontravam nessa situação, representando 12 milhões de pessoas. A extrema pobreza atingiu 0,6% dos que mantêm empregos, equivalente a 585 mil pessoas.

O índice também aponta que entre os trabalhadores informais a incidência da pobreza é mais elevada. Em setores mais frágeis como agricultura e serviços domésticos, o risco de pobreza é ainda maior. 8,7% do total de trabalhadores pobres atuam em serviços domésticos, e 6,6% trabalham com agricultura e trabalhos rurais.

Outro aspecto relevante é a desigualdade de rendimento domiciliar per capita entre raças e gênero. Os dados demonstram que os mais atingidos pela extrema pobreza por raça são pardos (4,5%) e pretos ou pardos (4,4%), enquanto os menos atingidos são os brancos (2,2%). Já na proporção por gênero na extrema pobreza, as mulheres são as mais atingidas, com percentual de 3,5. Mesmo no índice de pobreza, os dados persistem.

Desemprego apresenta queda no Brasil após o mês de outubro

Dados divulgados pelo IBGE mostram que o Brasil alcançou, em outubro de 2025, a menor taxa de desemprego já registrada desde 2012. O recuo para 5,4% indica um cenário de recuperação e consolidação do mercado de trabalho formal, com impactos diretos sobre renda, consumo e estabilidade econômica para milhões de trabalhadores.

Desocupação em queda

No trimestre encerrado em outubro, a população desocupada no país caiu para cerca de 5,910 milhões, o que representa o menor contingente já registrado desde o início da pesquisa. A redução corresponde a uma queda de 3,4% em relação ao trimestre anterior e de 11,8% na comparação com o mesmo período de 2024. Ao mesmo tempo, o total de trabalhadores ocupados permaneceu estável em 102,5 milhões, consolidando um patamar considerado recorde e evidenciando a capacidade do mercado de absorver mão de obra mesmo em um cenário de desaceleração econômica.


Escala de desemprego no Brasil apresenta números históricos devido à queda (Foto: reprodução/Vitor Vasconcelos/Secom-PR)


Sinais de avanço, mas com desafios

Apesar dos números positivos, especialistas destacam que parte dessa melhora pode estar relacionada ao aumento de vagas temporárias típico do fim de ano, especialmente no setor de comércio e serviços. Esse movimento é comum nesse período e costuma elevar a contratação de trabalhadores para atender à maior demanda. Por isso, a redução do desemprego pode refletir tanto avanços consistentes no mercado de trabalho quanto um impulso passageiro provocado pela sazonalidade.

Além desse fator, mesmo com o crescimento do emprego formal e o aumento do número de trabalhadores com carteira assinada, a informalidade ainda representa cerca de 37,8% da população ocupada. Esse índice elevado mostra que uma parcela significativa da força de trabalho permanece sem garantias trabalhistas, salários estáveis ou proteção social. A permanência desse cenário indica que, embora o mercado apresente sinais de recuperação, muitos trabalhadores continuam vulneráveis a oscilações na economia, o que impede que o país alcance um nível de segurança e estabilidade capaz de beneficiar todos de maneira uniforme

Por fim, o Brasil alcançou em outubro de 2025 a menor taxa de desemprego desde 2012. O aumento da formalização, o recorde de trabalhadores com carteira assinada e o crescimento da massa de renda real apontam para uma recuperação sólida do mercado de trabalho. Mesmo assim, a informalidade ainda elevada e os efeitos sazonais do fim de ano pedem cautela. Os próximos trimestres serão fundamentais para mostrar se esse resultado representa um novo patamar sustentável ou apenas uma melhora temporária

 

Crescimento da economia brasileira desacelera, apesar de alta de 0,4%

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil avançou 0,4% entre abril e junho de 2025 em relação ao trimestre anterior, atingindo R$ 3,2 trilhões em valores correntes, segundo dados divulgados nesta terça-feira (2), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No entanto, apesar do resultado positivo, o desempenho confirma uma desaceleração do crescimento econômico em comparação aos últimos anos.

