Miu Miu aposta em aventais para o desfile de primavera

A estilista, que já é conhecida pela sua narrativa de escolher abordar os temas femininos de forma subversiva e irônica, elegeu a peça como o centro do desfile não por acaso. A italiana visou trazer reflexão sobre a peça, representando a força de trabalho feminino muitas vezes invisibilizada e qual é o papel da mulher na sociedade.

As peças

Miuccia Prada afirmou nos bastidores do desfile que a inspiração para a coleção foi o trabalho de duas fotógrafas, Dorothea Lange e Helga Paris, elas se inspiraram no trabalho feito pelas mulheres entre as décadas de 1920-1930. A estilista ainda disse ter escolhido o avental como uma crítica, representando as barreiras enfrentadas pelas mulheres.


Look Miu Miu primavera/verão 2026 (Foto: Reprodução/Peter White/Getty Imagens Embed)

Nessa coleção o avental aparece de diversas formas, em couro estruturado, bordado, com pedrarias e até rendado.


Vestido/avental rendado Miu Miu primavera/verão 2026 (Foto: Reprodução/Peter White/Getty Imagens Embed)

As estampas e babados dos anos 1950-1960 também ganharam seu lugar na mesa, literalmente, algumas estampas lembram as toalhas de mesa usadas nessa época, e claro, tudo proposital.


Miu Miu primavera/verão 2026 (Foto: Reprodução/Getty Imagens Embed/Peter White)

A ironia de Miuccia Prada

A estilista apresenta a coleção no melhor estilo Miuccia de ser, com muita ironia e crítica social. Os aventais, segundo a própria estilista, representam, para ela, a dificuldade enfrentada pelas mulheres: “Para mim, o avental encapsula a dificuldade das nossas vidas ao longo da história, das fábricas ao lar”.

Porém, outras interpretações também surgiram. Se levarmos em conta o cenário político mundial atual, o conservadorismo tem ganhado espaço e é perceptível nos estilos de conteúdos que vêm sendo criados e que mais chamam a atenção.

O termo “Trad Wife” – em tradução livre, seria algo como “esposa tradicional” – vem sendo muito usado nas redes sociais, e serve para se referir as esposas tradicionais dos anos de 50, mulheres que ficavam em casa cuidando do lar e dos filhos, visuais que permeiam o imaginário popular e colocam a mulher como submissa. 

E Miuccia Prada sabe disso, ela transforma o avental, um símbolo de submissão, em um símbolo de empoderamento feminino, fugindo do olhar masculino, que coloca a mulher como símbolo de desejo e a transforma na protagonista da própria narrativa.

Blusas em tons pastel dominam o street style em 2025

Românticas, delicadas e cheias de charme, as blusas em tons pastel se tornaram as queridinhas das fashionistas nesta temporada. Em contraste com os dias de glória do Barbiecore com seu rosa fúcsia intenso em destaque, que inclusive ganhou versão exclusiva na Valentino, agora a moda aposta em uma estética mais suave. A calmaria voltou em forma de tons como amarelo manteiga, azul-bebê, rosa chá e o discreto verde-menta.

Marcas como Chanel, Prada e Miu Miu foram responsáveis por reforçar esse retorno aos tons claros e sofisticados, transformando-os em protagonistas das passarelas e, claro, do street style. Embora essas cores estejam presentes em vestidos, saias e acessórios, são nas blusas que elas encontram sua forma mais versátil e encantadora. As blusas pastel aparecem em versões com babados, mangas bufantes, modelagens leves e tecidos esvoaçantes, prontas para compor tanto looks casuais quanto produções mais elaboradas.


— Violet Grace em Paris Fashion Week (Foto: Reprodução/Raimonda Kulikauskiene/Getty Images Embed)


Como usar blusas pastel em diferentes ocasiões

As fashionistas já provaram que essas peças funcionam bem em todos os contextos. Uma blusa volumosa amarelo pastel com babados, por exemplo, combina perfeitamente com uma calça jeans reta e tênis, criando um visual moderno, romântico e urbano.

