Petrobras fecha contrato com Suzano para oferta de gás nacional no mercado livre

A Petrobras finalizou seu primeiro contrato para o fornecimento de gás natural no mercado livre, em São Paulo. Esse acordo foi feito com a Suzano, que é uma das maiores clientes para investimentos nesse setor. A Petrobras garante que está dando opções mais personalizadas para seus clientes e afirma que seus investimentos irão melhorar a infraestrutura de venda do gás nacional.

O novo contrato

Foi firmado o primeiro contrato de fornecimento de gás natural, feito pela Petrobras, no Estado de São Paulo. Essa parceria ocorre em conjunto com a Suzano, que está entre as dez maiores consumidores de gás natural do país, então, naturalmente, é um bom espaço de investimento desse setor.


Foto da sede da Petrobras (Foto: reprodução/Lucas Landau/Bloomberg/Getty Images Embed)


Com esse novo negócio, à partir deste mês, a Suzano irá migrar as suas cinco fábricas, em São Paulo, para zonas livre de comercialização, que são Jacareí, Limeira, Mogi das Cruzes, Suzano e Rio Verde.

O diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, Maurício Tolmasquim, disse como as oportunidades no mercado de gás natural em São Paulo são grandes, devido ao estado ter o melhor mercado do setor no Brasil.

O mercado industrial consumidor de gás natural em São Paulo é o maior do país e, assim, concentra grandes oportunidades em termos de colocação do gás natural da Petrobras.”, afirmou Tolmasquim.

A Suzano já trabalha com essa movimentação para o mercado livre desde 2024, iniciando com projetos em Maranhão e Espírito Santo.

As promessas da Petrobras

A Petrobras afirmou que teriam gastos de US$ 7 bilhões para melhorar a infraestrutura e a capacidade de oferta do gás nacional, reduzindo, assim, a dependência de importação de gás natural.

A empresa ainda adicionou que está criando experiências mais personalizadas a seus clientes, oferecendo contratos com diferentes modalidades de prazo e indexadores, o que concede um portfólio mais adequado a cada necessidade.

ONU concede ao Brasil área marítima do tamanho da Alemanha

A ampliação da área marítima brasileira foi reconhecida pela ONU e o direito à exploração dos recursos naturais foi atribuído ao Brasil. A decisão foi celebrada por especialistas e autoridades, pois a plataforma continental estendida, que equivale a aproximadamente 360 mil km², foi definida como a nova área marítima a ser explorada. Essa conquista foi marcada por sete anos de estudos e negociações, os quais foram conduzidos por técnicos da Marinha e peritos internacionais.

Decisão da ONU e ampliação do território

A proposta oficial foi apresentada em 2025 e a submissão da Margem Equatorial foi aprovada na 63ª Sessão da Comissão de Limites da Plataforma Continental (CLPC) da ONU. Desde 2017, o pleito foi sustentado por estudos que buscavam estender a Zona Econômica Exclusiva, atualmente delimitada pelas 200 milhas (aprox. 322 km) náuticas.

Assim, a nova área marítima abrange os estados do Amapá até o Rio Grande do Norte, ficando localizada na região da Margem Equatorial. Com isso, os recursos naturais presentes no leito marinho e no subsolo foram atribuídos ao país, garantindo o direito à exploração de petróleo e outros minerais.


Petrobras participou das discussões sobre o tema (Foto: reprodução/Donatas Dabravolskas/Shutterstock)

Além disso, a participação da Petrobras, da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e de outras instituições foi considerada fundamental. Foram desenvolvidas parcerias e interações técnicas que permitiram o reconhecimento de que 95% do petróleo nacional é extraído em águas sob jurisdição brasileira. Por conseguinte, a ampliação da área marítima fortalece a soberania e a segurança energética do país, sendo reconhecida como uma importante conquista geopolítica e estratégica.

