Silas Malafaia orientou Jair Bolsonaro a descumprir ordem do STF, segundo investigações da Polícia Federal

De acordo com a apuração da Polícia Federal (PF), divulgada nesta quarta-feira (20), o pastor Silas Malafaia estimulou o ex-presidente Jair Bolsonaro a descumprir ordens do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).  A investigação em curso indica que Malafaia teve papel ativo na articulação de publicações em redes sociais, mesmo após Bolsonaro ser proibido de utilizá-las por decisão judicial. 

Segundo o relatório, o pastor sugeriu os melhores horários para as postagens, indicou canais para amplificação das mensagens e ajudou a formular discursos com o objetivo de pressionar a opinião pública contra o STF, em uma possível tentativa de obstruir a Justiça e coagir autoridades.

A investigação 

A PET 14305 / DF, assinada em 18 de agosto (2025), pelo ministro Alexandre de Moraes indica que o pastor Malafaia atuou “de maneira deliberada e consciente, em alinhamento com os demais investigados”, em menção ao ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho Eduardo Bolsonaro. 

Para a PF, foram “estratégias voltadas à intimidação e à propagação de informações falsas”, inclusive, participando do “planejamento de ações coordenadas“, a fim de “pressionar membros do alto escalão do Poder Judiciário”, para “impedir que decisões do Supremo Tribunal Federal (STF)” contrariassem os interesses dos investigados.


Parte integrante da PETIÇÃO 14.305/DF, em curso no STF (Fotos: reprodução/STF)


Segundo a Polícia Federal, a atuação do pastor Silas foi além de conselhos. Em conversas analisadas pelos investigadores, o pastor orientou o ex-presidente sobre “o que dizer, como dizer e quando publicar”, demonstrando planejamento e intencionalidade. Para a PF, Malafaia aderiu a uma estratégia que violava decisões do ministro Alexandre de Moraes. 

A investigação concluiu que havia uma atuação conjunta, com ações deliberadas para manipular a opinião pública e fragilizar o sistema judiciário brasileiro, especialmente nas redes sociais, onde Bolsonaro, ainda, tinha grande influência.


Parte integrante da PETIÇÃO 14.305/DF, em curso no STF (Fotos: reprodução/STF)


Um dos episódios apontados pela PF envolve uma mensagem enviada por Silas Malafaia orientando Bolsonaro sobre como transformar o tema das tarifas impostas pelos EUA ao Brasil em uma bandeira política contra a Suprema Corte brasileira. Na mensagem, o pastor sugere que o ex-presidente use o discurso da “justiça e liberdade”, e declara que os ministros do STF se intimidariam com possíveis sanções a eles e suas famílias.

Inclusão no processo

Na data de ontem, quarta-feira (20), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou busca, apreensão e imposição de medidas restritivas contra o pastor Silas Malafaia. A decisão foi tomada com base em representação da Polícia Federal (PF) e com parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR). Uma das medidas adotadas em desfavor do pastor Silas é a proibição de deixar o país, além de manter contato com Jair e Eduardo Bolsonaro. Houve, também, a apreensão do celular de Malafaia e de seus passaportes. 


Publicação do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre medidas cautelares contra o pastor Silas Malafaia (Foto: reprodução/X/@STF_oficial)

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Conforme relatos, as investigações apontam que Malafaia teria agido como “orientador e auxiliar” nas ações de coação e obstrução promovidas por Jair e Eduardo Bolsonaro, com o objetivo de influenciar o andamento da Ação Penal 2668, referente aos “atos antidemocráticos”, que acusa o ex-presidente de tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. 

Na decisão, o ministro Moraes, ressaltou que os diálogos entre Malafaia e Bolsonaro evidenciam “atos executórios claros” dos crimes de coação no curso do processo e obstrução de investigação de organização criminosa, configurando uma campanha criminosa orquestrada com ampla produção e divulgação de ataques ao Poder Judiciário 

Influenciador Gato Preto presta depoimento após acidente em SP

O influenciador Samuel Sant’anna, conhecido nas redes sociais por Gato Preto, prestou depoimento na delegacia 14° Distrito Policial, localizado em Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo, nesta quarta-feira (20) na parte da tarde, após ser detido por um acidente de carro na capital.

Depoimento prestado

Após ser liberado, por volta das 15h da tarde, o influencer Gato Preto deixou a delegacia pela porta lateral, acompanhado de seguranças e não deu entrevista à imprensa, que o esperava na saída do 14° Distrito. Os seus advogados saíram pela porta principal e também não deram declarações ao público que estava na porta. 

