Israel mata mais de 100 civis que esperavam por comida em Gaza e viola leis humanitárias internacionais

Na manhã desta quinta-feira (29), as Forças de Defesa de Israel (FDI) abriram fogo em civis palestinos que estavam reunidos em volta de caminhões de ajuda humanitária, aguardando a entrega de alimentos. Até o momento, foram confirmadas 104 mortes e mais de 760 pessoas feridas.

De acordo com o Ministério da Saúde palestino, os dois números ainda devem aumentar após a contagem dos corpos e pessoas que ainda estão no local. O massacre ocorreu na rua Haroun Al Rasheed, no oeste de Gaza, e já foi condenado pelo Ministério das Relações Exteriores da Autoridade Nacional Palestina (ANP) como “hediondo”, e pelo governo do Egito como “um ataque desumano israelense” contra “civis palestinos desarmados”.

Nós consideramos atacar cidadãos pacíficos que correm para pegar parte da ajuda um crime vergonhoso e uma flagrante violação do direito internacional”, comunicou o Egito, em concordância com a Oxfam International, que denunciou o caso como uma “grave violação das leis humanitárias internacionais e da nossa humanidade”.


Palestinos em volta dos caminhões de ajuda humanitária (Vídeo: reprodução/Youtube/UOL)

“Massacre hediondo”

As FDI já divulgaram imagens sobrevoando o local antes do ataque, evidenciando a densidade de civis palestinos em torno dos caminhões que traziam ajuda humanitária. Após os palestinos se aproximarem dos veículos, o Exército israelense abriu fogo com tiros de drone e tanques de guerra.

Atualmente, Israel descreveu duas versões do incidente, com um comunicado das FDI afirmando que os civis morreram “como resultado do empurra-empurra, pisoteamento e atropelamento pelos caminhões“, enquanto que um oficial israelense disse à CNN que o que realmente ocorreu foi que “a multidão se aproximava das forças de uma maneira que representava uma ameaça às tropas, que responderam à ameaça com fogo real”.

Esse incidente, junto com a ofensiva sobre Rafah, demonstra que Israel tem cada vez mais avançado sobre locais onde ajuda humanitária poderia chegar aos palestinos, cortando o acesso a suprimentos, e vias de escape.


Palestinos indo ao mar para recuperar ajuda humanitária (Vídeo: reprodução/Youtube/UOL)

Israel vs. Ajuda Humanitária

O bloqueio israelense de ajuda humanitária chegou a tal ponto que palestinos famintos (que no total podem representar 2,2 milhões em Gaza, segundo a ONU) chegaram a ir ao mar tentar recuperar uma parte dos suprimentos que caíram de um avião nesta última segunda (26).

Tratando-se de ajuda humanitária, em raros casos países são forçados a entregá-la por ar, devido à ineficiência e custo alto do transporte, além do risco claro em dirigir uma embarcação aérea sobre uma zona de conflito. No entanto, foi justamente desse modo que os suprimentos tiveram de ser entregues, uma vez que as tropas israelenses passaram a bloquear grande parte da ajuda terrestre. Com o incidente desta manhã, a precaução parece ser justificada.

O incidente está sobre revisão“, disseram as Forças de Defesa de Israel. Os hospitais locais, Al Shifa, Kamal Adwan, e Al Awda, afirmaram que muitas das vítimas estão chegando já mortas, e com grande atraso por causa de escombros bloqueando o caminho das ambulâncias. O número de mortos e feridos ainda deve ser atualizado pelo Ministério da Saúde palestino após a contagem final.

Negociações em andamento: Biden espera acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas

Em um evento político na cidade de Nova York, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, expressou otimismo na busca por um acordo de cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista Hamas. Biden afirmou nesta segunda-feira (26) que espera que até a próxima segunda-feira haja um entendimento para encerrar as hostilidades que perduram desde 7 de outubro do ano passado.