Juros elevados impactam setores sensíveis e o PIB Brasil 2025

Também, a coordenadora de contas nacionais do IBGE, Rebeca Palis, explicou que a desaceleração do PIB está ligada à política monetária em vigor, marcada por juros elevados desde setembro de 2024. Segundo ela, setores que dependem mais de crédito, como a construção civil e a indústria de transformação, foram os mais afetados nesse cenário de restrição.

Em julho, o Copom manteve a taxa Selic em 15%, citando incertezas externas e os efeitos das tarifas aplicadas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, cuja vigência completa começou em agosto. Consequentemente, os impactos dessas medidas só devem ser totalmente refletidos nos próximos trimestres.

Serviços e indústria sustentam crescimento

No segundo trimestre, os serviços cresceram 0,6%, enquanto a indústria avançou 0,5%. Já a agropecuária registrou uma pequena queda de 0,1%, enquanto o consumo das famílias teve alta de 0,5%, ajudando a sustentar a atividade econômica no período.

Nas exportações de bens e serviços houve alta de 0,7%, e as importações diminuíram 2,9% em relação ao trimestre anterior. Assim, o desempenho do comércio exterior ajudou a sustentar, ainda que de forma limitada, o PIB do período.

Perspectivas do PIB Brasil 2025 para os próximos trimestres

Analistas mantêm projeção de crescimento anual próximo de 2,5%, porém com leve viés de baixa devido à desaceleração do segundo trimestre. Para Natalie Victal, economista-chefe da Sul América Investimentos, os resultados ajudam a afastar avaliações mais pessimistas e sustentam uma projeção favorável para 2025.

Dessa forma, o terceiro trimestre deve apresentar ritmo mais fraco, especialmente em setores cíclicos como construção, indústria e comércio, que são mais sensíveis à elevação das taxas de juros.


Governo projeta PIB com leve viés de baixa após resultado do 2º trimestre (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil Money)

Agropecuária e indústria extrativa sustentam desempenho anual

Na comparação com o mesmo período de 2024, o PIB avançou 2,2%, impulsionado pela alta da agropecuária (10,1%) e das indústrias extrativas (8,7%). Além disso, no acumulado do semestre, a economia cresceu 2,5%, e em doze meses, 3,2%.

O crescimento do setor agrícola é explicado por safras recordes de milho e soja, enquanto a valorização das commodities brasileiras reforça o desempenho do setor externo. O consumo das famílias segue exercendo papel central no crescimento econômico, ainda que o cenário mostre sinais de desaceleração.

Desempenho por setor no 2º trimestre de 2025

Indústria

  • Indústrias extrativas: +5,4%
  • Eletricidade, água e gestão de resíduos: -2,7%
  • Indústrias de transformação: -0,5%
  • Construção: -0,2%

Serviços

  • Atividades financeiras e de seguros: +2,1%
  • Informação e comunicação: +1,2%
  • Transporte e armazenamento: +1,0%
  • Outras atividades de serviços: +0,7%
  • Atividades imobiliárias: +0,3%
  • Comércio: 0%
  • Administração pública, saúde e educação: -0,4%

Avaliação de especialistas

Rodolfo Margato, economista da XP, avaliou que o desempenho do PIB superou levemente as projeções do mercado. Ainda assim, ele destacou sinais de enfraquecimento da demanda interna, embora o consumo das famílias demonstre resiliência.

Luciano Costa, economista-chefe da Monte Bravo, reforça que setores cíclicos continuam pressionados pela taxa de juros elevada, principalmente construção, indústria e comércio. Assim, a XP mantém a projeção de crescimento de 2,2% para 2025 e estima 1,6% para 2026.

População brasileira aumenta, mas se aproxima do fim do bônus demográfico

A República Federativa do Brasil atingiu um marco de 213,4 milhões de habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desse modo, o crescimento foi de 0,39% em relação ao ano passado, quando a população estimada era de 212,5 milhões. Apesar do aumento, os dados confirmam uma tendência: o ritmo de expansão populacional segue cada vez mais lento.

A queda na taxa de fecundidade e o envelhecimento da população explicam o cenário. Assim, o país se aproxima do fim do bônus demográfico, período marcado por maior proporção de jovens em idade produtiva.