O depoimento foi prestado após Samuel ser preso no bairro do Tremembé por volta das 10h, após se envolver em um acidente de carro pela manhã. Ele deixou o local do acidente sem prestar socorro e não fez o teste do bafômetro no local da ocorrência. 

O influenciador é investigado por lesão corporal culposa (quando há intenção de lesionar outra pessoa) fuga do local do acidente e embriaguez ao volante. 

O ocorrido

Samuel se envolveu em um acidente de carro na Avenida Brigadeira Faria Lima, na zona oeste de São Paulo, na manhã desta quarta (20), por volta das 06h00. Ele bateu o carro, de modelo Porsche conversível, no cruzamento da avenida. No carro, estavam Samuel e sua namorada, a influencer Bia Miranda. 

Pelas câmeras de segurança do local, foi possível ver que o carro do influenciador atravessou o sinal vermelho, em alta velocidade, e colidiu com a lateral de outro veículo. Testemunhas no local também confirmaram que ele atravessou o sinal vermelho.


Carros envolvidos no acidente após a colisão (Foto: reprodução/Bom dia SP/TV Globo)

Após colidir com o outro veículo, o carro atingiu um poste de semáforo no cruzamento da Rua Ferraz. O carro atingido era um Hyundai HB20 e o passageiro foi levado ao hospital com ferimentos leves.

Nas redes sociais, mesmo com o acidente, Gato Preto e Bia Miranda fizeram postagens. A influenciadora chamou de “lixo” o motorista do outro carro e disse que iria pagar pelo prejuízo da Porsche, avaliado em R$ 1,5 milhão. Samuel postou uma foto de sua mão machucada após o acidente e declarou que só queria voltar para casa quanto antes. 

Ocorrências anteriores

No início do mês de agosto, o influenciador Gato Preto foi alvo de uma operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro, que investiga o esquema ilegal de jogos de aposta online, conhecidos como “jogo do tigrinho”. Outros influenciadores também estão sendo investigados na operação. Anteriormente, o influenciador também foi acusado de dever pensões alimentícias e de violência doméstica.

Justiça mantém prisão de Hytalo Santos e do marido após habeas corpus negado

O Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) negou neste sábado (16) o pedido de liberdade do influenciador Hytalo Santos e do marido, Israel Natã Vicente, o Euro. Anteriormente, a defesa havia ingressado com habeas corpus, mas a desembargadora plantonista Lilian Correia Cananéa rejeitou a liminar e manteve a prisão preventiva do casal.

A assessoria do TJPB confirmou a decisão. Hytalo e Euro foram presos na sexta-feira (15), em uma casa em Carapicuíba, na Grande São Paulo. Inicialmente, eles são suspeitos de exploração e exposição de menores em redes sociais, além de tráfico humano.

Prisão preventiva e rota de fuga

O delegado Fernando David de Melo Gonçalves, Departamento Estadual de Investigações Criminais, afirmou que o casal planejava deixar o Brasil. A polícia recebeu informações de que a fuga poderia ocorrer por Foz do Iguaçu ou pelo Sul do país. Segundo o delegado, a prisão preventiva foi necessária para proteger as investigações.

Nesse ínterim, o juiz Antônio Rudimacy Firmino, responsável pelas ordens de prisão, afirmou que existem “fortes indícios” de tráfico de pessoas, exploração sexual e trabalho infantil artístico. Ele destacou ainda que os investigados tentaram destruir provas e intimidar testemunhas, o que reforçou a necessidade da medida.


Justiça mantém prisão de influenciadores investigados (Vídeo: reprodução/YouTube/Jornal da Band)

Denúncias e repercussão nas redes sociais

O youtuber Felca denunciou Hytalo por promover a “adultização” de crianças e adolescentes em vídeos, o que deu visibilidade ao caso. Logo, o conteúdo viralizou e levou o Ministério Público da Paraíba (MPPB) e o Ministério Público do Trabalho (MPT) a aprofundarem a apuração. Desde então, as plataformas derrubaram as redes sociais do influenciador e desmonetizaram seus conteúdos.

Paralelamente, o Ministério Público também investiga um possível esquema de emancipação irregular de menores em troca de presentes. Portanto, promotores afirmam que adolescentes participavam de festas e gravações em condições ilegais. A partir disso, já foram colhidos mais de 15 depoimentos e analisados 50 vídeos do influenciador.

