Justiça dos EUA impede fim de benefício temporário a imigrantes

Nesta última segunda-feira, 5, o Tribunal de Apelações do 1º Circuito, em Boston, rejeitou o pedido do governo Trump para cancelar o status de permanência legal temporária de imigrantes vindos de Cuba, Haiti, Nicarágua e Venezuela. A decisão teve como base uma liminar da juíza federal Indira Talwani que negou a tentativa do governo revogar, sem análise individual, os benefícios concedidos durante o governo Biden, aos imigrantes. A medida garante que cerca de 400 mil pessoas possam continuar vivendo e trabalhando legalmente no país.

Política migratória mais rígida motivou decisão

O governo do presidente Donald Trump, conhecido por sua política mais dura contra a imigração, havia solicitado o fim de programas criados para receber pessoas de países em crise. Esses programas ofereciam proteção humanitária temporária, com autorização para morar e trabalhar legalmente nos Estados Unidos.

Em março desde ano, o Departamento de Segurança Interna anunciou que iria encerrar o benefício concedido a centenas de milhares de cubanos, haitianos, nicaraguenses e venezuelanos. A justificativa era rever as políticas anteriores e ampliar o controle migratório. A decisão foi contestada por entidades civis e levada à Justiça.


Atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Foto: reprodução/ Chip Somodevilla/Getty Images Embed)


Juíza pede respeito à análise caso a caso

A juíza Indira Talwani, responsável por barrar a medida, afirmou que o cancelamento coletivo dos benefícios violaria princípios legais. Para ela, cada caso deve ser analisado individualmente, levando em conta a situação de cada imigrante.

A decisão do tribunal mantém a proteção temporária em vigor até que o caso seja julgado de forma definitiva, trazendo alívio para milhares de famílias que vivem legalmente no país.


A Juiza Indira Talwani (Foto: reprodução/Alex Wong/Getty Images Embed)


Aplicativo de autodeportagem

CBP Home é o nome do novo aplicativo que o governo americano criou para que imigrantes ilegais consigam regressar ao seu país natal. Segundo o departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos, quem optar por sair do solo americano por “vontade própria” receberá um auxílio financeiro de 1.000 dólares (R$ 5.658 na cotação atual) para ter assistência na viagem e sair da lista de deportados dos EUA.

Trump anuncia programa que irá pagar US$1.000 a imigrantes ilegais que decidirem deixar os EUA

Nesta segunda-feira (05) foi anunciado pelo governo do presidente americano Donald Trump o lançamento de um programa que fará um pagamento no valor de US$ 1.000 (aproximadamente R$ 5.658 na cotação atual) para imigrantes com situação irregular que decidirem deixar os Estados Unidos de maneira voluntária. Aqueles que aceitarem a autodeportação receberão também assistência para a viagem e seus nomes serão retirados da lista de detenção da agência de imigração americana.

A autodeportação

Em uma entrevista à Fox News, a secretária assistente do Departamento de Segurança Interna, Tricia McLaughin afirmou que a passagem para o país de origem dos imigrantes será totalmente custeada pelo governo americano. Em entrevista, a secretária de segurança interna, Kristi Noem, comenta sobre o novo programa implementado nos EUA.

Se você está aqui (nos EUA) ilegalmente, a autodeportação é a melhor, mais segura e mais econômica maneira de deixar os Estados Unidos e evitar a prisão. O DHS (Departamento de Segurança Interna) agora oferece assistência financeira para viagens a imigrantes ilegais e um auxílio para retornar ao seu país de origem por meio do aplicativo CBP Home.

Já a quantia de US$ 1.000 será paga individualmente por cidadão aprovado no programa que garantir ter chegado ao seu país de origem. O governo estima um prazo de 21 dias para concluir a viagem de retorno ao país natal do imigrante. 


Em vídeo, o presidente dos EUA Donald Trump explica sobre o lançamento da Autodeportação (Vídeo: Reprodução/X/@BrasilParalelo)

Estimativa do governo

O primeiro registro da utilização do programa de autodeportação foi de um imigrante residente de Chicago. O imigrante era natural de Honduras e foi o primeiro a utilizar o serviço para retornar ao seu país. 