Apesar das declarações de Biden, oficiais do Hamas refutaram as afirmações, indicando que diferenças significativas ainda precisam ser superadas para alcançar um cessar-fogo viável. A incerteza paira sobre os esforços diplomáticos em curso, enquanto ambas as partes permanecem firmes em suas demandas e objetivos finais.

Passos rumos à paz

Recentes desenvolvimentos indicam movimentos em direção a um possível acordo. Segundo relatos da rede Al Jazeera, Israel concordou em discutir a troca de prisioneiros palestinos por civis mantidos como reféns pelo Hamas na Faixa de Gaza. Autoridades israelenses viajaram ao Catar, onde o Hamas mantém seu escritório político, para deliberar sobre os termos de um possível acordo de trégua e libertação de reféns.

Israel enfrenta pressão dos Estados Unidos para concluir um cessar-fogo, com o intuito de evitar uma escalada do conflito na Faixa de Gaza. A delegação israelense, composta por agentes das Forças Armadas e da agência de espionagem Mossad, está empenhada em facilitar as negociações, incluindo a verificação dos militantes palestinos propostos para libertação pelo Hamas.

Apesar dos avanços nas negociações, os objetivos finais das partes continuam distantes. O Hamas demanda a retirada de Israel da Faixa de Gaza e o fim das hostilidades como condições para a libertação dos reféns, enquanto Israel busca uma pausa temporária nas hostilidades e o controle da segurança em Gaza.

Esforços internacionais


Biden expressa esperança de um cessar-fogo entre Israel e Gaza nos próximos dias (Foto: reprodução/U.S. EMBASSY)

Os Estados Unidos, juntamente com outras potências, estão envolvidos na busca por uma solução duradoura para o conflito. Recentemente, foi divulgado que os EUA proporão uma resolução no Conselho de Segurança da ONU, buscando respaldo internacional para um cessar-fogo na região.

A tentativa de alcançar um consenso no Conselho de Segurança enfrenta obstáculos, uma vez que a aprovação requer uma maioria de votos favoráveis e a ausência de veto dos membros permanentes. A história de aliança entre EUA e Israel, no entanto, tem impacto nas negociações, considerando posicionamentos anteriores de veto dos Estados Unidos a resoluções similares.

Histórico de veto

Vale ressaltar que os Estados Unidos têm historicamente vetado resoluções que pedem cessar-fogo no conflito Israel-Hamas, como observado em ocasiões anteriores no Conselho de Segurança da ONU.

Silvio Almeida discursa sobre a criação do Estado Palestino na ONU

Em seu discurso na ONU, Silvio Almeida repudia a punição coletiva que Israel vem fazendo em Gaza e defende a criação do Estado palestino. Em meio a autoridades estrangeiras, o ministro disse que espera que a Corte Internacional de Justiça (CIJ) ratifique que a ocupação dos territórios palestinos por Israel é ilegal.

Crítica feita por Silvio em seu discurso

Durante a 55ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, o Ministros dos Direitos Humanos, Silvio Almeida criticou durante seu discurso a proporção de força usada por Israel na Faixa de Gaza, além de pedir pela criação de um Estado Palestino visando à paz.

Perante delegações estrangeiras, abrangendo representantes tanto governamentais quanto não governamentais, Almeida expressou sua esperança de que a Corte Internacional de Justiça (CIJ) ratifique que a ocupação de Israel nos territórios palestinos é ilegal e contraria os preceitos institucionais.

Almeida disse no seu discurso que não pode deixar de registrar sua profunda indignação com o que está acontecendo em Gaza, que em mais de uma oportunidade condenou os ataques ofensores pelo Hamas e demandou a libertação de todos os reféns imediatamente.


Silvio Almeida e Lula. (Foto: reprodução/Marcelo Camargo).

O ministro também defendeu a criação de um Estado Palestino livre e soberano, sendo assim  uma condição imprescindível para à paz. Silvio considera ser dever do Conselho prestigiar a busca da solução pacífica dos conflitos e se opor a qualquer forma de neocolonialismo.

