Exército de Israel desencadeia Grande Operação Militar na Cisjordânia

O Exército de Israel lançou na madrugada desta quarta-feira (28), uma significativa operação militar na Cisjordânia, resultando na morte de pelo menos 10 pessoas. A ação, que se tornou a maior desde o início da guerra na Faixa de Gaza, visa desmantelar estruturas terroristas e prender criminosos. A operação gerou uma resposta imediata do grupo palestino Fatah, que anunciou retaliação.


Palestinos choram ao lado do corpo de um homem no hospital de Tubas, morto em um ataque israelense na Cisjordânia (Foto: Reprodução/RONALDO SCHEMIDT/AFP/OGlobo)

A ofensiva israelense inclui buscas em várias cidades e campos de refugiados na Cisjordânia, com veículos militares bloqueando hospitais e ambulâncias. A violência no território tem aumentado desde o início do conflito em Gaza, com o Fatah e outros grupos palestinos intensificando suas ações contra Israel.

Objetivos e táticas da operação

A recente operação militar israelense na Cisjordânia representa uma intensificação significativa das hostilidades, com o objetivo declarado de desmantelar redes terroristas e prender indivíduos envolvidos em atividades extremistas. Iniciada na madrugada de quarta-feira (28), a ofensiva é a maior desde o início da guerra na Faixa de Gaza. As forças israelenses estão conduzindo buscas em quatro cidades e três campos de refugiados, que abrigam palestinos deslocados de áreas ocupadas por Israel.

Relatos indicam que os militares estão bloqueando acessos a hospitais, como o Hospital Especializado Al-Israa e o Hospital Thabet em Tulkarem. Além disso, foram registrados confrontos intensos em algumas dessas áreas. Esta operação surge após um ataque aéreo recente na Cisjordânia, que já havia resultado na morte de cinco pessoas, exacerbando ainda mais o clima de violência.

Repercussões e Resposta do Fatah

A nova ofensiva israelense na Cisjordânia provocou uma resposta imediata do grupo palestino Fatah, que governa a região. Em retaliação, o Fatah lançou uma operação para contrabalançar os ataques israelenses. As Brigadas Al-Aqsa, o braço armado do Fatah, anunciaram a ação como uma medida de defesa contra as incursões israelenses, aumentando a tensão na área.


Bandeira da Palestina ao lado da bandeira do grupo Fatah (Foto: Reprodução/Shutterstock)

A escalada de violência na Cisjordânia é um reflexo da crescente intensidade do conflito desde o início da guerra na Faixa de Gaza. A morte de pelo menos 640 palestinos desde o início do conflito, conforme relatado pela AFP, destaca a gravidade da situação.

A resposta do Fatah e a intensificação dos ataques refletem a complexidade e a profundidade das divisões entre israelenses e palestinos, desafiando os esforços de pacificação na região.

Porta-voz da UNRWA diz que a morte é certa para milhões de palestinos

A Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA) é uma agência que presta assistência humanitária e seu trabalho tem sido de grande importância para os 2,4 milhões de refugiados que vivem na Faixa de Gaza.

Sua porta-voz, a agente sênior de comunicações Louise Wateridge, disse à Agência France-Presse (AFP) nesta terça-feira (20) que “a morte parece ser a única certeza” para os habitantes da região. Wateridge dá um recorte de um conflito que, desde 2023, já matou cerca de 40 mil pessoas.

Ameaça à segurança

Segundo a AFP, nenhum jornalista internacional tem autorização para adentrar o território por Israel, que lança ataques incessantes para eliminar os integrantes do grupo terrorista Hamas. Os palestinos da Faixa de Gaza foram forçados a se deslocar para fugir dos bombardeios, muitas vezes se abrigando em escolas, que servem como acampamentos improvisados.

“Temos a impressão de que as pessoas estão à espera da morte, que parece ser a única certeza nessa situação“, disse Louise, que acredita que nem mesmo estas instituições estão a salvo de ataques, já que nesta terça 12 pessoas morreram em uma escola. Segundo ela, os refugiados têm a impressão de andar em círculos, que as ordens de deslocamento são constantes.


