Israelenses sofrem ataque após partida de futebol em Amsterdã; “Antissemita”, diz Netanyahu

Cinco pessoas foram hospitalizadas e 62 presas nesta quinta-feira (7) em Amsterdã, após um ataque contra torcedores do Maccabi Tel Aviv, de Israel, ao final da partida contra o Ajax, dos Países Baixos, pela Liga Europa.

Manifestações pró-Palestina e provocações aos israelenses já ocorriam antes do jogo, motivadas pelo conflito entre Israel e Palestina em Gaza.

Por outro lado, Peter Holla, chefe de polícia de Amsterdã, relatou que torcedores do Maccabi também causavam tumulto. Eles arrancaram bandeiras palestinas de algumas casas para incendiá-las, cantavam músicas de apoio aos ataques israelenses em Gaza e até atacaram um táxi.


Pró-Palestinos protestam na praça Anton de Komplein antes da partida (Foto: reprodução/Jeroen Jumelet/Getty Images Embed)


O conflito

A prefeita de Amsterdã, Femke Halsema, deu detalhes sobre o conflito, encerrado apenas na madrugada desta sexta-feira (8). Segundo ela, fogos de artifício foram usados como arma. A situação gerou críticas à polícia na cidade. O delegado afirmou que foi “extremamente difícil” prever esse conflito e garantiu que havia muitos agentes de prontidão.

O procurador-chefe do Ministério Público de Amsterdã, Rene de Beukelaer, informou que 62 homens foram presos, e 10 permanecem sob custódia. Ele acrescentou que a investigação aponta o antissemitismo como motivação do ataque.


Torcedores do Maccabi Tel Aviv em manifestação pró-Israel na Praça Dam antes da partida (Foto: reprodução/Anadolu/Getty Images Embed)


Reações do Israel

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, classificou os atos como um “ataque antissemita premeditado”. Ele enviou dois aviões à cidade neerlandesa para repatriar os torcedores, com previsão de chegada do primeiro voo na tarde desta sexta-feira (8).

Além do primeiro-ministro, o presidente israelense, Isaac Herzog, comparou os ataques a outros sofridos por israelenses, afirmando que essas agressões remetem ao ataque do Hamas em 2023, que desencadeou o conflito na Faixa de Gaza.

Itamar Ben-Gvir, ministro da Segurança Interna de Israel, também afirmou que os torcedores foram alvo de antissemitismo, atacados unicamente por serem judeus, e orientou os cidadãos a evitarem locais públicos.

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Sa’ar, anunciou uma “visita diplomática urgente” a Amsterdã, descrevendo os ataques como bárbaros e um sinal de alerta para o mundo.

O Ministério do Exterior israelense informou que três torcedores estão desaparecidos e outros dez ficaram feridos.

Países condenam o ataque

Nos Países Baixos, o primeiro-ministro Dick Schoof condenou os ataques, classificando-os como antissemitas e inaceitáveis. Schoof afirmou estar em contato com Netanyahu, que solicitou maior segurança para os judeus no país.

Na Alemanha, a ministra das Relações Exteriores, Annalena Baerbock, considerou as imagens “vergonhosas” e expressou indignação. Na França, o presidente Emmanuel Macron também se manifestou contra o ataque.

O ministro de Relações Exteriores da Palestina, Mohammed Mustafa, igualmente condenou as ações dos torcedores.

Matéria por Guilherme Augusto (Lorena – R7)

Israel ataca Irã e eleva tensão no Oriente Médio

Conflitos no Oriente Médio entram em uma nova fase com lançamentos ataques aéreos de Israel contra Teerã e Damasco, na madrugada deste sábado (26). Moradores relataram sons de explosões próximas das capitais do Irã e Síria. O ataque marca uma amplificação dos atritos entre Israel e o grupo Hezbollah, onde Israel declarou que os ataques foram uma resposta às ameaças recebidas recentemente.

Diferenças no poder militar

A força aérea israelense conta com equipamentos de última geração fornecidos pelos EUA. Tendo parte de seu equipamento composto por caças F-35, F16 e F-15, Israel possui uma grande vantagem tecnológica militar em relação ao Irã, que grande parte de sua frota é composta por modelos mais antigos. Além de usufrui de alta tecnologia, Israel controla maior parte dos céus do Oriente Médio desde o fim da Guerra dos Seis Dias em 1967.