Para o trabalho ou eventos mais formais, a combinação com calça de alfaiataria bege e mocassim em tom neutro resulta em um look sofisticado e leve.

Além disso, os tons pastel são ideais para combinações monocromáticas suaves ou contrastes elegantes com cores terrosas e neutras. O segredo está em deixar a blusa como ponto focal do visual.


— Mgk participa do BET Awards 2025 (Foto: Reprodução/Paras Griffin/Getty Images Embed)


A blusa pastel como sobreposição

Outra forma criativa de usar essas blusas é apostando nas sobreposições. Usar por baixo de vestidos mídi, macacões ou jardineiras reaparece como uma tendência forte. Nessa composição, elas ganham uma nova função: deixam de ser apenas roupa e passam a ser uma camada extra de estilo, conferindo profundidade ao visual. A peça imprime suavidade, textura e até um toque retrô, mostrando que, em 2025, a delicadeza se impõe com criatividade e personalidade.

O interessante dessa proposta é que a blusa pastel deixa de ser protagonista isolada e passa a dialogar com outras camadas do look, oferecendo novas possibilidades de composição. Para quem gosta de ousar, também vale ainda brincar com acessórios em tons similares ou investir em misturas de pastel com tons mais terrosos ou vibrantes.

Doctor Bags: o clássico retrô que está conquistando 2025

Se tem um acessório que consegue unir elegância, funcionalidade e um toque vintage irresistível, são as “doctor bags”. Inspiradas nas antigas bolsas de médicos, que precisavam carregar instrumentos e suprimentos com praticidade, elas retornam como uma tendência forte e cheia de estilo.

De instrumento médico a item fashion

Originalmente feitas de couro resistente e com uma ampla abertura na parte superior, as “doctor bags” surgiram no século XIX, como uma solução prática para os profissionais de saúde que realizavam visitas domiciliares.

Com o tempo, seu design clássico e sua estrutura sofisticada chamaram a atenção do mundo da moda, e agora elas estão de volta, sendo reinventadas por grandes marcas.

Doctor Bags nas passarelas

Quem acompanha o universo fashion, já percebeu: as doctor bags estão por toda parte. Nas semanas de moda mais importantes, grifes como Miu Miu, Jil Sander e Hermès trouxeram o modelo para suas coleções, mostrando que a mistura entre vintage e modernidade está mais forte do que nunca.


Spring/Summer 2025, MiuMiu (Foto: reprodução/Instagram/@miumiu)

No desfile da Marc Jacobs na New York Fashion Week, a aposta foi ainda mais ousada. As modelos cruzaram a passarela em looks com volumes exagerados, quase teatrais, remetendo às proporções de bonecas.

No meio desse cenário lúdico, as “doctor bags” apareceram como um contraste sofisticado: estruturadas, elegantes e prontas para ganhar as ruas.

O toque urbano

Não é só nas passarelas que elas brilham. No street style, a febre das “doctor bags” já se consolidou, e com um diferencial: os bag charms. Esses pequenos pingentes e chaveiros adicionam um toque de personalidade e diversão ao design sóbrio das bolsas, tornando-as ainda mais versáteis.


Spring/Summer 2025, Jil Sander (Foto: reprodução/Instagram/@jilsander)

De modelos em tons neutros a opções vibrantes, com detalhes em metal ou acabamentos minimalistas, as doctor bags conquistaram espaço como um acessório essencial para quem busca sofisticação, sem abrir mão da funcionalidade.

Seja no dia a dia ou em eventos especiais, uma coisa é certa: esse clássico revisitado veio para ficar.

Clássico atemporal: o retorno do Peep Toes é oficial em 2025

Quem vivenciou a barbiemania que tomou como avalanche a sociedade na época do lançamento do filme “Barbie” em 2023, sabe o quanto o styling de Margot Robbie para os tapetes vermelhos impactou o mundo da moda.

Evocando a estética dos anos 50 e 60, época em que a famosa boneca foi lançada nos EUA, a atriz trouxe para frente dos holofotes peças e modelos icônicos da época, sempre com um twist da atualidade.


