Netanyahu desafia líderes globais em discurso na ONU

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, fez um discurso duro na Assembleia Geral da ONU, nesta quinta-feira (26), direcionando críticas à postura de líderes mundiais diante da guerra em Gaza. O chefe de governo acusou a comunidade internacional de abandonar Israel em meio ao conflito e de se curvar diante de pressões externas.

Lideranças internacionais perdem apoio a Israel

Netanyahu lembrou que, após os ataques de 7 de outubro, muitos países condenaram a violência contra Israel, mas a solidariedade se dissipou quando o governo decidiu reagir militarmente. Para o premiê, o apoio inicial não resistiu às pressões políticas e às críticas sobre as consequências humanitárias da ofensiva em Gaza, marcada por milhares de vítimas civis e destruição em larga escala.

O líder israelense argumentou que a mudança de posição internacional representa um enfraquecimento na luta contra o terrorismo e coloca em risco não apenas Israel, mas também a estabilidade global. Em tom irônico, declarou:

Há um ditado familiar, ‘quando as coisas ficam difíceis, os fortes entram em ação.’ Bem, para muitos países aqui, quando as coisas ficaram difíceis, vocês se curvam. E aqui está o resultado vergonhoso desse colapso.”

Benjamin Netanyahu

Ele então acusou os líderes mundiais de travar uma “guerra política e legal contra Israel”, alegando que essa postura reforça campanhas de grupos extremistas e setores antissemitas. Para Netanyahu, a comunidade internacional escolheu criticar Tel Aviv em vez de enfrentar ameaças comuns que, segundo ele, já ultrapassam fronteiras e ameaçam a segurança coletiva.


Benjamin Netanyahu discursando em reunião da ONU (Foto: reprodução/
Michael M. Santiago / Getty images embed)


Discurso de Netanyahu divide a ONU

Na sequência, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu elevou ainda mais o tom de suas críticas, declarando:

Vocês estão apaziguando o seu caminho para fora da jihad, sacrificando Israel. Esta não é uma acusação de Israel. É uma acusação contra você. É uma acusação de fracos líderes que precisam apaziguar o mal em vez de apoiar uma nação cujos bravos soldados guardam você no portão. Eles já estão penetrando seus portões.”

Benjamin Netanyahu

A reação ao pronunciamento foi imediata e dividida entre os presentes. Delegações críticas classificaram o discurso como excessivamente agressivo e distante dos esforços diplomáticos para encerrar a guerra em Gaza. Para esses países, o posicionamento de Netanyahu reforça a escalada militar e dificulta a busca por negociações de paz.

Por outro lado, aliados históricos de Israel ressaltaram a necessidade de proteger a segurança nacional do país diante de ameaças terroristas. Alguns diplomatas afirmaram que o discurso, embora duro, reflete a percepção de isolamento que Israel enfrenta e a urgência em reafirmar sua legitimidade internacional.

A postura do primeiro-ministro evidenciou como o conflito no Oriente Médio continua a dividir a comunidade internacional. Enquanto uns pedem cessar-fogo imediato e acusam Tel Aviv de violações de direitos humanos, outros defendem o direito de Israel de reagir contra ataques. Essa polarização mostra o quanto a guerra em Gaza permanece como um dos maiores desafios diplomáticos da atualidade.

STF condena Bolsonaro a 27 anos e o torna inelegível até 2060, Congresso reage e tenta mudar a Ficha Limpa

O Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu nesta semana o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus envolvidos na tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023. Por maioria de votos (4 a 1), a Primeira Turma condenou o ex-mandatário a 27 anos e três meses de prisão, além de declarar sua inelegibilidade.

Pelas regras atuais da Lei da Ficha Limpa, Bolsonaro só poderia voltar a disputar eleições em 2060, já que a inelegibilidade de oito anos passa a valer apenas após o cumprimento integral da pena. No entanto, o cenário pode mudar caso seja sancionado o projeto de lei aprovado pelo Congresso, que altera o marco inicial dessa contagem.

Mudança na Ficha Limpa pode beneficiar Bolsonaro

O Congresso Nacional aprovou neste mês uma alteração na Lei da Ficha Limpa. O texto, que ainda depende de sanção ou veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), estabelece que o prazo de inelegibilidade passe a ser contado a partir da condenação e não mais após o cumprimento da pena. Na prática, se a nova regra for confirmada, Bolsonaro ficaria impedido de disputar cargos eletivos até 2033 — e não até 2060.