Enquanto o orçamento militar de Israel conta com aproximadamente 19,4 mil milhões de dólares, o investimento na defesa do Irã é de 44 mil milhões. Contudo, o Irã compensa sua tecnologia defasada fazendo uso de drones como o Shahed-136 e o Mohajer-10, que possuem um alcance de até 2.000 km.


Bombardeio de Israel ao sul de Beirute no dia 25, sexta-feira (Foto: reprodução/O Tempo)

Potencial nuclear e sistemas de defesa

Israel contém aproximadamente 90 ogivas nucleares, que podem ser lançadas por caças e mísseis Jericho 2, enquanto o Irã possui um programa nuclear avançado e em fase de enriquecimento de urânio. Então, enquanto por um lado Israel possui avançados sistemas como “Iron Dome”, “Arrow” e “Iron Beam”, por outro o Irã possui sistemas S300 de curto e médio alcance.

Na análise das recentes intensificações de conflitos entre Israel e Hezbollah, especialistas apontam a possibilidade de operações mais diretas entre Israel e Irã, ampliando também os conflitos no Oriente Médio.

Bella Hadid e Kylie Jenner se reencontram após afastamento por divergências políticas

O nome de Kylie Jenner sempre reverbera no olhar público, principalmente quando o assunto são seus relacionamentos pessoais. Após chocar a internet dois meses atrás com o reencontro inesperado com sua ex-melhor amiga Jordyn Woods (que foi pivô do fim do relacionamento de Khloé Kardashian), agora Jenner, parece ter hasteado bandeira branca também com a modelo Bella Hadid. Em um vídeo publicado em na conta oficial da empresária no TikTok, ambas aparecem juntas, após burburinhos de uma relação estremecida desde 2023.


Bella Hadid e Kylie Jenner juntas após divergências políticas (Foto: reprodução/TikTok/@kyliejenner)

No vídeo, na companhia também de nomes como Kendall Jenner, Hailey Bieber e outras figurinhas carimbadas do alto escalão das it girls, Hadid e Jenner dublam de maneira descontraída um áudio da rede social.

As razões por trás do desentendimento

Muito se é especulado sobre o motivo concreto do afastamento entre Bella e Kylie. Ambas cresceram juntas pela alta classe da Califórnia e Hadid é uma das melhores amigas de Kendall Jenner, mas os fatos apontam precisamente para a divergência de opiniões políticas entre as fashionistas.


Bella Hadid, Kylie Jenner e Kendall Jenner juntas em um evento em 2015 (Foto: reprodução/Chris Weeks/Getty Images Embed)


Em meados de 2023, no auge do conflito em Gaza, a Jenner, magnata dos cosméticos, declarou publicamente seu posicionamento favorável a Israel, fato que entrou, em contrapartida, com clara posição política de Bella – filha do empresário Mohamed Hadid, que nasceu na Palestina e cresceu como refugiado na Síria. A modelo sempre se posicionou fortemente como apoiadora dos direitos humanos, tendo condenado publicamente as ações de Israel. 

A modelo inclusive esteve recentemente envolvida em uma polêmica com a gigante do esporte, a Adidas, por seu posicionamento. Em julho deste ano, a marca lançou uma campanha com Hadid para o lançamento da releitura de seu clássico modelo do tênis SL 72.

O marketing gerou polêmica, já que o público associou com os Jogos Olímpicos Munique, em 1972, em que o modelo foi usado pela primeira vez. Durante os jogos, no entanto, israelenses foram assassinados pelo grupo palestino Setembro Negro. Assim, depois de muitas críticas, a Adidas tirou a campanha com a modelo defensora do movimento Palestina Livre do ar. 

Reação dos fãs

Mesmo se tratando de um assunto grave e, ao mesmo tempo, delicado, muitos fãs celebraram a reunião de Hadid e Jenner. As redes sociais bombaram de comentários como: “Bella e Kylie? Uau!”; “Bella o que você está fazendo aí?”; “Meu Deus, aquela é a Bella Hadid?”. A surpresa e felicidade foram tão comoventes que os nomes das duas foram parar nos assuntos mais comentados das redes sociais na manhã dessa sexta-feira (25).

‘Bomba inteligente’: Descubra a arma utilizada por Israel para destruir um edifício em Beirute

O ataque aéreo aconteceu 40 minutos após Israel avisar os moradores para evacuarem dois edifícios na região. Uma análise detalhada feita por pesquisadores de armas independentes afirma que a arma era uma bomba guiada, conhecida como bomba inteligente. Momentos antes do ataque destruir o prédio, dois ataques menores foram registrados.