Margot Robbie na première de Barbie, em 2023 (Foto: reprodução/Frazer Harrison/Getty Images Embed) 


E por mais que o barbie core já tenha se esgotado, alguns pontos de seu rastro cor de rosa ainda prometem surgir como tendências em 2025, e a principal aposta entre ele é o Peep Toes.

Você sabe o que é Peep Toes?

Peep Toes é uma denominação em inglês, que combina as palavras “peep”, no português “espiada” – e “toes” – “dedos”. O termo é usado a décadas para retratar o modelo de construção de sapatos de salto que possuem como marca registrada uma pequena abertura na parte frontal, deixando os dedos à mostra.

Controversa e luta

Hoje, um sinônimo de estilo e elegância, o salto Peep Toes surgiu décadas atrás como um aliado na busca feminina por mais liberdade e independência. Em meados dos anos 1920 e 1930, o mundo contemporâneo assistia ao início da transformação que cabia ao papel social das mulheres.

Com uma maior participação feminina no mercado de trabalho, a indústria da moda destinada a esse público recebeu a obrigação de evoluir suas peças para modelos mais confortáveis e liberais.


Peep Toes estreando oficialmente no período pós-guerra (Foto: reprodução/Revista VLK)

Já nos anos 40 e 50, marcados pelo pós-guerra, a liberdade feminina elevou seu patamar para maior ousadia e independência até então nunca vistas antes. Com cada vez mais direitos conquistados, as mulheres desejavam peças de vestuário que representassem esse desejo de poder e autossuficiência recém conquistados. E é em meio a esse cenário que muitos historiadores reportam o surgimento do Peep Toes. 

O modelo construído para deixar a mostra a parte frontal do pé, foi considerado um artefato extremamente atrevido, já que mostrar os dedos, na época, era um movimento muito ousado.

Protagonista em Hollywood

Logo depois de seu aparecimento, o Peep Toes ganhou lugar de estrela durante a era do ouro hollywoodiana. Em um ambiente de elegância e sensualidade discreta, o modelo protagonizou grandes momentos, dentro e fora das telas, nos pés de estrelas como Marilyn Monroe e Judy Garland – mulheres que reinaram as telas, capas e revistas da época, dando origem ao conceito que conhecemos hoje de it girls.


Marilyn Monroe em 1953 (Foto: reprodução/M. Garrett/Getty Images Embed)


Sua popularização concretizou o modelo como ícone atemporal de feminilidade e sensualidade, combinado elegância e instigando desejo íntimo de glamour.

Nas principais passarelas

No podium de modelos mais prestigiados da história dos calçados femininos, o Peep Toes ficou um longo período longe dos holofotes, mas como o movimento no universo da moda é sempre cíclico, a sua hora de retornar chegou.

Nas temporadas de 2024/2025, o modelo desfilou pelas capitais da moda com silhuetas inovadoras, que pouco remetem ao original, mas ainda sim trazem à tona o sentimento jocoso de ousadia que um dia o consagrou.


Peep Toes na coleção ready-to-wear Miu Miu Primavera 2025 (Foto: reprodução/©Launchmetrics/spotlight)

Marcas emblemáticas pela atual modernidade, como Miu Miu, Prada e Acne Studios, trouxeram de volta para as passarelas o retorno triunfal do modelo, mesmo que ainda de forma discretas. Ainda assim, quem está ligado nas tendências e suas principais reviravoltas já sente o Peep Toes chegando com força como hit para 2025.

Maxi bags: próxima tendência para 2025 promete chegar em grande estilo 

Práticas, estilosas e com espaço quase impossível de ser 100% ocupado, as maxi bags dominaram o mercado (e a lista de desejos) de toda uma geração fashionista nos anos 2000. De Chanel a Balenciaga, uma tote bag de luxo era a personagem protagonista nos ombros das maiores estrelas, como Paris Hilton e as irmãs Olsen – ícones da moda e com poder de influenciar que abalaria até a maior it girl atual do Instagram. 