Os palestinos refugiados são obrigados a deslocar em meio ao conflito Israel-Hamas (Foto: Reprodução/Mahmud Hams/AFP/Getty Images Embed)


Os palestinos relataram à AFP que estão esgotados e não querem mais se deslocar, com alguns denunciando a falta de clareza dos mapas israelenses contendo ordem de evacuação, que esses mapas são lançados de aviões ou disponibilizados pela internet, em um território com falta de eletricidade e com redes de comunicação que não funcionam bem.

Risco de doenças

Além de todas as dificuldades trazidas pela guerra, como desabastecimento e o iminente risco à vida, o povo palestino precisa se preocupar com os riscos à saúde. Louise Wateridge reporta que ratos, escorpiões e baratas levam doenças de um abrigo a outro. Ela destaca que o vírus da poliomielite, erradicado há 25 anos no território, voltou a mazelar a população infantil.

A ONU aguarda autorização de Israel para lidar com a situação e garantir a vacinação para crianças menores de dez anos. A porta-voz ressalta: “há desafios terríveis e sem precedentes em termos de propagação de doenças e higiene, devido, em parte, ao cerco imposto por Israel“.

Mesmo com todos estes desafios, Louise afirma que os habitantes de Gaza esperam por um cessar-fogo. O Egito, Catar e Estados Unidos têm agido como mediadores para a negociação com Israel e realizam nesta semana um novo esforço para conseguir uma trégua com o movimento islamista palestino.

Secretário de Estado dos Estados Unidos fala sobre busca por fim da guerra em Gaza

Nesta segunda-feira (19), o secretário de Estado Antony Blinken falou sobre as negociações em que Estados Unidos, Catar e Egito estão envolvidos para trazer uma trégua na região da Faixa de Gaza, onde Israel e o grupo Hamas estão em guerra desde um ataque terrorista do grupo, em 7 de outubro de 2023. O americano falou que esta pode ser a última oportunidade para que haja um acordo e consequentemente, o fim dos conflitos na região.


Vídeos sobre o segundo dia de guerra, há 10 meses (Vídeo: Reprodução/YouTube/UOL)

Busca por acordo

Além dos Estados Unidos, o Catar e o Egito estão diretamente envolvidos em um intermédio de uma negociação para que a guerra entre o Hamas e Israel acabe o mais rápido possível, conflito que está em vigor há quase um ano, desde 7 de outubro de 2023, com um ataque terrorista do grupo Hamas contra os israelenses.

O secretário Antony Blinken e o primeiro-ministro de Isreal, Binyamin Netanyahu, devem reunir-se nesta segunda-feira (19) para tratar destes assuntos, com ambos sendo figuras centrais nesta negociação em busca da paz.

Falas de Antony Blinken

Ainda envolvendo o secretário norte-americano, o presidente israelita Isaac Herzog disse à Antony que prioritariamente, ele deseja o regresso dos reféns e que isso, seria o maior objetivo humanitário do momento.

Sobre tal momento e atitudes que devem ser tomadas, Blinken disse o seguinte:

É hora de fazê-lo. É também hora de garantir que ninguém tome medidas que possam inviabilizar este processo

Antony Blinken, sobre o conflito.

O secretário dos Estados Unidos disse que agora é a hora de garantir o fim do conflito, sendo essa talvez a última oportunidade de tal atitude, buscando evitar qualquer medida que cause mais tensão ou mais conflitos, trabalhando para não ocorrerem provocações ou ações que resultem em algo pior.

Governo dos EUA aprova venda potencial de armas para Israel

Nesta terça-feira (13), o Departamento de Estado dos EUA aprovou a possível venda de armas para Israel, avaliada em R$109 bilhões. O arsenal inclui a venda antecipada de caças, veículos táticos médios, mísseis de médio alcance, cartuchos de morteiro e cartuchos de tanque. Este é considerado o maior pacote de armas para Israel, que se encontra em conflito com o grupo terrorista Hamas desde outubro de 2023.

