Bolsonaro se defende no Senado e critica ação da PGR e STF

Na manhã desta quinta-feira (17), Jair Bolsonaro participou de uma coletiva de imprensa no Senado. Durante conversas com jornalistas, o ex-presidente alegou não ser culpado e disse que está sofrendo uma injustiça.

Jair Bolsonaro comenta sobre a decisão favorável feita na segunda-feira (14) pela Procuradoria-Geral da República (PGR) à sua condenação por tentativa de golpe. A PGR, reiterou o pedido de condenação do ex-presidente pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.

Caso seja condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro pode pegar mais de 40 anos de prisão. Em coletiva, o ex-presidente afirmou que a ideia de ser preso não passa pela sua cabeça.

Preocupado com o filho

Eduardo Bolsonaro (PL-SP), investigado por tentar atrapalhar as investigações, voltou a ocupar espaço na mídia. O deputado licenciado, morando nos Estados Unidos atualmente, tenta, segundo ele e a própria família, influenciar a interferência do governo Donald Trump nos processos judiciais de seu pai, Jair Bolsonaro.


Eduardo Bolsonaro defende nova tarifa de exportação imposta por Trump (Vídeo: reprodução/Youtube/G1)

A licença de Eduardo vence no domingo (20), caso ele não volte e atinja um terço de faltas nas sessões da Câmara, poderá perder o mandato. Segundo o ex-presidente, o filho não irá voltar porque também é alvo de perseguição no Brasil, e, por causa disso, pode ser preso pela Polícia Federal assim que chegar no aeroporto.

Parlamentares adversários já fizeram pedidos ao STF nesse sentido, entretanto as solicitações não avançaram na justiça, ou seja, não há nenhuma ordem de prisão contra Eduardo no Brasil.

A tarifa de Trump

O estado de São Paulo será um dos mais afetados, caso a tarifa imposta pelo presidente dos EUA, Donald Trump, não seja reduzida. Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador do estado e aliado de Bolsonaro, escolheu não apoiar o tarifaço, o que rendeu atritos com Eduardo Bolsonaro, que é a favor.

Para reduzir os impactos negativos no setor do agronegócio no estado, Tarcísio procurou o corpo diplomático norte-americano para tentar negociar as tarifas impostas. Entretanto, a ação dificultaria a conquista de anistia que Jair Bolsonaro busca como moeda de troca para revogação do aumento de tarifa. 

A ação de Tarcísio causou mal-estar em Eduardo que mandou um recado ao governador de São Paulo pelas redes sociais, dizendo que o mesmo agia com “subserviência servil” ao empresariado brasileiro. Com a intervenção de Bolsonaro, o tom mudou e a paz entre o governador e o deputado voltou. “Visões de mundo diferentes são normais”, publicou Eduardo no X (antigo Twitter).

Advogado de Diddy conta reação de colegas de cárcere de rapper após absolvição em acusações

Em entrevista à Associated Press, o advogado de defesa de Sean “Diddy” Combs, Marc Agnifilo, contou a reação dos colegas de confinamento do rapper diante da absolvição em três das cinco acusações que o cantor respondia. Estas acusações envolvem tráfico sexual e outros crimes. De acordo com Agnifilo, os companheiros de prisão do artista o aplaudiram de pé.

Segundo o advogado, os colegas de cela aplaudiram Combs por sua absolvição em acusações que o sentenciaram à prisão perpétua. “Todos disseram: “Nunca vemos ninguém que derrote a govemo“, contou o advogado.

Casos em que foi condenado

O rapper foi considerado culpado no caso de transporte para a prostituição das ex-namoradas, Cassie Ventura e uma mulher identificada como “Jane”. Além de suas condenações, Combs foi absolvido em três acusações: uma por associação criminosa que auxiliava o tráfico sexual e outras duas de tráfico sexual – que envolvem Cassie e outra ex – por força, fraude e coerção


P. Diddy e sua ex-namorada Cassie Ventura (Foto: reprodução/John Shearer/Getty Images Embed)


O advogado de Combs relatou que avisou o artista que ele poderia esperar ser preso por acusações de tráfico sexual depois que agentes federais invadiram as residências do cantor em março de 2024. “Eu falei: ‘Talvez seja o seu destino na vida ser o cara que vence”, contou. 