Depois de uma predominância das baguetes e micro bags, o retorno das grandes bolsas já está com data de chegada: o próximo verão de 2025. A Geração Z inunda o TikTok com trends como “Tote Bag Girl”, onde mostram em vídeos seus exemplares – na maioria das vezes comprados em brechós online, já que o mercado parece ainda não ter entendido por completo esse movimento de retorno tão repentino – com tudo que carregam dentro. Suas versões mais low budget, as ecobags, também contribuíram para o sentimento de necessidade em carregar tudo de mais necessário (e, às vezes, o desnecessário também) em qualquer saída de casa. 

Nessa dança, entram grandes casas, como MiuMiu e Balenciaga, apostando na criação e lançamento de modelos que marcaram a década passada e prometem efervescer novamente o mercado. 

Ao flash dos paparazzis

Quem é millennial sabe que a maior divulgação que uma tendência de moda poderia ter no início dos anos 2000 era se essa fosse usada por uma celebridade americana queridinha (ou não) da mídia. Sem a presença unânime das redes sociais na época, o único contato que jovens fashionistas poderiam ter com suas personalidades favoritas, e com o que elas escolhiam usar, era por meio das revistas impressas. Nesse processo, fotógrafos se “especializam” com verdadeiros stalkers de celebridades e criaram a categoria paparazzis – péssimos para saúde mental, ótimos para a indústria da moda. 

Uma das maiores protagonistas desse momento foram as maxi bags que, de cada estilo e personalidade, acompanhavam estrelas pelas ruas e estampavam, posteriormente, as capas, levando jovens à loucura no desejo de uma peça igual.


Paris Hilton e Kim Kardashian em 2006, desfilando com suas maxi bags da Chanel (Foto: reprodução/PhotoNews International Inc./Getty Images Embed) 


A Chanel Cambon, modelo de 2006, configura uma das maiores tendências da época. Seu formato quadrado, sua estética almofadada e o icônico duplo C estampado criaram o paradigma de bolsas comicamente grandes para o momento fashion naquela década. Em época de Britney Spears, óculos Dior gigantes e frapês do Starbucks, o modelo se consagrou em muitas wishlists quando apareceu em um episódio do reality show “The Hills”, sucesso da MTV. 

Deixando de lado a brisa californiana, a City Bag da Balenciaga trouxe o estilo rock chic e urbano para a tendência das maxi. Queridinha das irmãs Olsen, o modelo desleixado era de tamanho absurdamente exagerado que chegava a parecer ilusão de ótica, às vezes tão grande que pareciam maiores que quem as carregava.


Ashley Tisdale e sua maxi City Bag da Balenciaga (Foto: reprodução/Pinterest/@purseblog)

A lista só aumentava, com outros ícones como a Yves Saint Laurent Muse e a Fendi Spy, que assim como a pioneira Chanel, eram escolhidas não apenas por seu estilo desafiador, mas porque serviam como escudo para garotas famosas perseguidas pelos flashes perturbadoramente incessantes da época. 

O retorno em outro cenário

Como o sistema pêndulo da moda nunca falha, as maxi bags prometem ser a mais nova tendência para o começo de 2025. Absurdamente grandes, começaram a emergir como tendência em 2023. Com o retorno das atividades presenciais pós-pandemia e a obsessão pela saúde física, ficou cada vez mais necessário um acessório capaz de transportar tudo que uma pessoa comum pode precisar em um dia fora de casa. E assim, as principais marcas parecem estar de olho nesse processo, com Balenciaga e MiuMiu apresentando lançamentos nas últimas edições das principais semanas de moda.


Lançamento bolsa MiuMiu, 2024 (Foto: reprodução/Spotlight Launchmetrics) 


Destaques também em coleções de Coach e Chloé, o renascimento das maxi bags casa perfeitamente com o comeback do estilo boho, que almeja um visual mais despretensioso e desleixado. Cria-se, então, um momento perfeito para o retorno em grande estilo dessa tendência, que agora, em uma era de caótica de Brat da Charli XCX, podemos sentir a presença dos dias de glória da trupe Paris-Nicole-Lindsay.

