Ministério da Justiça lança portal para ajuda na busca de pessoas desaparecidas

O Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas (CNPD), lançado pelo Ministério da Justiça na última quarta-feira (27), visa criar uma base de dados única — de alcance nacional, para reunir os dados estaduais a respeito de pessoas desaparecidas. Dessa forma, o acesso se torna mais fácil, e os dados podem ser acessados e vistos por todo o país.

Entenda o que é o CNPD

É uma grande base de dados que reúne informações a respeito de pessoas desaparecidas em todo o Brasil. O portal já conta com informações de mais de 85 mil pessoas desaparecidas, de 12 estados diferentes. As unidades federativas que já estão participando do Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas são: Acre, Alagoas, Amazonas, Amapá, Bahia, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Sergipe e Tocantins. Os estados restantes serão integrados posteriormente.


Informações básicas sobre o CNPD (Vídeo: reprodução/YouTube/g1)

Como funciona

O CNPD reúne informações de três bancos de dados: informações públicas, informações sigilosas e informações genéticas e não genéticas. Dessa forma, foi possível reunir dados que são relevantes para a busca de desaparecidos. Os dados são inseridos no sistema por meio dos dados fornecidos pelos boletins de ocorrência feitos pelas Polícias Civis dos estados e do Distrito Federal. 

Dessa forma, as famílias dos desaparecidos conseguem receber mais facilmente informações a respeito do paradeiro do familiar, e compartilhar banners e cartazes de forma mais simples. Além disso, a população também consegue enviar, de maneira facilitada, quaisquer informações que possam ter. A integração entre dados de estados também ajuda na localização de pessoas desaparecidas, caso aconteça um avistamento em um estado diferente do estado do registro do desaparecimento. 

Dentro do Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas, é possível fazer filtragens com informações como nome, idade, local do desaparecimento e local de origem. Também é possível verificar se o banner ou a informação de pessoa desaparecida é de verdade ou não. O CNPD pode ser acessado por meio deste link: https://cnpd.mj.gov.br/painel-publico .

Zambelli passará por processo de extradição

Carla Zambelli (PL-SP), deputada federal afastada do mandato, foi capturada pelas autoridades italianas em Roma. Segundo informaram nesta segunda-feira (28) o Ministério da Justiça e a Polícia Federal, ela será submetida a um procedimento que pode resultar em sua extradição para o Brasil.

Zambelli foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal a dez anos de prisão por invadir, em 2023, o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserir documentos falsos. Desde 5 de junho, a deputada estava incluída na lista de alertas da Interpol, rede internacional usada para rastrear e capturar pessoas investigadas ou já condenadas.

O processo de extradição é um procedimento legal entre países que permite a entrega de um indivíduo condenado ou sob investigação às autoridades do país solicitante. No caso de Zambelli, caberá à Justiça italiana decidir sobre o pedido feito pelo Brasil, seguindo os tratados internacionais e as leis locais.

Prisão em Roma contou com apoio internacional

Segundo o Ministério da Justiça, Zambelli foi detida depois de se apresentar de forma voluntária às autoridades na Itália. A operação teve a participação da polícia brasileira, da Interpol e de órgãos de segurança da Itália.

A nota divulgada pelo governo brasileiro reforça que a prisão é resultado da cooperação entre os países e que a extradição seguirá todos os trâmites previstos. Até a decisão final, Zambelli permanecerá sob custódia na Itália.


Carla Zambelli é presa na Itália (Foto: reprodução/Instagram/@bnews_oficial)


Condenação e inclusão na difusão vermelha

No ano passado, o Supremo Tribunal Federal condenou a parlamentar por invadir de forma ilícita o sistema do CNJ e incluir dados falsos. A decisão teve grande repercussão no país e motivou a inclusão de seu nome na difusão vermelha da Interpol.

A detenção de Carla Zambelli representa uma nova etapa do caso, que passa a ser tratado pelas autoridades italianas em articulação com o governo brasileiro. Caso a extradição seja aprovada, a deputada voltará ao país para cumprir a pena a que foi condenada.

Indulto natalino 2024: Quem tem direito e quem está fora da lista

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta semana o decreto de indulto natalino de 2024, que concede perdão de pena a determinados presos. A medida, publicada no Diário Oficial da União, segue uma tradição jurídica no Brasil e é regulamentada pela Constituição Federal. Neste ano, o foco foi atender presos em condições de extrema vulnerabilidade, como portadores de HIV e pacientes em estágio terminal de câncer.