Depois do veredito, Combs murmurou aos jurados um “obrigado” e sorriu em meio ao aplauso de seus familiares e apoiadores. Os espectadores do julgamento aplaudiram os advogados do cantor e alguns gritaram “Equipe dos sonhos!” em comemoração

Integrante da equipe do Marc Agnifilo, Mitchell Epner, afirmou à Associated Press que o veredito foi uma grande vitória para a defesa e uma grande derrota para a acusação. Epner ainda disse que a equipe de defesa era realmente “dos sonhos” por ter vencido os promotores que quase não são derrotados.

Rapper continua preso

A Justiça de Nova Iorque recusou o pedido de fiança de Diddy horas após o veredito. O período de reclusão pelos crimes do rapper ainda não foi definido, mas a pena pode chegar a 20 anos. O juíz estabeleceu uma audiência de sentença para o dia 3 de outubro que pode ser antecipada caso haja pedido da defesa.


Sean “Diddy” Combs (Foto: reprodução/Shareif Ziyadat/Getty Images Embed)


Agnifilo contou que o rapper  “está indo bem” e afirmou que entra em contato com ele entre quatro a cinco vezes ao dia. O advogado revelou que o rapper “percebe que tem falhas, como todos os outros, nas quais nunca trabalhou”. Agnifilo ainda disse que Combs entende que suas falhas não podem ser apagadas por sua fama e sua fortuna.

Fãs do rapper P. Diddy celebram decisão da justiça sobre o caso com “banho de óleo”

O rapper Sean Diddy Combs, conhecido como P. Diddy, foi inocentado de três das cinco acusações que enfrentava no tribunal de Nova York, nesta quarta-feira (2). O resultado pegou muitos de surpresa, já que o artista corre o risco de ser condenado a até 20 anos de prisão. Apesar disso, a decisão dividiu opiniões: enquanto críticos se mostraram indignados, fãs celebraram com entusiasmo.

Banho de óleo de bebê

Um vídeo compartilhado pelo repórter Matt Lavietes, da NBC, mostra apoiadores de Diddy comemorando com óleo de bebê nas mãos, em frente à Corte, como uma espécie de símbolo da vitória.


Fãs do rapper americano na porta do tribunal comemorando a decisão (Foto: Reprodução/X/@mattlavietes)


Esse detalhe curioso, o uso de óleo de bebê, virou um dos temas mais falados durante o julgamento. Diversas testemunhas afirmaram que o produto era frequentemente utilizado em festas privadas organizadas pelo rapper, sendo associado a práticas sexuais e comportamentos considerados abusivos. O item, que parece inofensivo à primeira vista, acabou ganhando peso simbólico no processo e virou um dos elementos mais lembrados do caso.

Processo ainda não acabou

Diddy foi absolvido das acusações mais graves, como tráfico sexual e conspiração para extorsão, mas ainda enfrenta outros dois processos relacionados. Sua prisão aconteceu em 16 de setembro do ano passado, após meses de investigação. Um ponto decisivo na repercussão pública foi a divulgação de um vídeo em que ele aparece agredindo sua ex-namorada, a cantora Cassie Ventura, em um hotel — cena que chocou o público e gerou grande comoção.

O caso abalou a indústria da música e colocou o nome de Diddy no centro de polêmicas. Celebrado por décadas como um dos maiores nomes do rap e produtor de sucesso, ele passou a ser alvo de debates sobre abuso de poder, violência e cultura do silêncio. Desde então, a internet tem sido palco de discussões intensas, com buscas por seu nome disparando nos principais sites e redes sociais.

Advogado de Cassie se pronuncia após condenação de P. Diddy

O advogado de Cassie Ventura, Douglas Wigdor, se manifestou após o rapper Sean “P. Diddy” Combs ser considerado culpado por duas das cinco acusações que enfrentava no tribunal federal de Nova York. A condenação foi motivada por transporte com intenção de promover a prostituição, enquanto as acusações mais graves, como tráfico sexual e organização criminosa, foram descartadas pelo júri.

Em nota enviada à revista People, Wigdor ressaltou que o processo foi impulsionado pela coragem de Cassie, que, em novembro de 2023, entrou com uma ação civil expondo os abusos sofridos. O pronunciamento veio logo após a leitura do veredito, nesta quarta-feira (2).