O projeto também fixa um limite máximo de 12 anos de inelegibilidade, mesmo em casos de múltiplas condenações.


Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia conversando no quarto dia de julgamento (Foto: reprodução/Victor Piemonte/STF)

Punições aplicadas pelo STF

Além da pena de 27 anos e da inelegibilidade, Bolsonaro e os demais réus sofreram outras sanções. Entre elas:

  • Perda de mandato do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ);
  • Indenização de R$ 30 milhões, valor a ser pago de forma solidária por todos os condenados;
  • Perda da patente militar a ser avaliada pelo Superior Tribunal Militar para Walter Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira;
  • Perda do cargo público para Anderson Torres e Alexandre Ramagem, ambos delegados da Polícia Federal.

Ao todo, mais de 600 pessoas já foram condenadas pelos atos de 8 de janeiro.

Como votaram os ministros

A condenação foi aprovada por 4 votos a 1. Os ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Flávio Dino e Alexandre de Moraes (relator) votaram pela condenação, enquanto Luiz Fux defendeu a absolvição. É a primeira vez na história do Brasil que um ex-presidente da República é condenado por tentativa de golpe de Estado.


STF em julgamento de Jair Bolsonaro (Foto: reprodução: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

Penas aplicadas aos demais réus

Além de Bolsonaro, outros sete aliados foram sentenciados:

  • Walter Braga Netto (ex-ministro da Defesa e da Casa Civil): 26 anos;
  • Almir Garnier (ex-comandante da Marinha): 24 anos;
  • Anderson Torres (ex-ministro da Justiça): 24 anos;
  • Augusto Heleno (ex-ministro do GSI): 21 anos;
  • Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa): 19 anos;
  • Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin): 20 anos, sem condenação pelos crimes de dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado;
  • Mauro Cid (ex-ajudante de ordens da Presidência): 2 anos de prisão, beneficiado por delação premiada.

Futuro político em disputa

Enquanto a defesa de Bolsonaro prepara recursos, o Congresso aguarda a decisão do presidente Lula sobre a nova redação da Ficha Limpa. O desfecho pode definir se o ex-presidente ficará fora da política por quase quatro décadas ou se terá condições de disputar novamente as eleições já em 2033.

Moraes vota contra Bolsonaro e impulsiona julgamento no STF

Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, votou nesta terça-feira (9), em Brasília, pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus no julgamento da trama golpista.

Segundo Moraes, os acusados atentaram contra o Estado Democrático de Direito ao tentar depor o governo legitimamente constituído por meio de violência e grave ameaça, configurando crimes de golpe de Estado, abolição violenta do regime democrático, organização criminosa e dano qualificado ao patrimônio público. O voto reforça a gravidade do caso e amplia a pressão sobre o STF na decisão final.

Moraes aponta crimes graves em trama golpista

No voto apresentado, Alexandre de Moraes afirmou que os atos do dia 8 de janeiro de 2023 não foram protestos comuns, mas resultado de uma ação organizada, com funções divididas e um objetivo claro: derrubar o governo eleito. Para o ministro, Jair Bolsonaro teve papel importante ao incentivar apoiadores e dar espaço para um movimento que tentou atacar a democracia.

Moraes explicou que os réus fazem parte de um grupo que ultrapassou o limite da manifestação política e colocou em prática uma tentativa real de golpe de Estado. Ele destacou que os acusados cometeram crimes de golpe de Estado, abolição violenta do regime democrático, formação de organização criminosa e destruição de patrimônio público.

O ministro ressaltou ainda que os ataques tiveram como alvo direto o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto, símbolos da democracia no país. Para Moraes, os atos foram uma ameaça grave e sem comparação na história recente do Brasil.


Moraes vota para condenar Bolsonaro e outros sete réus (Vídeo: reprodução/Youtube/CNN Brasil)

Como a trama golpista aconteceu

Segundo o voto de Alexandre de Moraes, a tentativa de golpe não começou no dia 8 de janeiro, mas foi construída aos poucos. Bolsonaro fez lives e discursos dizendo que não aceitaria perder as eleições e espalhando dúvidas sobre as urnas eletrônicas. Depois, vieram reuniões secretas e até uma minuta de decreto golpista que tentava dar aparência legal a uma intervenção militar.

