P. Diddy é transferido para prisão de baixa segurança

O rapper e empresário fonográfico Sean “Diddy” Combs foi deslocado do Centro de Detenção Metropolitana do Brooklyn (M.D.C.), em Nova Iorque, onde cumpria pena desde setembro de 2024, para o presídio Fort Dix, em Nova Jersey. A mudança acompanhou um pedido dos advogados do condenado, que argumentaram acerca das melhores condições do novo estabelecimento para recuperação do preso, sobretudo frente aos tratamentos de dependência química e facilidade de visitas familiares.

Diddy, como é conhecido, foi condenado em outubro deste ano a 50 meses de privação de liberdade pelo crime de transporte para envolvimento em prostituição. Considerando o tempo de pena já cumprido e possíveis descontos devido a bom comportamento, autoridades estadunidenses afirmam que o magnata do hip-hop deve ser libertado em maio de 2028. No início do processo, ele corria risco de prisão perpétua.

Decisão judicial atendeu a pedido da defesa do rapper

Desde sua prisão, em setembro de 2024, o artista estava detido em uma repartição especial do Centro de Detenção Metropolitana do Brooklyn, dividindo quarto com o empresário de criptomoedas Sam Bankman-Fried, condenado por crimes financeiros em março. 

Na época, o juiz encarregado de seu julgamento não determinou o local exato de sua reclusão, o que lhe encaminhou para o presídio federal mais próximo da área metropolitana de Nova York. O histórico de superlotação, precariedade de manutenção e violência entre presos, no entanto, fizeram com que seus advogados pedissem, poucos dias após sua condenação, em outubro de 2025, para que a transferência fosse efetivada. 

Em 2019, por exemplo, no auge do inverno, um apagão interrompeu o aquecimento do prédio, lançando os detentos no frio congelante. Já em 2024, pouco antes da entrada de Combs, um preso foi morto a facadas dentro do local. Há relatos ainda de infestação de ratos e ausência de saneamento básico.

Para que o pedido fosse acatado, a defesa do rapper se baseou também nos fatos de que Diddy se manteve sóbrio nos tempos em confinamento e criou, por iniciativa própria, um programa de ressocialização de outros presos dentro do cárcere, voltado à formação em empreendedorismo e liderança.

Combs foi condenado a mais de 4 anos de prisão

Poderoso empresário da indústria musical de Los Angeles e conhecido por festas extravagantes em mansões prestigiadas por estrelas como Jay-Z, Beyoncé e Justin Bieber, Sean Combs, o P. Diddy, viu-se envolto em uma série de denúncias por escândalos sexuais a partir do final de 2023. 

Na ocasião, sua ex-namorada, a cantora Cassie Ventura, revelou que o então companheiro a submetia a atos sexuais forçados com outros homens enquanto era filmada. O anúncio motivou que outras mulheres abrissem denúncias contra o empresário.


Cassie Ventura e P. Diddy em 2018, no Metropolitan Museum of Art, NYC (Foto: reprodução/John Shearer/Getty Images Embed)


O rapper foi preso em Nova York em setembro de 2024 sob 5 acusações de tráfico sexual, extorsão e transporte para prostituição, que podiam lhe submeter à prisão perpétua. Ao longo do processo, porém, foi inocentado das denúncias mais graves, arriscando “apenas”, naquele momento, 20 anos de prisão.

Ainda assim, embora os promotores defendessem uma pena superior a 11 anos de prisão, o músico foi condenado a 4 anos e 2 meses, por decisão judicial de 3 de outubro deste ano. Diddy continua a declarar sua inocência e se esforça, agora, para anular o resto de seu confinamento.

P. Diddy deixa a prisão em 2028

Nesta segunda-feira, dia 27 de outubro, a Justiça Americana divulgou a data em que o rapper P. Diddy irá sair da prisão, e o tempo que irá ficar em cárcere. Sean ‘Diddy’ Combs ficará preso por 50 meses e sairá da prisão em maio de 2028.

