Ronaldo Fraga celebra Milton Nascimento em desfile-poema no SPFW

O retorno de Ronaldo Fraga ao São Paulo Fashion Week, após seis anos de ausência, foi mais do que um desfile: foi uma celebração da vida, da arte e da brasilidade. Sob o teto do Museu da Língua Portuguesa, o estilista mineiro apresentou a coleção “Minas-Nascimento”, uma homenagem comovente ao cantor Milton Nascimento, e ao poder da emoção como essência da moda.

Um cortejo de poesia e fé

A passarela se transformou em um ritual poético. Crianças abriram o desfile vestidas com asas de papelão, representando a infância de Milton. No chão, trilhos de trem traçavam o caminho simbólico das viagens musicais do artista. E no alto, luzes de LED nas cabeças dos modelos formavam o contorno das montanhas mineiras, em referência à capa do álbum “Geraes” (1976).


Desfile “Minas-Nascimento” de Ronaldo Fraga (Foto: reprodução/Instagram/@spfw)

Moda que canta e borda memórias

As peças, feitas em linho, jeans e tafetá surgiram em tons terrosos, azuis profundos e dourados, remetendo às paisagens de Minas. Bordados com versos de canções como “Maria, Maria” e “Caçador de Mim” transformaram o tecido em poesia. Crochês e rendas, produzidos por artesãs de Minas, Goiás e Santa Catarina, reafirmaram o olhar de Fraga para o artesanato e a memória coletiva brasileira.


Desfile “Minas-Nascimento” de Ronaldo Fraga (Foto: reprodução/Instagram/@spfw)

Antes do desfile, o estilista publicou uma frase, “Hoje é dia de acender velas para um santo de carne e som”, que serviu para estabelecer o tom místico e afetivo que dominou a passarela.


Ronaldo Fraga celebra Milton Nascimento (Foto: reprodução/Instagram/@fragaronaldo)

Com mangas bufantes, túnicas e medalhas de santos, as peças lembravam trajes de procissão, misturando fé e moda. Fraga mais uma vez rejeita o luxo vazio e propõe uma moda que emociona, feita de histórias, memórias e humanidade.

Um reencontro com a emoção

Na primeira fila, Augusto Nascimento, filho de Milton, assistiu emocionado à homenagem. Vestia uma camisa com o rosto do pai e versos de “Coração de Estudante”. O momento se tornou ainda mais simbólico diante do diagnóstico recente de Milton, que enfrenta demência por corpos de Lewy.

“Minas-Nascimento” reafirma o DNA de Ronaldo Fraga: a moda como narrativa, como arte e como afeto. E ao final do desfile, sob aplausos de pé, ficou claro, o SPFW presenciou não apenas uma coleção, mas um poema costurado em tecido e alma.

Milton Nascimento processa Cruzeiro por uso de sua música em vídeo

O cantor e compositor brasileiro, Milton Nascimento, anunciou um processo contra o Cruzeiro neste sábado (02), por uso indevido de um dos seus maiores hits. A alegação é de que a raposa teria feito o uso da canção sem ter autorização dos autores da obra, ao ser colocada como trilha sonora de um vídeo publicado em suas redes sociais.

Denúncia do cantor

Segundo informações divulgadas pelo Globo, o clube mineiro é acusado de ter utilizado a música “Clube da esquina n°2” de forma não autorizada no anúncio da chegada de Gabigol ao clube, em janeiro deste ano. Junto ao cantor, a gravadora Sony Music, responsável pela produção da faixa, conduz o processo que solicita uma indenização por danos morais.

Lô Borges e Márcio Borges, demais autores da obra, também entraram com pedido de danos morais pedindo R$ 50 mil de multa para cada.


Anúncio de Gabigol no Cruzeiro (Vídeo: reprodução/x/@gabigol)

O atacante Gabriel Barbosa foi revelado na categoria de base do Santos, onde era visto como uma promessa para o futebol brasileiro, durante um bom tempo. Em 2014 foi quando passou a ser chamado de “Gabigol”, apelido consolidado que permanece até os dias atuais.

No Flamengo foi onde passou pelo melhor momento de sua carreira, após temporadas mágicas vividas em 2019 e 2022, quando conqusitou grandes títulos pelo clube, e acabou se tornando um ídolo da nação. Após o conturbado fim de contrato no urubu, no fim de 2024, ele resolveu migrar para terras mineiras, agora vestindo a camisa azul da raposa, e até então fazendo uma temporada relativamente boa.