População pode começar a encolher em 2041

De acordo com o IBGE, o Brasil alcançará seu pico populacional em 2041, com 220,4 milhões de habitantes. A partir desse marco, o número de moradores cairá gradualmente, podendo chegar a 199,2 milhões em 2070. Por analogia, esse processo indica que, em menos de duas décadas, o país terá crescimento negativo, quando mortes superam nascimentos.

Concomitantemente, São Paulo segue como o estado mais populoso, com 46 milhões de habitantes, equivalentes a 21,6% da população nacional. Logo, a capital paulista concentra 11,9 milhões de moradores. Em contrapartida, Roraima aparece como o estado menos populoso, com 737,7 mil habitantes.


— Multidão nas ruas do Pará (Foto: reprodução/Anderson Coelho/AFP/Getty Images Embed)


Impactos econômicos e sociais do envelhecimento

O fim do bônus demográfico traz consequências diretas para a economia. Antes de 2030, os idosos já serão a maior parcela populacional, pressionando gastos com saúde, previdência e políticas sociais. Especialistas apontam que o desafio será criar estratégias para garantir qualidade de vida e sustentabilidade econômica em um país mais envelhecido.

Além da dinâmica interna, fatores externos também influenciam o crescimento. Em 2025, os cubanos ultrapassaram os venezuelanos nos pedidos de refúgio ao Brasil, somando 9.467 solicitações entre janeiro e março. O país se tornou destino viável diante das barreiras impostas pelos Estados Unidos.

Enquanto isso, novas regras em Portugal, Estados Unidos e Argentina endurecem a imigração. As mudanças devem afetar brasileiros que buscam viver, trabalhar ou viajar para o exterior.

Desemprego fica em 6,6% no trimestre encerrado em abril, diz IBGE

Após registrar 6,2% no trimestre encerrado em janeiro, a taxa de desemprego no Brasil subiu para 6,6% no trimestre encerrado em abril, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse é o menor índice para um trimestre encerrado em abril desde o início da série histórica, em 2012.

Apesar do crescimento em relação ao trimestre anterior, quando a taxa ficou em 6,5%, o número de pessoas desocupadas ainda está abaixo dos 8,3 milhões registrados em igual período de 2024, representando uma queda de 13,1%.

População ocupada e trabalhadores por categoria

A população ocupada no Brasil totalizou 103 milhões de pessoas, apresentando uma leve redução de 0,6% (menos 641 mil) no trimestre. Entre os trabalhadores, 39,3 milhões possuem carteira assinada, número estável em comparação com o trimestre anterior.

Os empregados sem carteira somam 13,9 milhões, número que caiu no trimestre, mas cresceu 3,2% em relação ao ano anterior. No setor público, há 12,5 milhões de trabalhadores, com queda de 2,8% no trimestre e alta de 2,9% na comparação anual.

Já os trabalhadores por conta própria somam 25,8 milhões, apresentando estabilidade tanto no trimestre quanto no ano.


Taxa de desocupação é a menor para este período do ano ( Foto: reprodução/ Instagram/@globonews)


Dados adicionais da pesquisa

  • Taxa de desocupação: 6,6%
  • População desocupada: 7,2 milhões
  • População ocupada: 103 milhões
  • População fora da força de trabalho: 66,8 milhões
  • População desalentada (que desistiu de procurar emprego): 3,2 milhões
  • Empregados com carteira assinada: 39,3 milhões
  • Empregados sem carteira assinada: 13,9 milhões
  • Trabalhadores por conta própria: 25,8 milhões
  • Trabalhadores domésticos: 5,8 milhões
  • Trabalhadores informais: 39,5 milhões

Segundo o analista do IBGE William Araujo Kratochwill, o aumento no desemprego neste trimestre é explicado principalmente pelas demissões temporárias, comuns após o período de festas e alta demanda no último trimestre do ano.

Demissões temporárias impactam a taxa de desemprego no primeiro trimestre, mas não refletem tendência negativa.
O número de empregados com carteira assinada se mantém estável, sinalizando segurança para trabalhadores.

Segundo Censo, Brasil tem 2,4 milhões de pessoas diagnosticadas com autismo

Conforme os dados divulgados nesta sexta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil possui 2,4 milhões de pessoas que receberam o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA), conforme as informações do Censo de 2022. Também foi relatado que esse número equivale a 1,2% da população. As informações foram publicadas com os dados sobre a relação de brasileiros com alguma necessidade especial.