Generais próximos ao ex-presidente também participaram do plano, ajudando a organizar as ações.Tudo isso levou ao ataque de 8 de janeiro de 2023, quando prédios como o Congresso, o STF e o Planalto foram invadidos e destruídos por manifestantes. Para Moraes, esses fatos mostram que houve uma articulação planejada, liderada por Bolsonaro e apoiadores, com o objetivo de derrubar a democracia e manter o poder de forma ilegal.

STF avalia trama golpista e define votos em sessão decisiva desta terça

Supremo Tribunal Federal julga nesta terça-feira (9), em Brasília, a acusação de trama golpista contra aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A sessão deve contar com votos dos ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino, que irão se pronunciar tanto sobre questões processuais quanto sobre o mérito das denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da República. O julgamento busca definir responsabilidades em atos que tentaram abalar o processo democrático no país.

Ministros avaliam acusações e rito processual

Na sessão desta terça-feira (9), os ministros do Supremo Tribunal Federal analisam os primeiros pontos relacionados à trama golpista, em especial as questões processuais que podem influenciar o andamento do julgamento. Entre os temas discutidos está a admissibilidade das provas apresentadas pela Procuradoria-Geral da República e a validade dos depoimentos colhidos ao longo da investigação.

A ordem de votação seguirá a sequência: Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e, por último, o presidente da Primeira Turma, Cristiano Zanin.

As sessões estão previstas para ocorrer:

  • 9 de setembro – 9h às 12h e 14h às 19h
  • 10 de setembro – 9h às 12h
  • 11 de setembro – 9h às 12h e 14h às 19h
  • 12 de setembro – 9h às 12h e 14h às 19h

 O cronograma, no entanto, pode ser alterado de acordo com o andamento dos votos

O julgamento é acompanhado de perto por partidos políticos, entidades da sociedade civil e pela opinião pública, já que o caso é considerado um dos mais relevantes da atual agenda do STF.

Denúncia da PGR e réus envolvidos

A denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta que a trama golpista envolveu a prática de cinco crimes graves. Veja os detalhes:

Crimes apontados pela PGR:

  • Abolição violenta do Estado Democrático de Direito – ocorre quando alguém tenta, com violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais. Pena: 4 a 8 anos de prisão.
  • Golpe de Estado – tentativa de depor, por meio de violência ou grave ameaça, o governo legitimamente constituído. Pena: 4 a 12 anos de prisão.
  • Organização criminosa – quando quatro ou mais pessoas se reúnem, de forma estruturada e com divisão de tarefas, para cometer crimes. Pena: 3 a 8 anos.
  • Dano qualificado – destruir, inutilizar ou deteriorar patrimônio da União, com violência e grave ameaça, causando grande prejuízo. Pena: 6 meses a 3 anos.
  • Deterioração de patrimônio tombado – destruir, inutilizar ou deteriorar bem protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial. Pena: 1 a 3 anos.

Réus denunciados pela PGR:

  • Jair Bolsonaro – ex-presidente da República
  • Alexandre Ramagem – ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin)
  • Almir Garnier – ex-comandante da Marinha
  • Anderson Torres – ex-ministro da Justiça
  • Augusto Heleno – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI)
  • Mauro Cid – ex-ajudante de ordens da Presidência
  • Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa
  • Walter Braga Netto – ex-ministro da Casa Civil

A acusação sustenta que esses nomes formaram o núcleo central da trama golpista, atuando de maneira organizada para fragilizar as instituições democráticas e tentar alterar o resultado eleitoral.

Moraes aponta Bolsonaro como líder de organização criminosa em julgamento da “trama golpista”

O Supremo Tribunal Federal (STF) deu um passo crucial nesta terça-feira (9) no julgamento da chamada “trama golpista”. O relator do processo, ministro Alexandre de Moraes, apresentou seu voto de mérito e exibiu ao público uma série de slides que descrevem a atuação de um grupo político acusado de conspirar contra a democracia. No material, o ex-presidente Jair Bolsonaro aparece como líder da organização criminosa.