Ambiguidade entre independência e leveza marcam as próximas tendências primavera-verão 2025

O mês de setembro chegou ao fim e junto com ele se encerrou o período mais agitado no universo fashion. Com quatro das principais semanas de moda – Nova York, Milão, Londres e Paris – acontecendo entre os dias 6 de setembro e 1 de outubro, a indústria se aquece rapidamente para acompanhar as tendências lançadas pelas principais marcas durante os desfiles. O calendário internacional deste ano ficou marcado por um dualidade na figura feminina, com dois padrões estéticos fortes e opostos para as próximas coleções de primavera-verão de 2025. O Quiet Luxury continuará em seu papel de destaque, mas daqui para frente com cortes mais precisos e alfaiatarias sofisticadas, mantendo o padrão confortável e minimalista, desejado por mulheres de ambição e personalidade forte e independente. Enquanto, uma outra parcela, é dominada por avalanche com o retorno do Boho Chic e toda sua leveza e fluidez, muitas vezes com um sutil toque de humor, perfeita para entrar em choque com o panorama político internacional atual, tomado por conflitos e crises climáticas. 

Separamos então 10 tendências que são presença confirmada nas próximas coleções ao redor do globo. 

Cores alvas

Como já citado acima, algumas coleções apresentadas nas principais capitais da moda carregaram consigo o peso de objeção ao cenário, atualmente caótico, político mundial. Entre as primordiais características desse pedido indireto de paz foi o forte uso da cor branca e seus subtons.


Desfile primavera-verão 2025 da Mossi na Paris Fashion Week (Foto: reprodução/©Launchmetrics/spotlight/Fashion Network)

Em formatos clássicos, como alfaiataria e vestidos de algodão, a presença da paleta clara também marcou peças de cetim e muitos trajes de estética romana. As coleção clamando por pureza e paz fizeram parte dos desfiles de marcas renomadas como Comme des Garçons, Coperni, Moschino e Mossi.

 Moda executiva

Em contraponto à leveza do tom alvo, alguns diretores criativos resolveram apostar no pesado e corpulento. Puxando para o lado de uma pegada mais masculina, tecidos com flanela e linha comporão a produção de ternos, calças amplas e ombros largos, que invocaram a essência de uma garota executiva.


Desfile primavera-verão 2025 da Saint Laurent na Paris Fashion Week (Foto: reprodução/©Launchmetrics/spotlight/Fashion Network)

Etiquetas como Stella McCartney, Saint Laurent, Bottega Veneta, Jil Sander, entre outras, apresentaram reformulações de cortes e drapeados clássicos para construir peças tradicionais de maneira mais solta, enquanto ainda prezam em manter traços ordinários do guarda-roupa masculino da década de 1980, como as riscas de giz. 

Polo alongado

A Lacoste reafirmou seu código de sucesso e trouxe de volta as camisas pólos para a passarela, mas desta vez, decidiu apostar juntamente em um comprimento alongado e apresentou modelos vestidos com a gola característica na passarela em Paris. O modelo ainda carrega um toque a mais de feminilidade com recortes precisos nas laterais, na região da cintura.


Desfile primavera-verão 2025 da Lacoste na Paris Fashion Week (Foto: reprodução/©Launchmetrics/spotlight/Fashion Network)

Outras marcas como Versace, Balenciaga e Chanel apresentaram sua versão própria do look. A peça promete ser o mais novo must have da estação quente, devido a sua praticidade e estilo.

Amarrações e Bandeau

O clássico sedutor tomara que caia conquistou seu lugar de privilégio nas semanas de moda. Em forma de amarrações, tanto na região superior, quanto na cintura, a tendência, apesar de considerada básica, garante um realçar de qualquer silhueta. 


Desfile primavera-verão 2025 da Miu Miu na Paris Fashion Week (Foto: reprodução/©Launchmetrics/spotlight/Fashion Network)

Na jovem italiana Miu Miu, a peça apareceu em formato de cardigan amarrado, entregando um ar despretensioso desejado tradicionalmente por Miuccia em suas criações para a marca.