Aguardando aprovação do Congresso

De acordo com a Agência de Cooperação em Segurança de Defesa, a notificação da aprovação do pacote de venda de armas foi enviada para o Congresso americano, que deve aprovar formalmente a venda para que ela possa acontecer. Na maioria dos casos, a administração informa o Congresso sobre vendas de armas pretendidas após discussões informais com os comitês de Relações Exteriores da Câmara e Relações Exteriores do Senado. Assim que formalmente notificadas, os legisladores têm até 30 dias para aprovar ou bloquear o pedido. 

Dois democratas de relevância no Congresso aprovaram a venda dos 50 caças em junho. A rede CNN informou na sexta-feira (09) que o Departamento de Estado notificou os legisladores sobre a proposta de 3.5 bilhões de dólares para a compra de equipamentos militares e armas. Entretanto, a entrega dos armamentos leva anos para ocorrer. Os caças F-15, por exemplo, não devem chegar em solo israelita antes de 2029. O anúncio da venda certamente provocará protestos dos críticos de Biden sobre sua postura na guerra em Gaza. O governo americano sofre críticas por não pressionar Israel na condução do conflito, que já matou milhares de civis.


O presidente norte-americano sofre pressão em relação ao conflito Israel-Hamas (Foto: reprodução/Kevin Dietsch/Getty Images embed)


A notícia da venda de armamentos vem em momento de significativa escalada de tensões no Oriente Médio, pois a região se prepara para uma retaliação do Irã pelo assassinato do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, em julho. Também são esperadas negociações de cessar-fogo no final desta semana, poucos dias após o ataque a uma mesquita e escola em Gaza, que, segundo o exército israelense, servia de esconderijo para membros do Hamas. O ataque aconteceu no bairro de Al-Daraj e deixou pelo menos 90 pessoas mortas.

Os armamentos inclusos no pacote

A aprovação das vendas inclui a compra de até 50 caças multifuncionais F-15IA e kits de modificação de atualização de meia-vida de jatos de caça, além de outros equipamentos relacionados aos armamentos comprados. A lista também inclui mísseis 30 AIM-120C-8 Advanced Medium Range Air-to-Air (AMRAAMs), 32.739 cartuchos de tanque de 120 mm, 50 mil cartuchos de morteiro de alto explosivo e vários caminhões de carga de 8 toneladas da Família de Veículos Táticos Médios modificados.


O pacote de armamentos e equipamento militar são avaliados em mais de US$18 bilhões (Foto: reprodução/Maja Hitij/Getty Images)


Até o momento, estima-se que quase 40 mil palestinos foram mortos durante a guerra em Gaza, com a ONU estimando cerca de 2 milhões de pessoas refugiadas. Segundo comunicados da Agência de Cooperação de Segurança e Defesa, esse equipamento irá ajudar Israel a enfrentar não só os ataques de inimigos atuais, mas também futuros, ajudando a impedir ameaças na região.

Hamas não participará de reunião sobre cessar-fogo em Gaza

Na manhã da terça-feira (13), o grupo terrorista Hamas informou que não participará da reunião para um acordo de cessar-fogo na guerra na Faixa de Gaza. A discussão em questão acontecerá nesta quinta-feira (15), uma delegação foi convocada por Israel para as negociações.

Ahmad Abdul Hadi, representante do Hamas no Líbano, disse em uma entrevista exclusiva que o grupo decidiu não participar das discussões porque os líderes do Hamas acreditam que o governo israelense de Benjamin Netanyahu dificulta um acordo.

Já o primeiro-ministro de Israrel, Benjamin Netanyahu, discorda da fala do representante do Hams, de acordo com Benjamin o grupo terrorista está atrasando as negociações.

A reunião foi convocada pelos mediadores EUA, Catar e Egito na semana passada, que afirmaram que é hora de as partes chegarem a um acordo para o fim da guerra na Faixa de Gaza, com a libertação dos reféns.


Resposta de Israel ao ataque do Hamas (Foto: reproduçao/Getty Images News/Dan Kitwood/Getty Images Embed)


Apelo por um cessar-fogo

Uma trégua na guerra em Gaza pode ser particularmente benéfica nesta ocasião, já que pode afetar a resposta que o Irã promete a Israel pelos assassinatos dos líderes dos grupos terroristas Hamas e Hezbollah, que são aliados dos iranianos. Israel nega que seja responsável pelo assassinato de Ismail Hanyeh, do Hamas.

