Gaza: EUA propõem cessar-fogo de 60 dias com troca de prisioneiros e reféns

A Reuters, agência de notícias internacional, na manhã desta sexta-feira (30), divulgou o conteúdo conseguido com exclusividade sobre o plano dos EUA para um cessar-fogo de 60 dias em Gaza. De acordo com a agência, na proposta consta a libertação de 28 reféns israelenses, em troca da libertação de mais de 1.200 prisioneiros palestinos. Além da devolução de restos mortais por ambos os lados. 

Ainda, segundo a Reuters, o acordo tem o aval do presidente americano Donald Trump, do Egito e do Catar, que são os países mediadores, e inclui o envio de ajuda humanitária por parte de organizações sem fins lucrativos e organizações multilaterais. Entre elas a Organização das Nações Unidas (ONU).

A previsão para que a proposta seja colocada em prática depende da assinatura e da concordância do grupo Hamas. O grupo informou que analisará e oferecerá uma resposta entre hoje, sexta-feira (30) e amanhã, sábado (31). As operações militares israelenses serão cessadas na região, tão logo o acordo seja aceito pelas partes envolvidas. 

Enviado especial ao Oriente Médio 

Steve Witkoff, enviado especial dos EUA para assuntos estratégicos no Oriente Médio, se reuniu na data de ontem, quinta-feira (30), com autoridades israelenses a fim de apresentar o acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, desenvolvido pelo governo de Donald Trump em cooperação com países do Oriente Médio. 

Conforme a mídia local israelense noticiou, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, aceitou a proposta e já comunicou aos familiares dos reféns que estão em posse do grupo Hamas. Ao todo são 58 reféns mantidos em Gaza. Destes, 28 serão libertados nessa primeira fase e, os demais, quando houver um cessar-fogo permanente na região. 

Apelo internacional

A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Médio (UNRWA) tem feito duras críticas à situação vivida pela população de Gaza. De acordo com relatos, a proibição de entrada de ajuda humanitária por Israel tem desencadeado uma situação insustentável para os moradores. O comissário geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, declarou que a “ajuda humanitária nunca deve ser politizada


Publicação sobre a situação em Gaza (Foto: reprodução/X/@UNRWA)

Além de organizações ligadas diretamente ao assunto, diversos países condenam os ataques contra Gaza e a proibição da entrada de ajuda humanitária no local. A comunidade internacional tem acompanhado e se manifestado constantemente para que seja encontrada uma forma que promova a Paz, sobretudo na região. Seja com a criação de um Estado Palestino ou um cessar-fogo permanente.

Segundo relatos diários, apesar da entrada de caminhões com suprimentos terem sido autorizados a poucos dias pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, devido a escassez, a população local não consegue as condições necessárias para se manter. Além de denúncias de que, nem todos os moradores conseguem acesso a esta ajuda.

Encontro em Washington D.C

O Ministério da Defesa de Israel publicou em suas redes sociais na data de ontem, quinta-feira (30), o encontro entre o Diretor Geral, Major Amir Baram, e autoridades da Casa Branca em Washington D.C, nos EUA. A reunião contou com a presença do Subsecretário de Defesa para Política dos EUA, Elbridge Colby e ocorreu no mesmo dia da apresentação do acordo de cessar-fogo por Witkoff a Netanyahu.

Em sua primeira viagem de trabalho aos EUA desde que assumiu o cargo em março (2025),  Baram, informou que na reunião foram discutidos assuntos referentes ao fortalecimento da segurança, da cooperação estratégica entre os dois países e medidas conjuntas para enfrentar e solucionar os atuais desafios. 


Publicação sobre o encontro entre Amir Baram e autoridades do governo Trump (Foto: reprodução/X/@MoDIsrael) 

As forças de defesa tanto de Israel quanto dos EUA têm realizado reuniões permanentes para discutir assuntos estratégicos. Não somente os relacionados ao cessar-fogo na Faixa de Gaza, assim bem como, a transferência de conhecimentos tecnológicos entre eles. Uma vez que a “Cúpula Dourada” a ser desenvolvida pelo governo Trump será baseada no “Domo de Ferro” israelense.  

Para muitos especialistas, o empenho da Casa Branca em encontrar uma solução para a guerra travada entre Israel e o grupo Hamas, deve-se muito ao fato de que, não é interessante para os EUA que o seu parceiro estratégico no Oriente Médio envolva-se em um conflito permanente, com desdobramentos condenados pela comunidade internacional. No entanto, todo o esforço para um cessar-fogo na região que leve a acordos de Paz entre as partes envolvidas, devem ser incentivados.

Israelenses sofrem ataque após partida de futebol em Amsterdã; “Antissemita”, diz Netanyahu

Cinco pessoas foram hospitalizadas e 62 presas nesta quinta-feira (7) em Amsterdã, após um ataque contra torcedores do Maccabi Tel Aviv, de Israel, ao final da partida contra o Ajax, dos Países Baixos, pela Liga Europa.

Manifestações pró-Palestina e provocações aos israelenses já ocorriam antes do jogo, motivadas pelo conflito entre Israel e Palestina em Gaza.