Com a chegada deste novo programa, o governo dos EUA prevê uma economia de 70% com custos de deportação, que atualmente possui um custo médio de US$ 17.121 (aproximadamente R$ 96,9 mil na cotação atual).

Embora o programa esteja em seus primeiros estágios nos EUA, outros países da Europa já utilizam o mesmo, chamando-o de programa de retorno voluntário. Um exemplo a ser citado é o Reino Unido, que paga a quantia de 3 mil libras (cerca de R$ 22,5 mil na cotação atual) para aqueles que forem aprovados. No entanto, existe uma regra que o imigrante que deixar o país não pode regressar em seu território nos próximos 5 anos.

EUA prende mais de 100 imigrantes em boate

Imigrantes foram presos pelas autoridades americanas na boate, em Colorado Spring, neste domingo, (27). A ação é conforme a atitude política determinada pelo Presidente Donald Trump.

Foi a maior operação para restringir os estrangeiros ilegais nos Estados Unidos, e conforme a Administração Antidrogas dos EUA (DEA), sigla em inglês, foram presos 114 imigrantes. A informação foi divulgada pela agência Reuters.

Procuradora informa prisão de imigrantes ilegais

Embora a prisão tenha ocorrido na boate subterrânea, não há informação específica sobre a origem dos estrangeiros.

“Esta manhã, ( o DEA) prendeu mais de 100 estrangeiros ilegais em uma boate subterrânea frequentada por terroristas da Tda e MS-13″, disse a procuradora-geral dos EUA. Pam Bondi, no X.

“Cocaína, metanfetamina e cocaína rosa foram apreendidas e duas pessoas foram presas com mandados existentes”, acrescentou Bondi.


Operação que prendeu imigrantes (Vídeo: reprodução/X/@DEAROCKYMTNDiv)


Ocupantes já haviam sido informados pela DEA

Vários avisos já tinham sido comunicados aos ocupantes da boate subterrânea pela Dea. Já que o presidente Donald Trump garantiu expulsar os imigrantes ilegais nos Estados Unidos. Na boate, havia cerca de 200 pessoas, sendo 114, ilegais. A Dea informou ainda que eles foram colocados no ônibus para processamento e com chances reais de deportação.

Sobre imigração

Desde que o presidente Donald Trump assumiu em 20 de janeiro, as agências intensificaram as ações de fiscalização para acabar com a presença de estrangeiros irregulares nos Estados Unidos.
Um dia antes dessa operação, foram presas 800 pessoas que estavam em condições ilegais no país. Conforme informou o Departamento de Imigração dos EUA, agências e autoridades estaduais da Flórida.

A imigração é um fenômeno demográfico. Ao entrar em outro país que não é o seu de origem. Nos EUA, muitas pessoas entram visando ficar por tempo indeterminado e se estabelecer financeiramente.
E uma das áreas mais vigiadas do mundo é ao sul do México, por onde os estrangeiros entram fazendo a travessia ilegal por um rio.

Governo Trump: Harvard pode perder permissão para estudantes internacionais

Kristi Noem, secretária do Departamento de Segurança Interna dos EUA (DHS), informou nesta quinta-feira (16) que a Universidade Harvard terá seu “Programa de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio (SEVP)” cancelado.

A medida será adotada caso a Universidade não apresente relatório detalhado sobre as atividades de estudantes que participam de manifestações consideradas pelo governo como “violentas e ilegais”, 

Por meio de uma carta oficial enviada à Universidade, Noem exige que as informações solicitadas devem ser entregues ao DHS até 30 de abril (2025). Havendo recusa por parte da Instituição de Ensino, Harvard, perderá a permissão para matricular estudantes estrangeiros imediatamente. 

Além da revogação, Kristi Noem também informou o cancelamento de subsídios educacionais destinados à Harvard no valor de US$ 2,7 milhões de dólares. Os valores eram referentes a programas de Implementação Científica de combate à violência. 


Harvard – perda de direito para matricular estudantes estrangeiros (Vídeo: reprodução/YouTube/@CNNbrasil)



O presidente Donald Trump, na última terça-feira (16),  já havia congelado subsídios federais destinados à Harvard no valor de US$ 2,2 bilhões de dólares, pretendendo retirar a condição de “isenção fiscal” da Universidade. 