Lingerie à mostra

Como as tendências estão construídas quase inteiramente em oposição, a sexualidade despojada dos tops bandeau acima, foi evidenciada de maneira provocadora em coleções de Christian Cowan, Dolce & Gabbana e Balenciaga.


Desfile primavera-verão 2025 da Balenciaga na Paris Fashion Week (Foto: reprodução/©Launchmetrics/spotlight/Fashion Network)

Corsets, sutiãs e cinta-ligas marcaram presença em desfiles, mantendo ampla a magnitude da tendência boudoir. Bordados, em cetim, sobre peças ou brilhando solitárias, as peças íntimas seguem em posição de tendência, fortalecendo uma imagem do sexy não vulgar, mas sim empoderador feminino, como ficou evidente na totalidade da coleção da Dolce & Gabbana, que homenageou os 40 anos de carreira da cantora Madonna.

Peplum: regresso da década da passada

Com seu auge no período de tempo entre 2012 e 2013, a simples quantidade extra de tecido, adicionada a cintura de vestidos, blusas e casacos, reconhecida por muitas como primo do balonê, o peplum retorna as principais passarelas com cinturas realçadas e quadris amplos.


Desfile primavera-verão 2025 da Uma Wang na Paris Fashion Week (Foto: reprodução/©Launchmetrics/spotlight/Fashion Network)

Marcas como Bally, Carven, Rokh, Uma Wang e Sacai desfilaram criações que evidenciaram o desenho de cinturas, através do uso de franzidos, folhas, franjas, sobreposições, construções e, sobretudo, peplums.

Assimetria em jogo

E se a brincadeira com construções e perspectivas é a tendência do momento, chegou a hora da assimetria extrema entrar em jogo. Uma aposta que chocou a muitos foi a da italiana Bottega Veneta em suas calças de pernas com diferentes comprimentos. A experiência revelou uma ousadia que talvez o grande público ainda não esteja preparado, mas conquistou o coração das fashionistas.


Desfile primavera-verão 2025 da Bottega Veneta na Paris Fashion Week (Foto: reprodução/©Launchmetrics/spotlight/Fashion Network)

Outras etiquetas decidiram por jogar seguro e deixaram sua assimetria para vestidos, saias e culotes, como foi o caso da coleção da Diesel, desfilada em Paris.

Floral

Um eterno preferido do universo fashion, que hora sim e hora não dá as caras é o visual floral. E parece que agora, com o retorno iminente do boho, ele embarcou no caminho de volta às tendências.


Desfile primavera-verão 2025 da Giambattista Valli na Paris Fashion Week (Foto: reprodução/©Launchmetrics/spotlight/Fashion Network)

Como estampas, em bordados, miçangas ou aplicações, os temas florais estiveram por passarelas em toda parte, dos Estados Unidos à Europa. Das modernas de Giambattista Valli e Simone Rocha até as mais clássicas em Marni e Michael Kors, as flores prometem preencher o verão de 2025.

Surf fora das águas

Ainda em clima esportivo, oriundo das Olimpíadas de Paris, que aconteceram em junho deste ano, algumas etiquetas se aventuraram para dentro e fora das águas e trouxeram o surf para as passarelas.


Desfile primavera-verão 2025 da Casablanca na Paris Fashion Week (Foto: reprodução/©Launchmetrics/spotlight/Fashion Network)

Ottolinger, Casablanca, Abra colocaram o neoprene para jogo, em macacões com zíper, maiôs e leggings, para construir a estética à beira-mar.

Descolado do corpo

Como forma de experimentação, muitos designers questionam a maneira de vestir diversas peças. Ao longo destas semanas, marcas como Acne Studios, Loewe e Duran Lantink, resolveram descartar o convencional e apresentaram peças que literalmente estavam descoladas dos corpos dos modelos.