Brasil foi selecionado para integrar o Conselho

No último mês de outubro, o Brasil foi selecionado para um período de três anos como membro do Conselho de Direitos Humanos da ONU, composto por 47 nações.

Durante sua fala, o ministro delineou as principais metas de sua administração e enfatizou que a administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realocou o Brasil em fóruns multilaterais, no que se refere à pauta dos Direitos Humanos.

Para Silvio Almeida o Conselho deve aprofundar seus trabalhos no campo de combate ao discurso de ódio e à desinformação, que vem afligindo a democracia e a convivência no interior das sociedades entre os povos.

Israel bombardeia mesquita em Rafah e deixa quatro pessoas mortas 

Nesta quinta-feira (23), Israel voltou a bombardear a cidade de Rafah, localizada no sul da Faixa de Gaza; o ataque provocou a destruição de uma mesquita e vários edifícios residenciais na região, deixando pelo menos quatro pessoas mortas. Metade da população de Gaza se deslocava para cidade a procura de refúgio devido ao conflito no norte do país. 

Moradores consideram pior ataque até agora 

Segundo o Ministério da Saúde palestino, controlado por Hamas, nas últimas 24 horas, 97 pessoas foram mortas nos ataques israelenses. O Ministério informou também que, até agora, quase 30 mil palestinos morreram e mais de 65 mil ficaram feridos por ataques israelenses, em sua maioria, menores de idade e mulheres.

Foi uma noite difícil”, palavras de Akram al-Satri, um dos abrigados em Rafah, devastado, o palestino conta que o mês sagrado está perto que a mesquita destruída pelos ataques era frequentada por 20, 30 mil pessoas. A situação em Rafah é preocupante, já que se estima que 1,5 milhão de palestinos estejam vivendo na cidade em condições precárias e degradantes, com superlotação na cidade. 


Mesquita al-Farouk após bombardeio de Israel (foto: reprodução/X/@newsandufology)

Na noite de quarta-feira (21), moradores da região de Rafah e Khan Yunis, no sul de Gaza, alguns quilômetros mais ao norte, também foram alvos de alguns bombardeios israelenses.

Novo acordo de cessar-fogo 

Os ataques aconteceram enquanto acontecia o acordo de trégua entre Hamas e Israel. Segundo o ministro do Gabinete de Israel, Benny Gantz, os esforços para um novo acordo estão promissores e deve haver uma nova negociação com um dos chefes de Hamas em breve.  

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, já havia anunciado uma possível invasão terrestre em Rafah no mês do Ramadã como último recuso para a libertação de reféns remanescentes sequestrados no dia 7 de outubro. A cidade de Rafah é o único território que não foi invadida pelo exército na guerra, e segundo o porta-voz das Forças Armadas de Israel, Daniel Hagari, 134 pessoas ainda permanecem em posse do grupo terrorista Hamas. 

Benjamin Netanyahu apresenta plano oficial para Gaza após fim de guerra entre Israel e Hamas 

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, apresentou, nesta quinta-feira (23), para os membros do gabinete de segurança de Israel, um plano pós-guerra em Gaza. Segundo a Reuters, que teve acesso ao documento, o ministro revelou que deseja manter o controle do território palestino desde Cisjordânia a Gaza.

A proposta aborda também o fechamento da fronteira sul com o Egito, desmilitarização do território e revisão dos sistemas educativos de Gaza.  

Planos para Gaza 

O documento é uma base para preparação de futuras negociações sobre o futuro dos palestinos. A médio prazo, o primeiro-ministro pretende dar fim a radicalização política, mas não detalha como e nem quando será feito. A longo prazo, Netanyahu rejeita a ideia de um Estado palestino, dizendo que pode ser feito um acordo com negociações diretas de ambos os lados.

Para se livrar do domínio de Hamas em Gaza, Netanyahu propõe trabalhar com comitês locais que não sejam ligados a Hamas nem financiado por eles. 