Por outro lado, Peter Holla, chefe de polícia de Amsterdã, relatou que torcedores do Maccabi também causavam tumulto. Eles arrancaram bandeiras palestinas de algumas casas para incendiá-las, cantavam músicas de apoio aos ataques israelenses em Gaza e até atacaram um táxi.


Pró-Palestinos protestam na praça Anton de Komplein antes da partida (Foto: reprodução/Jeroen Jumelet/Getty Images Embed)


O conflito

A prefeita de Amsterdã, Femke Halsema, deu detalhes sobre o conflito, encerrado apenas na madrugada desta sexta-feira (8). Segundo ela, fogos de artifício foram usados como arma. A situação gerou críticas à polícia na cidade. O delegado afirmou que foi “extremamente difícil” prever esse conflito e garantiu que havia muitos agentes de prontidão.

O procurador-chefe do Ministério Público de Amsterdã, Rene de Beukelaer, informou que 62 homens foram presos, e 10 permanecem sob custódia. Ele acrescentou que a investigação aponta o antissemitismo como motivação do ataque.


Torcedores do Maccabi Tel Aviv em manifestação pró-Israel na Praça Dam antes da partida (Foto: reprodução/Anadolu/Getty Images Embed)


Reações do Israel

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, classificou os atos como um “ataque antissemita premeditado”. Ele enviou dois aviões à cidade neerlandesa para repatriar os torcedores, com previsão de chegada do primeiro voo na tarde desta sexta-feira (8).

Além do primeiro-ministro, o presidente israelense, Isaac Herzog, comparou os ataques a outros sofridos por israelenses, afirmando que essas agressões remetem ao ataque do Hamas em 2023, que desencadeou o conflito na Faixa de Gaza.

Itamar Ben-Gvir, ministro da Segurança Interna de Israel, também afirmou que os torcedores foram alvo de antissemitismo, atacados unicamente por serem judeus, e orientou os cidadãos a evitarem locais públicos.

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Sa’ar, anunciou uma “visita diplomática urgente” a Amsterdã, descrevendo os ataques como bárbaros e um sinal de alerta para o mundo.

O Ministério do Exterior israelense informou que três torcedores estão desaparecidos e outros dez ficaram feridos.

Países condenam o ataque

Nos Países Baixos, o primeiro-ministro Dick Schoof condenou os ataques, classificando-os como antissemitas e inaceitáveis. Schoof afirmou estar em contato com Netanyahu, que solicitou maior segurança para os judeus no país.

Na Alemanha, a ministra das Relações Exteriores, Annalena Baerbock, considerou as imagens “vergonhosas” e expressou indignação. Na França, o presidente Emmanuel Macron também se manifestou contra o ataque.

O ministro de Relações Exteriores da Palestina, Mohammed Mustafa, igualmente condenou as ações dos torcedores.

Matéria por Guilherme Augusto (Lorena – R7)

Primeiro-ministro de Israel faz ameaças ao regime do Irã em pronunciamento

Em pronunciamento diretamente aos próprios cidadãos iranianos, Netanyahu, o primeiro-ministro de Israel fez algumas ameaças e falas direcionadas ao regime do Irã em mensagem divulgada nesta segunda-feira (30). Acusando o país de gastar um alto valor com guerras ao invés de melhorar a vida no Irã, onde alguns locais sofrem pela falta de infraestrutura, de maneira geral. O ministro ainda acrescentou que não existem locais no Oriente Médio em que Israel não possa alcançar, criticando a abordagem do governo iraniano em algumas outras questões.


Discurso de Netanyahu em assembleia da ONU, na última sexta-feira (27) (Vídeo: reprodução/Youtube/CNN Brasil)

Pronunciamento de Netanyahu

O primeiro-ministro israelense, fazendo duras críticas tanto ao regime iraniano, quanto a forma em que o dinheiro do país é gasto, fez um discurso, divulgado inicialmente em língua inglesa, pelo site Ynet, pertencente ao jornal israelense “Yedioth Ahronoth”.

Todos os dias, vocês veem um regime que os oprime, fazendo discursos inflamados sobre a defesa do Líbano, a defesa de Gaza. Mas todos os dias, esse mesmo regime afunda nossa região cada vez mais na escuridão e na guerra. (…) Não há lugar no Oriente Médio que Israel não possa alcançar. Não há lugar que não iremos para proteger nosso povo e nosso país. A cada momento que passa, o regime os aproxima – o nobre povo persa – cada vez mais do abismo. A esmagadora maioria dos iranianos sabe que seu regime não se importa com eles. Se se importasse, se se importasse com vocês, pararia de gastar bilhões de dólares em guerras inúteis em todo o Oriente Médio. Começaria a melhorar suas vidas.

Pronunciamento de Netanyahu, primeiro-ministro de Israel.

Motivos do pronunciamento

Nas últimas semanas, ocorreu um aumento de mobilização do Irã, em questões de guerra e conflitos, que dão gastos ao país, principal motivo de crítica por parte de Netanyahu. O primeiro-ministro ainda acrescentou que Israel está perto de vencer a guerra e alcançar a paz, finalmente.

O premier israelense acabou citando que para o Irã se tornar um país que se importa com os cidadãos, deverá direcionar melhor o seu dinheiro, não gastando bilhões em guerras e conflitos, como acontece atualmente.