Porém, é uma data prevista, que depende de como o rapper irá se comportar dentro do presídio. Sean ‘Diddy’ Combs foi condenado em duas de cinco acusações: as duas condenações tinham ligação com o transporte para fins de prostituição. P. Diddy está preso desde setembro de 2024.

A condenação

O rapper Sean ‘Diddy’ Combs foi condenado em julho, mas a definição do tempo da pena de prisão só foi divulgada nesta segunda-feira, dia 27 de outubro. P. Diddy cumprirá 50 meses de prisão, aproximadamente quatro anos e dois meses. O rapper está preso desde setembro de 2024; portanto, Sean ‘Diddy’ Combs já cumpriu pouco mais de um ano da pena. 


P. Diddy é condenado (Vídeo: Reprodução/YouTube/@cnnpop)

Segundo a determinação do Departamento Federal de Prisões americano, Sean ‘Diddy’ Combs será liberado da prisão no dia 8 de maio de 2028. Porém, a data de saída dependerá do comportamento do rapper: P. Diddy precisará se comportar bem para sair na data planejada. A defesa do rapper abriu um recurso para contestar a pena e aguarda a decisão da justiça.

O julgamento

Sean ‘Diddy’ Combs foi julgado por três grandes crimes: transporte para fins de prostituição, tráfico sexual e conspiração para extorsão. O rapper foi considerado culpado pelas acusações de transporte para fins de prostituição, mas foi considerado inocente em relação às acusações de tráfico sexual e conspiração para extorsão. 

O julgamento de Sean ‘Diddy’ Combs começou em maio. Foi um julgamento extenso: ele só foi acabar no começo de outubro e teve mais de vinte dias de audiências. O rapper enviou uma carta ao juiz, dizendo que estava humilhado e destruído.

Liberdade supervisionada de Diddy: veja quais são as condições impostas pela Justiça

Sean “Diddy” Combs, mais conhecido como “P.Diddy”, terá que cumprir uma lista de condições especiais após sair da prisão. Condenado a quatro anos e dois meses de cadeia, o rapper e produtor musical americano foi considerado culpado por dois crimes de transporte para prostituição. 

De acordo com a sentença dada pelo juiz, Arun Subramanian, após concluir o período na prisão, Diddy terá que passar 5 anos em liberdade supervisionada, ou seja, o rapper cumprirá uma lista de condições especiais após cumprir a pena. 

Lista de condições especiais

De acordo com o TMZ, Diddy terá de cumprir uma lista de exigências determinadas pela Justiça americana após sair da prisão, em 2027. Dessa forma, o juiz responsável pelo caso ordenou a participação do rapper em programas de tratamento ambulatorial voltados para o uso de substâncias químicas e saúde mental, incluindo o uso de medicamentos prescritos, a menos que um profissional da saúde autorizado mude sua prescrição. 

Diddy também terá que frequentar um programa de reabilitação voltado à violência doméstica, visto que, os autos do caso incluíam cenas de agressão contra sua ex-namorada, Cassandra Ventura. Além disso, a lista também inclui uma cláusula de proibição à posse e o acesso a armas de fogo. 

Por fim, o magnata da música não poderá, por nenhuma razão, entrar em contato com as vítimas, além de ser obrigado a pagar uma multa de US$500 mil, valor máximo que a Justiça americana permite determinar. 

Relembre a condenação

Sean Combs se tornou alvo de investigação por cinco crimes, entre eles duas acusações por tráfico sexual e outras duas por transporte ilegal para esquema de prostituição, ambas movidas por suas ex-namoradas, Cassandra Ventura e Jane. Além disso, a Justiça americana também movia um processo por conspiração de extorsão contra Diddy, no qual poderia o condenar por prisão perpétua. 


Caso P. Diddy (Vídeo:Reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Após quase dois meses de julgamento, o tribunal de Nova York declarou Diddy culpado de apenas dois, dos cinco crimes que ele estava respondendo. Para o júri responsável pelo caso, formado por oito homens e duas mulheres, o rapper é inocente dos crimes de tráfico sexual e conspiração de extorsão e declarado culpado pelos crimes de transporte ilegal para esquema de prostituição. 