“Todo esse processo criminal começou quando nossa cliente Cassie Ventura teve a coragem de entrar com uma ação civil”

afirmou o advogado.

“Coragem exemplar”

De acordo com Wigdor, o testemunho da ex-namorada do rapper teve papel crucial no andamento do caso, apesar da absolvição parcial. Ainda segundo ele, a fala de Cassie permitiu que o júri responsabilizasse Combs por crimes ligados à prostituição, mesmo sem confirmar, além de qualquer dúvida razoável, o tráfico sexual alegado pela artista.

“Cassie deixou uma marca indelével tanto na indústria do entretenimento quanto na luta por justiça”

declarou Wigdor.

Durante o julgamento, Ventura descreveu experiências marcadas por abuso sexual e psicológico, incluindo os chamados “Freak Offs” e “Hotel Nights”. Ela também afirmou ter sido estuprada por Combs no final do relacionamento de 11 anos. As denúncias foram corroboradas por outra vítima, identificada apenas como “Jane”.


Diddy (Foto: reprodução/Paras Griffin/Getty Images Embed)


Justiça tardia

A equipe jurídica de Cassie defendeu que a condenação simboliza um passo importante contra a impunidade de homens poderosos. Para o advogado, a exposição dos abusos de Combs deve servir como alerta sobre condutas toleradas por décadas na indústria da música e do entretenimento.

“Este caso provou que a mudança já passou da hora, e continuaremos lutando em nome das sobreviventes”

concluiu o comunicado.

Cassie Ventura, que já havia recebido US$ 20 milhões em um acordo anterior, foi novamente colocada no centro do debate sobre violência contra a mulher nos Estados Unidos. A repercussão do caso tem provocado reações de apoio nas redes sociais, enquanto novos desdobramentos judiciais ainda são aguardados.

Caso P. Diddy tem veredito final com absolvição de 3 acusações

Nesta manhã (2), o julgamento do rapper Sean “Diddy” Combs chegou ao veredito final, com absolvição de três acusações e condenação pelas outras duas. O caso que gerou tanta polêmica no mundo devido a popularidade de Diddy no meio artístico veio à tona no início de 2024 e em setembro do mesmo ano, Sean foi preso em Nova Iorque.

O veredito ocorreu por meio de julgamento com um grupo de 12 júris e agora o juiz irá decidir a pena para cada condenação do magnata da indústria musical. Os crimes pelos quais P.Diddy estava enfrentando em corte eram de conspiração para extorsão, tráfico sexual e transporte para prostituição.

Veredito final

Com duas condenações e três absolvições, o rapper agora aguarda sua pena, que vai ser decidida pelo juiz Arun Subramanian. As duas condenações são pelo crime de transporte para prostituição e as três absolvições são por uma acusação de conspiração de extorsão e duas de tráfico sexual por força, fraude ou coerção. Ambos os crimes absolvidos são considerados os mais graves entre os cinco indiciamentos.

Com relação as duas acusações por tráfico sexual, as vítimas eram Cassie Ventura, “Jane” e trabalhadoras do sexo comercial. Cassie e “Jane” são ambas ex-parceiras do rapper e tiveram relações duradouras com ele. Entretanto, “Jane” é um pseudônimo para o verdadeiro nome da ex-namorada de Diddy, depondo anonimamente.


Janice Combs, mãe de Sean “Diddy” Combs deixando o Tribunal Federal de Manhattan após o veredito (Foto: reprodução/Timothy A. Clary/Getty Images Embed)


Pena pelas condenações 

Sean foi condenado pelas duas acusações com menor tempo de prisão, tendo em média pena máxima de 10 anos por cada crime. Contudo, o juiz ainda irá decidir os anos que o magnata irá cumprir, cabendo a ele a decisão pela pena imposta a Diddy. 

Os outros três indiciamentos tem como penas as mais rigorosas entre as cinco. A acusação de conspiração de extorsão é a punição mais pesada, com sentença máxima de prisão perpétua. Já as acusações por tráfico sexual – nas quais as vítimas são suas ex-namoradas e trabalhadoras do sexo comercial – tem entre sentença mínima de 15 anos e máxima de prisão perpétua.