Desfile primavera-verão 2025 da Issey Miyake na Paris Fashion Week (Foto: reprodução/©Launchmetrics/spotlight/Fashion Network)

Visualmente crescidas para fora do corpo, a aparência plana das peças parece ser influenciada pela onipresença das telas em nosso cotidiano.

Minissaia é sucesso entre as brasileiras em desfile da Miu Miu

De comprimento micro e deixando as pernas das mulheres à mostra desde os anos 60, a minissaia foi a peça de escolha das brasileiras no desfile da Miu Miu, que ocorreu nesta terça-feira (05), no último dia da Semana de Moda de Paris. As influenciadoras, Bianca Andrade, Malu Borges e Kelly Piquet, foram conferir a coleção inverno 2024 da marca italiana com o mesmo modelo de minissaia.


Bianca Andrade (Foto: reprodução/Instagram/@bianca)

A minissaia Miu Miu

A marca italiana Miu Miu, subsidiária da renomada grife Prada, revelou as peças de sua nova coleção em Paris. A marca, cujo nome foi originado do apelido da família para sua estilista chefe, Miuccia Prada, trouxe roupas e acessórios que refletem o desenvolvimento das pessoas ao longo da vida. O desfile foi assistido por várias celebridades, incluindo famosas brasileiras, que vestiram minissaias para o evento.

Bianca e Malu optaram por uma minissaia feita de lã em tom de azul marinho com um cordão branco para ajustar a cintura.


A influencer Malu Borges usou minissaia em evento na Semana de Moda de Paris (Foto: reprodução/Instagram/maluborgesm)

Já a versão usada por Piquet é preta, feita de nylon e com babados e rendas, conferindo à peça uma estética ainda mais coquette, estilo romântico que conquistou os corações da geração Z e das celebridades. Ambos os modelos usados pelo trio de brasileiras, têm apenas 22 centímetros de comprimento. 


Kelly Piquet (Foto: reprodução/Instagram/@kellypiquet)

A saia promete ser uma tendência nos closets brasileiros. O modelo usado pelas influenciadoras, chega ao país por R$8 mil, mas a versão de babados não está à venda em terras tupiniquins. Mas no e-commerce europeu da Miu Miu é possível adquirir a peça por €2.650, que equivaleria a R$14 mil, na cotação atual.

A história da peça

Quando a minissaia surgiu em 1964, foi tanto um sucesso quanto um escândalo na moda feminina. Nascida das tesouras do estilista francês André Courrège, o comprimento das saias de verão subiu cerca de 15 centímetros acima dos joelhos. Mas foi a estilista britânica, Mary Quant, conhecida por seus desenhos de vestidos e saias curtíssimos, que transformou a peça em tendência entre os jovens sessentistas. 

No Brasil, a nova moda foi espalhada por nomes importantes do movimento da Jovem Guarda. A peça foi sucesso no vestuário de cantoras como, Elis Regina e Wanderléa, que ajudaram o estilo a se popularizar entre as jovens, que adotaram a pequena saia como uma das principais peças de seus guarda-roupas. Lembrando que os anos 60 no país foram marcados por forte repressão, já que foi o auge da Ditadura Militar.


A cantora Elis Regina era uma das adeptas da minissaia na época da Jovem Guarda (Foto: reprodução/Zint.online)

A peça representa liberdade às mulheres, não se atendo à tradição de saias longas ocultando as pernas e restringindo movimento. Mas tal qual a dúvida de quem foi o verdadeiro pai da aviação, há controvérsias quanto à gênese da minissaia. Em 1956, o artista brasileiro Flávio de Carvalho já previa a revolução na moda e desfilou nas ruas de São Paulo com uma minissaia, blusa solta, cropped e com manga de sino, dizendo que era o traje ideal para trabalhar e se mover pela metrópole no clima tropical. 

Mas seja na Europa ou no clima, a minissaia, apesar de seus 60 anos de existência, é uma peça que está sempre presente. Representante de rebeldia e um símbolo do feminismo, é uma peça que convida as mulheres a abraçarem sua sensualidade e fazer uma declaração de moda. A pequena saia, ao que tudo indica, terá uma vida longeva na moda feminina.