Motivo das exigências 

Para Noem, a Instituição possui ideologias extremistas ensinadas no Campus da Universidade e em suas salas de aula a favor de grupos considerados pelos EUA como terroristas. 

“Harvard se curvando ao antissemitismo — impulsionada por sua liderança covarde — alimenta uma fossa de revoltas extremistas e ameaça nossa segurança nacional.”  Kristi Noem

Ainda, segundo a secretária do Departamento de Segurança Interna dos EUA (DHS), Harvard deixou de ser uma Universidade de ponta e, por esse motivo, não está apta a receber o dinheiro dos contribuintes. 

Por meio de suas redes sociais, o presidente Donald Trump também tem se posicionado contra às políticas adotadas pela Instituição. Em declaração, Trump diz que Harvard “perdeu o rumo” contratando professores alinhados à cultura “woke”, ensinando “ódio e estupidez” aos alunos. 

Harvard se posiciona 

A Universidade fez declarações públicas de que cumprirá as exigências do governo de Donald Trump. No entanto, enfatiza que não renunciará à sua independência respaldada pela Constituição Federal dos EUA. Para Alan Garber, presidente da Instituição, governos não podem determinar o que pode ou não ser ensinado dentro das universidades privadas.


Publicação de Harvard sobre exigências do governo Trump (Reprodução/X/@Harvard)

 

Sobre as últimas exigências do Departamento de Segurança Interna dos EUA (DHS) e o cancelamento de bolsas de estudos, até a manhã desta quinta-feira (17), não havia posicionamento oficial da Universidade sobre o assunto. 

Donald Trump pretende oferecer dinheiro para imigrantes saírem dos EUA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou em entrevista exibida na terça-feira (15) que pretende lançar programa para estimular imigrantes a voltarem para seus países de origem. A medida forneceria dinheiro e uma passagem de avião a qualquer pessoa que viva em situação ilegal nos EUA e que escolha se deportar “voluntariamente”.

O presidente americano afirmou que o “programa de autodeportação” que promete implementar fornece não só uma assistência financeira aos imigrantes, mas também a perspectiva de retornar legalmente ao país no futuro.

Vamos lhes dar algum dinheiro e uma passagem de avião, e depois vamos trabalhar com eles. Se forem bons, se os quisermos de volta, vamos trabalhar com eles para trazê-los de volta o mais rápido possível.”

Trump deu poucos detalhes sobre o plano e ainda não há data para implementação.

O republicano disse à Fox que o programa é destinado aos imigrantes ilegais “bons”. Segundo ele, o governo está focado em expulsar “assassinos” dos Estados Unidos.

CBP Home

Na segunda-feira (14), o governo Trump lançou o aplicativo “CBP Home”. A plataforma permite a “autodeportação” de imigrantes ilegais nos Estados Unidos.


A Embaixada dos EUA recomendou através do Instagram que imigrantes baixem o CBP Home para “evitar as penalidades associadas à permanência ilegal no país.” (Vídeo: reprodução/Instagram/@embaixadaeua)


Segundo o Departamento de Segurança Interna (DHS), o app possibilita que imigrantes comuniquem voluntariamente  ao governo a intenção de deixar o país.

A secretária do DHS, Kristi Noem, enfatizou que a plataforma é importante para estrangeiros que possuem o intuito de retornar de forma legal ao país futuramente. O DHS também informou que essa medida ajudará na economia 

Não só é mais seguro, como também economiza o dinheiro dos contribuintes americanos e valiosos recursos da Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP) e da Imigração e Controle de Alfândega (ICE), permitindo que se concentrem em estrangeiros criminosos perigosos”

Pressão contra imigrantes

Donald Trump prometeu deportar um número recorde de imigrantes sem documentos que vivem nos Estados Unidos.


Imigrantes deportados dos Estados Unidos entram em avião (Foto: Karoline Leavitt/Casa Branca)

O presidente utilizou recursos presentes na legislação americana para aumentar o número de prisões e deportações. O governo também pressiona imigrantes a facilitarem suas próprias deportações.

Trump consegue aprovação de lei severa para punir imigrantes ilegais

A Suprema Corte dos Estados Unidos concedeu a Trump o direito de utilizar uma antiga lei, que é somente usada em tempos de guerra, para punir imigrantes ilegais. A lei agiria como forma de desmantelar e deportar gangues venezuelanas. O presidente já havia tentado utilizar este artifício, no dia 15 de março, porém foi barrado por juiz.