A inteligência por trás da bomba

Produzidos pela Rafael Advanced Defense Systems, de propriedade do governo israelense, os sistemas de orientação “Spice”, são fixados a uma bomba não guiada para direcionar a arma ao seu alvo. A Rafael Advanced Defense Systems afirma que essa especificidade os torna capazes de operar independente de adversidades climáticas, de iluminação, além de áreas bloqueadas por GPS, com “alta letalidade e baixo dano colateral” e “precisão de acerto certeira”. 

A empresa Rafael firmou, em 2019, uma parceria com a Lockheed Martin, uma contratada de defesa dos EUA, para construir uma colaboração na produção e venda de kits de orientação Spice nos Estados Unidos. Naquele período, foi divulgado que mais de 60% da produção do sistema Spice estava distribuída por oito estados norte-americanos.


Prédios destruídos na cidade de Beirute, Líbano (Foto: reprodução/Hans Neleman/Getty Images Embed)


Ruptura com os EUA


Os EUA suspenderam o envio dessas bombas poderosas para Israel por preocupações relacionadas a vítimas civis, embora se considere que Israel ainda possua estoques disponíveis.
A preocupação dos EUA em interromper os embarques de bombas poderosas para Israel está ligada ao risco de aumento de vítimas civis nos conflitos da região, especialmente considerando as tensões com o Líbano. Historicamente, as operações militares de Israel, tanto em Gaza quanto no Líbano, têm gerado preocupação internacional devido ao impacto sobre populações civis e à possibilidade de causar danos colaterais significativos em áreas densamente povoadas.

No caso do Líbano, onde o grupo Hezbollah, apoiado pelo Irã, é um ator importante, o uso de armamento pesado por Israel pode desencadear confrontos de larga escala.

Dessa forma, a decisão dos EUA reflete uma tentativa de moderar o uso de força por Israel para evitar uma escalada de violência na região e minimizar o impacto sobre civis, o que também busca manter um equilíbrio diplomático delicado no Oriente Médio.

Exército de Israel encontra milhões em esconderijo

Nesta segunda-feira (21), militares israelenses revelaram que o Hezbollah estava escondendo centenas de milhões de dólares em um bunker, uma informação que pode ter várias implicações importantes. 

O bunker estava sob vigilância há anos e servia como esconderijo para Hassan Nasrallah , segundo os militares israelenses ele era ex-chefe do grupo Hezbollah que foi morto durante um ataque aéreo no fim de setembro. Conforme as Forças de Defesa de Israel, os valores estavam no subsolo do Hospital Al-Sahel, e poderiam ser acessados por dois prédios vizinhos.

Usados como centro financeiro do Hezbollah, o grupo guardava boa parte de seus recursos neste bunker, e por questões de segurança o hospital que fica acima do esconderijo foi evacuado. O governo de Israel garantiu  que não vai bombardear o local.

Declaração foi televisionada

Segundo o site CNN Brasil, em uma declaração que foi televisionada, Hagari alegou que Hassan Nasrallah, líder morto do grupo, construiu o bunker para longas estadias, “ Há centenas de dólares em dinheiro e ouro dentro do bunker agora. Estou pedindo ao governo Libanês, às autoridades libanesas e às organizações internacionais: não permitam que o Hezbollah use o dinheiro para o terror e para atacar Israel “, comentou.  Ainda segundo o site, o chefe do Estado-Maior israelense, Herzi Halevi, disse às tropas no Líbano que entre domingo e segunda-feira (21), aeronaves atingiram cerca de 30 locais que pertencem ao Al-Qard al-hassan, que Israel diz ser o braço financeiro do Hezbollah.


Hassan Nasrallah lider morto do Hezbollah (Foto: reprodução/ site BBC)

Origem e história

O Hezbollah foi fundado no início dos anos 1980, durante a Guerra Civil Libanesa, como uma resposta à invasão israelense do Líbano. O grupo é uma combinação de movimento político, social e militar, com forte apoio da comunidade xiita no Líbano e do Irã.O financiamento do Hezbollah vem de várias fontes, incluindo doações de simpatizantes, atividades comerciais e apoio financeiro do Irã. A descoberta de milhões em um bunker poderia indicar que o grupo tem acesso a mais recursos do que se imaginava.