Implicações para a soberania nacional e exploração de recursos

A nova área marítima, definida como plataforma continental, foi considerada essencial para o acesso e a exploração dos recursos naturais presentes em seu leito e subsolo. Dessa forma, foi afirmado que o reconhecimento da área não só fortalece o direito do Brasil sobre a Amazônia Azul, mas também contribui para a diversificação da matriz energética nacional. Desse jeito, a decisão da ONU foi recebida com otimismo e expectativa, e os benefícios econômicos e estratégicos foram ressaltados por autoridades e técnicos envolvidos.

Conflitos em Israel fazem bolsa fechar em alta

O aumento no valor do petróleo impulsionou uma alta na bolsa de valores de São Paulo, que fechou com um aumento de 0,94%, indo a 136.888 pontos. Outra que foi afetada positivamente pela alta foi a Petrobras, que, impulsionada pelo aumento do valor do petróleo, viu suas valorizações ocorrerem principalmente como consequência da escalada dos conflitos no Oriente Médio.

Conflitos no Oriente Médio fazem mudanças na economia

No domingo, Israel lançou um ataque “preventivo” ao sul do Líbano com o objetivo de frustrar uma ação do Hezbollah. O grupo islâmico libanês, por sua vez, respondeu com o lançamento de centenas de foguetes e drones em direção a Israel, justificando suas ações como uma retaliação pela morte de um de seus líderes em julho.


Conflito no Oriente Médio vem causando mudanças econômicas visíveis (Foto: reprodução/Moment/Anton Petrus/Getty Images Embed)


Este confronto ajudou a escalar as tensões na região e teve impacto direto nos mercados globais. Como resultado das hostilidades, o preço do petróleo atingiu seu pico máximo em uma semana, com o barril do tipo Brent encerrando o dia em alta.

Petrobras diretamente impactada

As ações da Petrobras foram diretamente impactadas pelas recentes movimentações no mercado financeiro, impulsionando o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira. Com um peso significativo de 11,86% no índice, de acordo com a Economatica, os papéis da empresa desempenharam um papel crucial na alta do mercado.

As ações ordinárias da Petrobras (PETR3) fecharam o dia com uma alta expressiva de 8,96%, alcançando R$ 42,92. Já as ações preferenciais (PETR4) também registraram um forte ganho de 7,26%, sendo negociadas a R$ 39,57 no fechamento do pregão, conforme dados preliminares.

A tendência é que a continuidade da instabilidade no Oriente Médio continue a afetar a economia mundial, com suas consequências sendo bastante representadas pelo valor do petróleo, já que a região concentra os maiores produtores do mundo e sempre foi afetada por conflitos.

Preço do Etanol aumenta novamente e chega a R$ 4,11

Pela quarta semana seguida, o preço do combustível etanol aumentou no Brasil. A confirmação veio após uma nova pesquisa da Agência Nacional do Petróleo (ANP) divulgada nesta última sexta-feira (2). Gasolina matém o valor de R$ 6,13. 

Preço dos combustíveis

O valor médio do litro do biocombustível passou de R$ 4,08 (entre os dias 14 e 20 de julho) para R$ 4,11 (de 21 a 27 de julho). Durante a semana ele foi o combustível que sofreu o maior impacto em seu preço médio, enquanto sua versão aditivada sofreu um aumento de 5% indo de R$ 4,12 para R$ 4,33.  

O Valor da gasolina nos postos se manteve estável em relação a semana. Conforme a ANP o patamar atual é o maior do combustível desde setembro de 2023. 


Preço da gasolina se mantém estável (Foto: reprodução/Thiago Gadelha)

Tal como a gasolina, o diesel não obteve alteração em seu valor, ficando em R$ 5,95 o litro médio, assim, interrompendo a sequência de três semanas seguidas em alta. Enquanto o GLP (gás de botijão) teve uma redução de valor, caindo de R$ 103,86 para R$ 103,67.  

Reajuste de Julho

As recentes alterações nos valores são consequências do reajuste de preço da gasolina e do GLP nas refinarias e distribuidoras feita pela Petrobras no início do mês passado. A mudança fez a alta da gasolina ser de 7,11%, indo de R$ 0,20 por litro, para R$ 3,01. 