Incidência maior entre homens

Segundo as informações fornecidas, a quantidade de homens que declararam sofrer do transtorno é maior do que a de mulheres. A maioria desses indivíduos possui entre 0 a 44 anos. Enquanto isso, ainda não há explicações conclusivas dentro da medicina sobre o assunto.

Ao verificar a faixa etária dos cidadãos diagnosticados com TEA, nota-se que há uma maior concentração entre pessoas com idades de 5 a 9 anos (2,65%). Em seguida, aparecem as faixas etárias de 0 a 4 anos (2,1%), 10 a 14 anos (1,9%) e, por último, de 15 a 19 anos (1,3%).Esses registros refletem os dados de 1,1 milhão de pessoas.


— IBGE divulga números do Censo 2022 (Foto: reprodução/X@ibgecomunica)


Para os especialistas da agência de estatística do Brasil, esses percentuais estão atrelados ao diagnóstico mais acelerado, motivado pelo aumento da busca por informações por parte dos responsáveis de crianças e adolescentes.

Estados e raças de pessoas com TEA

Além disso, foram registrados os percentuais de pessoas brancas, negras, pardas, autodeclaradas amarelas e indígenas que possuem o transtorno, bem como as regiões do país com maior índice de pessoas com TEA. Com base nos relatos do Censo, pessoas brancas lideram o percentual de indivíduos com o espectro autista.

Os dados informaram que brancos são 1,3%; autodeclarados amarelos, 1,2%; pretos, 1,1%; pardos, 1,1%; e indígenas, 0,9%.

Em termos regionais, o Sudeste do país lidera o ranking de pessoas com neurodiversidade autista, sendo o estado de São Paulo destaque, com mais de 500 mil pessoas diagnosticadas com o transtorno.

O IBGE de 2022 apontou que o índice de escolarização de cidadãos com autismo foi maior quando comparado à taxa da população geral. A alfabetização de indivíduos com a neurodivergência foi de 36,9%, enquanto, na sociedade geral, os números foram de 24,3%.


— Evento de divulgação do Censo 2022 realizado na OAB de Natal/RN nesta sexta-feira (23) (Foto: reprodução/X@ibgecomunica)


Vale lembrar que o Censo leva em consideração os alunos com TEA matriculados em instituições de ensino. No entanto, a qualidade do ensino oferecida a esse grupo de pessoas não é avaliada pelo instituto.

Norte e nordeste lideram o ranking de regiões com pessoas com deficiência

 Ainda com os relatos publicados pelo órgão oficial de estatísticas do Brasil, mais de 15% de pessoas nas regiões Norte e nordeste possuem uma deficiência. E, de acordo o Censo, pessoas com deficiência são, em sua maioria, pessoas adultas com idades entre 50 e 69 anos.

As limitações coletadas pelo IBGE foram:

  • Dificuldade para enxergar (4%);
  • Dificuldade para se locomover (2,6%);
  • Complicações para pegar pequenos objetos (1,4%);
  • Problemas na fala;
  • Impedimentos para poder trabalhar ou estudar devido às dificuldades constantes para ouvir (1,3%);
  • Limitações relacionadas às funções mentais (1,4%);
  • Dificuldade constante para ouvir (1,3%).

O IBGE também avaliou a taxa de escolaridade desse grupo de pessoas e verificou que, entre os indivíduos com 15 anos ou mais que possuem deficiência, 2,9 milhões são analfabetos. Isso equivale a 2,3%, um baixo índice de escolaridade.

A taxa de pessoas com baixa escolaridade é superior à de pessoas que não possuem limitações. Só no Brasil, 63,1% das pessoas com 25 anos ou mais que têm alguma deficiência, não concluíram o ensino fundamental. Esse percentual também é superior ao do grupo de pessoas sem deficiência.

IBGE lança versão do mapa-múndi com Brasil no centro e hemisférios invertidos

Nesta quarta-feira (7), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentou uma nova edição do mapa-múndi, desta vez com o Brasil posicionado no centro da imagem. A representação, conhecida como “mapa invertido”, propõe uma nova perspectiva geográfica ao destacar o papel do hemisfério sul. O material dá visibilidade especial aos países que compõem os blocos Brics e Mercosul, além das nações lusófonas e das áreas abrangidas pelo bioma amazônico.