Defesa contesta acusações

Por outro lado, a defesa de Hytalo afirma que as medidas judiciais são genéricas e ilegais. O advogado Felipe Cassimiro declarou que seu cliente está disposto a colaborar com a Justiça. Ainda assim, familiares e fãs defenderam Hytalo, alegando perseguição e motivação pessoal nas denúncias. O assessor do influenciador também afirmou que os vídeos removidos mostravam apenas dança e música, sem ilegalidades. Ele criticou a criminalização de gêneros como funk e brega funk, comuns em festas populares.

Enquanto isso, Felca afirmou que levou mais de um ano para publicar seu vídeo devido ao impacto emocional causado pela investigação. O youtuber relatou que vem sofrendo ameaças desde a divulgação do conteúdo.


Felca diz que investigou Hytalo por um ano (Vídeo: reprodução/YouTube/Uol)

Debate sobre limites digitais

Concomitantemente, o caso reacendeu o debate sobre os limites da participação de menores em conteúdos digitais. Especialistas apontam que o crescimento de canais voltados para crianças precisa ser acompanhado por fiscalização rigorosa.

Nesse sentido, o ministro Alexandre de Moraes já havia afirmado que as redes sociais necessitam de uma regulamentação e responsabilização para operar em território brasileiro. A investigação prossegue na Paraíba e deve resultar em novas medidas nos próximos dias.

Assessor defende Hytalo Santos após prisão preventiva por suspeita de crimes

O assessor de Hytalo Santos defendeu o influenciador após ter prisão decretada em São Paulo nesta sexta-feira (15). Hytalo e seu marido, Israel Natã Vicente, são investigados por suspeita de exploração e exposição de menores em conteúdos para redes sociais, além de tráfico humano.

Na porta da delegacia, Derick Spazanelli declarou que o casal é inocente e que as acusações seriam motivadas por inveja. Ele afirmou que os vídeos apagados das redes de Hytalo continham apenas dança e música, sem qualquer ilegalidade. Segundo ele, o funk e o brega funk, presentes em festas de 15 anos, não deveriam ser criminalizados, pois são expressões artísticas.

Familiares negam tentativa de fuga de Hytalo

Josué, primo do influenciador, confirmou que o casal estava em São Paulo durante a operação realizada na Paraíba. Ele negou qualquer tentativa de fuga. Durante a coletiva de imprensa realizada na delegacia, fãs de Hytalo manifestaram apoio e reforçaram a tese de que a investigação tem motivação pessoal contra o influenciador.


Derick Spazanelli, primo e assessor do influenciador Hytalo Santos, o defende para a imprensa (Vídeo: reprodução/X/@balancogeral)

Josué também destacou que Hytalo e Israel são acompanhados pelo Ministério Público da Paraíba há dois anos e que contam com duas bancas de advogados para atuar no caso.

Investigação e repercussão política

O Ministério Público da Paraíba investiga denúncias contra Hytalo desde 2024. Entre os conteúdos analisados, há vídeos em que ele se refere a meninas como “filhas” e meninos como “genros”. O youtuber Felca o acusa de adultização e exploração infantil, o que gerou ampla repercussão nas redes e chegou ao debate político.


Momento em que a polícia decreta a prisão de Hytalo Santos e seu marido (Vídeo: reprodução/X/@brenno_moura)

O presidente da Câmara, Hugo Motta, afirmou que pretende pautar, nos próximos dias, projetos de lei que tratem diretamente da proteção de crianças e adolescentes no ambiente digital, reforçando regras para uso de imagem e responsabilização de quem viola a legislação. A medida, segundo ele, busca acelerar o debate e oferecer respostas concretas à sociedade diante de casos como o do influenciador paraibano. Já o deputado Reimont foi além e solicitou ao Ministério Público a prisão preventiva de Hytalo Santos, argumentando que a continuidade das suas atividades nas redes pode representar riscos à integridade das crianças envolvidas. Ambos destacaram que o episódio expôs fragilidades na aplicação do Estatuto da Criança e do Adolescente e apontaram a necessidade de ampliar mecanismos de fiscalização e punição.