O reajuste da estatal também aumentou o preço do GLP para distribuidoras para R$ 3,10, fazendo o valor médio do botijão de 13hg chegar a R$ 34,70. 


Petrobras fez reajuste de valores no inicio de julho (Foto: Reprodução/ Fernando Frazão/Agência Brasil)

“Como reflexo do último reajuste de +7,11% anunciado pela Petrobras, no fechamento de julho, tanto o preço do litro da gasolina quanto o do etanol aumentaram em grande parte do País’’, comentou Douglas Pina, Diretor-Geral de Mobilidade da Edenred Brasil, exposto em matéria da UOL.

Já no caso do diesel, a estatal não altera os preços das refinarias desde 27 de dezembro de 2023, no dia foi anunciada a queda de 3,78 para R$ 3,48 no preço do litro. 

Conforme a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), os preços dos combustíveis continuam defasados após a alteração. A Petrobras estaria vendendo a gasolina com o preço 8% menor em relação ao mercado internacional, enquanto para o diesel a diferença chega a 12%. 

Aumento de importação de diesel russo reduz pressão sobre preços da Petrobras

A entrada significativa de diesel russo no mercado brasileiro, vendido com desconto em relação aos preços da Bolsa de Nova York, está contribuindo para a manutenção dos preços da Petrobras (PETR4). Embora a estatal tenha realizado reajustes nos preços da gasolina e do gás liquefeito de petróleo (GLP) este mês, o diesel não deve sofrer alterações tão cedo.

De acordo com as consultorias Argus e StoneX, o diesel russo vendido a preços mais baixos tem criado um amortecedor que alivia a pressão sobre os preços praticados pela Petrobras. Fontes e ex-executivos da estatal corroboram essa análise, afirmando que o impacto é perceptível.

Entidades como a Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom) e o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) reportam uma defasagem superior a 10% entre os preços do diesel da Petrobras e o preço de paridade de importação (PPI), com um pico de 19% no início de julho. No entanto, segundo os consultores da Argus e StoneX, essa defasagem real é menor, variando entre 2% e 4%.


Importação de diesel russo faz pressão sobre a Petrobras (Foto: Reprodução/Freepik)

Diesel russo: impacto e perspectivas

A gestão atual da Petrobras, liderada por Magda Chambriard, está em uma posição confortável no que diz respeito ao diesel, cujo preço não é reajustado há 205 dias, desde 27 de dezembro de 2023, quando houve uma redução de 7,8%. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) mostram que o diesel russo representou 97,8% do total importado pelo Brasil em maio e 71,2% em junho. Outras fontes relevantes em junho foram Índia (16%), Omã (8%) e Estados Unidos (5%).

Pedro Rodrigues, diretor do CBIE, reconhece que o diesel russo, vendido abaixo do preço de mercado internacional devido aos embargos, reduz a diferença entre o preço do diesel importado e o produzido no Brasil. Mesmo assim, ainda existe uma defasagem nos preços da Petrobras. Ele destaca que as flutuações cambiais também afetam o diesel russo, negociado em dólar, e têm contribuído para a redução da pressão sobre a defasagem nos últimos dias.

Flutuações e fatores de risco

Thiago Vetter, da StoneX, prevê que o diesel russo continuará dominante no Brasil, embora os volumes possam flutuar conforme as condições do mercado doméstico e mundial. Ele considera improvável que a Petrobras ajuste os preços enquanto a defasagem real permanecer entre 2% e 4%.

Fatores de risco para os preços do diesel incluem uma temporada de furacões mais intensa, riscos às refinarias russas devido à guerra na Ucrânia e uma possível queda nas taxas de juros americanas, que pode aumentar o consumo e pressionar os preços do diesel.

Um ex-executivo da Petrobras, com acesso direto à política de preços da empresa até maio, afirmou que houve períodos entre 2023 e 2024 sem defasagem significativa em relação aos preços de importação. Ele destacou que a importação com navios próprios da Petrobras e o aumento da produção doméstica ajudaram a reduzir a pressão logística e os custos de frete.

