Primeira morte por dengue em 2025 no Rio alerta para a prevenção

A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro confirmou, nesta segunda-feira (27), a primeira morte por dengue em 2025.

A vítima é um homem de 38 anos, residente no bairro de Campo Grande. A notícia reacende o alerta para o combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.

Epidemia histórica em 2024

No ano passado, o Rio de Janeiro enfrentou uma das maiores epidemias de dengue da última década. Foram registrados 111 mil casos, representando uma taxa de incidência de 1.756,21 casos por 100 mil habitantes. Além disso, a doença causou 21 mortes, resultando em uma taxa de letalidade de 0,02%.

Durante 2024, a campanha de vacinação foi intensificada na cidade. Mais de 155 mil doses da primeira etapa do imunizante foram aplicadas, além de outras 55 mil da segunda dose.

A vacina continua disponível em todas as 239 unidades de Atenção Primária, bem como nos Super Centros Cariocas de Vacinação, localizados em Botafogo e Campo Grande.

Onde está o perigo

Entre 6 e 10 de janeiro deste ano, mais de 100 mil residências passaram por inspeções contra o Aedes aegypti. Os agentes identificaram focos do mosquito em quatro principais tipos de locais:

  • Objetos como garrafas e vasos (29,8%)
  • Estruturas fixas, como calhas e piscinas (26,4%)
  • Reservatórios de água para consumo (19,5%)
  • Entulhos e lixo removíveis (15,5%)

A população é orientada a manter esses ambientes limpos e livres de água parada para evitar a proliferação do mosquito.

A vacina contra a dengue é destinada a adolescentes entre 10 e 14 anos e está disponível diariamente nas unidades de saúde. O Super Centro Carioca de Vacinação em Botafogo funciona das 8h às 22h, enquanto a unidade de Campo Grande segue o horário do ParkShoppingCampoGrande.

Até o momento, o estado do Rio de Janeiro registrou 2.315 casos prováveis de dengue e 148 internações. A morte recente reforça a importância de medidas preventivas e de adesão à vacinação.

As autoridades pedem colaboração da população para intensificar o combate ao mosquito e prevenir novos casos. Manter os ambientes limpos e receber os agentes de saúde são passos fundamentais para proteger vidas e conter a doença.

Formas de evitar a dengue

Evitar água parada

  • Vasos e recipientes: elimine pratos de vasos de plantas ou mantenha-os com areia.
  • Lixo: tampe bem lixeiras e elimine entulhos.
  • Caixas d’água: mantenha-as bem fechadas.
  • Garrafas: guarde-as sempre com a boca virada para baixo.
  • Piscinas: trate com cloro regularmente.

Água parada (Foto: reprodução/Pinterest/@homedepot)

Manutenção de áreas externas

  • Calhas: limpe-as com frequência para evitar o acúmulo de água.
  • Ralos: use telas protetoras ou adicione desinfetante semanalmente.
  • Lonas e plásticos: evite deixá-los acumulando água.
  • Entulhos e pneus: descarte ou guarde em locais protegidos da chuva.

Cuidados com a saúde

  • Repelente: use repelentes recomendados e reaplique conforme indicado.
  • Roupas: em áreas de risco, use roupas que cubram braços e pernas.
  • Mosquiteiros e telas: instale telas em janelas e use mosquiteiros nas camas, especialmente em áreas endêmicas.

Repelente (Foto: reprodução/Pinterest/@sunsetmag)

Colaboração com autoridades

  • Receber agentes de saúde: permita que façam vistorias em sua residência.
  • Denúncia de focos: informe locais com água parada, como terrenos abandonados.

Apoio à vacinação

  • Para públicos elegíveis, como adolescentes de 10 a 14 anos, busque os postos de saúde para garantir a imunização.

Vacinação (Foto: reprodução/Pinterest/@freepik)

Educação e conscientização

  • Incentive vizinhos e comunidades a adotarem práticas preventivas.
  • Participe de mutirões de limpeza e campanhas de combate ao mosquito.

Eliminação de mosquitos

  • Inseticidas: use produtos específicos, mas com moderação e cuidado.
  • Armadilhas: monte armadilhas caseiras ou adquira modelos disponíveis no mercado.
  • Plantas repelentes: cultive espécies como citronela, lavanda e manjericão para afastar os insetos.