O território palestino foi reduzido para 15%, numa disputa territorial que já dura mais de 70 anos (mapa: reprodução/ Blog Dmasd/ Jornal do Campus)

O líder do governo também sugere que Israel integre na fronteira Gaza e Egito, bem como uma cooperação com Egito e Estados Unidos na tentativa de impedir a prática de contrabando, inclusive na cidade de Rafah. 

O documento reflete um amplo consenso público sobre os objetivos da guerra e sobre a substituição do domínio do Hamas em Gaza por uma alternativa civil”, disse um comunicado do gabinete de Benjamin. 

Desejo do povo palestino 

O porta-voz do presidente palestino Mahmoud Abbas, Nabil Abu Rudeineh, disse, em entrevista, à Reuters que o plano do primeiro-ministro está “fadado ao fracasso”, logo como qualquer plano que tenha o objetivo de mudar como a cidade e população vive em Gaza.

Para Nabil, se o mundo está interessado na segurança da região, deve reconhecer um Estado palestino e incluir Jerusalém como capital. 

Pedido de Impeachment de Lula chega a 113 assinaturas entre deputados federais

O pedido de impeachment do atual Presidente da República Federativa do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), chegou a 113 assinaturas na última terça-feira (20). O pedido deverá começar ser protocolado na Câmara dos Deputados em breve.


Luiz Inácio Lula da Silva em Adis-Abeba, na Etiópia (Foto: reprodução/Fábio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil/O Antagonista)


Motivo do pedido de Impeachment 

Após fala de Lula durante uma conferência internacional,  comparando ocorridos entre Israel na faixa de Gaza com o Holocausto do período da Segunda Guerra Mundial, foi realizado um pedido por mudanças. Segundo parlamentares que protocolaram o pedido, o ato é um crime de responsabilidade. Também é citado pelos mesmos o  artigo 5 da constituição federal. Alguns dos nomes que constam em lista  fazem parte  de partidos da oposição, como PL, do PP, do Republicanos, do União Brasil e do PSD.