Amance Boutin, da Argus, observa que o desconto no preço do diesel russo tem diminuído nas últimas semanas, passando de US$ 0,25 por galão para US$ 0,17, o que pode indicar uma tentativa da Rússia de aumentar suas margens ou refletir um aumento na demanda interna.

Lula volta a defender exploração da margem equatorial

Durante evento envolvendo investidores no Rio de Janeiro, ocorrido nesta quarta-feira (12), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender a exploração de petróleo na margem equatorial, que fica localizado nas regiões norte e nordeste.

A medida já foi, várias vezes, alvo de críticas pelos ambientalistas. Os especialistas observam que a iniciativa pode gerar um perigo a biodiversidade e a região Amazônica.

“A hora que começarmos a explorar a chamada margem equatorial, eu acho que a gente vai dar um salto de qualidade extraordinária. Queremos fazer tudo legal, respeitando o meio ambiente, respeitando tudo, mas nós não vamos jogar fora nenhuma oportunidade de fazer esse país crescer”, disse Lula em seu discurso no evento FII Priority.


Presidente Lula durante seu discurso em um evento no Rio de Janeiro (Foto: reprodução/CNN Brasil)

A exploração da margem equatorial

Desde meados de setembro do ano passado, Lula vem apresentando alegações sobre o assunto e se posicionado a favor da exploração. A questão dentro do governo divide opções, inclusive, uma parte da ala ambiental é contra essa ideia.

A Margem Equatorial abrange todo litoral brasileiro do Rio Grande do Norte até o Amapá, passando pelas bacias hidrográficas da foz do Rio Amazonas, Barreirinhas, ceara dentre outras. Sua extensão chega a ser mais de 2.200 km.

Segundo um estudo feito pela Petrobrás em 2023, a exploração no local pode render até 5,6 bilhões de barris de óleo. Vale ressaltar que a atual presidente da estatal, Magda Chambriard é a favor de explorar a região da Margem Equatorial.

O Brasil deve receber mais investimento verde

Ainda durante seu discurso, o presidente Lula comentou que o Brasil quer receber mais investimento para uma transição energética. O presidente ainda citou, como exemplo contra as mudanças climáticas, os investimentos em carros elétricos.

Em alguns momentos, Lula destacou que deseja contar com a Arábia Saudita para apoiar e ajudar a desenvolver o Brasil. O país foi escolhido pela Conferência das Nações Unidas de forma unânime como a sede da próxima COP. A COP 30 será realizada em novembro de 2025, na cidade de Belém.

Petrobras anuncia plano para reativar unidade de fertilizantes

A estatal brasileira Petrobras, confirmou a intenção de reativar uma unidade de produção de nitrogênio no Paraná, que está atualmente hibernada. De acordo com o diretor-executivo de Processos Industriais e Produtos da empresa, William França, o objetivo é ter a planta totalmente reativa até 2025, caso todos os processos ocorram conforme o previsto.

Foi em uma entrevista realizada durante um evento no Rio de Janeiro, que França destacou a necessidade de investimentos para reativar a unidade, mencionando a intenção da Petrobras de lançar uma licitação para contratar uma empresa responsável pelas obras de atualização da fábrica. Ele ressaltou que diversos aspectos, como linhas, reatores, bombas e compressores, precisam ser avaliados e possivelmente renovados para garantir o funcionamento adequado da unidade.

Previsão para 2025

Entretanto, o diretor não estipulou uma data precisa para a licitação, indicando que ela depende do fechamento do processo de desibernação da fábrica. Contudo, se todos os procedimentos correrem conforme o planejado, a previsão é que a operação seja retomada em junho de 2025.