Manjericão (Foto: reprodução/Pinterest/@vortexmag4)

A luta contra a dengue não é apenas responsabilidade das autoridades, mas de cada cidadão. Pequenas ações, como eliminar água parada e colaborar com as campanhas de prevenção, podem salvar vidas.

Enquanto o município intensifica os esforços, é essencial que a população faça sua parte para evitar que tragédias como essa se repitam. A dengue é uma doença grave, mas pode ser combatida com união e conscientização.

Queda de helicóptero em fazenda no sul de Minas deixa três vítimas

Na tarde desta segunda-feira (27), três pessoas faleceram após a queda de um helicóptero de pulverização utilizado nas lavouras de uma fazenda em Cruzília, no sul de Minas Gerais.

A tragédia foi confirmada pela Polícia Militar e pelo proprietário da propriedade, Amauri Pinto Costa.

Vítimas eram funcionários da fazenda e o piloto

Segundo Amauri, as vítimas foram identificadas como Fernando, o piloto da aeronave; Lúcio André Duarte, 40 anos, gerente da fazenda e Elaine Moraes Souza, auxiliar administrativa e esposa de Lúcio.

Apesar das informações prestadas pelo dono da propriedade, as identificações ainda não tiveram confirmação oficial das autoridades.

Trabalhadores da fazenda afirmaram que ouviram um barulho estranho pouco antes da queda do helicóptero, que estava adaptado para pulverização agrícola. A aeronave voltava de uma viagem em outra fazenda quando o acidente ocorreu.


Lúcio André Duarte e Elaine Moraes Souza (Foto: reprodução/Instagram/@sbcomunicacoes)

Amauri afirmou que o piloto era natural de Goiânia e prestava serviço de pulverização na região. Os outros dois passageiros foram levados a convite do piloto. Equipes do Corpo de Bombeiros e da Polícia Civil foram acionadas para atender a ocorrência e fazer a perícia no local do acidente.

A Polícia Militar informou que o trabalho pericial será importante para identificar as causas da queda e confirmar quem foram as vítimas.


Fernando, piloto da aeronave (Foto: reprodução/Instagram/@fullflap.aviacao)

Aeronave adaptada para uso agrícola

O helicóptero acidentado era um modelo Robinson R44 II, fabricado em 2009, registrado sobre o prefixo PR-TIB. Ele tinha capacidade para três pessoas e era de propriedade de uma cooperativa de crédito na cidade de Goiânia.

Sendo operado por piloto da HDG Escola de Aviação Civil, a aeronave tinha autorização para voos noturnos e aeroagrícola, não era, porém, habilitada para realizar táxi aéreo. O acidente do helicóptero atingiu a comunidade local fortemente.

O acidente suscitou também uma reflexão com relação à segurança das aeronaves adaptadas para operações de campo. E durante os amigos e familiares das vítimas choram as perdas das suas, as investigações continuam para elucidar o ocorrido e evitar novas tragédias.

Entenda o que é o “DEI”, programa de diversidade suspenso por Trump

No dia de posse de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos (20), uma das primeiras medidas tomadas pelo chefe de estado foi suspender os funcionários de setores públicos destinados a políticas de diversidade e inclusão.

O conjunto destas iniciativas que promovem a contratação de pessoas sub-representadas, ou que tenham sofrido discriminação é conhecido como DEI. O afastamento foi do tipo “licença administrativa remunerada”, que significa que eles serão suspensos, mas por enquanto manterão seus salários.


Trump diz que as iniciativas do DEI não fazem sentido em discurso no Fórum Econômico Mundial (Foto: reprodução/Youtube/Associated Press)

Como funciona o DEI?

Estes setores incluem políticas de contratação e promoção, auditorias sobre equidade salarial, programas de mentoria e estágio, eventos sociais do empregador para o empregado e outros fatores.