Nos documentos apresentados, Bolsonaro aparece ao lado de outros sete réus apontados como parte do núcleo central do grupo: Alexandre Ramagem Rodrigues, Almir Garnier Santos, Anderson Gustavo Torres, Augusto Heleno Ribeiro Pereira, Mauro Cesar Barbosa Cid, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira e Walter Souza Braga Neto. Segundo o ministro, todos teriam atuado em conjunto para enfraquecer as instituições democráticas.

De acordo com Moraes, o grupo utilizou órgãos públicos de forma irregular para monitorar adversários políticos e montar estratégias contra o Poder Judiciário. Entre as práticas denunciadas, estaria a tentativa de desacreditar a Justiça Eleitoral e o resultado das eleições de 2022, além de colocar em risco a própria democracia brasileira.

 Repercussão política e social

A apresentação dos slides por Alexandre de Moraes repercutiu imediatamente no meio político, dividindo opiniões entre apoiadores e críticos do ex-presidente. Parlamentares ligados à oposição ao governo atual viram no gesto um passo fundamental para responsabilizar Bolsonaro e seus aliados por ataques às instituições democráticas.


Voto do ministro Alexandre de Moraes (Vídeo: reprodução/X/@GloboNews)

No cenário jurídico, a análise foi diferente. Especialistas em direito constitucional e eleitoral apontaram que a decisão de Moraes de expor publicamente os slides teve um caráter pedagógico, ao tornar mais visível para a sociedade os argumentos da acusação. Juristas ressaltaram ainda que a inclusão de Bolsonaro como líder do grupo fortalece a narrativa de que houve uma tentativa articulada de subverter a ordem democrática.

 A linha de defesa de Bolsonaro e aliados

Desde o início das investigações, a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro tem negado as acusações de participação em uma organização criminosa ou em qualquer tentativa de golpe. Os advogados afirmam que não há provas materiais que sustentem a tese apresentada pela Procuradoria-Geral da República e reforçada pelo ministro Alexandre de Moraes.

Bolsonaro, em diferentes ocasiões, declarou ser alvo de perseguição política por parte do Supremo Tribunal Federal. Segundo ele, as ações movidas contra seu nome e contra seus ex-ministros têm como objetivo silenciar a oposição e afastá-lo da vida pública. Seus aliados, especialmente no Congresso, repetem esse argumento e classificam o processo como uma tentativa de “criminalizar a direita brasileira”.

No caso específico do julgamento da chamada “trama golpista”, parlamentares e ex-integrantes do governo sustentam que as reuniões e discussões apontadas pela acusação faziam parte do debate político legítimo, não de um plano criminoso. Para eles, a construção da narrativa de que houve uma conspiração organizada busca enfraquecer Bolsonaro em um momento em que ele ainda exerce forte influência sobre parte significativa do eleitorado.


Celso Vilardi, advogado do ex-presidente Bolsonaro (Reprodução/Evaristo SA/Getty Imagens Embed)


Consequências jurídicas

O julgamento da chamada “trama golpista” é considerado um dos mais relevantes da história recente do Brasil, não apenas pelo peso político dos réus, mas também pelos precedentes que pode estabelecer para casos futuros envolvendo ataques à democracia.

Do ponto de vista legal, uma eventual condenação de Jair Bolsonaro e dos demais acusados pode resultar em penas de prisão, além da inelegibilidade por vários anos. Para o ex-presidente, isso significaria o afastamento definitivo da disputa eleitoral, encerrando qualquer possibilidade de concorrer em 2026. Outros réus, muitos deles generais e ex-ministros, também podem perder direitos políticos e enfrentar duras sanções criminais.

Além das punições individuais, o julgamento deve servir como parâmetro para outros processos em andamento. Há dezenas de investigações sobre atos golpistas relacionados ao período pós-eleitoral de 2022, incluindo o ataque às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023. A decisão do STF neste caso poderá orientar a interpretação da Justiça em processos semelhantes.

Novo programa social é lançado: “Gás do povo” 

Nesta quinta-feira (04), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou um novo auxílio conhecido como o “Gás do Povo” Lula foi à Pampulha, em Belo Horizonte, fazer o anúncio. O novo benefício pretende beneficiar o equivalente a 50 milhões de pessoas com a compra de botijões de 13kg. 