Um artigo do jornal americano “The New York Times” revelou que, ao contrário do que Netanyahu afirmou, o governo israelense fez novas exigências relevantes para concluir um acordo de paz.

Conforme informações divulgadas pelo “The New York Times” no final de julho, as novas condições israelenses, informadas aos mediadores no final de julho, incluem a manutenção do controle da fronteira sul de Gaza e uma maior flexibilidade para permitir que palestinos deslocados pela guerra voltem às suas casas no norte de Gaza após a suspensão das hostilidades.

Atraso nas negociações

Após o Hamas ter levantado dúvidas sobre sua participação nas negociações, Karine Jean-Pierre, a representante da Casa Branca, afirmou nesta terça-feira que Israel e Hamas devem participar das negociações desta semana para alcançar um acordo de paz.

“Os negociadores devem sentar à mesa. Acreditamos que chegar a um acordo de cessar-fogo é a melhor forma de diminuir as tensões que estamos efrentando”, disse a porta voz da Casa Branca.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, rebateu, as alegações de que teria incluído novas exigências para o cessar-fogo, uma vez que o Hamas exigiu 29 modificações no texto do acordo de cessar-fogo em negociações.

Existe uma divergências em relação à libertação dos reféns e à forma como os prisioneiros palestinos serão libertados, sendo necessário criar um mecanismo de verificação para assegurar o retorno de civis ao norte da Faixa de Gaza.

Há vários meses, há discussões em torno de um fim da guerra entre Israel e Hamas, com idas e vindas, o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução solicitando o fim da guerra, que não foi cumprida.

EUA confirma envio de novos caças e navios de guerras ao Oriente Médio

Com as ameaças do Irã e sendo aliados a Israel, os Estados Unidos pretende reforçar suas capacidades defensivas no Oriente Médio. Durante a medida serão enviados caça e navios de guerra na região, buscando reduzir a possibilidade de escalada regional do Irã. 

Reforços para Israel

A ação foi confirmada pelo Pentágono nesta sexta-feira (02), após sua secretária adjunta de imprensa, Sabrina Singh, afirmar que o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, vai liderar diversas ações. O intuito é reforçar a proteção das forças americanas na região, garantir mais apoio as defesas de Israel e deixar as forças americanas estejam prontas para responder uma possível crise. 

‘’O secretário de Defesa Lloyd Austin ordenou ajustes na postura militar dos EUA projetados para melhorar a proteção da força dos EUA, aumentar o apoio à defesa de Israel e garantir que os Estados Unidos estejam preparados para responder a várias contingências.’’, afirmou Singh durante o anúncio. 

Embora os números de caças e navios que serão enviados ainda não terem sido revelados, o país já tinha enviado dezenas de aeronaves de combate, uma dúzia de navios de guerras e o porta-aviões Theodore Roosevelt, que obtém cerca de 40 aviões de ataque F/A-18 Super Hornet e F-35 e navega pela região do Golfo Pérsico. 


Porta-aviões Theodore Roosevelt (Foto: Reprodução Paul L. Archer / US NAVY)

Planos do Irã

O reforço vem dias após o Hamas e o Irã atribuir as mortes do líder do líder do grupo palestino, Ismail Haniyeh, e do comandante militar do movimento libanês Hezbollah, Fuad Shukr, a ataques das forças israelenses na terça-feira (30/07). 

Durante a semana, as forças iranianas e seus aliados prometeram represálias pelos assassinatos, buscando um conflito mais amplo na região. Recentemente, uma fonte próxima ao Hezbollah revelou ao jornal AFP que alguns funcionários iranianos e representantes do ‘’eixo da resistência’’, uma aliança informal formada por grupos apoiados pelo país e hostis a Israel, se reuniram em Teerã, na quarta-feira (31/07), para planejar suas próximas ações.  

Funeral de líder do Hamas é marcado por promessas de retaliação

O funeral de Ismail Haniyeh, chefe do grupo Hamas, ocorreu nesta quinta-feira (01) em Teerã, Irã, com manifestações e promessas de retaliação contra Israel.