De acordo com o governo estadunidense, programa é dividido em três pilares:

  • Diversidade: Presença das diferenças nas dimensões da identidade humana. Dimensões de diversidade podem incluir raça, idade, sexo, identidade de gênero, expressão de gênero, deficiências, crenças religiosas, orientação sexual, etinia, origem nacional, status imigratório, cidadania, status socioeconômico, linguagem, perspectiva política entre outros fatores.
  • Equidade: É a justa alocação de recursos, acesso e oportunidades de forma que as pessoas tenham o que precisam para ter sucesso, crescimento, contribuição e serem representadas em todas as camadas da sociedade. Equidade não se refere a providenciar recursos idênticos a todos os cidadãos, mas é sobre distribuir recursos e oportunidades baseadas nas necessidades de cada um.
  • Inclusão: É o constante esforço de assegurar que as diversidades individuais tenham o mesmo acesso de qualquer um, além de envolvimento na comunidade e tomada de decisões. Como uma ação, a inclusão engloba o acolhimento, suporte, respeito e valorização de diversidades individuais e de grupo por suas únicas contribuições e perspectivas, enquanto assegura que ninguém seja excluído da participação com dignidade.

As empresas têm focado no aumento da diversidade durante as últimas décadas. No entanto, estas políticas cresceram consideravelmente após o movimento “Black Lives Matter”, criado em 2020 após diversos casos de abuso e violência policial contra pessoas negras.

Práticas do DEI

As políticas do DEI podem incluir anúncios de oportunidades apenas para grupos minoritários, como vagas dedicadas exclusivamente a mulheres ou pessoas negras, por exemplo. Além disso, o pilar da equidade tenta garantir que as empresas eliminem preferências por candidatos por terem frequentado universidades de elite.

Assim, o objetivo principal é garantir que todos os indivíduos tenham iguais condições de receber oportunidades, de forma que não dependa de fatores externos às próprias habilidades dos candidatos. Além disso, o programa também foca em diversificar as alteridades em todos os cargos corporativos e públicos.

Assassinato de Rubens Paiva segue em análise no STF

Passadas mais de cinco décadas, o caso do assassinato de Rubens Paiva, ex-deputado brasileiro, permanece em análise no Supremo Tribunal Federal (STF), aguardando uma decisão que pode reabrir as investigações contra os militares acusados de sua morte.

Em novembro do ano passado, o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, solicitou um parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre o caso, mas a manifestação ainda não foi entregue.

Ações e controvérsias

Os militares acusados enfrentam acusações graves: homicídio qualificado, ocultação de cadáver, fraude processual e formação de quadrilha armada.

A defesa, no entanto, recorreu a tribunais superiores para encerrar o caso, argumentando que os crimes deveriam ser protegidos pela Lei da Anistia, sancionada em 1980. Essa lei foi criada para perdoar crimes políticos e conexos cometidos tanto por opositores quanto por agentes do regime militar.

Embora o STF tenha considerado a Lei da Anistia constitucional em julgamentos anteriores, o MPF sustenta que os crimes imputados aos acusados não podem ser enquadrados na anistia por serem considerados crimes contra a humanidade.

Segundo o MPF, esses delitos são imprescritíveis e devem ser julgados independentemente do tempo transcorrido.


Rubens Paiva e seu filho, Marcelo Rubens Paiva em imagem digitalmente restaurada (Foto: reprodução/Instagram/@colorindohistoria)

O papel da Corte Interamericana de Direitos Humanos

A Corte Interamericana de Direitos Humanos determinou que o país tem a obrigação de investigar e punir os responsáveis por graves violações de direitos humanos, o que, segundo o MPF, também se aplica ao caso Rubens Paiva.

Os procuradores argumentam que os crimes atribuídos aos agentes do Estado durante a ditadura configuram um ataque sistemático à população civil e uma grave violação de direitos humanos.

A continuidade desse processo envolve mais do que apenas a análise técnica de leis ou decisões passadas. Trata-se de assegurar o direito à justiça e à verdade, fundamentais para a consolidação da democracia brasileira.

Conforme apontaram os procuradores no recurso, esses direitos são ainda mais significativos em países que passaram por transições de regimes autoritários para democracias, como o Brasil.

O que está em jogo

A decisão do STF poderá determinar se o país dará um passo em direção à responsabilização por crimes do passado ou se continuará permitindo que casos como o de Rubens Paiva permaneçam sem resolução.

A demora na manifestação da PGR e a complexidade do caso mostram o quanto é difícil, mas necessário, lidar com as feridas abertas da ditadura.

