Senadores articulam projeto para derrubar tarifaço de Trump contra o Brasil

Nesta quinta feira (18), senadores protocolaram um projeto de lei que visa remover as tarifas impostas por Donald Trump sobre produtos brasileiros.

O projeto foi apresentado por cinco senadores, sendo 4 opositores e um aliado do Presidente. Em nota, afirmaram que as taxações contra o Brasil elevariam os preços dos alimentos e poderia prejudicar a economia americana

Conflito comercial entre Brasil e Estados Unidos

No meio deste ano, Trump enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), informando que iria impor tarifas de 50% sobre os produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos. A medida foi justificada como uma repressão ao que se classificou como “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).


Presidente Luiz Inácio Lula da Silva dissertando em uma olimpíada de matemática no Rio de Janeiro. (Reprodução/Buda Mendes/Getty Images)


A medida foi aplicada no início do mês de Agosto, sendo anunciada pela Casa Branca quase 700 itens seriam isentos das tarifas, incluindo combustíveis, veículos, aeronaves e determinados tipos de madeiras e metais.

O senador republicano Rand Paul, que integra a base de Donald Trump, foi um dos autores do projeto. Em comunicado, ele demonstrou preocupação com o que chamou de “perseguição do governo brasileiro” contra Bolsonaro, mas afirmou que a ordem de Trump é inconstitucional.

“O presidente dos Estados Unidos não tem autoridade, com base na Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional, para impor tarifas unilateralmente. Política comercial é competência do Congresso, não da Casa Branca”, declarou.


Donald Trump em sua campanha na Geórgia. (Reprodução/Anna Moneymaker/Getty Images)


Oposição de seus próprios aliados

O democrata Chuck Schumer, líder da minoria do senado, afirma que Trump tem jogado suas fichas em uma “guerra comercial” defendendo uma agenda política americana, não dando a devida importância aos custos da população americana.

“Os americanos não merecem que Trump faça política com seu sustento e seu bolso. Já passou da hora de os republicanos no Congresso encerrarem essa loucura e se unirem aos democratas contra a tarifa de Trump”, afirmou Chuck.

Segundo os senadores, o projeto tem caráter privilegiado, que seria obrigatoriamente decidida por votação. Mas para que a lei seja aprovada, os democratas precisariam conquistar os votos de pelo menos 4 republicanos.

Além disso, para que as tarifas sejam efetivamente derrubadas, a proposta também teria de ser aprovada na Câmara, onde Trump também tem a maioria.

União Brasil acelera ruptura com governo Lula e exige saída de filiados em 24h

Em um movimento decisivo, União Brasil deixa cargos no governo Lula em até 24 horas, sob risco de expulsão por infidelidade partidária. A medida atinge ministérios, autarquias, fundações e empresas públicas, consolidando a ruptura do partido com a gestão petista. Também, reforça a independência do partido e abre espaço para novas articulações políticas com foco nas eleições de 2026.

União Brasil deixa cargos e exige saída imediata de filiados

O partido definiu prazo de 24 horas para que todos os filiados peçam exoneração de cargos na administração federal. Caso contrário, estarão sujeitos a punição disciplinar, incluindo a expulsão.

Dessa forma, a resolução reflete a decisão do partido de romper formalmente com o governo Lula. Além disso, sinaliza um reposicionamento estratégico para o próximo ciclo eleitoral, fortalecendo alianças de centro-direita e enfraquecendo a base petista.

A medida afeta diretamente o Ministério do Turismo, comandado por Celso Sabino (União-PA), e outros cargos ocupados pelo partido em diferentes órgãos da administração. Inclusive, analistas apontam que a decisão reforça a independência do União Brasil e cria um impacto político relevante sobre o governo Lula.

Impacto da saída: ministros e cargos não afetados

Celso Sabino vinha buscando alternativas junto à direção do partido para permanecer à frente da pasta. No entanto, ainda não se manifestou sobre a resolução.