Bombardeio Israelense em Jabalia na Faixa de Gaza deixa 33 mortos e 85 feridos

Nesta sexta-feira (18), um bombardeio israelense em Jabalia, o maior campo de refugiados da Faixa de Gaza, causou a morte de pelo menos 33 pessoas e deixou 85 feridos, segundo informações da Defesa Civil de Gaza e de médicos locais.

Entre as vítimas fatais, estão crianças, conforme relatado pela agência palestina Wafa. A destruição atingiu várias casas e algumas pessoas permanecem sob os escombros. O ataque ocorre em meio a escalada de tensão entre Israel e o Hamas, que domina a região.

Destruição e vítimas civis

Os moradores de Jabalia, relataram que o exército israelense destruiu dezenas de casas tanto por ataques aéreos quanto por explosões no solo, afirmando que os tanques avançaram pelo campo após atravessarem áreas residenciais.

A operação em Jabalia faz parte de uma ofensiva militar israelense contínua, que começou após os ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023. Segundo as autoridades israelenses, o objetivo da operação é eliminar a presença militar do Hamas na região, mas os danos colaterais aos civis aumentam a cada dia. São mais de 42 mil de palestinos que perderam a vida desde o início dos ataques.


Jabalia, no norte da Faixa de Gaza (Foto: reprodução/Instagram/@cnnbrasil)

Condições críticas e apelo por ajuda humanitária

Os hospitais no norte de Gaza, enfrentam uma crítica situação com os suprimentos médicos e os alimentos estão em níveis alarmantes e apelam por ajuda. O Hospital Kamal Adwan, em particular, está sobrecarregado e teve que tomar decisões difíceis, priorizando casos de adultos gravemente feridos, o que deslocou crianças internadas em cuidados intensivos.

Apesar do envio de caminhões de ajuda por Israel, autoridades locais afirmam que os suprimentos não estão chegando às áreas mais atingidas, incluindo as cidades isoladas. A ONU também relatou ataques a suas instalações, com 231 membros da equipe mortos durante o conflito.

Com a possível morte de líder do Hamas, EUA avistam fim da guerra

Israel anunciou nesta quinta-feira (17) que eliminou Yahya Sinwar, líder do Hamas. Segundo as autoridades israelenses, ele foi um dos principais responsáveis pelo ataque de 7 de outubro. Sinwar foi uma figura crucial na criação do braço militar do Hamas, estabelecendo novos laços importantes com as potências árabes da região. Desde 2015 ele é visto como terrorista global pelo Departamento de Estado dos EUA.

Entretanto, Harel Chorev, pesquisador sênior do Centro Moshe Dayan para Estudos do Oriente Médio e da África, da Universidade de Tel Aviv, lembra que ele não deve ser visto como único líder.

“É bem-sabido que enquanto estava na prisão, ele torturou pessoas, principalmente membros do Hamas, usando prato quente para lhes causar queimaduras… o seu papel no Majd realmente diz muito sobre o seu caráter, a sua crueldade. Mas, ao mesmo tempo, os israelenses que o conheceram disseram que ele também pode ser muito prático, discutindo opções abertamente”, afirma o pesquisador. 

Condenações

O líder do Hamas passou mais de duas décadas na prisão israelense, após ser condenado em 1988 por fazer parte do assassinato de dois soldados israelenses e quatro palestinos suspeitos de colaboração com Israel. Em 2011, Sinwar foi liberado como parte do acordo de troca de prisioneiros, que resultou na libertação de mais de mil prisioneiros palestinos em troca de um soldado israelense que foi capturado e transportado para Gaza.


O chefe do Hamas em Gaza, Yahya Sinwar, participa de uma reunião com membros de grupos palestinos para discutir cessar-fogo em junho de 2021 (Foto: reprodução/Anadolu/ Getty Images Embed)


Análise de DNA

Os serviços de inteligência israelenses estão se empenhando para descobrir se o corpo é realmente de Sinwar por meio de análise de DNA, impressões digitais, além de registros dentários. Três terroristas foram mortos nas operações das Forças de Defesa de Israel na Faixa de Gaza. A inteligência israelense segue averiguando as chances de que o corpo encontrado sem vida seja de Yahya Sinwar. O resultado é muito aguardado.