Justiça bloqueia ordem de Trump e mantém cidadania para filhos de imigrantes

Na tarde da última quinta-feira (23), a Justiça Federal dos Estados Unidos emitiu uma suspensão temporária para a ordem executiva de Donald Trump que visava revogar o direito à cidadania automática para filhos de imigrantes ilegais e de turistas nascidos nos Estados Unidos, que constituia uma de suas medidas mais controversas e suscitou um intenso temporal de críticas e um major capítulo no debate em torno da imigração e dos direitos humanos nos Estados Unidos

A ordem de Trump

Assim que tomou posse para seu segundo mandato em 2025, Trump estava determinado a dar um novo ímpeto à sua agenda de combate à imigração irregular e determinou a edição de uma série de ordens executivas mudando as bases de funcionamento do sistema legal americano, dentre as quais estava àquela que revogava a cidadania americana para crianças nascidas nos Estados Unidos de pais ilegais ou pais temporários, que fossem turistas ou estudantes com um visto limitado.

A proposta não era apenas simbólica e, caso fosse colocada em prática, ela atingiria qualquer criança nascida depois do dia 19 de fevereiro de 2025, subtraindo-lhes do nascimento as suas líneas fundamentais tais como o acesso à escola pública, programas sociais e o direito de ter um trabalho legal ao atingir a maioridade.

Reação da sociedade

A resposta à ordem executiva foi rápida e decidida. Grupos civis, organizações de direitos humanos e procuradores-gerais de 22 estados, com maior participação dos democratas, se juntaram para contestá-la judicialmente.

O principal argumento é que a ordem viola a 14ª Emenda da Constituição americana, que garante a cidadania de todas as pessoas nascidas em território nacional, independentemente da situação aproximada de seus pais.

Um dos momentos mais importantes desse conflito aconteceu em Seattle, na corte do juiz John Coughenour. Ele não apenas suspendeu a ordem de Trump, mas também criticou duramente sua constitucionalidade.

“Estou tendo dificuldade para compreender como isso poderia ser considerado legal. Esta ordem é flagrantemente inconstitucional”, afirmou o juiz, em um tom que refletiu a gravidade da situação.


Posse de Donald Trump (Foto: reprodução/Instagram/@realdonaldrump)

Impactos para brasileiros e outras comunidades

Entre os atingidos pela norma estariam milhares de brasileiros residentes nos Estados Unidos, seja ilegalmente ou com visto temporário.

Segundo dados de 2023 do Ministério das Relações Exteriores, mais de dois milhões de brasileiros vivem legalmente no país, no entanto, uma pesquisa do Pew Research Center estima que cerca de 230 mil brasileiros vivem ilegalmente, os quais seriam provavelmente os maiores afetados pelas consequências desta ordem.

Muitos destes imigrantes, incluindo as famílias que viajam aos EUA para dar à luz visando dar cidadania aos seus filhos, estão vivendo certo misto de alívio e preocupação.

“Eu vim para os Estados Unidos esperando um futuro melhor para minha filha. Saber que esse direito pode ser retirado é devastador”, declarou Ana, brasileira residindo em Miami, que deu à luz nos Estados Unidos recentemente.

O que é o direito de solo

Lus soli, ou direito do solo, é um princípio segundo o qual qualquer pessoa nascida em território estadunidense adquire automaticamente a cidadania dos Estados Unidos da América, isto é, independente da nacionalidade dos seus progenitores e independente da sua posição legal.

O direito do solo está consagrado na 14ª Emenda da Constituição dos EUA (1868), sendo um dos fundamentos do sistema de direitos humanos nos EUA. A ordem do presidente Trump teria limitado o direito do solo para as crianças de seus progenitores serem cidadãos dos EUA ou imigrantes permanentes legais.

Como será o futuro

Com a ordem temporariamente suspensa, o caso seguirá para instâncias superiores, e Trump já sinalizou que vai recorrer. Enquanto isso, a luta pela manutenção do direito de solo continua mobilizando ativistas, políticos e comunidades imigrantes.

“Estamos aqui para lutar pelo que é justo. Os Estados Unidos sempre foram um lugar de esperança e oportunidade. Não podemos permitir que isso mude”, afirmou Maria Gonzalez, uma ativista que lidera campanhas de conscientização em Nova Jersey.

Independentemente do resultado, no entanto, esta discussão é um poderoso lembrete de que a questão da imigração não é apenas uma questão política, mas uma história de vidas, sonhos e direitos humanos em risco.

Cada instância uma decisão é tomada por um juiz, a impactar famílias que conheceram os Estados Unidos como seu lar e que agora enfrentam um futuro incerto, no entanto, não necessariamente sem esperança.