Nesse sentido, o magnata da música foi condenado por quatro anos e dois meses de prisão e, contando que ele já estava preso desde 2024 por prisão preventiva, Diddy poderá sair da cadeia até 2027. 

Decisão judicial que levou P. Diddy à prisão reacende debate sobre abusos na indústria musical

A recente condenação do rapper e empresário Sean “Diddy” Combs reacendeu discussões sobre abuso de poder e responsabilização no cenário musical. O caso, marcado por depoimentos impactantes e ampla repercussão pública, teve reflexo direto na trajetória de Cassie Ventura, ex-namorada do artista, cuja equipe jurídica se pronunciou após a sentença.

Pronunciamento da defesa de Cassie Ventura

Na última sexta-feira (3), os advogados de Cassie Ventura divulgaram uma nota oficial após a decisão que condenou Combs a quatro anos e dois meses de prisão. O rapper foi considerado culpado em duas acusações de transporte para fins de prostituição, com base na Lei Mann — legislação norte-americana que criminaliza esse tipo de conduta interestadual.

Segundo a equipe jurídica, a condenação representa um avanço no reconhecimento das violações cometidas, mas não elimina o sofrimento causado. “A sentença não repara os danos emocionais e psicológicos enfrentados por Cassie”, afirmaram. O comunicado ainda destacou que o veredito valida o impacto das experiências relatadas pela cantora e pode abrir caminho para que outras vítimas sejam ouvidas.

Depoimentos decisivos para a condenação

Cassie Ventura atuou como testemunha-chave no julgamento, relatando episódios de coerção, controle, além de agressões físicas e psicológicas. O tribunal considerou seu depoimento fundamental para a condenação em duas das cinco acusações. Outras denúncias — como tráfico sexual e associação criminosa — foram rejeitadas pelo júri.

Justificativas da sentença

Durante a audiência em Manhattan, o juiz federal Arun Subramanian afirmou que Combs “prejudicou irreparavelmente duas mulheres” ao longo de mais de uma década, usando poder e recursos financeiros para silenciar vítimas. Além da pena de prisão, foi aplicada uma multa de US$ 500 mil, o valor máximo previsto pela lei.

Preso preventivamente desde setembro de 2024, o rapper reconheceu parte dos abusos em sua fala final. Chorando, pediu desculpas às vítimas e à família, alegando problemas com drogas e saúde mental. Para o magistrado, no entanto, as justificativas não foram suficientes para atenuar a pena.


Advogados de Cassie reagem à sentença do rapper (Vídeo: reprodução/YouTube/@enews)

Um marco na carreira do artista

Aos 55 anos, Sean Combs, que já foi considerado um dos nomes mais influentes da música norte-americana, passa a estar associado a um dos casos mais emblemáticos de abuso e poder na indústria cultural. A condenação simboliza um ponto de inflexão em sua trajetória e reforça a necessidade de responsabilização dentro do meio artístico.

Matéria por Eduarda Moreira (Lorena R7)

Advogado de Diddy conta reação de colegas de cárcere de rapper após absolvição em acusações

Em entrevista à Associated Press, o advogado de defesa de Sean “Diddy” Combs, Marc Agnifilo, contou a reação dos colegas de confinamento do rapper diante da absolvição em três das cinco acusações que o cantor respondia. Estas acusações envolvem tráfico sexual e outros crimes. De acordo com Agnifilo, os companheiros de prisão do artista o aplaudiram de pé.

Segundo o advogado, os colegas de cela aplaudiram Combs por sua absolvição em acusações que o sentenciaram à prisão perpétua. “Todos disseram: “Nunca vemos ninguém que derrote a govemo“, contou o advogado.