Por outro lado, ministros vinculados ao partido, mas ocupando cargos por indicação pessoal de dirigentes, como Waldez Góes (Desenvolvimento Regional) e Frederico Siqueira (Comunicações), não serão atingidos pelo afastamento determinado pelo União Brasil.


União Brasil e PP deixando governo Lula e pedindo que membros renunciem a cargos (Vídeo: reprodução/YouTube/Itatiaia)

Controvérsias envolvendo a direção do partido

A determinação de saída ocorreu após reportagens ligarem Antonio de Rueda, presidente nacional do União Brasil, a supostas atividades ilícitas do PCC. Rueda negou envolvimento e afirmou que se trata de uma tentativa de desgaste político.

Em nota oficial, o partido declarou:

União Brasil, por meio de sua Executiva Nacional e de suas Lideranças na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, manifesta irrestrita solidariedade ao Presidente Antonio Rueda, diante de notícias infundadas, prematuras e superficiais que tentam atingir a honra e a imagem do nosso principal dirigente.”

Nota oficial do União Brasil

Sem contar que, o comunicado ressaltou que a decisão de afastamento dos filiados foi legítima e amplamente debatida, reforçando a autonomia do partido frente ao governo federal.

Partido deixa cargos e traça estratégia política para 2026

O afastamento do União Brasil enfraquece a base do governo Lula e, ao mesmo tempo, cria oportunidades para novas articulações políticas de centro-direita.

O partido, em articulação com o Progressistas, avalia alianças estratégicas e possíveis candidaturas para 2026. Entre os nomes em evidência estão Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, e Ronaldo Caiado, governador de Goiás.

Assim, especialistas avaliam que a medida fortalece a independência do partido e, consequentemente, impacta diretamente a estratégia eleitoral do PT, dificultando a manutenção da unidade política do governo na disputa de 2026.

Lula afirma que vetará a anistia de Jair Bolsonaro caso seja aprovado pelo Congresso

O presidente da república, Lula, afirmou em entrevista para BBC News Internacional no Palácio da Alvorada nesta quarta-feira (17) que irá vetar a proposta de anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro caso seja aprovada pelo Congresso. O ex-presidente foi condenado por tentativa de golpe de estado e outros quatro crimes.

Proposta de anistia e PEC da blindagem

Durante a entrevista com o canal de notícias internacional, o presidente afirmou que pretende vetar o texto que daria anistia política para Jair Bolsonaro, porém apesar de seu posicionamento firme, ele afirmou que isso deve ser decidido entre os parlamentares e que ele, como presidente, não pode se envolver em “coisa do Congresso Nacional” e que a decisão fica a cargo dos partidos presentes no parlamento. 

A declaração foi feita em meio a uma movimentação da oposição para que o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, aprove a proposta de anistia, que tem caráter de urgência para a oposição.


Presidente Lula para à BBC News (Foto: reprodução/Paulo Koba/BBC)

Lula também condenou a aprovação da proposta de emenda constitucional chamada “PEC da blindagem”, que protege parlamentares de investigações. Ele afirmou que se fosse deputado ou presidente de um partido, votaria contra ou orientaria o voto contra a proposta. 

Brasil e Estados Unidos

Ainda na entrevista à BBC, Lula também comentou a relação com o presidente norte-americano Donald Trump, onde condenou o aumento das tarifas comerciais. Atualmente se prepara para viajar para os Estados Unidos para a Assembleia Geral da ONU.

A viagem e o aumento das tarifas ocorreram no escalonamento da tensão entre o governo brasileiro e norte-americano em meio à condenação de Bolsonaro, onde o Secretário de Estado de Donald Trump declarou na última quinta-feira (11) que os Estados Unidos respondem à condenação do ex-presidente brasileiro. Apesar das dificuldades de diálogo, Lula declarou que está há aberto para conversas e negociações com Trump em sua viagem para o hemisfério norte nos próximos dias.

Lula sanciona lei para proteger crianças da ‘adultização’ nas redes sociais

Nesta quarta-feira (17), uma nova lei foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o objetivo de proteger crianças e adolescentes do fenômeno conhecido como “adultização” nas redes sociais. A medida, que estabelece uma série de novas obrigações para as plataformas digitais, representa um marco importante na regulamentação da internet no Brasil.