“Tem que olhar linhas, reatores, bombas, compressores. Não tem data para a licitação porque ainda não fechamos a desibernação. Se tudo correr bem, a retomada da operação será em junho de 2025”

Willian França

Governo brasileiro vem fazendo pressão para Petrobras reativar unidade de fertilizantes (Foto: reprodução/Getty Images News/Mario Tama/Getty Images Embed)


A decisão da Petrobras em reativar a unidade de fertilizantes surge em meio à pressão do governo brasileiro para que a empresa retome seus investimentos nesse segmento. O Brasil é uma potência agrícola e a produção de fertilizantes nitrogenados é essencial para o aumento da produtividade no setor. No entanto, a competitividade de produtos importados representa um desafio para a Petrobras nesse empreendimento.

Detalhes específicos ainda devem ser apresentados

Quanto aos investimentos necessários, França não forneceu detalhes específicos, indicando que a questão será abordada durante o processo de licitação. Ele comparou os investimentos necessários à manutenção das refinarias, enfatizando que se trata de uma atualização e manutenção de uma unidade já existente e bem conservada, e não de uma construção do zero.

O retorno das operações de fertilizantes no Paraná deve representar um marco significativo não apenas para a Petrobras, mas também para o setor agrícola brasileiro. Isso porque oferece perspectivas de aumento da produção nacional de insumos agrícolas e redução da dependência de importações.

Petrobras registra alta de 1,3% após anúncio de possível retomada de dividendos

As ações da Petrobras sofreram uma alta recentemente de 1,3%, nesta última segunda-feira (22), impulsionadas principalmente pela expectativa de retomada de pagamentos de dividendos da estatal petrolífera.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, fez declarações dizendo que a distribuição de dividendos extraordinários foi tema discutido no conselho de administração, levando em conta questões econômicas e as necessidades da Fazenda. Uma decisão final sobre o assunto deve ocorrer ainda nesta semana, em uma assembleia marcada para a próxima quarta-feira, dia 25.

Dividendos não devem comprometer saúde da empresa

No entanto, a distribuição de dividendos extraordinários não deve comprometer a sustentabilidade da empresa, afirmou o conselho da estatal após ficar satisfeito com os esclarecimentos prestados pela diretoria financeira.

Após uma reunião realizada em 7 de março, o conselho decidiu que o valor de 43,9 bilhões de reais deveria ser retido para formação de uma reserva estatutária, em vez de fazer a distribuição do montante do lucro remanescente do exercício de 2023 como dividendo extraordinário.


Sede da Petrobras (Foto: reprodução/Anadolu/Anadolu/Getty Images Embed)


A diretoria da Petrobras chegou a propôr distribuir 50% dos dividendos extraordinários, mas o conselho não concordou, causando conflitos entre o ministro de Minas e Energia e o presidente executivo. No entanto, mesmo com esse conflito inicial, o presidente afirmou que a proposta poderia ser aprovada em uma assembleia de acionistas em abril.

Conselho opta por reter 100% dos dividendos

O conselho então decidiu optar por reter 100% dos dividendos extraordinários em uma reserva estatutária, considerando-o um contratempo. Em um comunicado recente, a Petrobras mencionou que o conselho avaliará a distribuição dos 50% restantes ao longo do ano. A expectativa de retomada dos dividendos impulsionou as ações da empresa, que subiram mais de 1%.

Agora os acionistas da empresa esperam que o bom momento continue, principalmente agora que a empresa parece que pode voltar a se tornar uma alternativa segura de investimento para o mercado.

Petrobras pretende construir plataformas para impulsionar o setor naval brasileiro

Nesta quinta-feira (18), em evento do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), executivos da Petrobras relataram que pretendem iniciar a construção de dois módulos para plataformas petrolíferas. Prevista para entrarem em funcionamento no início de 2029, ambas construções serão instaladas nos campos de Atapu e Sépia, estabelecidas na Bacia de Santos. 

Denominadas P-84 e P-85, têm capacidade para fomentar em torno de 225 mil barris de petróleo por dia e podem representar a resposta da petroleira quanto à demanda naval.