A vitória de Trump

O presidente dos EUA, Donald Trump, obteve uma vitória, nesta segunda-feira (7), quando a Suprema Corte dos Estados Unidos, autorizou o uso da Lei de Inimigos Estrangeiros, criada em 1798, e que historicamente, era utilizada apenas em tempos de guerra. Esta medida será usada no combate aos imigrantes ilegais, nos EUA, que fariam parte de gangues venezuelanas. Essa lei já foi usada para deter imigrantes japoneses, alemães e italianos, durante o período da Segunda Guerra Mundial.


Foto de Trump, durante encontro com o Primeiro Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu (Foto: reprodução/Kevin Dietsch/Getty Images Embed)


O juiz James Boasberg havia bloqueado o uso dessa lei, que já foi tentada pelo presidente dos EUA, porém a Suprema Corte decidiu derrubar essa decisão, permitindo o uso do método. Apesar disto, eles também impuseram limites ao governo, quanto ao uso da lei, deixando claro que é necessário haver revisão judicial.

Os detidos devem receber notificação, após a data desta ordem, de que estão sujeitos à remoção sob a Lei. Essa notificação deve ser feita dentro de um prazo razoável e de forma que permita que eles busquem de fato o habeas corpus na jurisdição adequada antes que a deportação ocorra”, disse a maioria, que aprovou a votação.

A tentativa de uso anterior

O presidente Donald Trump tentou, no dia 15 de março, já acionar essa lei, para deportar indivíduos que, supostamente, fariam parte da gangue “Tren de Aragua”. Esse grupo venezuelano é acusado de crimes na nação americana.

No dia em que Trump fez a ordem, os venezuelanos que estavam detidos por autoridades de imigração entraram com uma ação para impedir que as deportações ocorressem. A União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU) foi quem representou o grupo, neste caso. O argumento usado contra o presidente, pela ACLU, é de que sua ordem ultrapassava os poderes da Presidência, pois a lei só poderia ser usada em situações de guerra. Nesse mesmo dia, Boasberg aceitou o pedido e bloqueou imediatamente a medida.


Trump respondendo repórter, durante encontro com o Primeiro Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu (Foto: reprodução/Kevin Dietsch/Getty Images Embed)


Apesar desta ordem judicial, foram mantidos dois voos, que já estavam em andamento, para El Salvador, onde 238 venezuelanos foram levados para o “Centro de Confinamento de Terrorismo”, prisão de segurança máxima do país. Advogados do Departamento de Justiça disseram que os voos já haviam deixado os EUA, portanto, a ordem que foi dada duas horas antes não havia peso suficiente para impedir a deportação. Ainda está em análise se o governo descumpriu as ordens de Boasberg.

As famílias dos imigrantes deportados negam qualquer ligação com gangues. Um dos casos que foram citados é o de um jogador e treinador de futebol venezuelano. Os advogados dizem que ele foi erroneamente associado ao “Tren de Aragua”, por possuir uma tatuagem de coroa, que, na verdade era apenas uma homenagem ao time de futebol espanhol, Real Madrid.

Venezuelanos alegam maus tratos em centro de detenção nos EUA

Venezuelanos deportados nos Estados Unidos alegaram ter sofrido maus tratos em centros de detenção. Eles dizem que seus direitos básicos não foram respeitados e que foram agredidos, tanto moralmente, quanto fisicamente, afirmando até mesmo que foram tratados como criminosos e escravos.

O caso de maus tratos

Imigrantes venezuelanos deportados dos Estados Unidos, fizeram reclamações, afirmando que enquanto estavam em centro de detenção, sofriam maus tratos das autoridades do local. Foi dito que as condições enfrentadas violam os direitos humanos básicos.

Nesta segunda-feira (24), em um vídeo postado no Telegram, pelo Ministro das Comunicações da Venezuela, Freddy Nanez, cidadãos venezuelanos fizeram relatos sobre o que passaram durante detenção nos EUA. Um dos relatos afirmou que os deportados para a Venezuela tiveram seus direitos violados e passaram por muitos traumas psicológicos, emocionais e físicos.