A lei foi criada para combater a exposição de menores a conteúdos inapropriados e para garantir um ambiente online mais seguro. Ela exige que os provedores de serviços digitais vinculem as contas de crianças e adolescentes a um responsável legal, assegurando maior controle e supervisão sobre a atividade online desse público. Além disso, as empresas agora têm a obrigação de remover qualquer conteúdo que seja considerado abusivo ou prejudicial a menores, reforçando a proteção contra exploração e assédio.

Legislação ganha força após denúncia viral

A necessidade de uma legislação como essa ganhou destaque após um vídeo do influenciador Felca viralizar, expondo a maneira como algumas plataformas incentivam a monetização de conteúdo criado por crianças de forma controversa. A grande repercussão do caso chamou a atenção do público e de legisladores, levando o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, a priorizar a votação da proposta. O projeto foi rapidamente aprovado tanto na Câmara quanto no Senado, demonstrando o amplo consenso sobre a urgência do tema.


Matéria sobre a sansação do projeto chamado ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente Digital) (Vídeo: reprodução/YouTube/Jornal da Gazeta)

As novas regras se aplicam a todos os produtos e serviços de tecnologia da informação que possam ser utilizados por crianças e adolescentes, independentemente de sua natureza ou tamanho. Isso significa que a lei impacta desde as maiores redes sociais até aplicativos e jogos que permitam a interação de menores.

Sanções severas reforçam compromisso com a proteção infantil

O descumprimento das normas estabelecidas acarreta punições rigorosas. As multas podem variar de R$ 10 por usuário cadastrado na plataforma até um teto de R$ 50 milhões, dependendo da gravidade da infração. A lei também prevê a possibilidade de suspensão temporária ou até mesmo definitiva das atividades das empresas que persistirem no descumprimento das regras.

Essas sanções financeiras e operacionais têm o objetivo de garantir que as plataformas levem a sério a responsabilidade de proteger seus usuários mais jovens. A nova lei busca equilibrar a liberdade de expressão e a inovação tecnológica com a necessidade de salvaguardar a saúde mental e o desenvolvimento saudável de crianças e adolescentes na era digital.

Lula vai indicar dois novos ministros para Superior Tribunal Militar

O presidente Lula vai indicar, nos próximos meses, dois novos ministros para o Superior Tribunal Militar (STM). Esse tribunal vai analisar a perda da patente de Jair Bolsonaro e de outros oficiais das Forças Armadas condenados pelo STF no caso da trama golpista, entre eles os ex-comandantes Paulo Sérgio Nogueira (Exército) e Almir Garnier Santos (Marinha).

Composição do STM e aposentadorias iminentes

Até o fim do ano, dois ministros do STM vão se aposentar ao completar 75 anos: Marco Antônio de Farias, em outubro, e Odilson Sampaio Benzi, em novembro. Assim, o presidente Lula terá indicado quatro ministros no total neste mandato, já que anteriormente escolheu o general Guido Amin Naves e a advogada Verônica Sterman.

O STM tem 15 ministros, todos indicados pelo presidente da República. Entre eles, quatro precisam ser do Exército, três da Marinha e três da Aeronáutica, sempre da ativa e do posto mais alto da carreira. O plenário se completa com cinco civis: três advogados com notório conhecimento jurídico, boa conduta e pelo menos dez anos de carreira, além de dois membros vindos do Ministério Público da Justiça Militar. Todos precisam ser aprovados pelo Senado Federal.


Bolsonaro saindo do hospital e retornando para cumprir a prisão domiciliar (Vídeo: reprodução/X/@Metropoles)

Nos bastidores do Exército, a expectativa é que os processos só sejam analisados pelo STM depois da posse dos novos ministros indicados pelo presidente. Isso porque a perda de patente só pode ser discutida após o fim definitivo das condenações, o que ainda não tem data para acontecer.