Empresa de Elon Musk, X, se recusa a colaborar com investigação conduzida pela França sobre coleta de dados e suposto viés político

Na última segunda-feira (21), a plataforma X (antigo Twitter), do empresário Elon Musk, acusou promotores franceses de conduzirem uma “investigação criminal com motivação política”. Segundo a empresa norte-americana, essa investida francesa representa uma ameaça à liberdade de expressão de seus usuários. Além disso, a imprensa de Musk fez questão de negar todas as acusações e declarar que não irá cooperar com o processo.

O caso entre a plataforma de Elon Musk e governo francês

No início deste mês, promotores de Paris ampliaram uma investigação preliminar sobre a plataforma X, sob suspeita de viés algorítmico e coleta fraudulenta de dados. Agora a polícia pode realizar grampos, vigilância e buscas contra executivos de Musk e da empresa, até convocá-los para depor, caso não há o cumprimento das exigências, um juiz poderá pedir a prisão dos mesmos.

Com base no que sabemos até agora, o X acredita que essa investigação distorce a lei francesa para atender a uma agenda política e, no fim, restringir a liberdade de expressão”, afirmou X em uma publicação em sua conta no Global Governent Affairs.

Diante disso, a empresa recusou o pedido dos promotores para acessar o algoritmo de recomendações do aplicativo e os dados em tempo real dos usuários, alegando ter respaldo legal para negar a solicitação. Segundo a plataforma, atender ao pedido representaria uma violação da privacidade de seus usuários e colocaria em risco os princípios de liberdade de expressão.


Plataforma de mídia social X (Foto:reprodução/Instagram/@noticiaviral.mx)


França se pronuncia em resposta a Musk

A promotoria francesa não respondeu as acusações de viés político, mas afirmou ter enviado no dia 19 de julho um pedido judicial ao X (antigo Twitter), solicitando o acesso ao seu algoritmo de forma exclusiva. Eles também afirmaram ter oferecido um canal de acesso confidencial para compartilhar os dados com os investigadores, mas não receberam respostas oficiais ainda. Não atender a solicitação judicial, pode gerar multas a acusações de obstrução da justiça, com essas acusações a pena, segundo a promotoria, pode ser de 10 anos de prisão.

A Comissão Europeia investiga a rede social, desde o fim de 2023, por possíveis violações às regras de transparência digital no combate a conteúdos ilegais, previstas na Lei de Serviços Digitais. A empresa, por sua vez, criticou o enquadramento da apuração sob acusações ligadas ao crime organizado, alertando que isso poderia abrir margem para o monitoramento de dispositivos pessoais de seus funcionários pelas autoridades.

Musk, ex-aliado de Trump, acusou os governos europeus de atacarem a liberdade de expressão e manifestou seu apoio a partidos de ultradireita da região. Com essa investigação o clima de divergência pode aumentar entre Washington e capitais europeias sobre o discurso permitido no mundo online, com autoridades norte americanas de alto escalão afirmando que há censura nas vozes de direita em todo o mundo.

Ameaças de Eduardo Bolsonaro: Diretor da PF age com firmeza

A recente declaração do deputado federal Eduardo Bolsonaro, feita durante uma transmissão ao vivo e direcionada a servidores da Polícia Federal (PF), acende um sinal de alerta sobre os limites da liberdade de expressão e os riscos à integridade das instituições democráticas brasileiras.

Ao afirmar que poderia “se mexer” contra investigações em curso e ao se referir a um delegado como “cachorrinho”, o parlamentar ultrapassa os limites do discurso político legítimo, promovendo ataques pessoais e insinuando tentativas de intimidação contra agentes da lei. Tais declarações não apenas desrespeitam profissionais da segurança pública, mas também colocam em xeque a autonomia das instituições encarregadas de garantir a legalidade e a justiça no país.


Matéria sobre live de Eduardo Bolsonaro ameaçando a PF (Vídeo: reprodução/YouTube/Band Jornalismo)

Reação Institucional da Polícia Federal

Diante da gravidade das falas, o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, anunciou que os comentários do deputado serão incluídos no inquérito já existente, que investiga Eduardo Bolsonaro por suposta obstrução de Justiça, coação no curso do processo e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Essa resposta institucional é essencial para reafirmar que a Polícia Federal não se submeterá a pressões políticas e que todos os cidadãos, independentemente de cargo ou influência, estão sujeitos ao império da lei.