Casos em que foi condenado

O rapper foi considerado culpado no caso de transporte para a prostituição das ex-namoradas, Cassie Ventura e uma mulher identificada como “Jane”. Além de suas condenações, Combs foi absolvido em três acusações: uma por associação criminosa que auxiliava o tráfico sexual e outras duas de tráfico sexual – que envolvem Cassie e outra ex – por força, fraude e coerção


P. Diddy e sua ex-namorada Cassie Ventura (Foto: reprodução/John Shearer/Getty Images Embed)


O advogado de Combs relatou que avisou o artista que ele poderia esperar ser preso por acusações de tráfico sexual depois que agentes federais invadiram as residências do cantor em março de 2024. “Eu falei: ‘Talvez seja o seu destino na vida ser o cara que vence”, contou. 

Depois do veredito, Combs murmurou aos jurados um “obrigado” e sorriu em meio ao aplauso de seus familiares e apoiadores. Os espectadores do julgamento aplaudiram os advogados do cantor e alguns gritaram “Equipe dos sonhos!” em comemoração

Integrante da equipe do Marc Agnifilo, Mitchell Epner, afirmou à Associated Press que o veredito foi uma grande vitória para a defesa e uma grande derrota para a acusação. Epner ainda disse que a equipe de defesa era realmente “dos sonhos” por ter vencido os promotores que quase não são derrotados.

Rapper continua preso

A Justiça de Nova Iorque recusou o pedido de fiança de Diddy horas após o veredito. O período de reclusão pelos crimes do rapper ainda não foi definido, mas a pena pode chegar a 20 anos. O juíz estabeleceu uma audiência de sentença para o dia 3 de outubro que pode ser antecipada caso haja pedido da defesa.


Sean “Diddy” Combs (Foto: reprodução/Shareif Ziyadat/Getty Images Embed)


Agnifilo contou que o rapper  “está indo bem” e afirmou que entra em contato com ele entre quatro a cinco vezes ao dia. O advogado revelou que o rapper “percebe que tem falhas, como todos os outros, nas quais nunca trabalhou”. Agnifilo ainda disse que Combs entende que suas falhas não podem ser apagadas por sua fama e sua fortuna.

Fãs do rapper P. Diddy celebram decisão da justiça sobre o caso com “banho de óleo”

O rapper Sean Diddy Combs, conhecido como P. Diddy, foi inocentado de três das cinco acusações que enfrentava no tribunal de Nova York, nesta quarta-feira (2). O resultado pegou muitos de surpresa, já que o artista corre o risco de ser condenado a até 20 anos de prisão. Apesar disso, a decisão dividiu opiniões: enquanto críticos se mostraram indignados, fãs celebraram com entusiasmo.

Banho de óleo de bebê

Um vídeo compartilhado pelo repórter Matt Lavietes, da NBC, mostra apoiadores de Diddy comemorando com óleo de bebê nas mãos, em frente à Corte, como uma espécie de símbolo da vitória.


Fãs do rapper americano na porta do tribunal comemorando a decisão (Foto: Reprodução/X/@mattlavietes)


Esse detalhe curioso, o uso de óleo de bebê, virou um dos temas mais falados durante o julgamento. Diversas testemunhas afirmaram que o produto era frequentemente utilizado em festas privadas organizadas pelo rapper, sendo associado a práticas sexuais e comportamentos considerados abusivos. O item, que parece inofensivo à primeira vista, acabou ganhando peso simbólico no processo e virou um dos elementos mais lembrados do caso.

Processo ainda não acabou

Diddy foi absolvido das acusações mais graves, como tráfico sexual e conspiração para extorsão, mas ainda enfrenta outros dois processos relacionados. Sua prisão aconteceu em 16 de setembro do ano passado, após meses de investigação. Um ponto decisivo na repercussão pública foi a divulgação de um vídeo em que ele aparece agredindo sua ex-namorada, a cantora Cassie Ventura, em um hotel — cena que chocou o público e gerou grande comoção.

O caso abalou a indústria da música e colocou o nome de Diddy no centro de polêmicas. Celebrado por décadas como um dos maiores nomes do rap e produtor de sucesso, ele passou a ser alvo de debates sobre abuso de poder, violência e cultura do silêncio. Desde então, a internet tem sido palco de discussões intensas, com buscas por seu nome disparando nos principais sites e redes sociais.