O atual (Auxílio Gás dos brasileiros), que o valor é creditado com o Bolsa Família, atinge mais ou menos 5,1 milhões de famílias. A ideia de Lula neste novo programa é atingir ainda mais pessoas (cerca de 10,4 milhões de famílias) que o programa anterior, com o auxílio. A principal mudança é que em vez de receber um valor, hoje de R$ 108 a cada dois meses que poderia ser usado para outras finalidades que não comprar gás, as famílias vão ganhar um voucher exclusivo para a compra de gás em pontos de revenda credenciados pelo governo. O programa deve iniciar entre novembro e dezembro, até a emissão dos primeiros vouchers vale o antigo modelo.

Como funciona

Para retirar os botijões não haverá intermediários é só o beneficiário ir diretamente nos pontos de revenda credenciados pelo governo mais próximos de sua moradia. A autorização para a retirada se dará por algumas possibilidades ainda em fase final: por um aplicativo, portanto um vale digital, cartão específico do programa, QR code (via cartão do Bolsa Família ou Caixa Econômica Federal) e cartão do Bolsa Família. Vale lembrar que tudo é feito no nome do responsável pela família, ademais, precisa ter seu CPF regularizado.


 Presidente Lula no lançamento do no auxílio “Gás do Povo” (Vídeo: reprodução/YouTube/Veja+) 

O novo auxílio que vai ser gerido pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS). Serão beneficiados os inscritos no Cadastro Único de Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) com renda mensal per capita (por pessoa da casa) de até meio salário mínimo (R$ 759), com prioridade para aqueles que recebem o Bolsa Família (renda per capita de até R$ 218). Será levado em consideração o preço médio do botijão em cada estado, também vai ser levado em conta o tamanho da família, por exemplo: famílias com 2 integrantes receberão até 3 botijões por ano. Validade de 4 meses, cada vale. Famílias com 3 integrantes receberão até 4 botijões por ano. Validade de 3 meses, cada vale. Famílias com 4 ou mais integrantes receberão até 6 botijões por ano. Validade de 4 meses para cada vale. Todo o programa será financiado pelo governo para 2025, R$ 3,57 bilhões serão destinados para esse fim. Em 2026, está prevista uma necessidade orçamentária de R$ 5,1 bilhões, portanto os beneficiários não devem pagar nada, será tudo totalmente grátis. 

Principal objetivo do “Gás do povo”

Garantir que famílias vulneráveis tenham acesso gratuito ao botijão de 13kg de GLP (Gás de Cozinha). A ideia é atingir 15,5 milhões de famílias e distribuir cerca de 65 milhões de botijões por ano. Em 2026, a expectativa é de 58 milhões de botijões entregues. Outro objetivo é a redução da chamada pobreza energética, diminuindo a exposição dessas famílias à fumaça causada pela queima de lenha. Com isso, a intenção é proteger a saúde dessas famílias e tirar um pouco do sufoco do Sistema Único de Saúde (SUS).


Poste do presidente Lula sobre o novo auxílio “Gás do Povo” (Foto: reprodução/X/@LulaOficial) 

Em caso de dúvidas, as famílias poderão ligar para o telefone 121. O serviço estará disponível 24 horas por dia, sete dias por semana. Também será possível entrar em contato pelo canal FalaBR, do Governo Federal. 

Justiça concede vitória a Felca após sofrer ameaças virtuais de morte

Neste domingo (17), o plantão do Tribunal de Justiça de São Paulo ordenou que a empresa Google forneça os dados de um usuário do Gmail acusado de enviar ameaças de morte ao youtuber Felca. A decisão liminar atendeu a um pedido feito pelos advogados do criador de conteúdo.

As mensagens com as intimidações foram mandadas neste sábado (16) e mencionam o vídeo em que Felca expôs o influenciador Hytalo Santos, acusado de utilizar menores de idade em seus conteúdos publicados nas redes sociais.

Ameaças online

Em um dos e-mails, o autor afirmou que Felca não ficaria impune por ter denunciado Hytalo Santos. Na mesma mensagem, fez ameaças dizendo que o youtuber iria arruinar a própria vida, que deveria se preparar para morrer. Poucas horas depois, o mesmo remetente enviou um novo e-mail, reforçando as intimidações.