Lista dos assinantes 

  •  Nomes dos assinantes do pedido de Impeachment do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva :
  • Carla Zambelli (PL-SP);
  • Julia Zanatta (PL-SC);
  • Delegado Caveira (PL-PA);
  • Mario Frias (PL-SP);
  • Meira (PL-PE);
  • Maurício Marcon (PODE-RS);
  • Paulo Bilynskyj (PL-SP);
  • Sgt Fahur (PSD-PR);
  • Delegado Fabio Costa (PP-AL);
  • Carlos Jordy (PL-RJ);
  • Gustavo Gayer (PL-GO);
  • Sgt Gonçalves (PL-RN);
  • Kim Kataguiri (UNIAO-SP);
  • Bia Kicis (PL-DF);
  • General Girão (PL-RN);
  • Luiz Philippe (PL-SP);
  • Nikolas Ferreira (PL-MG);
  • Alfredo Gaspar (UNIAO-AL);
  • Rosangela Moro (UNIAO-SP);
  • Gilvan da Federal (PL-ES);
  • Carol de Toni (PL-SC);
  • Amália Barros (PL-MT);
  • Domingos Sávio (PL-MG);
  • Ramagem (PL-RJ);
  • Nicoletti (UNIAO-RR);
  • Messias Donato (REPUBLICANOS-ES);
  • André Fernandes (PL-CE);
  • Marcelo Álvaro Antônio (PL-MG);
  • Eros Biondini (PL-MG);
  • Junio Amaral (PL-MG);
  • Coronel Telhada (PP-SP);
  • Marcel Van Hattem (NOVO-RS);
  • José Medeiros (PL-MT);
  • Zucco (PL-RS);
  • Daniel Freitas (PL-SC);
  • Zé Trovão (PL-SC);
  • Daniela Reinehr (PL-SC);
  • Capitão Alden (PL-BA);
  • Filipe Martins (PL-TO);
  • Bibo Nunes (PL-RS);
  • Adriana Ventura (NOVO-SP);
  • Gilberto  Silva (PL-PB);
  • Cel Chrisóstomo (PL-RO);
  • Sanderson (PL-RS);
  • Giovani Cherini (PL-RS);
  • Filipe Barros (PL-PR);
  • Cristiane Lopes (UNIAO-RO);
  • Capitão Augusto (PL-SP);
  • Gilson Marques (NOVO-SC);
  • Coronel Fernanda (PL-MT);
  • Eduardo Bolsonaro (PL-SP);
  • Any Ortiz (CIDADANIA-RS);
  • Marco Feliciano (PL-SP);
  • Adilson Barroso (PL-SP);
  • Chris Tonietto (PL-RJ);
  • Silvio Antonio (PL-MA);
  • Ricardo Salles (PL-SP);
  • Silvia (PL-AP);
  • Abilio(PL-AP);
  • Marcio Alvino (PL- SP);
  • Jefferson Campos (PL- SP);
  • Rodrigo Valadares (União-SE);
  • Marcelo Moraes (PL-RS);
  • Delegado Éder Mauro (PL-PA);
  • Rodolfo Nogueira (PL-MS);
  • Dr. Frederico (PRD-MG);
  • Clarissa Tercio (PP-PE);
  • Evair Vieira de Melo (PP-ES);
  • Eli Borges (PL-TO);
  • Coronel Assis (União- MT);
  • Luiz Lima (PL-RJ);
  • Coronel Ulysses (União-AC);
  • Dr. Jaziel (PL-CE);
  • Capitão Alberto Neto (PL-AM);
  • Mariana Carvalho (Republicanos – RO);
  • Roberto Duarte (Republicanos – AC);
  • Marcos Pollon (PL-MS);
  • Magda Mofatto (PRD-GO);
  • Dayany Bittencourt (União-CE);
  • ;Maurício Souza (PL-MG);
  • Fernando Rodolfo (PL-PE);
  • Roberta Roma (PL – BA);
  • Alberto Fraga (PL –DF);
  • Reinhold Stephanes Jr (PSD – PR);
  • Lincoln Portela (PL – MG);
  • Miguel Lombardi (PL – SP);
  • Dr. Zacharias Calil (UNIÃO – GO);
  • Professor Alcides (PL-GO);
  • Rosana Valle (PL –SP);
  • Hélio Lopes (PL – RJ);
  • Pedro Lupion (PP –PR);
  • Pastor Eurico (PL-PE);
  • Delegado Palumbo (MDB -SP);
  • Zé Vitor (PL-MG)
  • Lucas Redecker (PSDB-RS);
  • Dr. Fernando Maximo (União-RO);
  • Thiago Flores (MDB-RO);
  • Dr Luiz Ovando (PP-MS);
  • Roberto Monteiro (PL-RJ);
  • General Pazuello (PL-RJ);
  • Luciano Galego (PL-MA);
  • Afonso Hamm (PP-RS);
  • Osmar Terra (MDB-RS);
  • Covatti Filho (PP-RS);
  • Pedro Westphalen (PP-RS);
  • Geovania de Sá (PSDB-SC);
  • Nelsinho Padovani (União-PR);
  • André Ferreira (PL-PE);
  • Gerlen Diniz (PP-AC);
  • Ana Paula Leão (PP-AC);
  • Dilceu Sperafico (PP-PR);
  • Vermelho Maria (PL-PR);
  • Franciane Bayer (Republicanos-RS).

Israel bombardeia abrigo da ONG Médicos Sem Fronteiras

A ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) atua na região da Faixa de Gaza para auxiliar os feridos pela guerra entre Israel e o Hamas. Na terça-feira (20), um abrigo em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, utilizado pela organização para cuidar de cidadãos palestinos, foi bombardeado pelo exército israelense. O ataque resultou em dois mortos e seis feridos.

