STF abrirá discussão sobre limites de ações das forças armadas

O Supremo Tribunal Federal (STF) julga nesta sexta-feira (29) os limites das ações das forças armadas, baseadas nos limites constitucionais e na hierarquia dos poderes. A análise em questão será realizada pelo plenário virtual e se estenderá até o dia 8 de abril. 

O assunto ganhou força no Supremo pelo partido PDT no ano de 2020 e busca respostas em relação aos pontos das leis que regulam os trabalhos das forças armadas e que tratam da responsabilidade do Presidente da República para tomar uma decisão em relação ao pedido dos Três Poderes nas Forças Armadas. 

Decisão provisória apontou que não possuem poder moderador

No ano de 2020, o Ministro Luiz Fux, relator da ação, decidiu em uma liminar provisória que as forças armadas não possuem poder moderador em um conflito entre o poder Executivo, Judiciário e Legislativo, onde em sua decisão, o juiz alegou que em uma federação, nenhum poder deve se prevalecer sobre o outro. 

O ministro alega que a “autoridade suprema” atribuída ao presidente da República sobre as forças armadas, está ligada diretamente aos princípios de hierarquia e disciplina que regem as ações militares. Ele ainda acrescenta que esta autoridade não se sobrepõe à separação e à harmonia dos três poderes, que funciona de forma livre e independente, fundamentando a democracia constitucional, com a ideia de que nenhum poder está acima dos demais ou fora do alcance da constituição. 

Jair Bolsonaro e a intervenção militar

O cenário que fez o partido PDT pedir para que o foro se inclinasse nesta questão foram as declarações do ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores sobre um suposto artigo constitucional que dava o direito à população a pedir uma intervenção militar para estabelecer uma ordem. Em um vídeo de uma reunião dos ministros do dia 22 de abril de 2020, divulgado após a decisão da corte, o procurador alegou: 

“Seria preciso fazer cumprir o artigo 142 da Constituição. Todo mundo quer fazer cumprir o artigo 142 da Constituição”.

Jair Bolsonaro e General Pujol (Foto: Pedro Ladeira – 17.abr.2019/Folhapress)

A alegação trazia uma visão divergente do que é descrito no artigo constitucional, que aborda o papel das forças armadas na manutenção da ordem pública. O assunto já havia sido esclarecido pelo Supremo Tribunal Federal, que rejeitou a ideia de subordinação do poder civil ao militar. Conforme o ministro Luís Roberto Barroso, atual presidente da Corte, “nenhum tipo de análise – seja literal, histórica, sistemática ou teleológica – justifica interpretar o artigo 142 da Constituição como conferindo às Forças Armadas um papel de moderação hegemônica”.

Antes do início do julgamento no plenário virtual, a Advocacia-Geral da União (AGU) enviou um parecer destacando que as Forças Armadas não têm o papel de atuar como árbitros ou mediadores em conflitos entre os Poderes e não podem ser mobilizadas pelo Executivo para tal finalidade.

O parecer, encaminhado ao Supremo Tribunal Federal em outubro de 2023, argumenta contra qualquer interpretação que atribua aos militares a função de regular ou decidir disputas entre os diferentes Poderes do Estado. A Advocacia Geral da União (AGU) defende que a autoridade do presidente sobre as Forças Armadas é estritamente limitada pelas disposições constitucionais, e qualquer tentativa de intervenção em outros Poderes representaria uma extrapolação indevida dessa autoridade.

No momento, o caso volta à tona para pauta de julgamento, após alegações e tentativas de golpe de Estado diretamente ligadas à participação dos militares. Na delação premiada, Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, menciona que os principais líderes das Forças Armadas foram convocados para uma reunião no Palácio da Alvorada a fim de discutir um esboço que contemplava a eventual implementação do estado de sítio no país.

Alexandre de Moraes convoca Bolsonaro a se explicar sobre a ida à embaixada da Hungria

O ex-presidente Jair Bolsonaro tem até esta quarta-feira (27) para  explicar oficialmente o porquê  passou dois dias na embaixada da Hungria após ter tido seu passaporte confiscado pela Polícia Federal (PF). Nesta segunda-feira (25), após a divulgação das imagens das câmeras de segurança publicadas pelo jornal americano The New York Times, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, deu o prazo de 48 horas para que a defesa do ex-presidente apresente uma explicação oficial para o ocorrido. 