Trump reverte regulamentação de IA e dá prazo ao TikTok, para evitar banimento

Em seu retorno ao Salão Oval, Donald Trump iniciou o mandato com mudanças controversas e de grande impacto. Na segunda-feira (20), o republicano reverteu uma série de políticas adotadas por seu antecessor, Joe Biden, incluindo a regulamentação da inteligência artificial (IA) e a decisão sobre o banimento do TikTok, medida que dividiu opiniões nos Estados Unidos.

Revogação das regras de segurança para IA

Trump decidiu revogar o decreto de Biden que visava estabelecer padrões mais rígidos para o uso da inteligência artificial no país. Esse decreto partia de um esforço do governo democrata, para garantir que a IA fosse desenvolvida de forma ética e segura.

Estabelecia pontos importantes como a obrigatoriedade de desenvolvedores compartilharem dados sobre testes de segurança com o governo; juntamente com a realização de avaliações sobre riscos que a tecnologia poderia causar, incluindo ameaças químicas, radiológicas ou biológicas, além de relatórios que identificassem o impacto da IA no mercado de trabalho americano.

Para Trump e outros republicanos, no entanto, as regras eram vistas como um obstáculo à inovação. Em nota, membros do Partido Republicano afirmaram que regulamentações excessivas poderiam sufocar o potencial da IA no país, um setor que eles consideram estratégico para a economia e a liderança global dos Estados Unidos.


Donald Trump adia banimento do TikTok por 75 dias (Vídeo: reprodução/YouTube/Record News)

Além de lidar com a regulamentação de IA, Trump também voltou sua atenção ao TikTok, a popular rede social chinesa que estava sob ameaça de ser banida nos EUA. Trump assinou um decreto adiando o banimento da plataforma por 75 dias, dando mais tempo para que a empresa negocie um acordo com o governo. A decisão também suspende temporariamente uma lei aprovada no governo Biden, que exigia que o TikTok encontrasse um comprador para sua operação americana.

De acordo com o novo decreto, o Departamento de Justiça deve comunicar às gigantes de tecnologia, como Apple e Google, que não houve violação de normas, enquanto a proibição estava em vigor.

No domingo (19), o TikTok chegou a ficar fora do ar para usuários americanos por algumas horas, antes de ser reativado. Em uma notificação enviada aos seus usuários, a empresa agradeceu a decisão de Trump e afirmou estar comprometida em continuar no mercado americano.

Controvérsias e repercussão

As medidas de Trump reacenderam debates sobre inovação e soberania digital. Para defensores das regulamentações de Biden, a revogação do decreto sobre IA representa um retrocesso, colocando consumidores e trabalhadores em risco. Já o adiamento do banimento do TikTok gerou críticas de setores mais conservadores, que veem a plataforma como uma ameaça à segurança nacional.

Enquanto isso, os próximos meses serão decisivos para determinar o futuro dessas questões. A indústria de tecnologia observa com atenção as novas diretrizes do governo, enquanto consumidores e empresas aguardam para entender os impactos das mudanças.

Trump deu o tom de seu governo já no primeiro dia: polêmico, direto e com ações que prometem gerar intensos debates nos próximos anos.

Estados movem ação judicial contra ordem de Trump sobre cidadania

Pouco depois de assumir a presidência, Donald Trump emitiu uma ordem executiva que causou uma verdadeira tempestade política e judicial nos Estados Unidos. A medida, intitulada “Protegendo o Significado e o Valor da Cidadania Americana”, busca restringir a cidadania automática para filhos de imigrantes indocumentados ou com vistos temporários nascidos no país.

Com uma canetada, Trump reviveu um dos debates mais polêmicos da história americana: quem realmente pode ser considerado cidadão dos Estados Unidos?

A decisão não tardou a gerar reações. Governos estaduais, associações civis e cidadãos preocupados com os impactos desse decreto se uniram para lutar contra o que muitos chamam de ataque direto à Constituição.

A reação imediata: uma avalanche de processos

Na manhã seguinte à publicação do decreto, 18 estados, o Distrito de Colúmbia e a cidade de São Francisco ingressaram com ações judiciais para impedir a aplicação da ordem.

Procuradores-gerais estaduais, muitos filhos ou netos de imigrantes, se manifestaram veementemente contra a proposta, argumentando que ela é inconstitucional e viola os valores fundamentais da democracia americana.