Na decisão deste domingo, o juiz determinou, emergencialmente, que a Google Brasil forneça no prazo de 24 horas as informações que permitam identificar o responsável pela conta utilizada para o envio das ameaças. A ordem judicial inclui os registros de IP dos últimos seis meses, portas lógicas de origem, além de data, hora, minutos, segundos e milésimos de segundo dos acessos, bem como eventuais dados que possam auxiliar na identificação do usuário.

A determinação ainda prevê multa diária de R$ 2 mil em caso de descumprimento, podendo chegar ao limite de R$ 100 mil.

Segurança de Felca

De acordo com o advogado João de Senzi, a repercussão do caso tem sido considerada positiva, já que o influenciador conseguiu utilizar sua exposição para chamar atenção para um tema que era pouco percebido ou compreendido pela maioria.


Vídeo de Felca que viralizou sobre conteúdos de pedofilia no país (Vídeo: reprodução/YouTube/Felca)

Por outro lado, o advogado ressaltou que, após a denúncia, o youtuber passou a ser alvo de constantes ameaças, o que o levou a adotar medidas de segurança, como o uso de carro blindado e a presença de seguranças em sua rotina. Segundo ele, intimidações de diferentes origens são esperadas quando se trata de assuntos delicados como este.

Inclusive, Felca já conquistou decisões favoráveis na Justiça de São Paulo em relação às ameaças recebidas nas redes. Na última terça-feira (12), atendendo a um pedido da defesa do youtuber, a Justiça determinou a quebra de sigilo de 233 perfis que o acusaram de pedofilia durante a investigação que resultou no vídeo divulgado.

Lula tem reunião com Alckmin para ajustar plano de contingência contra tarifaço

Nesta segunda-feira (11) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá uma reunião com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. O encontro deve servir para ajustar os pontos finais do plano de contingência destinado a reduzir os efeitos das tarifas de 50% aplicadas pelos Estados Unidos sobre produtos do Brasil. 

A expectativa é que as ações sejam divulgadas ainda nesta segunda-feira. Antes, a estimativa era de que o anúncio acontecesse até na terça-feira.

Encontro de hoje

Entre as medidas estudadas estão a oferta de linhas de crédito para empresas afetadas pelas sanções dos Estados Unidos, destinadas a financiar investimentos e capital de giro. A prorrogação por até dois meses do prazo para pagamento de tributos e contribuições federais, iniciativa semelhante a do Planalto durante a pandemia, além da realização de compras públicas de produtos perecíveis. O problema é especialmente sobre estoques de alimentos como peixes, frutas e mel, que estão parados desde o anúncio feito pelo presidente americano, Donald Trump.


Reunião marcada hoje deve finalizar o plano contra as tarifas de Trump (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

O encontro no Palácio do Planalto está previsto para às 17h. Integrantes do governo informaram que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e outros ministros também devem participar.

Segundo Geraldo Alckmin, alguns setores geram maior preocupação, como o de café, carne e, principalmente, o de máquinas, incluindo motores e equipamentos. Ele destacou que enquanto produtos considerados commodities podem ser direcionados com mais facilidade para outros mercados, a indústria possui características mais específicas, o que torna esse redirecionamento mais difícil.

Cancelamento de compromissos

No fim de semana, Alckmin cumpriu compromissos em São Paulo, mas decidiu cancelar a agenda que teria nesta segunda-feira na capital paulista e antecipou o retorno a Brasília.

Pela manhã, ele estava previsto para participar do 24º Congresso Brasileiro do Agronegócio. Já à tarde, compareceria ao lançamento do Programa de Qualificação para Exportação, iniciativa da Agência Brasileira de Promoção de Exportações.

Organização da COP 30 se preocupa com alta nos preços de hotéis

O embaixador André Corrêa do Lago, reconheceu nesta quarta-feira (06) a alta exorbitante nos valores das diárias dos hotéis em Belém, no Pará, com valores até 15 vezes maiores em comparação com outras conferências, Corrêa confirmou que o governo busca uma solução para o caso e descarta a possibilidade de transferir o evento.