Júri decide quatro acusações contra Diddy, mas a principal segue sem consenso

O júri federal responsável pelo julgamento de Sean “Diddy” Combs chegou nesta terça-feira (1º) a um veredito sobre quatro das cinco acusações que pesam contra o rapper e empresário. No entanto, o grupo segue em impasse quanto à denúncia mais grave, de conspiração para extorsão, prevista na Lei de Organizações Corruptas e Influenciadas por Criminosos (RICO), que pode levar à prisão perpétua.

O caso corre no Tribunal de Manhattan, em Nova Iorque, e se tornou um dos julgamentos mais acompanhados do ano nos Estados Unidos, reunindo depoimentos fortes e alegações de abusos cometidos ao longo de décadas. O impasse na quinta acusação levou defesa e promotoria a pedirem mais tempo de deliberação, enquanto o juiz ainda avalia os próximos passos.

Parte do veredito é definida, mas impasse persiste

Na sessão de terça-feira (1º), o júri informou ao juiz Arun Subramanian que conseguiu alcançar uma decisão em quatro das cinco acusações, que incluem duas acusações de tráfico sexual e duas acusações de transporte para prostituição. No entanto, quanto à acusação de conspiração para extorsão sob a lei RICO, normalmente usada em casos de crime organizado, o grupo permanece dividido.

Segundo a Promotoria, Diddy comandava uma rede organizada que contava com seguranças e funcionários próximos para facilitar abusos e intimidar vítimas. Para sustentar a acusação de conspiração, a lei exige a comprovação de ao menos dois crimes relacionados cometidos em um intervalo de até dez anos, critério que, segundo os promotores, foi cumprido com os relatos e provas apresentados durante o julgamento.

Em nota entregue ao juiz, os jurados afirmaram que há divergências “irreconciliáveis” sobre essa quinta acusação, o que impede a formação de um veredito completo. Tanto a promotoria quanto a defesa pediram que as discussões prossigam, na tentativa de alcançar um consenso. A deliberação começou na segunda-feira (30) e pode se estender caso o juiz opte por manter o grupo reunido.


Janice Combs, mãe de Diddy, junto com os filhos de Diddy, King Combs e Justin Combs, durante as deliberações no tribunal em 1º de julho (Foto: reprodução/TIMOTHY A. CLARY/AFP/Getty Images Embed)


Testemunhos dificultam defesa

Os relatos das vítimas foram essenciais para a construção do caso. Cassie Ventura, ex-namorada do réu, descreveu episódios de violência física e emocional, além de sessões de sexo não consensual que duravam dias e ocorriam sob influência de drogas. Outra mulher, identificada como “Jane”, narrou situações semelhantes, incluindo situações de submissão sexual com a participação de terceiros e a presença do acusado.

A defesa optou por não apresentar testemunhas nem colocar Diddy para depor. Alegou que as relações foram consensuais e usou mensagens antigas entre ele e as vítimas para tentar desacreditar os relatos. No entanto, a divulgação de um vídeo de 2016, em que Diddy agride Cassie em um hotel, dificultou a defesa. Ele admitiu o episódio e o classificou como “indefensável”. Em 2023, Diddy firmou um acordo financeiro com Cassie em um processo civil com acusações semelhantes.

O juiz Arun Subramanian ainda avalia se aceitará o veredito parcial ou se manterá o júri reunido até a definição sobre todas as acusações. Se condenado por conspiração, Diddy pode pegar prisão perpétua. As acusações de tráfico sexual preveem no mínimo 15 anos de prisão, enquanto as de transporte para prostituição podem resultar em até 10 anos de prisão por ocorrência.

Júri questiona papel de intermediário em julgamento de Diddy

O julgamento de Sean “Diddy” Combs avançou para a fase decisiva nesta segunda-feira (30), quando o júri começou a deliberar o veredito. Acusado de conspiração para extorsão, tráfico sexual e facilitação da prostituição, o rapper acompanhou o processo de perto. O juiz Arun Subramanian entregou aos jurados instruções minuciosas sobre cada acusação. As orientações permanecerão com os membros do painel principal durante toda a deliberação. O processo jurídico, que já vinha despertando atenção, agora entra em uma etapa particularmente sensível.