Mapa invertido

A nova versão também marca cidades brasileiras que ganham destaque no cenário internacional. Entre elas, o Rio de Janeiro é identificado como capital do BRICS; Belém, como anfitriã da COP30; e o estado do Ceará, por sediar o Triplo Fórum Internacional da Governança do Sul Global.

Com o novo mapa, o Brasil e seus parceiros de blocos como o Mercosul e o BRICS ganham destaque, reforçando seu papel de liderança nas discussões internacionais.

Também estão evidenciadas regiões de língua portuguesa e áreas da floresta Amazônica, sublinhando aspectos culturais e ambientais relevantes para a geopolítica atual.

A iniciativa, segundo o instituto, visa incentivar a reflexão sobre o papel estratégico dos países do sul global no cenário internacional, especialmente em temas como mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável.

Nas redes sociais, o presidente do IBGE, Marcio Pochmann, afirmou que a nova representação busca evidenciar o protagonismo brasileiro em espaços como o BRICS, o Mercosul e a COP30, que será realizada em Belém, no Pará, em novembro de 2025.


Publicação feita por Marcio Pochmann, presidente do IBGE (Foto: reprodução/X/@MarcioPochmann)

Durante o encontro, que reunirá líderes mundiais, o Brasil deve defender pautas ambientais prioritárias, como a proteção da Amazônia e dos povos indígenas, além de promover acordos que envolvem sustentabilidade e cooperação internacional.

COP30

Marcada para novembro deste ano, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30) será realizada em Belém, no estado do Pará.

O evento reunirá representantes de diversos países para tratar de ações urgentes diante do agravamento da crise climática no planeta.

Entre os principais temas da conferência está a implementação do Acordo de Paris, assinado em 2015, que prevê limitar o aquecimento global a no máximo 2 °C até o final do século, meta considerada crucial para evitar catástrofes ambientais ainda mais severas.

Para atingir esse objetivo, especialistas apontam a necessidade de ampliar os recursos destinados à preservação ambiental, sobretudo nos países em desenvolvimento.

A proposta é que o financiamento internacional voltado à sustentabilidade alcance a marca de até 1 trilhão de dólares por ano.

Esse volume de investimento é visto como essencial para promover uma transição justa e efetiva rumo a uma economia de baixo carbono, com maior proteção aos ecossistemas e apoio às populações mais vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas.

IBGE divulga menor taxa de desemprego para o 1º trimestre desde 2012

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira (30) a Pesquisa Nacional por Amostra de Domícílios (PNAD) Contínua, que aponta a taxa de desemprego no Brasil em 7% no primeiro trimestre de 2025. 

O IBGE considera esta a menor taxa de desocupação para o período desde o início do cálculo, em 2012. O último trimestre de 2024, encerrado em dezembro, apresentou taxa de 6,2%, o que corresponde a 0,8 ponto percentual (p.p) a menos que o atual. No entanto, o primeiro trimestre de 2024 apontou uma taxa de desemprego mais alta, de 7,9%. 


Imprensa brasileira destaca a menor série histórica (Vídeo: reprodução/YouTube/g1)

São 7,7 milhões de brasileiros desempregados, um aumento de 13,1% (cerca de 891 mil pessoas) em comparação ao trimestre anterior. No entanto, esse número mostra uma redução de 10,5% (909 mil pessoas a menos) em comparação ao mesmo período em 2024. 


Tabela comparativa da taxa de desocupação no Brasil de 2012 a 2025 (Foto: reprodução/IBGE)

Metodologia do cálculo

A PNAD Contínua é uma pesquisa que acompanha flutuações e a evolução da força de trabalho com vistas ao estudo do desenvolvimento socioeconômico do Brasil. Ela possui informações reunidas com indicadores mensais que são gerais para o Brasil e trimestrais que incluem todos os níveis de pesquisa.

Basicamente, o estudo divide a população em dois grupos: maiores de 14 anos (aptos para trabalhar) e menores de 14 anos (não aptos para trabalhar). 

Dentro do grupo de pessoas aptas para trabalhar, surgem mais dois grupos: pessoas na força de trabalho e pessoas fora da força de trabalho.