Preços exorbitantes

Nas últimas semanas, o aumento de 10 a 15 vezes nas diárias dos hotéis, vem sendo fortemente criticado internacionalmente, delegações estrangeiras pedem que a sede do evento seja mudada de lugar por conta dos altos valores cobrados.

André Corrêa do Lago, explica que a questão dos preços é de responsabilidade da Secretária Extraordinária para a COP 30 do Governo Federal. E embora a legislação brasileira permita que o setor hoteleiro defina os próprios preços, o embaixador alega que a discussão gira em torno dos valores e não da oferta de acomodações.

Nesta semana, representantes do governo do Pará e do setor hoteleiro se reuniram para discutir a construção de mais leitos na cidade e os valores cobrados nas diárias.


Placas de sinalização de sistema de esgoto construído para COP 30 em Belém (Foto: reprodução/ Carlos Fabal/ Getty Imagens Embed)


Diplomacia no Evento

A COP 30 tem o objetivo de discutir as mudanças climáticas no planeta e o cumprimento do Acordo de Paris, acordo este que vários países concordaram em reduzir as emissões de gases do efeito estufa e contribuir para o não superaquecimento do planeta.

Entretanto, além de discutir a questão climática, o evento chama a atenção também pela diplomacia, visto que diversos líderes mundiais estarão presentes no evento. O presidente Lula afirmou que ligará para alguns presidentes como Donald Trump, dos Estados Unidos, e Xi Jinping, da China. 

Lula ainda afirmou: “Eu não vou ligar para o Trump para comercializar, porque ele não quer falar. Mas eu vou ligar para o Trump para convidá-lo para a COP, porque quero saber o que ele pensa da questão climática.” Após a posse do presidente americano, ele tirou os Estados Unidos do Acordo de Paris, sob o argumento de que esse acordo atrapalha o desenvolvimento do país.

Trump endurece regras e veta participação de mulheres trans no esporte feminino dos EUA

A Casa Branca revelou medidas inéditas, restringindo a presença de atletas transgênero em eventos esportivos femininos em solo estadunidense. Em outras palavras, atletas trans inscritas em campeonatos nos EUA enfrentarão barreiras de entrada, essencialmente banindo-as dessas disputas.

Comunicado

Em um comunicado divulgado na segunda-feira passada, dia 4, o Serviço de Cidadania e Imigração dos EUA (USCIS) revelou uma alteração em suas normas para a aprovação de benefícios. A nova regra impede que indivíduos reconhecidos por eles como sendo do “sexo masculino” atuem em disputas esportivas femininas dentro do território americano. A nova diretriz proíbe que estrangeiros identificados por eles como do “sexo masculino”, participem de competições femininas no país.

O USCIS está fechando a brecha para atletas estrangeiros do sexo masculino, cuja única chance de vencer esportes de elite é mudar sua identidade de gênero e usar suas vantagens “, resaltou o porta-voz da USCIS, Matthew Tragesser.

E concluiu justificando a decisão dizendo que a medida visa garantir segurança, justiça e integridade nas competições, ressaltando que apenas atletas do sexo feminino devem receber o visto para participar de esportes femininos nos Estados Unidos.

Com o anúncio da medida, o USCIS relatou que a decisão segue o lei assinada por Trump em 5 de fevereiro de 2025 (decreto 14.201), em que impede que mulheres trans paraticipem de disputas femininas. Em julho, ainda como reação ao mesmo decreto, o Comitê Olímpico dos EUA comunicou que mulheres trans estavam impedidas de competir em categorias femininas.


Post sobre mais diversidade no esporte (Foto:reprodução|Instagram|@atletas._.trans)


Postura de Trump

Mesmo antes de ser eleito, Donald Trump já adotava um discurso contrário à pauta transgênero, prometendo “deter a loucura transgênero” desde o primeiro dia de seu mandato. Em 28 de janeiro, pouco mais de uma semana do seu começo de segundo mandato, ele já assinou um decreto que bania pessoas trans nas Forças Armadas dos EUA.

Agora, a expectativa é saber se os Estados Unidos, que sediarão os próximos Jogos Olímpicos em 2028, terão influência para pressionar por medidas de alcance global sobre o tema. O que já se sabe é que a decisão deve impactar diretamente a participação de atletas transgêneros nas competições.