Até o fechamento desta reportagem, Bolsonaro ainda não concedeu explicações formais ao ministro Moares sobre o que o teria motivado a se hospedar por dois dias na embaixada da Hungria, localizada em Brasília, visto que o ex-presidente possui residência na cidade. 


Câmeras de segurança flagram Jair Bolsonaro na embaixada da Hungria, em Brasília, por dois dias consecutivos. (Foto: reprodução/NYT)

Bolsonaro não poderia ser preso na embaixada

De acordo como mostram as imagens divulgadas pelo The New York Times, Jair Bolsonaro deu entrada na embaixada da Hungria no dia 12 de fevereiro e saiu dia 14. Nesse sentido, a PF iniciou uma investigação sobre as motivações que levaram o ex-presidente a se hospedar no local logo após ter tido seu passaporte apreendido pela Operação Veritas, que investiga a tentativa de golpe de Estado durante o fim do governo Bolsonaro. 

Especialistas políticos especulam a medida tomada pelo ex-presidente, visto que é estritamente proibida a entrada de policiamento dentro de embaixadas estrangeiras, isso porque tecnicamente missões diplomáticas de outros países não podem ser cobradas por não cumprirem as mesmas leis da nação em que a está localizada. Dessa forma, polícias apenas poderão cumprir mandatos nestes estabelecimentos mediante a autorização.

Nesse sentido, especula-se o porquê Jair Bolsonaro decidiu se hospedar na embaixada da Hungria logo após ter tido seu passaporte confiscado pela PF, que havia cumprido mandados de busca e apreensão, com autorização do ministro relator do caso, Alexandre de Moraes,  nas residências dos investigados pela tentativa de golpe de Estado. 

Explicação prévia da defesa de Bolsonaro

Horas depois da divulgação das imagens pelo The New York Times, Jair Bolsonaro explicou que costuma comparecer a embaixadas por todo país. Advogados que compõem a equipe de defesa do ex-presidente também se pronunciaram revelando que o comparecimento à embaixada foi para “manter contato com autoridades do país amigo”.

Bolsonaro tem 48 horas para explicar ao STF por que pernoitou na embaixada da Hungria

O ex-presidente, Jair Bolsonaro, passou dois dias na embaixada da Hungria, em Brasília, após ter o passaporte apreendido pela Polícia Federal em investigação que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou que Bolsonaro explique, dentro de 48 horas, o motivo de ter se hospedado no ambiente diplomático.

Entre os dias 12 e 14 de fevereiro, imagens do circuito interno de câmeras da embaixada divulgadas pelo jornal The New York Times, mostram o ex-presidente na embaixada húngara. A PF vai averiguar se houve alguma violação das leis neste ato.


https://www.youtube.com/watch?v=7aMSTJWx91o
Bolsonaro esteve por duas noites na embaixada da Hungria (Vídeo: reprodução/YouTube/Record News)

Bolsonaro se pronuncia sobre passagem pela embaixada da Hungria

Alexandre de Moraes é o relator do inquérito que investiga Jair Bolsonaro por uma suposta tentativa de golpe contra o Estado Democrático de Direito. No dia 8 de fevereiro, o ministro determinou a apreensão do passaporte do ex-presidente, para que Bolsonaro não deixasse o país. 

Os advogados de Bolsonaro confirmam que ele passou duas noites na embaixada da Hungria. Após o pedido de Moraes, Bolsonaro foi questionado por jornalistas sobre o que motivou essa ação. “Por ventura, dormir na embaixada, conversar com embaixador, tem algum crime nisso?”, questionou o ex-presidente.

Atualmente, Bolsonaro responde a mais quatro inquéritos no STF, entre eles, a falsificação do documento vacinal contra a Covid-19.

Embaixadas são áreas invioláveis

O que chama a atenção no fato de Bolsonaro ter passado dois dias na embaixada da Hungria é que, pelo direito internacional, ele só poderia ser preso por agentes brasileiros com o consentimento do governo húngaro. Segundo a Convenção de Viena (da qual o Brasil é signatário), as embaixadas e espaços consulares são invioláveis perante o Estado receptor.