Matthew Platkin, procurador-geral de Nova Jersey, foi um dos primeiros a se pronunciar:
“Presidentes têm poder, mas não são reis. A Constituição é clara: qualquer pessoa nascida em solo americano é cidadã deste país. Não permitiremos que Trump reescreva a história e prive centenas de milhares de crianças de seu direito à cidadania.”

William Tong, procurador-geral de Connecticut e filho de imigrantes chineses, fez um relato emocional durante uma coletiva de imprensa. “A 14ª Emenda não é ambígua. Ela é a garantia de que os Estados Unidos são uma terra de oportunidades. Eu mesmo sou um cidadão americano por direito de nascimento, e não vou assistir calado enquanto tentam apagar essa conquista de tantas famílias como a minha”, declarou.

O que a medida propõe

O decreto executivo busca reinterpretar a Cláusula de Cidadania da 14ª Emenda, que desde 1868 garante que todas as pessoas nascidas nos Estados Unidos sejam reconhecidas como cidadãs, independentemente do status imigratório de seus pais. Segundo a ordem, a cidadania não será mais automática em duas situações específicas:

  1. Quando a mãe da criança está nos Estados Unidos de forma irregular e o pai não é cidadão americano nem residente permanente legal.
  2. Quando a mãe está nos EUA com um visto temporário (como de estudante, turista ou trabalho) e o pai também não é cidadão ou residente permanente.

A regra se aplica apenas a crianças nascidas a partir de 30 dias após a emissão do decreto, ou seja, a partir de 19 de fevereiro de 2025.


A polêmica em torno da 14ª emenda e o futuro de crianças nascidas nos EUA (Vídeo: reprodução/YouTube/Metrópoles)

Uma geração sem direitos

Se mantida, a ordem de Trump pode afetar mais de 150 mil crianças que nascem anualmente nos Estados Unidos nessas condições. Na prática, essas crianças seriam privadas não apenas de um documento de cidadania, mas também de direitos fundamentais, como acesso à educação, saúde e oportunidades de emprego no futuro.

Para as organizações de direitos civis, como a ACLU (American Civil Liberties Union), a medida cria uma subclasse de pessoas nascidas nos EUA, mas tratadas como estrangeiras em sua própria terra.

“Negar cidadania a recém-nascidos não é apenas inconstitucional; é desumano. Isso contraria os valores que tornaram os Estados Unidos uma nação forte e diversa”, declarou Ant.

A Cláusula de Cidadania da 14ª Emenda foi criada na esteira da Guerra Civil Americana como parte do esforço para garantir direitos aos afro-americanos libertados da escravidão. Antes disso, decisões como Dred Scott v. Sandford negaram cidadania para americanos afrodescendentes.

O que a 14ª Emenda fez foi corrigir essas injustiças históricas e reafirmar que o lugar de nascimento determina o pertencimento à nação.

Desde então, a cidadania ao abrigo do jus soli tem sido defendida por juristas e confirmada pela Suprema Corte em vários precedentes, um dos quais é Wong Kim Ark, em 1898, filho de imigrantes chineses, que lutou para garantir a cidadania ao abrigo do jus soli, apesar de seus pais não serem cidadãos americanos.

Especialistas afirmam que a tentativa de Trump de reinterpretar a 14ª Emenda ignora não apenas essa história, mas também os valores centrais da sociedade americana.

“O princípio do jus soli – cidadania pelo local de nascimento – não é apenas uma cláusula jurídica, é o nosso compromisso moral, de todos, com a igualdade e a inclusão”, observou um recente documento do American Immigration Council.

Outros ataques aos direitos civis

A polêmica ordem de Trump é apenas uma das várias medidas anunciadas em seus primeiros dias de governo. Outra proposta controversa envolve a criação do Departamento de Eficiência Governamental, liderado por Elon Musk, e mudanças que enfraquecem proteções trabalhistas para servidores públicos. Para críticos, essas medidas representam uma agenda agressiva e autoritária, destinada a concentrar poder no Executivo.

O decreto de Trump já enfrenta desafios legais e é quase certo que o caso chegue à Suprema Corte, onde os juízes decidirão se a medida pode ou não entrar em vigor. Até lá, a luta judicial promete ser intensa, com mobilizações de estados, organizações de direitos civis e cidadãos.