Sean Diddy e filho Justin Combs estariam envolvidos em estupro coletivo que teria acontecido em 2017

Em documentos de um novo processo obtidos, Sean ‘Diddy’ Combs e seu filho Justin Combs são acusados de envolvimento em um estupro coletivo. Justin supostamente teria convencido uma mulher que seria estuprada por seu pai e dois homens mascarados a ir para Los Angeles. De acordo com a vítima, o crime aconteceu em 2017.

A mulher relata que Justin a induziu a viajar com a promessa de uma oportunidade de emprego na indústria do entretenimento. Eles entraram em contato através do Snapchat. Justin também teria pedido a ela fotos explícitas.


Sean Combs, de 55 anos e Justin Combs de 31 (Foto: reprodução/Johnny Nunez/Getty Images Embed)


Os documentos

Segundo os documentos, que foram obtidos pelo Page Six, Justin convidou a vítima dias depois para passar um fim de semana em Los Angeles. O objetivo do encontro seria discutir sua futura carreira. Ao chegar na cidade, a mulher, que tinha saído do estado da Louisiana, foi levada por um motorista para a casa em que passou a noite com o filho de P. Diddy.

A mulher conta que os dois ficaram à vontade e conversaram. O filho do rapper teria oferecido à suposta vítima álcool, pílulas, poppers e maconha. Ela conta que acredita que as drogas estavam adulteradas. Segundo a mulher, depois de usar as substâncias, três homens mascarados chegaram ao local. Segundo a vítima, um deles era o Sean Combs, que ela diz ter identificado por seu trejeito e contou que o filho o chamava de “pops”. 


Julgamento de P. Diddy entrou na reta final nesta quinta-feira (26) (Foto: reprodução/Paras Griffin/Getty Images Embed)


A mulher teria sido levada até um quarto e ameaçada. Os homens teriam revezado para abusar dela sexualmente. A vítima disse que o caso foi um “estupro coletivo brutal” que durou da noite de sábado até a tarde de domingo. Ela teria sido levada ao aeroporto na segunda-feira.

Manifestação da defesa

A defesa de Sean Combs se pronunciou sobre as acusações e negou que o crime tenha acontecido. “Não importa quantos processos sejam movidos, isso não mudará o fato de que o Sr. Combs nunca abusou sexualmente ou fez tráfico sexual de ninguém – homem ou mulher, adulto ou menor.“, declarou. A equipe jurídica ainda afirmou que qualquer pessoa pode entrar com um processo judicial por qualquer motivo, mas que a Justiça irá descobrir a verdade. De acordo com a defesa, P. Diddy está confiante de que vencerá no tribunal.

Caso P. Diddy: Alegações finais do processo começam neste final de semana

Depois de quase dois meses de depoimentos, o julgamento de Sean “Diddy” Combs entrou em sua fase final nesta quinta-feira (26), com os argumentos finais da acusação e da defesa. O caso mistura fama, poder, sexo e drogas, e pode levar o rapper à prisão perpétua, se for considerado culpado.

A promotora Christy Slavik descreveu Diddy como o líder de uma organização criminosa que usava a força e o medo para conseguir o que queria. Em sua fala para os jurados, ela disse que o artista não aceitava ouvir “não” e que comandava tudo com violência e manipulação. Durante mais de sete semanas, o júri ouviu depoimentos sobre o comportamento agressivo do produtor, além de relatos de festas com sexo e drogas, em que ele teria contratado profissionais para se relacionarem com suas parceiras.

O que a promotoria diz

A promotoria afirma que, por décadas, Combs liderou uma rede criminosa junto a pessoas próximas. As vítimas teriam sido forçadas a se prostituir, trabalhar sem escolha e participar de outras ações ilegais, como suborno e ameaças a testemunhas.

Entre as vítimas citadas está a cantora Cassie Ventura e outra mulher que usou um nome falso no tribunal. As duas teriam sido obrigadas, sob efeito de drogas, a manter relações com acompanhantes contratados por Combs. Além da acusação mais grave — associação criminosa — que pode resultar em prisão perpétua, Diddy também é acusado de agressão, tráfico sexual e transporte para fins de prostituição.