Além de Bolsonaro, Nogueira e Garnier, também serão julgados no STM o ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice Walter Braga Netto e o ex-ministro do GSI Augusto Heleno, ambos generais de quatro estrelas.

Julgamento delicado e inédito no STM

O julgamento no STM será delicado e inédito: além do impacto político, pode resultar na perda da patente de dois ex-comandantes das Forças Armadas, algo nunca antes visto, já que é a primeira vez que eles foram condenados pela Justiça Civil.

O Estatuto dos Militares estabelece que qualquer integrante das Forças Armadas condenado pela Justiça Civil ou Militar, com decisão definitiva e pena acima de dois anos, pode perder a patente.

Além de Bolsonaro, Nogueira e Garnier, outros oficiais de alta patente também serão julgados no STM. Augusto Heleno, bem visto no Alto Comando do Exército, comandou a missão de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti. Já Braga Netto, que perdeu prestígio na Força após as investigações apontarem seu envolvimento na trama golpista contra Lula, foi interventor federal no Rio de Janeiro e chegou a chefiar o Estado-Maior do Exército.

Como foi condenado a dois anos em regime aberto, exatamente no limite previsto pela lei, o tenente-coronel e delator Mauro Cid não será alvo do processo no STM.


Lula defendendo o STF contras as acusações do governo de Trump (Vídeo: reprodução/X/@CNNBrasil)

Ele pediu baixa do Exército em agosto para passar à reserva. Esse pedido só será analisado pela cúpula em janeiro do próximo ano, mas deve ser aceito por cumprir os requisitos legais. Segundo o advogado do ex-ajudante de ordens, Jair Alves Ferreira, mesmo que não perca a patente, Cid não pretende continuar na carreira militar, pois “não tem mais condições psicológicas de seguir como militar”.

Se for concedida, a aposentadoria marcará um fim melancólico para a carreira de Mauro Cid, que antes do governo Bolsonaro era visto como um talento promissor no Exército e cotado para alcançar a patente de general, assim como seu pai, Mauro Cesar Lourena Cid. Ainda assim, a saída é bem menos dura do que a perda de patente após julgamento no STM, risco que recai sobre os militares delatados por ele.

Repercussão histórica e comparações com casos anteriores

Embora seja criticado fora da Justiça Militar por uma atuação considerada corporativista, o julgamento terá grande visibilidade devido à repercussão do caso e das pessoas envolvidas.

O cenário é bem diferente da primeira vez em que Bolsonaro foi réu no STM, no final da década de 1980. Na época, ainda capitão da ativa, ele entrou na mira do Exército em 1987 após publicar um artigo na revista “Veja” defendendo o reajuste do soldo militar.

A mesma publicação revelou um suposto plano de Bolsonaro, então futuro presidente, que envolveria explosões na Vila Militar, na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), em quartéis e em uma adutora do Rio Guandu, principal fonte de abastecimento de água do Rio de Janeiro, como forma de pressionar a cúpula do Exército.

O caso chegou ao STM, que, após longas discussões sobre a autoria dos documentos e a veracidade da reportagem, absolveu o capitão por nove votos a quatro. No ano seguinte, Bolsonaro foi eleito vereador do Rio pelo PDC e passou para a reserva. Trinta anos depois, chegou ao Palácio do Planalto.

Lula lamenta ‘momento delicado’ do país e declara que Bolsonaro ‘sabe que fez burrice’

O presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta terça-feira (9) que o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro não é inocente e sabe que fez “burrice”. Lula ainda destacou que o país vive um “momento delicado” e teceu críticas às articulações do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) junto a Donald Trump. A manifestação do presidente foi feita em um evento em Manaus e em meio ao julgamento de Bolsonaro por tentativa de golpe. 

Contexto da declaração

As afirmações do presidente Lula aconteceram no primeiro dia dos votos dos ministros do Supremo Tribunal Federal no julgamento do núcleo principal da trama golpista de 2022. Os votos já computados foram do ministro e relator do caso, Alexandre de Moraes, e de Flávio Dino. Ambos defenderam a tese do papel de liderança de Jair Bolsonaro na organização criminosa que visava a manutenção dele na presidência do país, o que poderia acarretar um maior cumprimento de pena.