Para muitas famílias de imigrantes, esta batalha é pessoal. É uma luta não apenas por documentos, mas pela dignidade e pela garantia de que seus filhos terão o mesmo direito de sonhar e prosperar que gerações anteriores tiveram. “Estamos defendendo não apenas nossos filhos, mas o futuro deste país”, disse uma mãe de origem mexicana em um protesto realizado em Nova York.

Enquanto o debate segue nos tribunais e nas ruas, uma coisa é clara: a questão da cidadania por nascimento vai além da política. É uma conversa sobre o que significa ser americano, e sobre o compromisso com os valores de igualdade, inclusão e justiça que moldaram os Estados Unidos.

Helicóptero cai na grande São Paulo e deixa dois mortos

Duas pessoas morreram com a queda de um helicóptero em uma região de mata fechada na cidade de Caieiras, na grande São Paulo. As vítimas André e Juliana Feldman foram encontradas sem vida na manhã desta sexta-feira (17). O casal tinha uma filha de 11 anos, que também estava na aeronave e sobreviveu junto ao piloto. 

No total, 4 pessoas estavam a bordo. O piloto foi identificado como Edenilson de Oliveira Costa. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), ele e a criança foram transportados até o Hospital das Clínicas de SP, localizado na zona oeste de São Paulo.

A vítima André Feldman, de 49 anos, é CEO da BIG Brazil International Games, uma companhia de apostas esportivas. Já a esposa, Juliana Feldman, é formada em economia pela Fundação Armando Alvares Penteado.


Aeronave em destroços (Foto: reprodução/Defesa Civil)

Desaparecimento

O helicóptero saiu do Aeroporto Campo de Marte, na Zona Norte de São Paulo, por volta das 19h30 desta quinta-feira (16). Uma hora depois, o sinal de GPS com a aeronave foi perdido e, já próximo da meia-noite, o corpo de bombeiros recebeu uma chamada de desaparecimento do helicóptero.

Após isso, equipes de bombeiros foram enviadas ao local. O piloto foi encontrado consciente e, segundo relatos dos bombeiros à TV Globo, com sede.

Estava muito abalado, com sede. A primeira coisa que ele pediu foi água. Ele passou a noite numa área muito ruim, úmida. Passou frio e dificuldade de sair de lá de dentro

3º sargento Pelegrini do corpo de bombeiros, em entrevista à Globo

A aeronave pertence à empresa C & F Administração de Aeronaves LTDA, em que André Feldman é um dos dois sócios.

Outras informações

Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), investigadores do órgão Seripa IV, especializado na prevenção e investigação de acidentes aeronáuticos, foram acionados para investigar o acidente.

Apesar de os bombeiros acreditarem que a queda se deve ao tempo ruim durante a decolagem, as causas exatas ainda não foram reveladas.

Próximo ao fim de mandato, Kamala Harris declara: “não é da minha natureza ir embora em silêncio”

Antes de deixar o cargo como 33º presidente da República dos Estados Unidos, Harry Truman assinou sua mesa, que até então ficava no salão oval da Casa Branca. Com o passar do tempo, a mesa foi transferida para o escritório cerimonial e a assinatura tornou-se uma tradição entre os vice-presidentes americanos.

Nesta quinta-feira (16), chegou a vez de Kamala Harris cumprir o rito de passagem. A primeira mulher negra a ocupar o cargo fez questão de afirmar que “não irá embora silenciosamente” e que “continuará o trabalho até segunda-feira”.

Discurso de Kamala

Todos vocês me conhecem muito bem porque nós passamos longas horas, longos dias, meses e anos juntos e não é da minha natureza ir embora silenciosamente pela noite, então não se preocupem com isso

A fala da vice-presidente foi dirigida aos seus funcionários, reunidos minutos antes de assinar uma gaveta da mesa localizada no escritório cerimonial da Casa Branca. Além disso, Kamala também comentou acerca de uma relação de experiências semelhantes que ela teve com os outros que ocuparam o cargo.

Com a exceção de Truman e Eisenhower, eu conheci todas as pessoas que assinaram essa mesa, cada vice-presidente. E eu vou dizer que, embora muitos de nós tenhamos discordado em questões políticas, eu acho que todos nós compartilhamos uma experiência muito semelhante e uma evidência disso é essa tradição de assinar a mesa

Outro vice-presidente que cumpriu o ritual enquanto exercia o cargo foi o atual presidente Joe Biden, que assinou uma gaveta durante os últimos dias do governo Obama, em janeiro de 2017.