Em um voo de repatriação rumo ao seu país de origem, os venezuelanos foram vistos cantando seu hino nacional e canções folclóricas tradicionais, durante todo o trajeto de volta.


Migrantes venezuelanos saindo do avião que os levou para sua terra natal (Foto: reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)


Outro deportado também alegou que chegaram a ser tratados como criminosos e escravos, apesar de não terem cometido nenhuma infração.

Não cometemos nenhum crime, nem sequer recebemos uma multa, e eles nos trataram como criminosos simplesmente porque temos tatuagens com os nomes dos nossos filhos”, afirmou o venezuelano.

Os voos impedidos

Em outro caso, um grupo com 199 migrantes venezuelanos que foram deportados dos Estados Unidos conseguiram retornar a Caracas nesta segunda-feira (24), após os dois países terem chegado a um acordo para à volta dos seus cidadãos, que haviam sido impedidos de retornar à sua terra natal.

Os EUA acusaram a Venezuela de recusar os voos de deportação. Em contrapartida, os venezuelanos acusaram os americanos de fazer esse bloqueio.


Venezuelano voltando a seu país (Foto: reprodução/Ivan McGregor/Anadolu/Getty Images Embed)


A Venezuela também nega a participação de seus migrantes em gangues, que foram erradicadas, segundo o governo americano. Os advogados e familiares dos migrantes deportados também negaram participação em gangues, dizendo ainda que o motivo da deportação foram suas tatuagens.

Estados Unidos deportam venezuelanos usando lei criada no século 18

O presidente Donald Trump deportou dos Estados Unidos para El Salvador cerca de 200 venezuelanos identificados como membros de uma gangue do país, chamada Tren de Aragua, além de mais 23 membros da gangue internacional MS-13.

Ele afirmou que o país está sendo invadido pelas gangues venezuelanas, por isso o uso da Lei dos Inimigos Estrangeiros, criada em 1798, para justificar a alta demanda de deportações.

Deportação com justificativa incomum

Porém, as deportações ocorreram mesmo após o juiz James Boasberg ter bloqueado as ações por 14 dias, alegando que a lei está sendo utilizada de forma incorreta. 

O estatuto da Lei dos Inimigos Estrangeiros prevê a deportação apenas relacionado a atos hostis por algum outro país que seja equivalente às guerras. 

A lei foi utilizada somente em outras duas ocasiões na história dos EUA: a Primeira Guerra Mundial e a Guerra de 1812. Donald Trump disse que a medida é porque a gangue Tren de Aragua teria laços com o regime do presidente venezuelano Nicolás Maduro: 


Presidente Donald Trump (Foto: reprodução/Chip Somodevilla/Getty Images Embed)


“Durante anos, as autoridades nacionais e locais venezuelanas cederam cada vez mais controle sobre seus territórios para organizações criminosas transnacionais. O resultado é um estado criminoso híbrido que está perpetrando uma invasão e uma incursão predatória nos Estados Unidos, e que representa um perigo substancial para os Estados Unidos.” 

O que dizem os países envolvidos


Numa rede social, o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, escreveu que exatos 238 membros da gangue venezuelana Tren de Aragua haviam chegado no país, que é conhecido por sua prisão de segurança máxima que comporta criminosos de alta periculosidade dos países das Américas.

Donald Trump fez um acordo com Bukele para a prisão, pagando 6 milhões de dólares por um ano para que os imigrantes fossem mantidos na prisão CECOT, acordo que não seria possível fazer com a Venezuela.

Já o governo venezuelano disse que repudia o uso da lei ultrapassada dos EUA para deportar supostos membros de gangues, afirmando que violava os direitos humanos dos migrantes do país.

Donald Trump falha em tentativa de uso de lei antiga contra imigrantes

Um juiz federal dos Estados Unidos barrou temporariamente a tentativa do presidente Donald Trump de utilizar a “Lei de Inimigos Estrangeiros” de 1798 para deportar rapidamente imigrantes venezuelanos, alegando uma “invasão” de uma organização criminosa venezuelana chamada “Tren de Aragua” (TDA).