A atuação da ONG na guerra

A MSF foi fundada na década de 1970 com o objetivo de auxiliar países em estado de calamidade. Presente na Faixa de Gaza desde o início do conflito, a MSF afirmou que o local bombardeado pelo exército israelense servia de abrigo para suas equipes e familiares. A Médicos Sem Fronteiras declarou que as vítimas do ataque eram familiares da equipe que estava no local para auxiliar os feridos.

A Médicos Sem Fronteiras havia emitido um comunicado no dia do ataque pedindo ajuda para evacuar os pacientes de um hospital que fica próximo ao abrigo. Segundo a ONG, 145 pessoas, entre elas pacientes e médicos ou enfermeiros, estão presas desde 15 de fevereiro sem nenhum tipo de energia elétrica e com pouca comida após um ataque feito por Israel na região.


Israel informou que a operação dentro do hospital foi feita para resgatar corpos de reféns israelenses (Vídeo: reprodução/YouTube/cnnbrasil)

Situação da guerra no mundo

Recentemente, o presidente brasileiro Lula comparou as atitudes de Israel com o Holocausto. A fala do chefe de Estado incomodou o país em guerra, Israel, e o colocou como persona non grata. Mas, além disso, há uma pressão internacional para que Benjamin Netanyahu coloque um cessar-fogo no conflito que está causando um genocídio no povo palestino.

Até os Estados Unidos, aliado histórico de Israel, estão a favor de um cessar-fogo, mesmo que temporário. O próprio Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, afirmou ter conversado com o chefe de Estado israelense para colocar um fim na guerra contra o Hamas. O governo norte-americano já havia pedido para que o exército israelense não conduzisse nenhum ataque sem que houvesse a garantia de não ferir civis.

Israel cobra desculpas de Lula por comparações de Faixa de Gaza ao Holocausto

Israel continua a cobrar para que o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), peça desculpas por sua fala, que comparou o contemporâneo bombardeio e tratamento geral de civis palestinos, por parte das Forças de Defesa de Israel (IDF) na Faixa de Gaza, ao Holocausto conduzido pelos nazistas alemães contra os judeus na Segunda Guerra Mundial. Foi uma comparação que transformou Lula em persona non grata (“não bem-vinda”) no país criticado.

O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico,” Lula afirmou em discurso no final de semana. “Aliás, existiu: quando o Hitler resolveu matar os judeus.”

Nesta terça-feira (20), seguindo a resposta do primeiro ministro israelense, Benjamin Netanyahu, foi a vez do ministro das Relações Exteriores, Israel Katz, afirmar nas redes sociais que a comparação é “promíscua” e “delirante“.

Vergonha para o Brasil e um cuspe no rosto dos judeus brasileiros. Ainda não é tarde para aprender História e pedir desculpas,” escreveu Katz. “Até então – continuará sendo persona non grata em Israel!


Fala do ministro das Relações Exteriores israelenses (Foto: reprodução/Twitter/@Israel_Katz)

Israel e judeus

Em contraste com parte da fala, vários judeus brasileiros já partiram para a defesa do presidente Lula, incluindo o grupo Vozes Judaicas por Libertação, que chegaram a afirmar a importância de não oprimir outros povos como antes foram oprimidos, e perpetuarem o ódio.

A contradição do povo judaico ser ora vítima e agora algoz é palpável, tenebrosa e desalentadora. Lula externou o que está no imaginário de muitos de nós,” afirmaram em nota divulgada. “Apoiamos as colocações do presidente Lula e cobramos que a radicalidade de suas palavras seja colocada em prática.”

Para explicar tal diferença, vale lembrar que Israel, embora seja um Estado judaico, não é representativo de todos os judeus. Dentro de seu próprio território, existem israelenses que se recusam a integrar no exército por “objeção de consciência”, como Tal Mitnick, que foi condenado à prisão militar por sua recusa. Nesse contexto, também se explica porque o governo Lula descartou a possibilidade de pedidos de desculpas a Netanyahu, e continua reprovando suas ações, que caracteriza como “genocídio“: criticar Israel e criticar os judeus, em sua visão, são coisas completamente diferentes.