As declarações direcionadas a delegados como Fábio Alvarez Shor, responsável por investigações sensíveis envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro, revelam uma estratégia preocupante de deslegitimação e ameaça. Em um Estado Democrático de Direito, a atuação das autoridades deve ocorrer com independência, imparcialidade e sem medo de retaliações. A tentativa de intimidar servidores públicos que cumprem seu dever constitucional representa um ataque direto à democracia e à ordem institucional.

Compromisso com a Justiça e a Defesa do Estado de Direito

A firmeza da Polícia Federal em repudiar essas tentativas de intimidação é fundamental para preservar o Estado de Direito. A garantia de que “nenhum investigado intimidará a Polícia Federal” deve ser mais do que uma frase de efeito: precisa ser um compromisso público com a justiça, a legalidade e a proteção das instituições que sustentam a democracia brasileira. O episódio serve como um lembrete de que a vigilância cidadã e a atuação firme das autoridades são indispensáveis para impedir retrocessos e assegurar que o país continue trilhando o caminho da transparência e da responsabilidade institucional.

Entenda os motivos que levaram o governo Trump a querer investigar o Pix

O presidente estadunidense Donald Trump solicitou abertura de investigação comercial contra o Brasil, na última terça-feira (15). Alegando práticas desleais, encarregou Jamieson Greer, Representante do Comércio dos EUA, de fiscalizar, entre outras coisas, o sistema de pagamento eletrônico brasileiro, Pix. Trump entende que este sistema prejudica empresas norte-americanas voltadas ao setor financeiro. 

Ainda que o comunicado não faça menção direta ao Pix, especialistas creditam a fala de Trump a este sistema aderido em massa, segundo dados do Banco Central, pela população brasileira. Conforme estudiosos do assunto e economistas, o sistema passou a vigorar como uma alternativa aos pagamentos realizados com cartões de crédito. Dessa forma, empresas voltadas a este setor, em sua maioria norte-americanas, deixaram de ser acessadas em detrimento desse novo formato de pagamento.

Teor da ação

Encarregado da investigação, Jamieson Greer, declarou à imprensa que “por ordem do presidente Trump” dará início a uma investigação fundamentada pela Seção 301 da Lei de Comércio dos EUA. A ação, em suas palavras, visa os “ataques do Brasil às empresas americanas de redes sociais, bem como outras práticas comerciais injustas que prejudicam empresas, trabalhadores, agricultores e inovadores tecnológicos americanos”.

Para Greer, “o Brasil também parece se envolver em uma série de práticas desleais com relação a serviços de pagamento eletrônico, incluindo, entre outras, a promoção de seus serviços de pagamento eletrônico desenvolvidos pelo governo”. Fazendo menção indireta ao Pix. 


Publicação sobre a investigação a ser feita pelo governo Trump referente ao Brasil (Foto: reprodução/X/@USTradeRep)

As falas do Secretário do Comércio dos EUA alinham-se aos discursos do presidente Donald Trump, que intensificou críticas ao Brasil e às decisões tomadas pelo governo brasileiro, alegando que os EUA, ao longo dos anos, têm sido prejudicados em sua relação comercial com o país. 

Além do Pix, o documento menciona o comércio popular brasileiro, principalmente ocorrido na rua “25 de março”, localizada no centro da capital paulista, e conhecida por vender produtos a preços acessíveis, atraindo compradores de todo o país. Segundo o governo estadunidense, o Brasil é falho em sua fiscalização por não tomar medidas eficientes para impedir que produtos “pirateados” sejam vendidos nesses centros, prejudicando os “direitos de propriedade intelectual” dos verdadeiros fabricantes. 

O documento trata, ainda, das relações comerciais entre o Brasil e demais países, as quais Trump classifica como injustas em relação às práticas comerciais entre EUA-Brasil. Outro ponto considerado é sobre áreas desmatadas por agricultores brasileiros de forma ilegal e que, conforme Donald Trump, prejudicam agricultores estadunidenses, uma vez que não seguem as devidas normas agrícolas para o plantio.

Resposta do governo brasileiro

 Ao saber do teor da investigação e que um dos pontos a ser questionados por Donald Trump é o sistema de pagamento eletrônico Pix, o governo brasileiro repudiou as falas do mandatário norte-americano alegando que  o sistema “seguro, sigiloso e sem taxas” e o “mais utilizado pelos brasileiros” faz parte da soberania do Brasil.