Bolsonaro e Orbán durante visita a Hungria em fevereitro de 2022 (Foto: reprodução/Alan santos)

Bolsonaro já demonstrou publicamente sua proximidade com Viktor Orbán, o primeiro-ministro de extrema-direita da Hungria, chamando-o de “irmão” em certa ocasião, durante o período em que governou.

Se, eventualmente, o ex-presidente Jair Bolsonaro se refugiasse no interior da embaixada da Hungria, no Brasil, de fato, não haveria a possibilidade de o STF, a Polícia Federal cumprir nenhum tipo de mandado naquele lugar, já que ele é inviolável”, explicou o advogado Rafael Paiva, ao portal Band News.

O advogado, também professor de direito penal, explica que Bolsonaro, assim como qualquer outro cidadão brasileiro, não poderia ser preso dentro de uma embaixada.

Polícia Federal indicia Bolsonaro e aliados por fraude ao cartão vacinal contra Covid-19

A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro por fraude no cartão vacinal contra a Covid-19. A investigação apura que uma associação criminosa teria feito registros falsos de doses de vacina contra a Covid-19 no sistema do Ministério da Saúde, o Conecte-SUS. Foram fraudados os cartões vacinais não só do ex-presidente da República, mas de sua família e de seus aliados mais próximos, na ocasião em que foram aos Estados Unidos, país que exigia o certificado de vacina.

Além de Bolsonaro, outras 16 pessoas também foram indiciadas, como o tenente-coronel do exército Mauro Cid e o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ).

Bolsonaro: histórico de oposição à vacina

Jair Bolsonaro sempre criticou publicamente a eficácia da vacinação contra a Covid-19, porém, sem apresentar provas ou embasamento técnico e científico. Ele também demorou a tomar a iniciativa para a compra de vacinas contra a doença e colocou em dúvida as medidas sanitárias que eram recomendadas pelos principais especialistas no assunto.

A Covid-19 matou mais de 700 mil pessoas no Brasil durante o governo de Jair Bolsonaro, época que em que a pandemia atingiu níveis mundiais.

Como a PF apurou as fraudes

Nas trocas de mensagens apuradas pela PF através do celular de Mauro Cid pode-se ler um trecho em que a esposa dele diz: “não vamos deixar nossas filhas serem cobaias da vacina”. Pouco tempo depois, porém, no cartão de vacinação das filhas constavam doses da vacina. 


Mauro Cesar Barbosa Cid, tenente-coronel do Exército Brasileiro, foi ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro e atualmente é investigado por diversos crimes (Foto: reprodução/Bruno Spada/Câmara dos Deputados/Brasil de Fato)

O cruzamento de informações também demonstrou que, na época, a vacinação das filhas de Cid aconteceu em determinado Estado, enquanto elas estavam em outro, no mesmo horário.

Os registros do Ministério da Saúde também constatam que Bolsonaro havia tomado a vacina em um dia que não estava em Brasília. Os investigadores conversaram com a pessoa que teria supostamente aplicado a vacina no ex-presidente, e ela afirma não se lembrar de tê-lo atendido.

Com o indiciamento pela Polícia Federal, o processo segue para as mãos do Ministério Público Federal, que decidirá se apresenta denúncia à Justiça ou arquiva a apuração.

Regina Duarte é condenada a pagar R$ 30 mil à filha de Leila Diniz

A Justiça do Rio de Janeiro condenou Regina Duarte, ex-secretária de cultura do governo Bolsonaro, a pagar uma indenização de R$ 30 mil à filha da atriz Leila Diniz. Janaína Diniz processou a atriz por uso indevido da imagem da mãe em vídeo onde a Leila é associada a Jair Bolsonaro.

Sobre o processo

Regina Duarte postou, em dezembro de 2022, um vídeo com uma fotografia de 1968, na qual Leila aparece ao lado de Eva Todor, Tônia Carrero, Eva Wilma, Odete Lara e Norma Bengell protestando contra a censura imposta pelo Ditadura Militar. No vídeo, somente há essa foto e a voz do ex-presidente Bolsonaro afirmando que “1964 foi uma exigência da sociedade” e que “as mulheres nas ruas pediam o restabelecimento da ordem”. Na legenda do post, Regina escreveu: “O Exército precisará que os Plenários do próximo governo tenham vergonha do que se está passando com o nosso país e… tomem uma atitude”.