Interpretação sobre substâncias controladas

Após cerca de cinco horas de deliberação, os jurados enviaram duas mensagens ao juiz. Um dos bilhetes levantou uma dúvida específica sobre o enquadramento penal da entrega de substâncias ilícitas. A pergunta foi direta: se uma pessoa solicita uma substância controlada e outra realiza a entrega, esse segundo indivíduo pode ser considerado legalmente como distribuidor? Diante da complexidade da questão, o juiz convocou as partes envolvidas para debater uma resposta clara e jurídica à dúvida apresentada.

Com a questão formalizada, o juiz Subramanian solicitou que promotores e advogados da defesa se reunissem ainda nesta segunda para propor uma resposta unificada ao júri. A sessão foi encerrada no final do dia, e os jurados foram liberados com a previsão de retomarem as deliberações às 10h da manhã desta terça-feira (1º), no horário de Brasília. A dúvida levantada pode influenciar diretamente a avaliação de uma das acusações, tornando ainda mais cuidadosa a análise do painel.


Justin Combs, filho de P Diddy, ambos acusados (Foto: reprodução/Johnny Nunez/Getty Images Embed)


Preocupação com a imparcialidade de jurado

Mais cedo, outra nota gerou inquietação no tribunal. O júri encaminhou um bilhete alertando sobre o comportamento de um de seus membros. O comunicado, com cerca de um terço de página, foi lido por promotores, defesa e pelo próprio Combs. Segundo o conteúdo: “Temos um jurado, o nº 25, que estamos preocupados que não possa seguir as instruções de Vossa Excelência”. A observação acende alerta sobre a harmonia e a seriedade do grupo no momento crucial do julgamento.

A situação de Sean Combs segue indefinida, e cada detalhe das deliberações poderá alterar o rumo do veredito. O envolvimento de jurados, os questionamentos sobre o enquadramento penal e as discussões técnicas reforçam o peso do caso. Com acusações graves em jogo, o julgamento de Diddy atrai olhares atentos tanto da mídia quanto da opinião pública. A expectativa agora gira em torno das respostas às dúvidas e da retomada das discussões pelo júri.

Caso P. Diddy: Alegações finais do processo começam neste final de semana

Depois de quase dois meses de depoimentos, o julgamento de Sean “Diddy” Combs entrou em sua fase final nesta quinta-feira (26), com os argumentos finais da acusação e da defesa. O caso mistura fama, poder, sexo e drogas, e pode levar o rapper à prisão perpétua, se for considerado culpado.

A promotora Christy Slavik descreveu Diddy como o líder de uma organização criminosa que usava a força e o medo para conseguir o que queria. Em sua fala para os jurados, ela disse que o artista não aceitava ouvir “não” e que comandava tudo com violência e manipulação. Durante mais de sete semanas, o júri ouviu depoimentos sobre o comportamento agressivo do produtor, além de relatos de festas com sexo e drogas, em que ele teria contratado profissionais para se relacionarem com suas parceiras.

O que a promotoria diz

A promotoria afirma que, por décadas, Combs liderou uma rede criminosa junto a pessoas próximas. As vítimas teriam sido forçadas a se prostituir, trabalhar sem escolha e participar de outras ações ilegais, como suborno e ameaças a testemunhas.

Entre as vítimas citadas está a cantora Cassie Ventura e outra mulher que usou um nome falso no tribunal. As duas teriam sido obrigadas, sob efeito de drogas, a manter relações com acompanhantes contratados por Combs. Além da acusação mais grave — associação criminosa — que pode resultar em prisão perpétua, Diddy também é acusado de agressão, tráfico sexual e transporte para fins de prostituição.


Mugshots de Sean Combs (Foto: Reprodução/X/@rollingstoneBR)

A defesa do artista diz que todas as relações foram consensuais e que muitas testemunhas estariam motivadas por interesse financeiro ou vingança. Combs optou por não apresentar testemunhas em sua defesa.

Durante o julgamento, a acusação apresentou milhares de mensagens, gravações e depoimentos, muitos com conteúdos fortes, para tentar convencer o júri da culpa do produtor.