Publicação do governo brasileiro sobre o Pix em investigação dos EUA (Foto: reprodução/Instagram/@govbr)



Demais autoridades brasileiras, também, saíram em defesa da soberania nacional alegando que Donald Trump não pode interferir em assuntos comerciais e econômicos do país. Ao alegar que empresas norte-americanas têm sido prejudicadas pela forma como os brasileiros pagam suas contas, abrindo espaço para retaliação comercial, o presidente estadunidense realiza ações inaceitáveis a boa prática e a relação bilateral que possui com o Brasil, de acordo com membros do governo Lula.

 

Investigação revela o que pode ter provocado a queda do avião na índia

O que de fato ocorreu com a aeronave AI171 da companhia Air India, que caiu nesta quinta-feira a poucos quilômetros do aeroporto, matando 241 pessoas e deixando apenas um sobrevivente? O caso está sendo investigado por especialistas indianos, com o apoio de peritos americanos e do Reino Unido, para identificar as possíveis causas da queda.

Esta é a primeira vez que o Boeing 787-8 Dreamliner, que entrou em operação em 2011, se envolve em um acidente, de acordo com informações obtidas pelos operadores do aeroporto. A queda teria ocorrido a apenas 1,5 km da pista do Aeroporto Internacional Sardar Vallabhbhai Patel, na cidade de Ahmedabad, no estado de Gujarat, Índia.

O jornal BBC entrevistou agentes aéreos e pilotos que atuam na Índia para entender o que pode ter provocado a queda da aeronave. Alguns profissionais, que preferiram não se identificar, afirmaram que costumam voar frequentemente com o Dreamliner, partindo dos aeroportos internacionais do país, e tentam compreender quais razões poderiam ter causado o impacto contra os prédios residenciais na região central de Ahmedabad, minutos após a decolagem.

Falhas para decolar

O Boeing 787-8 Dreamliner foi comandado pelo capitão Sumeet Sabharwal e pelo segundo piloto Clive Kundar. Ambos tinham ampla experiência, totalizando mais de 9 mil horas de voo. Sabharwal contava com uma trajetória de mais de 22 anos na aviação comercial.

A aeronave, que transportava 242 passageiros, deslocava-se pela pista do Aeroporto Internacional de Ahmedabad na tarde do dia 12 de junho. O avião levantou voo às 13h39, horário local (5h09 pelo horário de Brasília), informou a companhia aérea Air India.

Segundo o ministro do Interior da Índia, o avião carregava 100 toneladas de combustível ao decolar de Ahmedabad. Ainda de acordo com o órgão responsável pela aviação indiana, minutos após a decolagem, a cabine emitiu um sinal de alerta.

Depois disso, a aeronave não respondeu mais. Ainda não está claro o que motivou o pedido de socorro, porém informações fornecidas pelo único sobrevivente indicam que, antes da decolagem, ele ouviu um forte estrondo e percebeu que a aeronave enfrentava dificuldades para levantar voo.



 Boeing 787-8 Dreamliner da companhia Air India (Vídeo:reprodução/YouTube/BBC)


Avião voando baixo

O serviço BBC Verify autenticou imagens que mostram a aeronave voando próxima ao solo sobre um bairro residencial. As informações divulgadas revelaram que o avião alcançou uma altitude de 109 metros e, ao descer, ficou entre árvores e edifícios antes de explodir.

“Não haveria tempo para reagir se ele perdesse os dois motores”, afirmou um piloto.

Segundo imagens de câmeras de segurança verificadas pela BBC, a aeronave permaneceu no ar por cerca de 30 segundos. Logo depois, ocorreu a colisão com as áreas residenciais, que foram destruídas devido ao impacto da queda.

MC Poze do Rodo denuncia ação policial e diz: “Não aguentamos mais”

Após deixar a prisão, Marlon Brandon Coelho Couto conhecido como MC Poze do Rodo voltou a ser alvo da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Na tarde da última quinta-feira (5), o funkeiro usou as redes sociais para denunciar uma nova abordagem em sua residência, alegando estar sendo perseguido. A ação mais recente teve como foco sua esposa, a influenciadora Vivi Noronha, envolvida em uma investigação sobre lavagem de dinheiro supostamente ligada à facção criminosa Comando Vermelho

Prisão do funkeiro

Poze havia sido preso em 29 de maio, sob acusações de apologia ao crime e envolvimento com o tráfico de drogas. Ficou detido por cinco dias, mas foi solto após a Justiça considerar que não havia elementos suficientes para mantê-lo encarcerado. A defesa destacou que a detenção se deu com base em suposições relacionadas ao perfil do artista: jovem, negro e oriundo da periferia. Segundo os advogados, as acusações usaram trechos de suas músicas como “provas” e ignoraram a ausência de qualquer materialidade que indicasse atividade criminosa.