Haniyeh, principal líder do Hamas, foi morto em um ataque aéreo na quarta-feira (31) na capital iraniana, onde estava para a posse do novo presidente do Irã. O vice-presidente brasileiro, Geraldo Alckmin, também esteve presente na cerimônia.

Uma grande multidão acompanhou o cortejo fúnebre de Ismael e seu guarda-costas, que também morreu no ataque. Portando bandeiras do Irã, da Palestina e fotos de Haniyeh, milhares de pessoas pediram vingança durante o funeral (veja vídeo abaixo). Tanto o Irã quanto o Hamas, além de diversos países do Oriente Médio, culpam Israel, que não se pronunciou oficialmente. “Perseguiremos Israel até arrancá-lo da terra da Palestina”, disse o ministro das Relações Exteriores do Hamas, Khalil Al Hayya, que participou da cerimônia.

O funeral teve início na Universidade de Teerã, onde o líder supremo do Irã, Aiatolá Ali Khamenei, realizou orações sobre o caixão de Ismael Haniyeh. O novo presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, também prometeu vingança.

O Irã decretou três dias de luto oficial pela morte de Haniyeh e informou que o funeral será um evento “aberto e público”. O espaço aéreo na região da cerimônia será fechado por cerca de seis horas.

“Ontem, levantei sua mão vitoriosa, e hoje, tenho que enterrá-lo em meus ombros. O vínculo entre as duas nações orgulhosas do Irã e da Palestina será mais forte do que antes”, declarou Pezeshkian, vencedor das eleições em julho.

A televisão iraniana transmitiu a procissão dos caixões em um caminhão até a praça, também em Teerã. Após o funeral, os restos mortais serão transferidos para Doha, no Catar, onde o chefe do Hamas residia e será enterrado na sexta-feira (02).


Manifestantes seguram bandeiras e armas ao lado de uma imagem do líder do Hamas, Ismail Haniyeh em Sidon, Líbano (foto: reprodução/ Alkis Konstantinidis/Reuters)

Também nesta quinta-feira, Israel anunciou a morte de Mohamed Deif, chefe do braço militar do Hamas. Deif liderava a brigada Al-Qassam e foi um dos responsáveis pela invasão a Israel em sete de outubro de 2023.

No entanto, Israel não assumiu a autoria da morte de Ismail. Na quarta-feira, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou apenas que seu país deu “golpes esmagadores” em aliados do Irã, sem mencionar diretamente o chefe do Hamas.

Mesmo sem a confirmação israelense, o líder supremo do Irã, Aiatolá Ali Khamenei, prometeu “punição severa” a Israel. O novo presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, criticou a ação dentro do país, afirmando que o Irã “defenderá sua integridade territorial” e que “Israel se arrependerá pelo assassinato covarde”.

Khamenei ordenou um ataque direto a Israel durante uma reunião de emergência do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã na manhã de quarta, logo após o anúncio da morte de Haniyeh, segundo três autoridades iranianas anônimas ouvidas pelo New York Times, incluindo dois membros da Guarda Revolucionária Iraniana.

Netanyahu declarou em pronunciamento na TV israelense que Israel cobrará um preço alto por qualquer agressão.


Ismail Haniyeh, chefe do Hamas (foto: reprodução/Hassan Ammar/Arquivo/AP Photo)

Ismail Haniyeh, um dos principais nomes do grupo terrorista Hamas, foi morto na madrugada desta quarta-feira durante uma visita a Teerã, Irã, para a posse do novo presidente iraniano, conforme confirmou o Hamas em um comunicado.

Afirmação de Israel

O porta-voz do governo israelense declarou que não fará comentários sobre a morte de Haniyeh, mas mencionou que Israel está em alerta máximo para possíveis retaliações do Irã. O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, afirmou que “Israel não quer guerra, mas está preparado para todas as eventualidades”.

Em relação às ameaças do governo iraniano, Gallant afirmou que Israel está pronto e que responderá com um “preço alto” a qualquer ataque.