Nesta quarta-feira (10), Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin devem finalizar a votação do julgamento inédito na história brasileira. O voto mais aguardado é o do ministro Fux, que deu indícios de divergência em relação a Moraes.


Declaração de Lula sobre atos de Bolsonaro e viagem de Eduardo aos EUA (Vídeo: reprodução/youtube/terrabrasil)

Lula ainda criticou a movimentação do congresso para aprovar a anistia a Bolsonaro e outros golpistas. O presidente destacou que Jair ‘sabe que fez burrice’, mas deveria estar se defendendo e não pedindo anistia antes da condenação.

Trump e Eduardo Bolsonaro

Durante seu discurso, Lula reprovou as articulações de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos, junto ao presidente norte-americano Donald Trump. No dia 6 de agosto, as taxações de 50% dos Estados Unidos aos produtos brasileiros entraram em vigor, e segundo os EUA, era uma resposta a ações que ameaçam à segurança nacional e à política externa. O ministro do STF, Alexandre de Moraes, havia sido englobado na Lei Global Magnitsky, uma das mais severas punições da Casa Branca para estrangeiros que violam direitos humanos. 


Eduardo Bolsonaro discursando na Argentina com uma imagem de seu pai ao fundo
(Foto: reprodução/Tomas Cuesta/Getty Images Embed)


Nesta terça-feira (9), após questionada sobre possível condenação de Bolsonaro, Karoline Leavitt, porta-voz da Casa Branca, disse que Trump não hesitaria em utilizar meios militares para proteger a liberdade de expressão. Após a declaração, o Itamaraty, Ministério das Relações Exteriores, condenou as ameaças do uso da força contra a democracia brasileira. 



 

Alta da carne persiste no Brasil mesmo com redução de exportações aos EUA

As taxas adicionais impostas por Donald Trump sobre as exportações brasileiras não geraram os resultados que os especialistas financeiros haviam antecipado. No Brasil, os preços se mantiveram elevados e não sobrou carne.

Com a redução das vendas de carne para os Estados Unidos, o raciocínio é que haveria mais carne disponível no Brasil, o que, consequentemente, derrubaria os preços. As tarifas impostas pelos americanos tiveram um efeito notável. Na lista dos maiores compradores de carne brasileira, eles agora ocupam o sexto lugar, tendo já sido o segundo.

O raciocínio do aumento de vendas

Por outro lado, outras nações já estavam a reforçar os seus pedidos de carne proveniente do Brasil. Assim, foi averiguado que de janeiro a agosto de 2025 surgiu um crescimento de 34% nessas vendas. Na China, esse salto foi ainda maior, atingindo 41%, e no México, ultrapassou os 250%.

Temos os menores custos de produção do mundo. Então, isso acaba atraindo muitos competidores em termos de compra dessa carne e, obviamente, colocando o Brasil nesse cenário aí de líder mundial das exportações”, afirma Thiago Bernadino, coordenador do Cepea (Centro de Estudos de Economia Aplicada).


Mesmo com as tarifas do governo Trump, a carne é ainda algo caro para os brasileiros (Foto: reprodução/Instagram/@noticiascanedo)


Ótima notícia para os pecuaristas, que estão lucrando bastante. Péssima para os consumidores, que compram carne no açougue. Acreditava-se que, com o fim das exportações, o mercado interno receberia mais carne, baixando os preços. No entanto, as ligeiras reduções vistas não foram suficientes para anular a alta inflação do último ano.

Explicação da alta

A razão para isso reside na seca comum desta fase do ano. Sem disponibilidade de pastagem, o gado bovino demanda mais tempo para atingir o peso ideal. O preço por arroba do boi gordo, quantia recebida pelos criadores, permanece na faixa dos R$300 já faz cerca de um ano.