Ação judicial e resposta imediata

O juiz distrital, James Boasberg bloqueou o governo de deportar cinco venezuelanos que contestavam a aplicação de uma antiga lei. Após uma audiência de emergência, Boasberg emitiu uma ordem de restrição válida por 14 dias. Segundo ele, a deportação imediata desses indivíduos causaria danos irreparáveis, enquanto um breve atraso não prejudicaria o governo.

Acho que há claramente um dano irreparável aqui, já que essas pessoas serão deportadas. Um breve atraso em sua remoção não causa nenhum dano ao governo

James Boasberg

Em 1798, os Estados Unidos criaram a “Lei de Inimigos Estrangeiros”, permitindo a deportação de cidadãos de países inimigos durante períodos de guerra ou invasão, sem seguir os processos legais de imigração. Essa lei foi aplicada apenas três vezes na história dos EUA, durante a “Guerra Anglo-Americana” de 1812 e na Primeira e Segunda Guerra Mundial.

Trump contra imigrantes

A recente tentativa do presidente Donald Trump de usar essa lei, mesmo sem o país estar em guerra, sendo usada apenas em casos extremos, tem sido criticada como um possível abuso do poder executivo. Para direitos civis, essa aplicação é ilegal, especialmente porque os EUA não estão em conflito com a Venezuela, e consideram a medida uma violação dos direitos humanos dos imigrantes.

Essa ação pode agravar as já tensas relações diplomáticas entre os dois países. Embora o governo justifique a aceleração das deportações como uma questão de segurança nacional, contudo, há importância de processos legais justos e do respeito às leis internacionais.


Donald Trump reforça discurso anti imigratório (Vídeo: reprodução/Instagram/@realdonaldtrump)


Desde o início de 2025, o presidente Trump intensificou medidas para reforçar o controle sobre a imigração nos Estados Unidos. Em janeiro, ele assinou ordens executivas que ampliaram as deportações e suspenderam a entrada de refugiados. Além disso, propôs o fim da cidadania automática para filhos de imigrantes em situação irregular. A tentativa de ressuscitar uma lei antiga confirma a dedicação do presidente contra imigrantes.

Selena Gomez lamenta deportação de imigrantes mexicanos dos EUA

A atriz e cantora, Selena Gomez, usou as redes sociais, nesta segunda-feira (27), para lamentar a política de deportação acelerada, aplicada recentemente pelo atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Aos prantos, Selena gravou um vídeo com um emoji da bandeira do México, dizendo que sente muito por tudo que está acontecendo com os imigrantes.

“Meu povo está sendo atacado. Sinto muito. Eu queria poder fazer algo, mas não consigo. Eu não sei o que fazer.“, compartilhou a atriz.

Pouco tempo depois de publicar o vídeo no Instagram, a cantora sofreu críticas de apoiadores de Trump e retirou o conteúdo da internet. Selena chegou a postar uma declaração dizendo que “não se pode mais ter empatia pelas pessoas”, mas a mensagem também foi deletada.

Vale ressaltar que apesar de ter nascido no Texas, Estados Unidos, Selena Gomez é neta de imigrantes mexicanos.


Desabafo de Selena Gomez sobre a deportação (Vídeo: reprodução/X/@PopCrave)

Deportação de imigrantes

Após assumir seu segundo mandato como presidente dos Estados Unidos, Donald Trump adotou uma série de medidas para “expulsar” imigrantes ilegais do país. A principal medida foi a “remoção acelerada” que permite expulsar imigrantes, sem passar por uma audiência com um juiz de imigração.

O México recebeu, entre os dias 20 e 26 de janeiro, mais de 4 mil pessoas deportadas dos Estados Unidos. Segundo a presidenta do país, Claudia Sheinbaum, entre os deportados, havia pessoas que não possuíam nacionalidade mexicana.

Já no caso do Brasil, mais de 150 brasileiros foram deportados do país americano na última semana.

Trump também tem o desejo de acabar com a cidadania por direito de nascença.

Raiz latina

Com avós paternos mexicanos, Selena Gomez nunca fez questão de esconder o orgulho que sentia da sua parte latina. Em 2021, a cantora lançou seu primeiro trabalho completamente em espanhol, o EP Revelación.

Durante o processo criativo do álbum, Selena revelou que ansiava por se conectar mais com as suas raízes, e afirmou que a música latina desperta um sentimento diferente nas pessoas.