EUA dão 30 dias para Israel melhorar crise humanitária em Gaza

O governo dos Estados Unidos alertou Israel sobre a necessidade urgente de melhorar a crise humanitária na Faixa de Gaza dentro de um período de 30 dias. Caso contrário, Washington pode ser obrigado a interromper o fornecimento de armas ao país, conforme previsto na legislação americana. A carta, assinada pelos principais representantes diplomáticos e de defesa dos EUA, Antony Blinken e Lloyd Austin, destaca o agravamento das condições de vida no território palestino, que enfrenta uma das mais severas crises desde o início do conflito.


Período para que Israel dizime a crise humanitária (Vídeo: Reprodução / YouTube / BandNews)

Situação crítica em Gaza

A ONU e diversas organizações internacionais têm alertado para o colapso total das condições de vida na Faixa de Gaza. Desde o início da guerra, o número de civis afetados pela falta de suprimentos básicos, como água e alimentos, aumentou drasticamente. Mais de 90% da população está em níveis críticos de insegurança alimentar, e as operações de ajuda humanitária têm sido severamente restringidas pelas forças israelenses, principalmente no norte de Gaza, onde os ataques são mais intensos. Além disso, há relatos de hospitais lotados, com escassez de medicamentos e recursos básicos, agravando o sofrimento dos palestinos.



O bloqueio imposto por Israel dificulta a entrada de itens de primeira necessidade, como alimentos e combustíveis, além de prejudicar a operação de usinas de dessalinização e tratamento de esgoto, essenciais para o fornecimento de água potável. A falta de eletricidade, causada pelo colapso da infraestrutura, tem impedido o funcionamento de serviços essenciais, aumentando o risco de surtos de doenças, como cólera e outras infecções relacionadas à água contaminada.

Organizações humanitárias alertam que a situação das crianças é particularmente alarmante, uma vez que grande parte da população de Gaza é formada por jovens que estão à mercê de condições insalubres e violentas.

Pressão sobre Israel

Na carta enviada ao governo israelense, Blinken e Austin expressam preocupação com o impacto das ações militares de Israel sobre a população civil e a restrição cada vez maior à ajuda humanitária. Os Estados Unidos exigem que Israel permita a entrada de pelo menos 350 caminhões diários de ajuda humanitária em Gaza e que garanta maior segurança para trabalhadores e locais de ajuda. Caso essas demandas não sejam atendidas, Washington pode ser forçado a suspender o envio de armas, conforme estabelecido pela lei americana, que proíbe o fornecimento de armamentos a países que dificultam a assistência humanitária.

Essa ameaça de suspensão do fornecimento de armas é um dos avisos mais duros feitos pelos EUA a Israel até o momento, destacando uma crescente insatisfação dentro da administração Biden com a gestão israelense da crise em Gaza. Embora os Estados Unidos sejam o maior fornecedor de armamentos a Israel, a pressão por parte de organismos internacionais e de aliados ocidentais tem aumentado para que o governo de Benjamin Netanyahu adote medidas para aliviar o sofrimento dos civis palestinos.

A relação entre Washington e Tel Aviv tem se mostrado delicada diante da escalada do conflito. Israel, que depende significativamente do apoio militar dos EUA para suas operações na região, pode ver sua capacidade bélica reduzida caso a ajuda seja suspensa. Isso afetaria diretamente a continuidade de suas ações em Gaza, e também em outras frentes de combate, como no Líbano, além de prejudicar a rivalidade com o Irã.

A carta americana também aponta que a ajuda humanitária que chegou a Gaza em setembro foi a mais baixa do último ano, intensificando a crítica sobre a gestão israelense do conflito e a necessidade de maior cooperação para garantir que as populações civis tenham acesso a recursos essenciais.

A pressão internacional sobre Israel, somada à possível suspensão da ajuda militar, impõe um novo desafio ao governo de Netanyahu para equilibrar as operações militares com as demandas humanitárias crescentes.

Ataques de Israel à missão de paz da ONU no Líbano geram indignação internacional

Os recentes ataques israelenses contra a missão de paz da ONU no Líbano, conhecidos como Unifil, provocaram uma onda de condenações internacionais. Pelo menos cinco soldados ficaram feridos na última semana, quando Israel bombardeou áreas sob controle da ONU, alegando que elas estavam sendo usadas pelo Hezbollah para atacar cidades israelenses. O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, justificou os ataques afirmando que o grupo armado libanês utiliza as instalações da ONU como cobertura para suas operações.