Mugshots de Sean Combs (Foto: Reprodução/X/@rollingstoneBR)

A defesa do artista diz que todas as relações foram consensuais e que muitas testemunhas estariam motivadas por interesse financeiro ou vingança. Combs optou por não apresentar testemunhas em sua defesa.

Durante o julgamento, a acusação apresentou milhares de mensagens, gravações e depoimentos, muitos com conteúdos fortes, para tentar convencer o júri da culpa do produtor.

Alegação da defesa de Diddy

Algumas das gravações apresentadas durante o julgamento mostram momentos de sofrimento das supostas vítimas. No entanto, outras mensagens revelam carinho e desejo, o que a defesa usou diversas vezes para argumentar que as relações eram consensuais. O júri teve acesso a vídeos de encontros sexuais em grupo que a acusação classificou como abusivos. Por outro lado, os advogados de Combs mostraram conversas que, segundo eles, indicam que tudo acontecia com o consentimento das pessoas envolvidas.

Além disso, foram apresentadas provas como comprovantes de pagamento a acompanhantes, registros de voos e despesas com hospedagem, o que reforça, para a acusação, a existência de um esquema organizado.

Com os argumentos finais chegando ao fim, os 12 jurados devem iniciar as deliberações na próxima segunda-feira (30), quando vão discutir e decidir o futuro de Sean “Diddy” Combs com base em tudo o que foi apresentado no julgamento.

Look de Kanye West em apoio a P. Diddy revive lembranças de festas polêmicas do passado

Kanye West surpreendeu ao aparecer nesta sexta-feira (13/6) no julgamento de Sean Combs, o P. Diddy, em Nova York. Vestido inteiramente de branco, o rapper acompanhou parte da audiência e sinalizou apoio público ao amigo, acusado de liderar uma rede de exploração sexual.

Presença de Ye gera repercussão em tribunal dos EUA

Figura marcada por controvérsias, Kanye West surgiu de forma inesperada na audiência que julga P. Diddy por envolvimento em uma organização criminosa com fins sexuais.


 Kanye West chegando na audiência de julgamento de P. Diddy (Vídeo: reprodução/Instagram/@kanyewestbianca)


O rapper permaneceu cerca de 40 minutos no tribunal, onde acompanhou presencialmente parte da sessão antes de deixar o local pela porta principal. O gesto isolado contrasta com o silêncio da maioria das celebridades diante das acusações que recaem sobre Combs.

Traje branco é associado a festas promovidas por Diddy

A escolha do visual por West não passou despercebida. O traje branco da cabeça aos pés remete às “White Parties”, festas organizadas por Diddy nas últimas décadas, conhecidas pela exigência de roupas brancas e, mais recentemente, por relatos de excessos envolvendo a elite do entretenimento.


 Kanye West indo embora na audiência de julgamento de P. Diddy (Vídeo: reprodução/Instagram/@kanyewestbianca)


Especialistas em cultura pop apontam que o look pode ser um gesto simbólico, reforçando laços antigos de amizade e lembrando o papel que Diddy já desempenhou como figura influente da música. A mensagem, ainda que silenciosa, ecoou nas redes e levantou debates sobre o posicionamento de Kanye em meio ao caso que pode manchar definitivamente a reputação de Combs.

Linha do tempo do caso P. Diddy

Novembro de 2023

  • Cassie Ventura, ex-namorada de Diddy, entra com um processo acusando o rapper de abuso físico e sexual durante o relacionamento.
  • O caso tem grande repercussão e é resolvido por acordo extrajudicial em menos de 24 horas.

Dezembro de 2023

  • Outras mulheres começam a apresentar denúncias civis contra Diddy, alegando crimes semelhantes, incluindo tráfico sexual, agressões e coerção.
  • Três novos processos são registrados em diferentes estados dos EUA.

Janeiro de 2024

  • FBI inicia investigação formal contra o rapper, após o acúmulo de denúncias e evidências iniciais.
  • Ex-colaboradores são ouvidos em sigilo.