O grupo das pessoas dentro da força de trabalho é dividido em desocupados e empregados. O número de desocupados dividido pelo total de pessoas na força de trabalho resulta na taxa de desemprego. 

Comparação de índices trimestrais e anuais

O número de pessoas ocupadas é de 102,5 milhões de brasileiros, 1,3% (1,3 milhão de pessoas a menos) no trimestre e 2,3% (2,3 milhões de pessoas) a mais no ano. O nível de ocupação está em 57,8%, ou seja, pessoas em idade de trabalhar no Brasil (14 anos ou mais) estão empregadas. 

Segundo Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, o aumento da taxa de desocupação no trimestre é um desempenho típico dos inícios de ano. Geralmente, contratos de empregados temporários admitidos durante o período de Natal se encerram no primeiro trimestre. A especialista avalia que o índice de 7% ainda evidencia o aquecimento do mercado. 


O aumento da taxa de desemprego é costumeiramente esperado em um início de ano (Foto: reprodução/X/@rvitoria)

O IBGE apurou que o rendimento médio real habitual do brasileiro no trimestre que findou em março foi de aproximadamente R$ 3.410 mensais, dentro da lista de trabalhos na referência da pesquisa. Este foi o novo recorde da série histórica, com crescimento de 1,2% no trimestre e 4% no ano. 

A pesquisa estimou que a massa de rendimentos, que representa os valores recebidos por todos esses trabalhadores, se manteve estável em R$ 345 bilhões no trimestre e cresceu 6,6% no ano, o que representa mais de R$ 21,2 bilhões.

Trabalhadores com e sem registro

Apesar do aumento do nível de desocupação, o número absoluto de empregados com carteira assinada atingiu 39,4 milhões de pessoas, o que manteve a estabilidade no trimestre e um crescimento de 3,9% (mais de 1,5 mil pessoas) no ano. 

Os empregados sem carteira assinada somam 13,5 milhões de pessoas. Este índice mostra uma redução de 5,3% (751 mil pessoas) no trimestre, mas estabilidade no índice anual. 

Esses valores somam um crescimento de 3% de trabalhadores com e sem carteira assinada no setor privado, o que corresponde a um total de 53,1 milhões de pessoas.

O IBGE constatou que a taxa de informalidade ficou com 38% da população ocupada, ou seja, cerca de 38,9 milhões de trabalhadores. O percentual era de 38,6% no trimestre anterior e de 38,9% no mesmo período de 2024. 

Dentro do setor público, houve uma redução de 2,3% (289 mil pessoas) de empregados no trimestre, mas um aumento de 3,7% (444 mil pessoas) no ano. 

Os brasileiros que trabalham por conta própria totalizam 25,9 milhões. Este índice mostra estabilidade no trimeste e um aumento de 2% (496 mil pessoas) no ano. 

Grupos sem ocupação

O IBGE segue o padrão internacional ao classificar como desocupadas pessoas que estão em busca de emprego. A força de trabalho, que soma o número de desocupados ao número de empregados, soma 110,2 milhões no trimestre que se encerrou em março. 

Desta forma, 67 milhões de brasileiros estão fora da força de trabalho. Esse número corresponde a um aumento de 1,2% no trimestre, mas estabilidade no ano. Esse valor reflete a quantidade de pessoas de 14 anos ou mais que estão desempregadas e que não estão procurando emprego ou disponíveis para o trabalho, tais como aposentados, adolescentes em idade escolar, donas de casa e desalentados. 

Os desalentados são um grupo de pessoas que desistiram de buscar um emprego por falta de esperança de encontrar uma vaga, falta de qualificação ou oportunidades onde vivem. Esse grupo corresponde a 3,2 milhões de pessoas no país, 6,6% a mais no trimestre, mas 10,2% a menos no ano. 

Neste caso, a PNAD estima que o Brasil tem 18,5 milhões de pessoas subutilizadas, ou seja, brasileiros que têm condições de trabalhar, mas não têm uma ocupação ou têm um número de horas de trabalho insuficiente.

No primeiro trimestre de 2025, a taxa de subutilização foi de 15,9%. Em comparação ao trimestre anterior (15,2), houve um crescimento de 0,6 p.p., mas em comparação ao mesmo período de 2024 (17,9%), houve uma redução de 2,0 p.p.