Ligação do astro com o Cruzeiro

Milton já demonstrou sua paixão pelo Cruzeiro em diversas ocasiões, inclusive já ocorreram diversas homenagens da equipe ao astro da MPB, uma delas ao receber uma camisa do cabuloso, após se aposentar dos palcos. Apesar de ser natural do Rio de Janeiro, o cantor já declarou um amor pelo estado de Minas Gerais e a cultura local, e curiosamente seu último show foi no Mineirão, em 2022.


Homenagem do clube mineiro a Milton (Foto: reprodução/X/@Cruzeiro)

Conhecido nacionalmente pelo carinhoso apelido de “Bituca”, o cantor e compositor é considerado um dos artistas brasileiros mais influentes da música brasileira. Seu sucesso se consolidou após o lançamento de sua faixa chamada “Travessia”, na qual trabalhou junto com o também compositor, Fernando Brant. Ao todo, o artista gravou mais de 30 álbuns ao longo de toda sua carreira.

Morre Nana Caymmi, ícone da música brasileira, aos 84 anos

A cantora Nana Caymmi, um dos grandes nomes da música popular brasileira, morreu nesta quinta-feira (1º), aos 84 anos, no Rio de Janeiro. Internada desde julho de 2024 na Casa de Saúde São José, no bairro do Humaitá, Zona Sul da cidade, a artista faleceu em decorrência de disfunção de múltiplos órgãos, conforme nota divulgada pelo hospital.

Cantora enfrentava problemas de saúde desde 2016

Nana Caymmi sofreu com seguidos problemas de saúde nos últimos anos. Passou por uma cirurgia para remoção de um tumor na parte externa do estômago em 2016 e, desde então, manteve-se afastada dos palcos, embora tenha continuado a gravar, com lançamentos até 2020.

Segundo o jornal O Globo, dois dias antes de sua morte, também data de seu aniversário, 29 de abril, a cantora teve piora em seu estado de saúde devido a uma overdose de opioides, utilizados para amenizar um quadro de dor aguda.

O irmão Danilo Caymmi, ao anunciar sua morte, descreveu o longo período de nove meses de internação como “um processo muito doloroso” e afirmou que a família está profundamente abalada.

O Brasil perde uma grande cantora, uma das maiores intérpretes que o Brasil já viu, de sentimento, de tudo. Estamos todos realmente muito tristes, mas ela passou nove meses de sofrimento intenso dentro de hospital” lamentou Danilo.


Nana Caymmi e os irmãos Dori e Danilo Caymmi (Foto: reprodução/Instagram/@nanacaymmi)


A cantora deixa três filhos e um valoroso legado artístico para a música brasileira.

Carreira longeva iniciou na década de 1960

Nascida Dinahir Tostes Caymmi em 29 de abril de 1941, Nana era filha do compositor Dorival Caymmi e da cantora Stella Maris, e irmã dos músicos Danilo e Dori Caymmi.

Sua trajetória na música começou ainda na juventude, ao lado do pai, em um dueto na canção “Acalanto”, escrita por Dorival como uma canção de ninar para a própria filha. Os versos “Boi, boi, boi / Boi da cara preta / Pega essa menina que tem medo de careta” se popularizam e são entoados como canção de ninar para crianças até os dias atuais.

A artista iniciou oficialmente sua carreira nos anos 1960. Em 1965, lançou seu primeiro disco solo e, no ano seguinte, alcançou projeção nacional ao vencer a fase brasileira do Festival Internacional da Canção com “Saveiros”, composição de seu irmão Dori em parceria com Nelson Motta. Apesar das vaias que recebeu do público durante sua apresentação, Nana Caymmi venceu o concurso.

Ao longo de quase seis décadas, a cantora gravou 31 álbuns de estúdio. Entre os mais notáveis estão o autointitulado Nana Caymmi (1975), Voz e Suor (1983), este em parceria com o pianista Cesar Camargo Mariano, Bolero (1993) e A Noite do Meu Bem (1994), dedicado às canções de Dolores Duran.

Além de suas composições, Nana também usou sua marcante voz em obras de autores como Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Milton Nascimento e Roberto Carlos.


A cantora com o amigo e também ícone da música brasileira, Milton Nascimento (Foto: reprodução/Instagram/@nanacaymmi)


Em 1976, a artista foi premiada pela Associação Brasileira de Produtores de Disco com o Troféu Villa-Lobos de Melhor Cantora do Ano. Quatro vezes indicada ao Grammy Latino, Nana Caymmi venceu em 2004 a categoria Melhor Álbum de Samba/Pagode com a obra “Para Caymmi, de Nana, Dori e Danilo”.