Ainda assim, o Holocausto é considerado por muitos como uma tragédia única e incomparável. Na Segunda Guerra Mundial, historiadores não-negacionistas tendem a concordar que morreram cerca de 6 milhões de judeus, enquanto que no atual conflito da Faixa de Gaza, podem ser até 29 mil palestinos mortos, de acordo com dados do Ministério da Saúde do local. Trata-se de uma diferença de escala significativa, embora existam semelhanças na proporção elevada de civis mortos, incluindo mulheres e crianças.

Comparar Israel ao Holocausto nazista e a Hitler é ultrapassar uma linha vermelha. Israel luta por sua defesa e garantia do seu futuro até a vitória completa,” já declarou Netanyahu, após o discurso de Lula.

Netanyahu e o conflito

Somando todos os seus seis mandatos, Banjamin Netanyahu tem governado sobre Israel como primeiro-ministro por mais de 16 anos. Atualmente, é considerado uma figura política controversa, no último sábado (17), retornaram os protestos em Tel Aviv, que haviam sido postos em pausa com o conflito, contra seu governo – também por suas falas radicais, uma das quais também invocou o Holocausto.

Em outubro de 2015, Netanyahu já chegou a dizer que Hitler não queria exterminar judeus e sim apenas os expulsar da Europa, mas Haj Amin al-Husseini, um líder palestino muçulmano, lhe deu a ideia do Holocausto meses antes da Segunda Guerra Mundial. Tal afirmação foi gravemente atacada por historiadores, que apontaram que o encontro desses dois indivíduos apenas ocorreu cinco meses depois de a exterminação em massa de judeus já ter iniciado, e que o discurso só servia como uma tentativa de tirar a responsabilidade de Hitler e atrelá-la aos palestinos para justificar sua ideologia.

Entre as críticas sofridas pela fala, Angela Merkel, chanceler da Alemanha, recusou as acusações e reafirmou a responsabilidade do próprio país pelo massacre ocorrido. Por alguns especialistas políticos, a fala de Netanyahu chegou a tratar da tragédia como um escudo e ferramenta para atacar seus inimigos políticos, minimizando o Holocausto. No entanto, a controvérsia não foi suficiente para impedir que ele se reelegesse novamente, continuando seus projetos militares, muitos dos quais entrarem em ação durante esse conflito.

Nesta terça-feira, a fala do ministro Israel Katz, parte do gabinete de Netanyahu, usou este ponto para justificar as ações de Israel, e descartar qualquer “genocídio” apontado pelo presidente Lula, afirmando que “se não tivéssemos um exército, eles teriam assassinado mais dezenas de milhares.

Hoje a guerra continua, apesar dos protestos em Tel Aviv contra o primeiro ministro israelense, e o bloqueio de ajuda humanitária contra o qual Lula protestou também deve ser mantido pelo governo na Faixa de Gaza. As fatalidades constam, na última atualização, em aproximadamente 1.400 israelenses e 28.500 palestinos.

Joe Biden discursa sobre morte de americanos em ataque aéreo com drones em Jordânia 

Nesta quinta-feira (1), o presidente dos EUA, Joe Biden, se pronunciou em relação aos soldados americanos mortos por ataque com drones em Jordânia, dizendo sentir o sofrimento da população de Gaza e principalmente dos americanos que perderam pessoas nessa guerra em Gaza. O discurso foi durante o Café da Manhã de Oração Nacional que ocorreu no Capitólio. 

Paz entre palestinos e israelenses 

Na ocasião, Biden lamentou a situação de homens e mulheres que estão na Faixa de Gaza que são mantidas reféns ou perderam suas casas sendo deslocados, ou bombardeados sem saber quando irá ser a próxima refeição. O presidente diz que não reza apenas pelas vidas ceifadas de suas famílias ou pela paz entre o povo israelense e o povo palestino, mas que também está trabalhando junto aos líderes de Estados pela segurança e dignidade ser devolvida a Gaza. Joe também reforçou seu empenho em devolver reféns detidos pelo grupo terrorista Hamas a suas famílias, que está trabalhando pela paz duradoura em Gaza para os dois povos.  