Março de 2024

  • Denúncias criminais são formalmente abertas.
  • O Departamento de Justiça passa a colaborar com o FBI nas apurações.

25 de março de 2024

  • Agentes federais realizam buscas simultâneas nas mansões de Diddy em Miami e Los Angeles. Equipamentos eletrônicos e documentos são apreendidos.
  • Vídeos da operação viralizam nas redes sociais.

Abril de 2024

  • Diddy nega todas as acusações publicamente e chama o caso de “perseguição midiática”.
  • Advogados afirmam que o artista está colaborando com a Justiça.

Junho de 2025

  • Começa o julgamento formal em Nova York, onde Diddy é acusado de comandar uma rede de exploração sexual com colaboradores.
  • Kanye West faz aparição surpresa em uma das sessões, vestindo branco em aparente gesto de apoio.

Testemunhas apontam lado violento de P. Diddy em 7º dia de julgamento

O julgamento de Sean “Diddy” Combs por extorsão e tráfico sexual entrou no sétimo dia nesta terça-feira (20) e ouviu o depoimento de dez testemunhas até o momento.

Quatro testemunhas se destacaram e relataram com detalhes suas experiências e interações com o veterano da indústria musical.

James

David James trabalhou como assistente do rapper de 2007 a 2009 e declarou ter testemunhado Diddy usando drogas. James afirmou que nunca presenciou a violência física de que Diddy é acusado contra Cassie Ventura, no início do relacionamento dos dois.

O ex-assistente descreveu como abastecia e organizava os quartos de hotel, além de comprar suprimentos para o ex-chefe. O magnata da música o encarregava de comprar preservativos, óleo de bebê e gel lubrificante e orientava o funcionário a não pedir reembolso à empresa por serem itens de uso pessoal para os quais Combs não queria registro. 

David afirmou ter testemunhado o ex-patrão consumir drogas e oferecê-las aos amigos. James confirmou que as conseguiu para os amigos de Combs em algumas ocasiões. 

No dia em que uma das pulseiras Cartier do rapper desapareceu, a segurança revistou todos os pertences de David. Em outros episódios em que outros pertences de Diddy desapareceram, o então funcionário precisou passar por um teste no detector de mentiras, o que descreveu como uma situação muito intimidadora. 


Detectores de mentira eram usados contra funcionários de Combs (Reprodução/X/@orollingstoneBR)

James entendeu o perigo de trabalhar para Combs pela primeira vez quando foi a uma lanchonete com o segurança do rapper buscar comida para Combs e a equipe. Lá chegando, se depararam com o rival de Diddy, Marion “Suge” Knight. 

James testemunhou que, quando voltaram para a casa de Combs, o rapper determinou que James deveria voltar à lanchonete com o segurança para procurar Knight enquanto o músico permaneceria sentado no banco de trás do carro com três armas no colo. Entretanto, Knight não estava mais lá.

Logo após este incidente, James deu seu aviso prévio e deixou a empresa em maio de 2009. 


Comentaristas analisam atualizações do julgamento (Reprodução/YouTube/Canal do Paulo Mathias)

Ventura

Regina Ventura, mãe de Cassie Ventura, que foi namorada de Combs, afirmou que conheceu o então namorado da filha em 2006, quando Cassie assinou um contrato com a gravadora do empresário, a Bad Boy Records. Regina testemunhou que visitava a filha no início do namoro do casal, em Nova York, cerca de quatro vezes por ano. Contudo, quando a Cassie se mudou para a Califórnia para morar com Diddy, a mãe reduziu as visitas e passou a vê-la com mais frequência apenas nos feriados.  

Regina testemunhou que a filha enviou um e-mail para ela e outro funcionário de Combs sob um pseudônimo. No e-mail, Cassie contou para a mãe que Combs a havia ameaçado de divulgar vídeos de sexo explícito com ela. Regina afirmou não ter entendido muita coisa a princípio, mas contou que os vídeos a deixaram perplexa. Apesar de ela não conhecer Diddy, ela sabia que ele tentaria ferir a filha. 