Print do post que foi alvo motivo do processo de Janaína Diniz contra Regina Duarte (foto: reprodução/ Poder 360)

A juíza Ingrid Charpinel Reis considera que Regina pode ter feito o post sem a intenção de atingir Leila, mas que a responsabilidade de usar uma imagem de alguém sem autorização continua independente se é intencionado ou não. “Deve haver responsabilidade do usuário da rede social pela disseminação dos conteúdos de terceiros”, afirmou Ingrid.

Condenação da atriz

A ex-atriz da TV Globo foi sentenciada a pagar R$ 30 mil de indenização para Janaína Diniz. Regina Duarte também deverá remover a publicação em até 48h, sob multa diária de R$ 1.000. Além disso, a ex-secretária de cultura  de Jair Bolsonaro precisa se retratar publicamente em um post que “explicita que Leila Diniz nunca apoiou a Ditadura Militar e que a fotografia utilizada no conteúdo infringente foi, na verdade, feita em um contexto de oposição ao regime e à censura”.

A defesa de Regina Duarte não se posicionou ainda sobre o processo.

PF tem data para finalizar investigação contra Bolsonaro

A Polícia Federal informou que a investigação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve terminar em julho. A PF apura o envolvimento do presidente com falsificações de certificados de vacina, jóias da Arábia Saudita e com a tentativa de golpe no dia 8 de janeiro de 2023. 

Defesa de Bolsonaro

De acordo com a coluna da Bela Megale, do jornal O Globo, os advogados do ex-presidente e o próprio Bolsonaro acreditam que essa investigação que reúne os três inquéritos é a única capaz de unir provas suficientes para prender o ex-presidente. No último depoimento à PF, no dia 22 de fevereiro, Bolsonaro se manteve em silêncio e sua defesa solicitou acesso à delação premiada de Mauro Cid, ex-braço direito do presidente.


Jair Bolsonaro indo embora de carro depois de depoimento à PF sobre as joias sauditas (foto: reprodução/ Sérgio Lima/ Poder 360)

Investigações sobre Bolsonaro

Em até quatro meses, a PF pretende apresentar ao ministro Alexandre Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF) relatórios que tentarão comprovar a participação de Bolsonaro em três esquemas ilegais.

O primeiro inquérito deve ser referente à possível falsificação de certificados de vacinação da covid-19 do ex-presidente, familiares de Bolsonaro e ex-assessores. Em janeiro deste ano, a Corregedoria Geral da União (CGU) concluiu que o certificado de vacinação de Jair Bolsonaro foi fraudado e que, segundo a enfermeira que consta no certificado, ela não vacinou o ex-presidente. Além disso, documentos da Força Aérea Brasileira comprovaram que Bolsonaro não estava na unidade de saúde que indica no seu carteira de vacinação.

Os investigadores também querem esclarecer o caso das joias sauditas que entraram no Brasil ilegalmente como presente a Jair e Michelle Bolsonaro e foram posteriormente vendidas nos Estados Unidos. Segundo a PF, faltam alguns documentos da cooperação internacional firmada com o país norte-americano.

A relação do ex-presidente com a tentativa de golpe no dia 8 de janeiro de 2023 é apurada também pelos investigadores da PF. O objetivo é descobrir se Bolsonaro incentivou, junto de aliados, aos seus apoiadores a tentarem impedir a posse do presidente Lula e mantê-lo no poder.

Ex-presidente Jair Bolsonaro é internado para exames de rotina no Hospital Vila Nova Star

Na manhã desta quarta-feira (28), o ex-presidente Jair Bolsonaro foi novamente alvo das manchetes ao ser internado no Hospital Vila Nova Star, localizado na capital paulista. A razão para essa hospitalização foi a realização de uma série de exames médicos de rotina, englobando tanto análises laboratoriais quanto procedimentos de imagem.