A decisão, elaborada em conjunto com o Ministério da Justiça e Direitos Humanos, pretende humanizar o sistema penitenciário, levando em consideração critérios médicos e sociais. Podem receber o benefício presos que não representam ameaça à sociedade, especialmente aqueles com quadros clínicos graves e sem expectativa de recuperação, além de pessoas com mais de 70 anos que já cumpriram parte da pena.


@cortes.lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou o indulto de Natal para condenados por abuso de autoridade e crimes contra a administração pública, como peculato e corrupção passiva. O decreto, que será publicado no Diário Oficial da União, também exclui do perdão pessoas condenadas por crimes hediondos, tortura, violência contra a mulher, crianças e adolescentes, além de integrantes de facções criminosas. O indulto, no entanto, será concedido a gestantes de alto risco, portadores de HIV em estágio terminal e pessoas com doenças graves ou altamente contagiosas. Referências: 1. Folha de S.Paulo 2. MSN 3. CNN Brasil #lula #cortesdolula #indulto #indultodenatal

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Matéria sobre indulto natalino (reprodução/ TikTok @cortes.lula)

E quem terá direito este ano?

Pessoas com doenças graves e estado terminal, idosos acima de 60 anos que já cumpriram parte da pena, mulheres gestantes ou mães de crianças menores de 12 anos, ou com deficiência e que atendam aos critérios do decreto. 

Condenados por crimes sem violência ou grave ameaça que cumpriram até 25 de dezembro de 2024, pelo menos um quinto da pena, se não reincidentes, ou um quarto, se reincidentes. Não terá direito líderes de facção, presos por crimes sexuais e por abuso de autoridade.

Critérios de exclusão

O decreto de Lula, no entanto, exclui categoricamente determinados perfis de presos. Líderes de facções criminosas, indivíduos condenados por crimes sexuais, violência contra crianças ou idosos e abuso de autoridade estão fora da lista de possíveis beneficiados. A medida visa assegurar que o indulto não seja interpretado como um instrumento de impunidade, mas como um ato de justiça focado em casos excepcionais.

Controvérsias e opiniões divergentes

Embora a decisão tenha sido recebida positivamente por entidades de direitos humanos, críticos argumentam que a concessão de indultos pode enfraquecer a percepção de justiça e gerar insatisfação popular. O governo, porém, defende que o indulto é uma ferramenta legítima de política pública e reafirma que os critérios adotados foram rigorosos e bem fundamentados.

O indulto natalino é um direito previsto na Constituição, utilizado para aliviar a superlotação do sistema prisional e atender casos de excepcionalidade. Com isso, o governo tenta equilibrar a humanização do sistema carcerário com a proteção da segurança pública.

Moraes ordena extradição de 63 Brasileiros foragidos na Argentina por atos golpistas

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a extradição de 63 brasileiros que estão foragidos na Argentina e são investigados por envolvimento nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. A decisão atendeu a um pedido da Polícia Federal e foi encaminhada para o Ministério da Justiça, que deverá dar continuidade ao processo.

Segundo a Polícia Federal, esses brasileiros cruzaram ilegalmente a fronteira para a Argentina e podem estar entre os 180 envolvidos nos atos que fugiram para países vizinhos, como Uruguai e Paraguai.


A Determinação (Vídeo: Reprodução / YouTube / CNN)

Decisão de Moraes e procedimentos de extradição

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, acatou um pedido da Polícia Federal para extraditar 63 brasileiros investigados por sua participação nos atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro de 2023. Esses indivíduos estão foragidos na Argentina, e o caso agora depende do Ministério da Justiça para avançar.

O Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional, vinculado ao ministério, é responsável por analisar o cumprimento dos acordos internacionais e encaminhar o processo ao Ministério das Relações Exteriores.

O Ministério das Relações Exteriores será o responsável por negociar a extradição com as autoridades argentinas. A decisão de Moraes é uma tentativa de acelerar a responsabilização dos envolvidos nos ataques às instituições brasileiras.

Foragidos em países vizinhos

De acordo com a Polícia Federal, esses brasileiros cruzaram a fronteira de forma irregular, entrando na Argentina por meio de carros, a pé ou atravessando rios. A PF acredita que até 180 pessoas envolvidas nos atos golpistas possam ter fugido para países vizinhos, como Argentina, Uruguai e Paraguai.

Os investigadores não descartam que alguns dos foragidos tenham solicitado asilo político na Argentina, ou até mesmo que tenham cruzado novas fronteiras, aproveitando a facilidade de trânsito em áreas como a Ponte da Amizade, que liga o Brasil ao Paraguai.