Tensão entre os dois países

Israel e Irã têm experimentado uma escalada nas tensões nos últimos meses. Israel tem enfrentado batalhas contra grupos armados aliados ao Irã, como Hamas, Hezbollah e a Guarda Revolucionária Iraniana. Em abril, o Irã lançou mais de 300 mísseis e drones em direção ao território israelense em retaliação ao assassinato de um comandante da Guarda na embaixada iraniana na Síria por forças israelenses.

O comandante da Força Aérea de Israel, major-general Tomer Bar, afirmou que dezenas de aeronaves, tripuladas e não tripuladas, estão “prontas e preparadas em questão de minutos para qualquer cenário, em qualquer frente”. Bar ainda afirmou que Israel agirá contra qualquer um que planeje provocar danos aos cidadãos de Israel, indicando ainda que não há lugar longe demais para ser atingido.

Estados Unidos oferece recompensa por informações sobre membro do Hezbollah

Nesta terça-feira (30), o governo norte-americano anunciou uma recompensa de aproximadamente R$ 28 milhões por informações sobre Fu’ad Shukr, o conselheiro sênior do chefe do grupo terrorista Hezbollah e membro do Conselho de Jihad. O líder teria sido o alvo da ofensiva das Forças israelenses nos subúrbios no sul de Beirute na tarde de ontem.

A recompensa por Fu’ad Shukr

A informação sobre a recompensa foi divulgada pelo website “Recompensas pela Justiça”, cuja missão é gerar informações úteis que protejam os cidadãos estadunidenses e promovam a segurança nacional dos EUA. O programa oferece recompensas por informações sobre terrorismo, atividades maliciosas que ameacem os país. De acordo com o site, Fu’ad Shukr, também conhecido pelo nome de al-Hajj Mohsin, é o maior braço militar do Hezbollah e tem ajudado o grupo e as tropas pró-Síria contra as forças de oposição dentro da Síria.


Israel lançou ofensiva no sul de Beirute, tendo Shukr como alvo principal (Foto: reprodução/Houssam Shbaro/Anadolu/Getty Images Embed)


O site destaca que Fu’ad Shukr teve papel essencial no atentado que vitimou 241 militares do Quartel do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA em Beirute. O ataque ocorreu em 23 de outubro de 1983 e também feriu outros 128 militares. Desde de setembro de 2019, o Departamento de Estado norte-americano atribuiu a Shukr a alcunha de “Terrorista Global Especialmente Designado de acordo com a Ordem Executiva 13224”. A ordem veio quase cinco anos depois do Departamento do Tesouro impor sanções a Shukr e a dois outros líderes do Hezbollah.

Israel diz que Shukr foi eliminado

Israel realizou um ataque aos subúrbios de Beirute nesta terça-feira (30) com intenção de eliminar Fu’ad Shukr, um dos alvos de maior patente militar dentro do Hezbollah. O país acusou o comandante de ser responsável por um ataque nas Colinas de Golã ocorrido no sábado (27). Os foguetes teriam sido disparados do Líbano e feriram 44 civis israelenses e mataram 12 crianças que brincavam num campo de futebol na cidade de Majdal Shams. O grupo negou a autoria do ataque.

Segundo comunicado das Forças de Defesa de Israel, Fu’ad Shukr teria sido morto no ataque feito ontem. Entretanto, uma autoridade do governo do Líbano afirmou à rede CNN que o comandante teria sobrevivido ao ataque.

Novos ataques de Israel deixam mais de 50 mortos na Faixa de Gaza

Recentemente, o exército israelense realizou novos ataques na Faixa de Gaza, inclusive em uma escola que, segundo estes, estava sendo utilizada por terroristas, justificando as 41 pessoas mortas no local, e os mais de 100 feridos, que foram socorridos pelas equipes de emergência.


Momento em que a escola Deir al-Balah é bombardeada por Israel (Vídeo: reprodução/X/@BeckettUnite)

Segundo o Ministério da Saúde do Hamas, a escola Deir al-Balah, na região central da Faixa de Gaza, abrigava civis que se moveram por conta da guerra, inclusive crianças e adolescentes. Já os militares israelenses dizem que o local era usado por terroristas; um grupo do Hamas estaria se escondendo ali, e mantinham armas e munição.