Vídeo: Kamala Harris faz um discurso e assina a mesa (Reprodução/Youtube/ The National Desk)


Despedida de Biden

Biden realizou seu discurso de despedida no salão oval nesta quarta-feira (15), uma semana antes de encerrar oficialmente seu mandato. Em sua fala, o presidente afirmou a importância da democracia americana, mesmo que ela possa ser frustrante:

Temos que permanecer engajados no processo. Sei que é frustrante. Uma chance justa é o que faz da América, a América

Joe Biden não será mais o presidente dos Estados Unidos nesta segunda-feira (20), quando acontece a cerimônia de posse do eleito Donald Trump.

Governo garante PIX livre de tributos e revoga novas regras de fiscalização

Após uma avalanche de informações falsas, sugerindo uma possível taxação, o governo tomou medidas para tranquilizar a população, revogando as novas regras de fiscalização e reforçando a proteção desse meio de pagamento tão popular. PIX, ferramenta que revolucionou a forma como milhões de brasileiros fazem pagamentos e transferências, continua gratuito e acessível.

Como tudo começou

No início deste ano, a Receita Federal decidiu atualizar as normas de monitoramento financeiro, incluindo o PIX nas mesmas regras que já valiam para cartões de crédito e depósitos bancários.

A ideia era acompanhar movimentações financeiras acima de R$ 5 mil mensais para pessoas físicas e R$ 15 mil para empresas, como forma de combater fraudes e sonegação fiscal. No entanto, não demorou para que boatos começassem a circular nas redes sociais, afirmando que o governo iria taxar o PIX. A repercussão foi imediata.


Governo revoga ato de monitoramento do Pix (Vídeo: reprodução/CNN Brasil)

O que o governo decidiu fazer

Diante do impacto das fake news, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que as novas regras seriam revogadas. O governo também decidiu criar uma Medida Provisória (MP) para garantir que o PIX nunca poderá ser tributado, e que os consumidores não serão prejudicados com cobranças adicionais em pagamentos feitos por meio desse sistema.

Essa MP também impede que lojas ou prestadores de serviço cobrem preços diferentes dependendo da forma de pagamento. Em outras palavras, quem optar por pagar com PIX terá o mesmo preço que quem paga em dinheiro.

Por que o PIX não será taxado

Segundo Haddad, o PIX é uma transferência direta entre contas e não envolve operações de crédito, como acontece com cartões de crédito e débito. É uma solução prática e eficiente que, além de ser gratuita, tem promovido inclusão financeira, permitindo que milhões de brasileiros façam transações de forma segura e rápida, sem depender de dinheiro em espécie.

Além de revogar as normas, o governo se comprometeu a tomar medidas contra a desinformação. A Advocacia-Geral da União (AGU) vai acionar a Polícia Federal para investigar a origem dos boatos, enquanto os Procons Estaduais serão mobilizados para proteger consumidores de práticas abusivas.

O governo também avalia lançar campanhas educativas para esclarecer dúvidas e reforçar a confiança no PIX, que já se consolidou como um dos meios de pagamento mais utilizados no Brasil.

E agora, o que volta a valer

Com a revogação das normas, tudo volta a ser como era antes. O monitoramento financeiro retorna aos limites anteriores: movimentações acima de R$ 2 mil para pessoas físicas e R$ 6 mil para empresas continuarão sendo reportadas pela Receita Federal, mas apenas pelos grandes bancos varejistas.

As fintechs e instituições de pagamento, que tinham sido incluídas nas novas regras, ficam isentas dessa obrigação.

O PIX e seu papel na economia brasileira

Desde que foi lançado em 2020, o PIX mudou a forma como fazemos transações financeiras. É rápido, fácil e gratuito, características que o tornaram indispensável para pessoas e empresas. Hoje, ele é usado por mais de 80% da população economicamente ativa, mostrando sua força e aceitação em todo o país.

Garantir que o PIX continue gratuito não é apenas uma questão prática, mas também uma forma de proteger a inclusão financeira e promover a modernização do sistema financeiro brasileiro.

A mensagem do governo é clara: o PIX permanece gratuito, seguro e acessível. As ações contra fake news e a revogação das normas mostram o compromisso de proteger o que já se tornou um símbolo de inovação e inclusão no Brasil.