Desde o fatídico episódio da facada durante a campanha presidencial de 2018, Bolsonaro tem enfrentado diversas questões sobre sua saúde. O atentado deixou sequelas significativas, requerendo uma atenção médica rígida e contínua.

Os exames foram conduzidos sob a supervisão direta do médico pessoal do ex-presidente, Dr. Antônio Macedo, um renomado especialista em cirurgia digestiva. Além disso, o cardiologista Dr. Leandro Echenique integrou a equipe médica responsável pelos procedimentos.

Desafios de saúde enfrentados pelo ex-presidente no último ano

O histórico recente de Bolsonaro é marcado por uma série de hospitalizações e procedimentos cirúrgicos. No ano anterior, ele enfrentou três internações em setembro, todas relacionadas a complicações decorrentes da suboclusão intestinal e do refluxo gástrico esofágico.

Esses problemas de saúde têm sido persistentes desde o ataque que o ex-presidente sofreu. Desde então, ele tem sido submetido a uma série de intervenções médicas para gerenciar essas condições e garantir seu bem-estar contínuo.

Internações e cirurgias anteriores


Em 2018, o ex mandatário sofreu um atentado em Juiz de Fora, Minas Gerais (Fotografia: Reprodução/BRASIL 247)

O histórico de saúde de Bolsonaro inclui uma série de procedimentos médicos significativos desde sua eleição em 2018. Em 2023, durante seu autoexílio nos Estados Unidos, ele foi hospitalizado no AdventHealth Celebration, em Orlando, Flórida, evidenciando a continuidade das preocupações com sua saúde mesmo fora do Brasil.

Em anos anteriores, Bolsonaro enfrentou uma gama de desafios de saúde, desde obstruções intestinais até procedimentos para retirada de bolsa de colostomia e cirurgias para correção de hérnias incisionais. Cada uma dessas internações e intervenções cirúrgicas adicionou camadas à narrativa de sua saúde pública.

Jair Bolsonaro fala em pacificação e não cita STF durante manifestação em São Paulo

Aconteceu neste domingo (25), durante a tarde, na Avenida Paulista, em São Paulo, uma manifestação em prol do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Presente em trio elétrico com apoiadores, Bolsonaro afirmou em discurso para eleitores, que “busca pacificação e deseja borracha no passado”, além de ressaltar que não houve tentativa de golpe no atentado de 8 de janeiro de 2023.

Durante as suas falas, Bolsonaro não citou o Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Alexandre de Moraes ou a Polícia Federal, e do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Bolsonaro disse: “Com essa fotografia, mostramos que podemos até ver um time de futebol sem torcida ser campeão, mas não conseguimos entender como existe um presidente sem povo ao teu lado”, sem mencionar os nomes dos concorrentes. Também pediu ao Congresso que faça nova análise para os “pobres coitados do 8 de janeiro”, avaliando que as penas contra aqueles que invadiram as sedes dos Três Poderes “fogem ao mínimo da razoabilidade”.

“Saí do Brasil e essa perseguição não terminou. É joia, é questão de importunação da baleia, dinheiro que teria mandado para fora, é tanta coisa que eles até mesmo acabam trabalhando contra si. O que eu busco é a pacificação, é passar uma borracha no passado. É buscar uma maneira de continuarmos em paz. Não continuaremos sobressaltados”

Jair Bolsonaro em discurso na Avenida Paulista, em São Paulo

Revista Veja mostra a manifestação completa (Vídeo: reprodução/YouTube/vejapontocom)


No final da fala, o ex-presidente também pediu que os eleitores “caprichem no voto”, fazendo referência as eleições municipais de 2024. E falou aos apoiadores, também, sobre “nos prepararmos para 2026“, a qual Bolsonaro não poderá se candidatar pois foi considerado inelegível por oito anos.

Informações gerais do evento

A ideia do evento foi rebater todas as acusaões à Bolsonaro. O ex-presidente é investigado em um inquérito que apura suposto plano golpista para mantê-lo à frente do Palácio do Planalto após a derrota nas eleições de 2022 e em outros casos, como suposto desvio de jóias, a acusação de que ele teria participado de um plano de golpe de Estado nos atentados de 8 de janeiro de 2023, e a exaltação o estado democrático de direito. 