Tropas israelenses no sul do Líbano próximo da fronteira (Foto: reprodução/Menahem KAHANA/AFP)

Em resposta, a União Europeia e países como Itália, França e Alemanha criticaram duramente a ação israelense, rejeitando as alegações de que as forças da ONU estariam obstruindo as operações militares contra o Hezbollah. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Alemanha, Sebastian Fischer, declarou que o bombardeio contra forças de paz “não é de forma alguma aceitável” e ressaltou que Israel deve direcionar suas operações contra alvos militares. Da mesma forma, em carta conjunta, os governos da Itália, Reino Unido, França e Alemanha exigiram que Israel e todas as partes envolvidas garantam a segurança das forças de paz da ONU.

ONU mantém tropas apesar de apelos

Apesar da escalada do conflito, o secretário-geral da ONU, António Guterres, confirmou que a Unifil continuará em suas posições no Líbano. Ele enfatizou que os ataques contra as forças de paz violam o direito internacional e podem ser considerados crimes de guerra. Guterres reforçou o compromisso da ONU com a missão de manutenção de paz, mesmo após apelos de Israel para que as forças da Unifil abandonem posições próximas à Linha Azul, a fronteira delimitada pela ONU entre Israel e Líbano.

Jean-Pierre Lacroix, chefe das forças de paz da ONU, reiterou que a decisão de manter as tropas foi confirmada por Guterres e que a Unifil continuará desempenhando seu papel, que inclui monitorar a fronteira e apoiar a implementação de uma resolução do Conselho de Segurança de 2006, que exige o desarmamento do Hezbollah e a presença do exército libanês no sul do país.

Conselho de Segurança expressa preocupação

O Conselho de Segurança da ONU também manifestou forte preocupação com a crescente violência na região. Em declaração oficial, o conselho reafirmou seu apoio ao papel da Unifil na segurança regional e pediu a todas as partes que respeitem a segurança das forças de paz e das instalações da ONU. Além disso, os membros expressaram preocupação com as vítimas civis e a destruição de infraestrutura, pedindo o respeito ao direito humanitário internacional e a proteção dos civis.

Israel se prepara para atacar alvos militares do Irã antes das eleições dos EUA, afirma jornal

Israel está planejando uma retaliação militar contra alvos do Irã antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, segundo o The Washington Post. O ataque seria uma resposta ao bombardeio com mísseis iranianos que atingiu o território israelense em 1º de outubro. A ofensiva teria como objetivo alvos militares iranianos, evitando instalações nucleares e de petróleo, o que poderia desencadear um conflito de maiores proporções, de acordo com autoridades americanas.

Resposta calibrada para evitar escalada

Fontes ouvidas pelo jornal afirmaram que a intenção de Israel é realizar uma ação militar “calibrada” para evitar uma guerra total com o Irã. O ataque, com alvos limitados e focado em evitar uma escalada maior, foi discutido em uma conversa entre o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o presidente dos EUA, Joe Biden, na semana passada.

A decisão de focar em alvos militares, e não em estruturas mais sensíveis como as nucleares, aliviou preocupações dentro do governo americano, que tenta evitar um conflito de larga escala no Oriente Médio. Desde o ataque de mísseis, as tensões entre Israel e o Irã aumentaram, especialmente por conta do envolvimento de grupos armados aliados de Teerã, como o Hezbollah.


Joe Biden e Benjamin Netanyahu (Foto: reprodução/Miriam Alster/G1)

Temor de guerra entre Israel e Irã

O governo israelense teme que uma retaliação mal calculada, especialmente contra instalações nucleares ou de petróleo do Irã, poderia gerar uma resposta iraniana capaz de arrastar outras potências globais para o conflito. O presidente Biden já expressou sua oposição a ataques desse tipo, que poderiam provocar uma guerra ampla na região.

Israel, no entanto, reiterou que sua resposta será “letal, precisa e surpreendente”, segundo Yoav Gallant, ministro da Defesa de Israel. O Irã, por sua vez, prometeu represálias caso seja alvo de ataques diretos, aumentando os temores de uma guerra entre os dois países.

Apesar das preocupações americanas com a instabilidade da região, Biden afirmou que apoia as ações israelenses contra alvos iranianos aliados, como o Hezbollah e o Hamas. Contudo, o presidente tem alertado para os riscos de uma escalada maior que envolva outros países no conflito.