Alegação da defesa de Diddy

Algumas das gravações apresentadas durante o julgamento mostram momentos de sofrimento das supostas vítimas. No entanto, outras mensagens revelam carinho e desejo, o que a defesa usou diversas vezes para argumentar que as relações eram consensuais. O júri teve acesso a vídeos de encontros sexuais em grupo que a acusação classificou como abusivos. Por outro lado, os advogados de Combs mostraram conversas que, segundo eles, indicam que tudo acontecia com o consentimento das pessoas envolvidas.

Além disso, foram apresentadas provas como comprovantes de pagamento a acompanhantes, registros de voos e despesas com hospedagem, o que reforça, para a acusação, a existência de um esquema organizado.

Com os argumentos finais chegando ao fim, os 12 jurados devem iniciar as deliberações na próxima segunda-feira (30), quando vão discutir e decidir o futuro de Sean “Diddy” Combs com base em tudo o que foi apresentado no julgamento.

Diddy não depõe e julgamento avança para fase final

O processo judicial que envolve o rapper Diddy por tráfico sexual em Nova Iorque está prestes a ser concluído, de acordo com o TMZ. Nesta terça-feira (24), a acusação federal encerrou oficialmente a exposição de seu caso, após mais de seis semanas de depoimentos. No total, 34 testemunhas foram ouvidas. A defesa, por sua vez, decidiu não apresentar testemunhas, o que também inclui a ausência do depoimento do próprio Diddy.

O julgamento de Sean “P. Diddy” Combs, preso em setembro de 2024 por diversas acusações, incluindo tráfico sexual, está prestes a alcançar sua fase decisiva. Depois de mais de seis semanas de depoimentos, a promotoria concluiu a apresentação de provas e testemunhas. Agora, o processo caminha para as alegações finais, última etapa antes da decisão do júri que pode levar o rapper à prisão perpétua.

Promotoria conclui depoimentos

A última testemunha do caso foi ouvida pela promotoria na terça-feira (24). Após esse depoimento, os promotores informaram ao juiz que concluíam a fase de apresentação de provas. Entre as 34 testemunhas ouvidas ao longo do julgamento estiveram figuras públicas como Cassie Ventura, que relatou os abusos sofridos durante o relacionamento com o acusado, e o rapper Kid Cudi, que confirmou ter sido ameaçado após manter contato com Cassie. Ex-funcionários de Diddy, namoradas, amigos próximos das vítimas e especialistas também prestaram depoimento.

A defesa, por outro lado, decidiu não chamar testemunhas. Questionado diretamente pelo juiz federal Arun Subramanian, Diddy afirmou que a escolha de não depor foi dele. Embora não tenha apresentado testemunhos em sua defesa, a equipe jurídica do artista exibiu ao júri um conjunto de provas, em uma exposição que durou menos de 30 minutos. Essa é uma prática comum nesse tipo de julgamento, já que a responsabilidade de mostrar a culpabilidade do réu cabe à acusação.


Tribunal Federal Daniel Patrick Moynihan, em Nova Iorque, onde acontece o julgamento de Diddy (Foto: reprodução/John Lamparski/Getty Images Embed)


Defesa tenta encerrar processo antes de decisão do júri

Quando o júri foi temporariamente dispensado para o almoço, os advogados de defesa de Diddy apresentaram uma moção pedindo o encerramento imediato do processo. O argumento da defesa é a falta de provas sólidas por parte da promotoria para justificar as acusações. O rapper nega todas as imputações, que incluem conspiração para extorsão, tráfico sexual sob coerção e organização de uma rede de prostituição.

Como a defesa optou por não apresentar testemunhas, o caso agora segue para a fase de alegações finais, previstas para começar na quinta-feira. Será a última chance para acusação e defesa tentarem convencer o júri. A deliberação dos jurados deve começar na próxima segunda-feira. Caso Diddy seja considerado culpado, ele pode pegar uma pena que o manteria preso pelo resto da vida.

Acompanhe julgamento de Diddy que avança para fase decisiva após seis semanas de depoimentos

O julgamento de Sean “Diddy” Combs começou em 12 de maio, no tribunal federal de Manhattan, em Nova York. Logo no primeiro dia, a seleção de jurados se destacou pela rigidez: cerca de 100 candidatos passaram por entrevistas até a formação final do grupo.

Júri é formado e denúncias explodem na primeira semana

Assim que os trabalhos iniciaram, a promotoria não perdeu tempo. Apresentou áudios, fotos e vídeos que, segundo eles, comprovam que Diddy comandava uma rede de exploração sexual e violência. A ex-namorada do rapper, Cassie Ventura, foi a primeira a depor.