A carne acaba sendo, para muitas famílias brasileiras, um objeto de desejo. Então, qualquer adicional de renda que você tenha, a primeira forma de você resolver esse problema é aumentar a quantidade de proteína. Esse quadro não deve se alterar até o final do ano. O que a gente enxerga é um cenário que segue pressionado do ponto de vista de preços e, para o consumidor brasileiro, uma carne um pouco mais cara do que a gente viu em outros anos”, destacou o professor de economia do Ibmec-SP, André Diz.

Observa-se um aumento no consumo de carne entre os brasileiros. De acordo com o professor de economia do Ibmec, Andre Braz, isso ocorre apesar dos preços elevados, como resultado da diminuição do desemprego e do crescimento da receita.

Governo estadunidense retorna a ameaçar Brasil após feriado da Independência

Nesta segunda-feira (08), Darren Beattie, o Subsecretário de Diplomacia Pública do Departamento de Estado dos EUA, fez uma publicação na rede social X (antigo Twitter) a respeito do Brasil e de Alexandre de Moraes – Ministro do Superior Tribunal Federal (STF): Beattie falou a respeito de preservar valores de liberdade e de justiça, e acusou Alexandre de Moraes de abuso de autoridade. A declaração veio após o feriado de 7 de setembro, que marca a Independência Brasileira.

Brasil e Estados Unidos: relações estremecidas

No dia 05 de setembro, sexta-feira, o presidente dos Estados Unidos Donald Trump deu uma declaração falando que estava “muito irritado” com o Brasil. O comentário veio após a imposição do tarifaço, e a afirmação que Lula e o Governo Brasileiro estariam se alinhando com a esquerda radical. 

Além disso, Trump e o Governo Americano também têm feito críticas ao Ministro Alexandre de Moraes, e têm prestado apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que está sendo julgado por tentativa de golpe de estado. O Governo Americano impôs a Lei Magnitsky sobre Alexandre de Moraes, que teve seu visto cancelado e cartões de crédito suspensos. 

A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas

A sede da Organização das Nações Unidas (ONU) está localizada na cidade de Nova York: é o local onde ocorre a Assembleia Geral da ONU. O Brasil, reconhecido por suas boas relações diplomáticas, tem como costume ser o primeiro a discursar na Assembleia Geral.


Trump fala sobre possível restrição de vistos diplomáticos brasileiros (Vídeo: Reprodução/X/@JornalDaGlobo)

Porém, após as relações de diplomacia entre o Brasil e os Estados Unidos ficarem estremecidas, Donald Trump – presidente dos EUA – declarou, em uma coletiva de imprensa, que não descarta a possibilidade de cancelar ou restringir vistos diplomáticos de autoridades brasileiras que podem participar da Assembleia Geral. Este depoimento de Trump mostra que as relações entre os dois países podem piorar significativamente; sem contar as ameaças dos EUA à soberania do Brasil.

Lula afirma que países do BRICS são vítimas de acordos comerciais e tarifaços

Durante um encontro virtual realizado na manhã desta segunda-feira (08) com representantes do Brics, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que as nações que compõem o grupo têm sido alvo de medidas econômicas consideradas “arbitrárias e ilegais”. 

A fala foi divulgada pelo Palácio do Planalto após a reunião convocada por Lula. Ele fez referência às restrições impostas pelos Estados Unidos, em especial ao aumento de tarifas adotado durante o governo de Donald Trump.

Polêmicas da conferência

Durante a conferência virtual do Brics, Lula afirmou que os países do grupo vêm sendo alvo de políticas comerciais abusivas e sem fundamento legal. Segundo ele, a utilização de tarifas como forma de pressão tornou-se prática comum, servindo tanto para ampliar espaço nos mercados globais quanto para interferir em assuntos internos de outras nações. O presidente ressaltou ainda que decisões de caráter extraterritorial fragilizam instituições nacionais e que sanções indiretas limitam a autonomia necessária para ampliar relações econômicas com parceiros estratégicos.