Demais ataques de Israel

Outros locais foram atacados pelo exército israelense, como Khan Younis, onde, segundo o Hamas, 14 pessoas faleceram. Após alguns foguetes terem sido lançados a partir de certos pontos do bairro, considerados como seguros, uma ordem de retirada foi proferida pelos militares.


O ataque de Israel em Khan Younis (Vídeo: reprodução/X/@ajplus)

Nos últimos três dias, as autoridades de Khan Younis reportaram mais de 400 feridos, e pelo menos 129 mortos. O números se dão devido os “ataques surpresa” israelenses que.

A região, definida como segura por esse mesmo exército, voltou a ser atacada inúmeras vezes. Ainda segundo o gabinete de imprensa de Gaza, mais de 40 pessoas estão desaparecidas desde que os ataques recomeçaram, e cerca de 1.350 chamadas de socorro foram efetuadas por famílias que ficaram presas no leste de Khan Younis.

Segundo o povo que tentou sair de Khan Younis após o alerta de evacuação, a cena das pessoas correndo, desesperadamente, a fim de tentar salvar suas vidas, era como o dia do julgamento.

Investigação de Israel

Um campo de futebol foi atingido nas Colinas de Golã, área da Síria anexada por Israel, deixando mais de 20 feridos, e ao menos 10 mortos. O ataque está sendo averiguado por Israel.

O ataque foi condenado pelo Líbano, de onde vieram os foguetes. O grupo terrorista libanês, Hezbollah, aliado do Hamas, foi culpabilizado pelo bombardeio. Por mais que tenham negado, Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro, relatou que o grupo pagará um alto preço pelo ataque.

Uma nova discussão ocorrerá neste domingo (28), com representantes do Catar, Egito e Estados Unidos. A reunião ocorrerá na Itália, a fim de que Hamas e Israel aceitem a proposta de cessar-fogo, que foi pedido pelo governo do Reino Unido.

Bombardeio israelense deixa ao menos 70 mortos em Gaza

Segundo o Ministério da Saúde do governo do Hamas, Israel realizou, nessa segunda-feira (22), bombardeios em Khan Younis, no Sul de Gaza, depois de ordenar que a população abandonasse a área. Pelo menos 70 pessoas foram mortas.


Bombardeios em Gaza (Foto: reprodução/SAID KHATIB/Getty Images Embed)


O atentado aconteceu quando Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro israelense se dirigia a Washington, onde fará um discurso no Congresso nesta quarta-feira (24).

A desistência de Biden da presidência

No último domingo (21), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou que não buscará a reeleição, afirmando que essa decisão é “do melhor interesse do meu partido e do país”. Ele declarou ainda seu apoio à vice-presidente Kamala Harris como sua substituta na corrida presidencial. A decisão, tomada a quatro meses das eleições, altera significativamente a dinâmica da disputa pela Casa Branca.

O presidente israelense caracterizou sua partida de Israel como uma “viagem muito importante” em meio a uma “grande incerteza política“, decorrente da decisão do presidente Joe Biden de não se candidatar à reeleição. A guerra afetou as relações entre Israel e os EUA, seu principal aliado. Os dois líderes deverão se reunir na quinta-feira (25), segundo uma autoridade americana.


Joe Biden (Foto: reprodução/Mario Tama/Getty Images Embed)


Segundo Biden, o objetivo é encontrar uma solução para acabar com a guerra de Gaza, alcançar a paz no Oriente Médio e trazer todos os reféns israelenses de volta para casa.

Netanyahu também se encontrará com Kamala Harris, apoiada por Biden como candidata democrata às próximas eleições, embora ela não participe da cerimônia que Netanyahu receberá no Congresso.

Os EUA sobre a guerra

No cenário internacional, os Estados Unidos expressaram descontentamento com a reação de Israel à incursão fatal de 7 de outubro por militantes do Hamas no sul do país. Washington destaca a necessidade de proteger os civis e permitir o acesso de ajuda humanitária à Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas desde 2007. Segundo Steven Cook, especialista em Oriente Médio do Conselho de Relações Exteriores dos EUA, as relações bilaterais nunca estiveram tão tensas.