Ela relatou, emocionada, como foi coagida a participar de festas privadas, conhecidas como “freak-offs”, onde sofria abusos físicos, ameaças e chantagens emocionais. Além disso, Cassie revelou que, em uma dessas festas, tentou fugir, mas Diddy a impediu. Na sequência, a cantora Dawn Richard, ex-integrante do grupo Danity Kane, confirmou ter presenciado episódios de agressão.

No mesmo dia, o tribunal exibiu um vídeo de 2016, no qual Diddy aparece arrastando e chutando Cassie em um hotel de Los Angeles. A defesa admitiu a violência, porém tentou enquadrá-la como um caso de violência doméstica, descartando a acusação de tráfico sexual.

Depoimentos se intensificam e novas testemunhas surgem

Ao longo da segunda semana, os depoimentos se tornaram ainda mais perturbadores. Cassie voltou ao tribunal por três dias, trazendo detalhes sobre abusos constantes, chantagens e o uso de vídeos íntimos como forma de controle.

Nesse período, novas testemunhas fortaleceram a acusação. Kerry Morgan, ex-amiga de Cassie, contou que Diddy a agrediu com um cabide de madeira. Além dela, o rapper Kid Cudi revelou que Diddy invadiu sua casa em 2011, logo após descobrir que ele e Cassie estavam se relacionando. Pouco tempo depois, o carro de Cudi pegou fogo, fato que ele acredita ter ligação direta com Combs.


 Saiba tudo que aconteceu no julgamento de P. Diddy (Vídeo: reprodução/YouTube/Fatos Desconhecidos)

Na terceira semana, o julgamento ganhou um novo capítulo com o depoimento de uma ex-assistente, identificada como “Mia”. Ela relatou ter presenciado agressões físicas e psicológicas, além de descrever um episódio em que Diddy teria espancado Cassie durante uma festa promovida pelo cantor Prince. De acordo com Mia, a segurança do evento precisou intervir para conter o rapper.

Apesar dos esforços da defesa, que tentou anular o júri, o juiz Arun Subramanian manteve o julgamento em andamento, reforçando o compromisso com a transparência do processo.

Provas chocantes e tensão marcam a reta final

Na quarta e quinta semanas, os relatos de uma mulher identificada como “Jane” elevaram a tensão no tribunal. Ela passou quatro dias descrevendo, em detalhes, como Diddy a coagiu a participar de encontros sexuais, regados a drogas e violência. Jane afirmou que recebeu US$ 10 mil do rapper para participar de viagens onde, segundo ela, ocorriam verdadeiros “shows pornográficos”.

Diddy, segundo seu relato, se vangloriava, se autointitulando “Michael Jordan dos freak-offs”, uma referência à quantidade e frequência dos encontros abusivos. Ao mesmo tempo, a postura do rapper gerou desconforto.

O juiz precisou repreendê-lo após ele encarar fixamente alguns jurados, chegando a ameaçar sua retirada da sala. No auge da repercussão, Kanye West apareceu brevemente no tribunal para demonstrar apoio a Diddy. Contudo, permaneceu no local por apenas 35 minutos.

Ao longo da semana, o tribunal afastou um dos jurados após identificar inconsistências em seus depoimentos — o episódio levantou preocupações sobre possíveis vieses raciais no julgamento. Entrando na sexta semana, o clima de tensão dentro e fora da corte só aumenta.

Já na sexta semana, a tensão aumentou. A promotoria exibiu vídeos longos dos “freak-offs”, além de mensagens trocadas entre Diddy e Cassie, que reforçam o argumento de que havia coerção e não consentimento nas relações. Além disso, o ex-assistente Jonathan Perez confirmou que Diddy frequentemente transportava grandes quantias de dinheiro e drogas, o que, segundo a promotoria, era parte da logística do suposto esquema criminoso.

Após a apresentação dessas provas, a promotoria anunciou o encerramento da sua fase no processo. Agora, a defesa assume a linha de frente e, na próxima semana, o júri começa a deliberar. A decisão se aproxima: Diddy será condenado ou sairá livre do tribunal federal de Manhattan.