Lula comandou reunião do Brics desta segunda-feira (08) (Vídeo: reprodução/YouTube/G1)

No mesmo contexto, Donald Trump utilizou argumentos ligados à política doméstica dos Estados Unidos, incluindo o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, para justificar a elevação de 50% nas tarifas aplicadas sobre produtos brasileiros. 

Lula também destacou que a consolidação de regras compartilhadas é indispensável ao crescimento equilibrado e defendeu que a intensificação do comércio e da integração financeira entre os países do Brics representa uma alternativa sólida diante do avanço do protecionismo, lembrando ainda o potencial das complementaridades econômicas entre os membros do bloco.

Observações de Lula

O presidente também apontou a existência de uma falha estrutural na governança multilateral relacionada ao universo digital. Para ele, a ausência de um modelo democrático de regulação pode consolidar projetos de concentração de poder nas mãos de poucas corporações de determinados países. Lula advertiu que, sem garantir soberania digital, as nações ficarão suscetíveis à influência externa e à manipulação de dados. Ressaltou, no entanto, que não se trata de estimular um isolamento tecnológico, mas de incentivar a cooperação internacional a partir de ecossistemas nacionais autônomos, supervisionados e sustentáveis.

O encontro ocorreu cerca de dois meses após a última reunião presencial dos chefes de Estado do Brics no Rio de Janeiro. O Brasil, que ocupa a presidência rotativa do bloco em 2025, convocou a nova rodada de diálogos justificando preocupação com a preservação do multilateralismo em um cenário internacional considerado cada vez mais instável.

Na pauta discutida pelo grupo estiveram temas como o aumento tarifário imposto pelos Estados Unidos, o conflito na Faixa de Gaza, a guerra entre Rússia e Ucrânia e a preparação para a COP30, conferência global sobre mudanças climáticas marcada para novembro em Belém–PA.

Lula denuncia estímulo a ataques e diz que Brasil não se submeterá

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), criticou neste sábado (6) tentativas de interferência estrangeira nos rumos do país. Em pronunciamento transmitido em rede nacional, Lula afirmou que o país “não aceitará ordens de quem quer que seja”.

Ele também chamou de “traidores da pátria” os políticos que, segundo ele, incentivam sanções contra o Brasil. A princípio, a fala foi interpretada como recado indireto a Eduardo Bolsonaro (PL-SP), citado como articulador junto ao governo americano.

Defesa da soberania nacional

No discurso, Lula usou a palavra “soberania” diversas vezes e disse que o Brasil não voltará a ser colônia de ninguém. Ainda assim, o petista destacou que governar significa cuidar do povo brasileiro, sem interferência estrangeira.

Em discurso, o presidente havia afirmado que “somos capazes de cuidar da nossa terra e da nossa gente, sem interferência de nenhum governo estrangeiro”.

Além disso, Lula já havia reforçado e defendido a independência do Judiciário dizendo que não cabe ao presidente interferir nas decisões da Corte. Ocasionalmente, o recado responde a críticas de Donald Trump, que chamou o julgamento de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal de “vergonha internacional”.

Críticas a políticos e defesa do Judiciário

O presidente classificou como inadmissível a atuação de políticos brasileiros que, segundo ele, estimulam ataques ao país. Ele declarou que a História não perdoará essas ações. Desse modo, as críticas miraram aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, sobretudo seu filho, Eduardo Bolsonaro.


Financial Times analisa defesa do PIX (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

O deputado e filho do ex-presidente é investigado por incentivar sanções americanas contra o Brasil e, em agosto, foi indiciado pela Polícia Federal. Para Lula, tal conduta representa traição aos interesses nacionais.

Em contrapartida, aos ataques, o petista também reforçou a defesa do Pix e da regulamentação das redes sociais. Ele afirmou que o sistema de pagamentos é público, gratuito e símbolo de soberania. Sobre as redes, declarou que elas não podem servir como espaço para crimes, discursos de ódio e fake news.

Por fim, Lula prometeu defender as riquezas nacionais e as instituições democráticas contra qualquer tentativa de golpe. “Defender nossa soberania é defender o Brasil”, concluiu.