Apoiadores de Bolsonaro estiveram ao lado do ex-presidente

Dois trios elétricos foram alugados pelo pastor Silas Malafaia para que Bolsonaro e outras figuras políticas pudessem discursar. O evento começou com oração da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), e seguiu com discursos dos deputados Nikolas Ferreira (PL-MG) e Gustavo Gayer (PL-GO), além do senador Magno Malta (PL-ES) e do pastor Silas Malafaia.

Os governadores de Goiás, Ronaldo Caiado (União), e de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), também estiveram presentes. Tarcício de Freitas, governador de São Paulo discursou: “Minha gente, quem eu era? Eu não era ninguém, e o presidente apostou em pessoas como eu. Como tantos outros que surgiram, que tiveram posição de destaque, que ele acreditou”.

O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) também marcou presença, além de vários deputados distritais: o líder da bancada o PL na Câmara Legislativa, Joaquim Roriz Neto; Thiago Manzoni (PL); Iolando Almeida (MDB); Paula Belmonte (Cidadania); Pastor Daniel de Castro (PP); e Roosevelt Vilela (PL). Entre os deputados federais pelo DF, estavam: Bia Kicis, presidente do PL no DF, e Alberto Fraga (PL).

Matéria por Carol Aguilera (Lorena – R7)

Polícia Federal investiga Bolsonaro e expõe vídeo com reunião controversa sobre as eleições

A Polícia Federal (PF) divulgou detalhes de uma reunião ocorrida em julho de 2022 entre a “alta cúpula” do governo Bolsonaro, que tem gerado repercussão pelas falas controversas e acusações de disseminação de desinformação e ataques à Justiça Eleitoral. O vídeo dessa reunião foi encontrado em um computador apreendido na casa de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. O encontro levanta questões sobre a conduta do ex-presidente Jair Bolsonaro e seus auxiliares em relação ao processo eleitoral.

Reunião estratégica para minar adversários políticos

Segundo as investigações da PF, a reunião teve como objetivo principal cobrar dos presentes uma atuação ativa na promoção da desinformação e ataques à Justiça Eleitoral. Participaram da reunião o então presidente Jair Bolsonaro, Anderson Torres (na época ministro da Justiça), Augusto Heleno (ministro do Gabinete de Segurança Institucional), Paulo Sérgio Nogueira (ministro da Defesa) e outros membros do governo.


Entenda a operação da Polícia Federal (vídeo: reprodução/YouTube/SBT News)

Durante o encontro, Bolsonaro teria admitido a possibilidade de uma vitória de Lula no primeiro turno, reconhecendo a legitimidade das pesquisas eleitorais e contradizendo suas declarações anteriores de questionamento aos institutos de pesquisa. Além disso, ele discutiu a convocação de embaixadores para denunciar supostas fraudes no sistema eleitoral brasileiro, o que posteriormente contribuiu para sua inelegibilidade pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até 2030.

Bolsonaro também teria pressionado seus ministros a participarem ativamente na disseminação de informações fraudulentas, numa tentativa de reverter a situação desfavorável na disputa eleitoral. “Daqui pra frente, quero que todo ministro fale o que eu vou falar aqui“, teria afirmado o ex-presidente.

Manifestações de outros membros do governo

Augusto Heleno defendeu ações enérgicas antes das eleições e propôs medidas para minar instituições e indivíduos considerados adversários do grupo bolsonarista.

Anderson Torres utilizou o exemplo da Bolívia para justificar uma abordagem questionável por parte do governo e repetiu argumentos infundados sobre possíveis irregularidades nas urnas eletrônicas. Paulo Sérgio Nogueira classificou o TSE como “inimigo” e apoiou as acusações sem fundamento contra o órgão.

A divulgação desses detalhes pela Polícia Federal representa mais um capítulo na investigação sobre as ações do governo Bolsonaro em relação ao processo eleitoral de 2022, e deve gerar debates e análises sobre os limites éticos e legais da atuação dos líderes políticos durante campanhas eleitorais. Em entrevista cedida a jornalista Mônica Bergamo no dia de hoje, Bolsonaro revelou que tem 24 horas para entregar seu passaporte.