A nova operação da Polícia Civil, apesar de não estar relacionada diretamente com o inquérito que levou à prisão do cantor, reacendeu os holofotes sobre ele e sua família. A investigação atual busca rastrear o caminho do dinheiro vindo do tráfico de drogas, que estaria sendo ocultado através de empresas e perfis de influenciadores digitais. A esposa do artista foi alvo de mandado de busca e apreensão, mas sua defesa afirma que ela não tem qualquer envolvimento com atividades ilícitas.


Artisdta funkeiro Mc do Rodo – Rio de Janeiro (Foto: reprodução/Instagram/@pozevidalouca)

MC Poze do Rodo é um dos principais nomes do funk carioca. Com mais de 15 milhões de seguidores nas redes sociais, ostenta fama, luxo e polêmicas. Ainda jovem, admitiu ter tido envolvimento com o tráfico na adolescência, mas afirma que hoje usa sua música para conscientizar sobre os perigos da vida no crime. Suas letras retratam a dura realidade das favelas, o que muitos veem como expressão artística — mas que frequentemente é tratada como evidência criminal.

O caso acende um alerta sobre os limites entre investigação policial e criminalização da cultura periférica. Até onde vai à justiça e onde começa o preconceito estrutural? A trajetória de Poze do Rodo levanta questionamentos que vão além da música e tocam diretamente nas feridas sociais do país.

Deputada Zambelli é alvo de nova investigação por tentativa de obstrução de justiça

A deputada Carla Zambelli é alvo de nova investigação judicial determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Na data de ontem, quarta-feira (04), Moraes abriu inquérito a fim de investigar se a parlamentar cometeu os crimes de coação e obstrução de justiça devido suas ações em território americano, ligadas a condenação referente ao processo envolvendo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Carla Zambelli que foi condenada a 10 anos de prisão e perda de mandato no processo citado acima, está nos EUA desde o começo desta semana. E, de acordo com Alexandre de Moraes, a deputada pratica os mesmos atos que o seu correligionário, o também deputado atualmente licenciado, Eduardo Bolsonaro. Para Moraes, tanto Zambelli quanto Eduardo Bolsonaro, possuem os mesmos “modus operandi”, incitando o governo de Donald Trump a aplicar sanções contra autoridades brasileiras, incluindo o próprio ministro. 

Do prazo

O ministro Alexandre de Moraes determinou o prazo de 10 dias, a partir da instauração do inquérito, para que a deputada federal possa prestar esclarecimentos sobre as alegações feitas contra ela. Os esclarecimentos podem ser feitos por escrito e devem ser encaminhados à Polícia Federal brasileira (PF), uma vez que a parlamentar encontra-se fora do país. 


Publicação do STF sobre o novo inquérito aberto contra a deputada federal Carla Zambelli (Foto: reprodução/X/@STF_oficial)

Além do depoimento de Zambelli, a PF também fica encarregada de preservar e monitorar todo o conteúdo extraído das redes sociais da deputada ou de pessoas ligadas a ela, que tenham relação com a investigação em curso no Supremo Tribunal Federal (STF), a fim de resguardar o acervo complementando a investigação. 

Vale ressaltar que as redes sociais da deputada federal Carla Zambelli, de sua mãe Rita Zambelli e seu filho, João Zambelli, foram bloqueadas na tarde de ontem, quarta-feira (04), por determinação judicial. Acatada pelas principais empresas de tecnologia, sob pena de multa diária de R$ 100 mil reais em caso de descumprimento.

Prisão preventiva

A parlamentar, que viajou para os EUA, segundo investigações da Polícia Federal, a partir de um voo da cidade de Buenos Aires, na Argentina, teve seu nome incluído na lista vermelha da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), na data de ontem. O pedido de prisão preventiva foi feito pela Procuradoria Geral da República (PGR) e aceito pelo ministro Alexandre de Moraes. 

Carla Zambelli afirma ser inocente e declara ser alvo de perseguição política. Antes de ter suas redes sociais bloqueadas por decisão judicial, a parlamentar informou que buscaria refúgio na Itália, por ter dupla cidadania e que somente voltaria ao Brasil, segundo ela, quando a democracia fosse instaurada novamente no país.