Tabela comparativa da taxa de subutilização no Brasil – trimestres de dezembro a fevereiro de 2012 a 2025 (Foto: reprodução/IBGE)

As pessoas que participam de programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, podem configurar em qualquer um dos grupos da pesquisa. Por exemplo, trabalhadores informais são contabilizados como pessoas ocupadas. 

Resumão

Confira a seguir a síntese dos índices apurados pela PNAD Contínua:

  • Taxa de desocupação: 7%
  • População desocupada: 7,7 milhões
  • População ocupada: 102, 5 milhões
  • População fora da força de trabalho: 67 milhões
  • População desalentada: 3,2 milhões
  • Empregados com carteira assinada: 39,4 milhões
  • Empregados sem carteira assinada: 13,4 milhões
  • Trabalhadores por conta própria: 25,9 milhões
  • Trabalhadores domésticos: 5,7 milhões
  • Trabalhadores informais: 38,9 milhões
  • Taxa de informalidade: 38%

A amostra da PNAD Contínua por trimestre no Brasil corresponde a 211 mil domicílios pesquisados. Cerca de dois mil entrevistadores trabalham na pesquisa, em 26 estados e Distrito Federal, integrados à rede de coleta de mais de 500 agências do IBGE.

A próxima divulgação da PNAD Contínua Mensal, referente ao trimestre encerrado em abril, será no dia 29 de maio.

Preço do café dispara 77% em 12 meses, aponta IBGE

O preço do café moído no Brasil disparou, registrando um aumento de 77,78% nos últimos 12 meses até março, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A alta expressiva coloca o café como um dos principais vilões da inflação no país, impactando diretamente o bolso do consumidor.

Traçando um comparativo entre os meses de fevereiro e março, o preço do café moído subiu 8,14%. No acumulado de 2025, o aumento já chega a 30,04%.

O cenário preocupa especialistas e principalmente os consumidores, que já sentem o peso no orçamento familiar.

Fatores que contribuíram para a escalada dos preços

No cenário global, a queda na oferta, impulsionada por problemas climáticos no Vietnã, pressiona os preços para cima. O país asiático é o maior produtor mundial de café robusta.

Já o Brasil enfrenta desafios com a safra de arábica. A variedade mais consumida no país tem queda prevista de 10,6% em 2025.

As condições climáticas adversas, como o calor e a seca que atingiram as principais regiões produtoras de café no Brasil, têm prejudicado a produção e elevado as despesas para os produtores, que têm aberto cada vez mais espaço para mercados internacionais, o que também afeta o preço da bebida.


Produtor colhendo grãos de café (Foto: Douglas Magno/AFP/Getty Images embed)


Além disso, o aumento dos custos de logística, impulsionado pelos conflitos no Oriente Médio, encareceram o valor dos contêineres, o principal meio de transporte do produto.

Entretanto, mesmo com o encarecimento, o brasileiro não abre mão da bebida. O consumo de café torrado e moído no país cresceu 1,1% entre 2023 e 2024, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).

Previsão nada animadora para o decorrer do ano

A previsão é que o preço continue em alta ao longo de 2025.

A safra brasileira deve ser 5,8% menor em relação ao ano anterior, o que deve manter a oferta restrita e pressionar os preços. Em contrapartida, a expectativa é que a safra de 2026 seja recorde, o que pode trazer alívio para o consumidor.

Diante da alta nos preços, a indústria do café busca alternativas para minimizar o impacto no mercado. Algumas empresas estudam a adoção de novas embalagens, com variações no peso do produto, para oferecer diferentes faixas de preço.

As cinco capitais com a maior elevação nos valores

Duas capitais registraram aumento nos preços superior a 100%, significativamente maior do que a média brasileira.

Conforme o IPCA, Belo Horizonte (MG) e Goiânia (GO) apresentaram as maiores elevações, com altas de 100,72% e 100,46%, respectivamente.

Aracaju (SE) com 91,95%, Vitória (ES) que assinalou alta de 88,96% e Curitiba (PR), com acréscimo de 87,97%, completam a lista das cinco capitais com os maiores aumentos no preço do café.