O presidente finalizou o discurso falando com as famílias dos militares mortos em Jordânia dizendo que irá estar presente na transferência de corpos que será realizada nesta sexta-feira (2). 


Biden, no Capitólio, discursando no Café da Manhã de Oração Nacional (foto: reprodução/Instagram/@potus)

O ataque aéreo por drones sofridos pelos militares americanos, ocorreu no último sábado (27), causando a morte de três soldados dos Estados Unidos e deixando pelo menos 34 estadunidenses feridos. O episódio ocorreu na fronteira de Jordânia e Síria, essas foram as primeiras mortes de americanos em território de guerra entre Israel e Hamas.  

Tradição americana 

O Café da Manhã Nacional de Oração é realizado todo ano na primeira quinta-feira de fevereiro, onde o presidente dos Estados Unidos se reúne com líderes religiosos, empresários e políticos em Washington para falar sobre religião. O evento é visto como uma oportunidade para a comunidade religiosa ter mais envolvimento em comunidades políticas e empresariais. São convidados religiosos de diversas religiões, inclusive do Islamismo e Judaísmo.  

Madre Teresa de Calcutá, e o vocalista da banda irlandesa U2, Bono, são algumas das pessoas que já foram oradores em edições anteriores falando sobre temas importantes para a sociedade. 

Colômbia comandará libertação de reféns sequestrados pelo Hamas 

Nesta quarta-feira (31), Gustavo Petro, presidente da Colômbia, aceitou comandar uma negociação para a libertação dos reféns que estão mantidos sob sequestro pelo Hamas desde o início da guerra no Oriente Médio, em 7 de outubro de 2023. 

No último dia 11 de janeiro, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, enviou uma carta a Gustavo Petro solicitando que o Estado colombiano forneça “todos os esforços” para liderar esta “comissão de paz”. 

Em resposta, o presidente da Colômbia aceitou comandar a negociação e repudiou a guerra entre Israel X Hamas.  “Considero prioritário que se avance rapidamente para o fim das hostilidades e iniciar conversas para obter a libertação de todos os reféns”, escreveu Petro. 

“Proponho que avancemos na criação de uma Comissão de Paz composta por diversos países, para garantir essas libertações e alcançar o objetivo maior de acabar com a violência entre Israel e a Palestina”, concluiu o presidente colombiano.


Gustavo Petro, presidente colombiano, aceita liderar Comissão de Paz para libertar sequestrados pelo Hamas (Foto: Reprodução/Vannessa Jimenez/Reuters)

Colômbia apoia ação contra Israel por genocídio 

No último dia 10, a Colômbia apoiou a ação movida pela África do Sul contra o Estado de Israel por genocídio contra o povo palestino. A ação foi apresentada na Corte Internacional de Justiça (CIJ), com sede em Haia, por suposta violação da Convenção de 1948.

Em nota, o presidente colombiano ressaltou ser “muito claro que as ações e medidas adotadas pelo governo de Israel constituem atos de genocídio”. Além disso, Petro elogiou a postura tomada pelo governo da África do Sul afirmando ter sido um “passo corajoso na direção certa”.

Petro já ameaçou romper relações com Israel

No início da guerra, em outubro de 2023,  as relações diplomáticas entre a Colômbia e Israel se estremeceram após declarações trocadas de ambos os lados. Margarita Manjarrez, embaixadora da Colômbia em território israelense, chegou a ser convocada a prestar esclarecimentos após críticas do presidente colombiano contra os ataques de Israel à Faixa de Gaza.  

Na época, as autoridades israelenses  anunciaram a suspensão de exportações de “materiais de segurança” à Colômbia. A medida gerou declaração de Gustavo Petro  nas redes sociais repudiando a represália de Israel e chegou a ameaçar suspender as relações exteriores contra o Estado israelense.