 Resposta da petrolífera pode ter relação com setor naval brasileiro

Jean Paul Prates, CEO da Petrobras, deu uma resposta aos jornalistas que o esperavam no evento que suscitou dúvidas quanto à verdadeira motivação por trás do levantamento das plataformas. Prates apontou a necessidade de estimular o comércio local sem deixar de ser competitivo.

Anteriormente, havia relatos de que a indústria naval estava pressionando à Petrobras para que fossem realizadas mudanças nos contratos de licitações das plataformas. Essa medida possibilitaria a construção das estruturas por parte de indústrias locais. 


Jean Paul Prates em entrevista (Foto: reprodução/Tuane Fernandes/Getty Images Embed)


Apesar de pedaços e demais componentes serem construídos no Brasil, geralmente falta tecnologia e infraestrutura para montar uma unidade inteira. Com o custo elevado para produção no país, os contratantes apelam para indústria naval de outras regiões, como o caso da Ásia. Porém, há uma discussão com o governo brasileiro para melhorar este aspecto.

“Estamos discutindo neste momento ideias para apoiar o setor que levamos à Casa Civil e ao próprio presidente da República”, aponta Prates. Ainda neste primeiro semestre será lançado um programa de apoio ao setor naval.

Cargo de CEO da Petrobras está sendo visado pelo governo

A gestão de Jean Paul Prates foi questionada por membros da alta cúpula do governo. O motivo seria a distribuição de dividendos extraordinários da empresa, um valor pago aos acionistas com base nos lucros da empresa. Em março, este custo não foi repassado e refletiu no mercado.

Ainda que a posição do CEO seja duvidosa perante à esfera política, Prates se diz “tranquilo no cargo”.

De acordo com a fala do executivo no evento, cerca de 200 barcos de apoio serão contratados até 2028.

Faturamento da Petrobras recua 20% em 2023 em comparação ao ano anterior

A Petrobras teve uma baixa no rendimento em 2023. Foram R$ 124,6 bilhões neste ano se comparado com os R$ 188,3 bilhões arrecadados em 2022. A petrolífera registrou lucratividade, um aumento de 16,6%, se nivelado com o trimestre anterior. Porém, não foi alto o suficiente para atingir o valor obtido em 2022 — 28,4% de prejuízo, se equiparado.

Ao nível de receita de vendas, o quarto trimestre do ano passado registrou um ganho de R$ 134,2 bilhões, apenas 9,5% de diferença quando comparado com o mesmo período de 2022.

Pagamento de dividendos preocupa analista 

Para Flavio Conde, analista da Levante Ideias de Investimento, existe a dúvida quanto ao valor que a Petrobras irá pagar de dividendos na atual gestão de Jean Paul Prates, presidente da Petrobras. Anteriormente, os rendimentos eram distribuídos de forma equitativa, ou seja, 100% dos lucros. Resta a dúvida se haverá mudança ou não. “A estatal pode querer economizar recursos para investir na transição energética e na prospecção da Margem Equatorial”, pontuou.


Jean Paul Prates é o atual presidente da Petrobras (Foto: reprodução/Linkedin/Jpprates)

Em nota anterior, a estatal havia informado que a divisão seria baseada em cima dos R$ 14,2 bilhões relativos ao trimestre. Além disso, divulgaram que se houvesse aprovação da Assembleia Geral Ordinária (AGO), o valor poderia até aumentar se compreendesse o ano inteiro. Seriam R$ 72,4 bilhões de dividendos, no total. 

Analista previa lucro maior para o trimestre

As projeções eram vantajosas para o trimestre, de acordo com Conde. Havia uma estimativa de R$ 133 bilhões para a receita do trimestre que não foi atingida.

Se as receitas não foram alcançadas, não foi o mesmo caso no faturamento. Segundo o analista, o faturamento superou as expectativas com mais de R$ 1 bilhão.

Foram consideradas as duas ações principais da petrolífera no balanço: a PETR3 e PETR4. A primeira é concedida aos acionistas e interfere diretamente na gestão da empresa. O último tipo de ação, por sua vez, intercede no pagamento de dividendos.