De acordo com o testemunho, na mesma época em que Cassie contou sobre a ameaça, Combs entrou em contato com Regina e pediu US$ 20 milhões (aproximadamente R$ 110 milhões) para recuperar o dinheiro que ele havia investido em Cassie Ventura, o que a deixou muito temerosa pela segurança da filha. 

O rapper se mostrou irritado porque descobriu que Cassie estava em novo relacionamento, com Kid Cudi. A maneira que Regina e seu marido encontraram para conseguir o dinheiro foi fazer um empréstimo com garantia imobiliária. Ela transferiu o dinheiro para a conta da Bad Boy, mas, cinco dias depois, o dinheiro retornou para a sua conta. 

Todo o júri viu fotos que Regina Ventura fez de Cassie em dezembro de 2011, em sua casa em Connecticut, para registrar e provar o espancamento sofrido pela filha, após suposta agressão física de Combs. 

Ela estava machucada, e eu queria garantir que isso fosse eternizado.

Regina Ventura

Hayes

Sharay Hayes, de 51 anos, que trabalha como acompanhante masculino, conheceu Combs e Ventura quando trabalhava como dançarino exótico, em 2012. Testemunhou ter recebido uma ligação de Cassie, sob um nome diferente, querendo contratar seus serviços.

Quando Hayes chegou ao local, Cassie disse que “ela e (seu) marido gostavam de criar uma cena sexy”, que incluía a aplicação de óleo de bebê e que seu marido ficaria assistindo à interação. 

O profissional do sexo contou que, durante o encontro, o marido deu “instruções sutis”. Pelo trabalho, ele recebeu US$ 800 e, posteriormente, mais US$ 1.200. Mas até então, Hayes não sabia que se tratava de Combs. 

Foram um total de 8 a 12 interações com o casal. Certa vez, Hayes se encontrou com os dois em um hotel, onde havia uma TV dando boas-vidas ao “Sr. Sean Combs”. Só então, ele se deu conta que o marido de Cassie era Combs. 

Hayes afirmou que não percebeu nenhum sinal de desconforto por parte de Cassie Ventura, e reiterou que sempre observa o ambiente para verificar o conforto do público. Nunca percebeu filmagens ou violência durante os encontros com o casal.  


Em seu testemunho, Sharay Hayes isentou o réu de ações violentas (Reprodução/Instagram/@bannavmedia)

A testemunha assegurou que nunca fez uso de drogas com eles, apesar de terem lhe oferecido álcool e maconha. Mas nunca presenciou o uso de drogas por Diddy ou nunca o percebeu embriagado. 

Hayes confirmou que ingeriu remédios para auxiliar em sua performance sexual e citou o desconforto de uma “cena sexual com a parceira de uma mulher presente”

Sharay disse que a última sessão com o casal ocorreu em 2016. Depois disso, nunca mais foi contratado novamente. Cassie o pagou e demonstrou gratidão pela discrição do profissional. 

Gannon

Gerard Gannon, um agente especial da Homeland Security Investigations, prestou um depoimento que deve ter sido retomado nesta quarta-feira (21), às 10 horas no horário de Brasília. 

Em seu testemunho, Gannon contou que era o responsável pela busca na residência de Combs em março de 2024, em Miami Beach. Ele foi designado pela sua unidade porque o caso envolvia uma investigação de tráfico de pessoas. 

Cerca de 85 policiais participaram da busca dado o tamanho da propriedade do rapper. Por causa disso, foi preciso uma equipe de guardas armados para garantir uma resposta especial para o caso de lidar com medidas de segurança. 

Segundo Gannon, durante a busca, a equipe encontrou sapatos de salto alto, brinquedos sexuais, óleo de bebê, lubrificante pessoal e “receptores superior e inferior de AR-15”, que são peças de armas. Todo o material foi encontrado dentro do armário principal de Combs e o júri teve acesso às fotos das evidências. 

Scott Mescudi, rapper conhecido como Kid Cudi, deverá prestar seu depoimento até esta quinta-feira (22).