Grammy poderá ser adiado, devido aos incêndios que assolam Los Angeles

Após o Critics Choice Awards ter sido adiado, na última sexta-feira (10), organizadores do evento consideraram a possibilidade de adiar o Grammy Awards 2025, devido à situação em que se encontra Los Angeles, cidade dos Estados Unidos.

Na localidade acontecem grandes eventos que envolvem a temporada de premiações, entre cinema, TV e música. Considerado a maior premiação da música, o Grammy é realizado há mais de 60 anos.

Situação em Los Angeles

Nesta segunda semana de 2025, Los Angeles foi assolada por diversos focos de incêndio, que se alastraram por diversos locais. Até o momento, pelo menos cinco cidades da região foram atingidas, algumas delas foram consideradas pelas autoridades locais como “fora de controle”.

Até o momento, o incêndio causou um total de 10 mortes, e ainda causa destruição em residências e locais que serviram de cenários em produções do cinema.


Bombeiro observa casa pegando fogo em casas no Pacific Coast (foto: reprodução/Apu Gomez/Getty images Embed)


Grammy

A maior premiação da música mundial, há mais de 60 anos, o Grammy homenageou inúmeros artistas. Nesta edição de 2025, não será diferente, grandes nomes serão indicados, entre eles, Sabrina Carpenter, Chappell Roan, Taylor Swift, Lady Gaga, Bruno Mars, Ariana Grande. Hans Zimmer também concorrerá com a trilha de Duna parte.

Haverá brasileiros na disputa pela estatueta, o cantor de MPB Milton Nascimento concorre na categoria de “Melhor Álbum de Jazz Vocal 2025”. Anitta concorre ao prêmio pela segunda vez, esse ano, a carioca disputa a categoria de “Melhor Álbum de Pop Latino” com “Funk Generation”.

Em 2023, a funkeira concorreu ao prêmio de artista revelação, no entanto, foi desbancada pela cantora de jazz Samara Joy.

Até o momento, ainda não foi definido pelos organizadores do evento se a premiação será adiada.

Famosos compartilham o luto pela morte de Sérgio Mendes

O músico Sergio Mendes faleceu nesta quinta-feira (5), aos 83 anos. Considerado um ícone da música brasileira, artistas como John Legend, Gilberto Gil e Milton Nascimento usaram as redes sociais para prestar suas últimas homenagens ao pianista e compositor.

Artistas Lamenta a morte do cantor

Os parentes do artista confirmaram a notícia ao jornal O Globo, sem detalhar o motivo da morte. Desde o final de 2023, o músico enfrentava problemas respiratórios devido a problemas respiratórios.

Em uma postagem no Instagram, Milton Nascimento lembrou da amizade e da parceria musical. “Descanse em paz, querido gênio”, disse uma das primeiras celebridades a reagir à morte de Mendes, em uma postagem no Instagram. Foram longos anos de amizade, colaboração e música,” disse. O vídeo mostra um momento em que os dois músicos estiveram juntos, em 2022, durante uma apresentação de Milton em Los Angeles.


Milton Nascimento com o cantor Sergio Mendes (vídeo: reprodução/Instagram/@miltonbitucanascimento)


O músico norte-americano Herb Alpert postou uma imagem com Mendes e afirmou que ele era “um irmão de outro país”. “Ele era um grande amigo e um músico extremamente talentoso que trouxe a música brasileira em todas as suas variações para o mundo inteiro com elegância e alegria”.

Homenagem outros cantores

O cantor John Legend postou em uma rede social a perda de um grande amigo e uma alma maravilhosa. Ele ainda disse que Sérgio ficou conhecido pelo seu grande trabalho e que ficou grato por ter conhecido seu trabalho. Além disso, também disse que adorou ter feito uma música com Sérgio e ficou muito grato por ter passado um tempo com a família do músico.

Carlinhos Brow escreveu que conheceu Sérgio por conta da sua curiosidade em aprender ritmos novos. Dessa forma, conheceu os discos do cantor e passou a admirá-lo. 


Carlinhos Brow homenageia Sérgio Mendes (Foto:reprodução/Instagram/@miltonbitucanascimento)


Carlinhos relata que ficou admirado por Mendes ter gravado com Sarah Vaughan, Frank Sinatra e Stevie Wonder, e que apesar da idade, Mendes sempre manteve um pensamento jovem em relação à música.