STF dá início às prisões do núcleo central da Trama Golpista

O Supremo Tribunal Federal determinou nesta terça-feira o início imediato das penas impostas aos sete integrantes do núcleo central da Trama Golpista de 2022–2023. Com o fim do prazo para recursos, os condenados começaram a ser presos em diferentes cidades do país, conforme as unidades definidas pelo tribunal. Entre eles está o ex-presidente Jair Bolsonaro, que iniciou o cumprimento da pena em Brasília, enquanto outros ex-ministros e militares de alta patente foram encaminhados para instalações das Forças Armadas e da Polícia Militar.

Onde os condenados vão cumprir pena

Após a confirmação do trânsito em julgado, o STF expediu os mandados de prisão, e os condenados passaram a se apresentar — ou a ser conduzidos — às unidades determinadas pela corte. O ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a mais de duas décadas de prisão, foi levado à sede da Polícia Federal, em Brasília. As autoridades confirmaram que ele ficará em cela individual, sob protocolos de segurança reforçados.

O general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa, começou a cumprir pena na Vila Militar, no Rio de Janeiro. O almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha, foi encaminhado a dependências da própria força naval em Brasília. O ex-ministro da Justiça Anderson Torres ingressou no 19º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal, dentro do Complexo Penitenciário da Papuda.

Já os generais Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira foram conduzidos ao Comando Militar do Planalto, também na capital federal. A única ausência na lista é o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem, condenado a mais de 16 anos, que não foi localizado e está oficialmente foragido. Seu mandado já integra o sistema nacional e pode ser incluído em listas internacionais.

A etapa das audiências de custódia

Com as prisões efetivadas, todos os réus detidos passarão por audiências de custódia, etapa obrigatória prevista na legislação brasileira para assegurar que o início do cumprimento da pena respeitou todos os parâmetros legais. Nesses procedimentos, a Justiça analisa se houve qualquer irregularidade na condução das prisões e verifica a integridade física dos detidos, além das condições das instalações onde estão sendo mantidos.

É também durante a audiência que são avaliados os protocolos de segurança adotados pelas autoridades, garantindo que não houve abuso ou violação de direitos durante o processo de detenção. Caso exista alguma situação urgente, como pedidos de atendimento médico, mudança de cela ou questionamentos sobre o regime inicial de cumprimento da pena, as defesas podem se manifestar nesse momento.

Embora os advogados dos condenados afirmem que ainda existiriam caminhos recursais possíveis, o Supremo Tribunal Federal já havia encerrado essa fase ao considerar as tentativas anteriores intempestivas ou inadequadas. Com isso, as decisões transitaram em julgado, e a execução das penas passou a ser considerada definitiva.

Peso histórico e impacto institucional

A prisão do núcleo central da trama constitui um ponto crucial na história do país. É a primeira vez que um ex-presidente da República começou a cumprir pena por participação em uma tentativa de golpe de Estado. De acordo com especialistas, a decisão representa a reafirmação do Estado Democrático de Direito e evidencia que instituições e autoridades de alto nível não estão isentas de responsabilização penal.

A decisão também aprofunda polarizações políticas, com manifestações divididas entre quem considera a prisão um passo necessário para a democracia e quem interpreta a execução das penas como perseguição. A reação pública tem sido intensa e deve continuar ocupando o debate nacional.


Bolsonaro é condenado a 27 anos de prisão (Foto: reprodução/Instagram/@jairmessiasbolsonaro)


Reações e próximos passos

Os desdobramentos das prisões ainda estão em andamento. O caso do foragido Alexandre Ramagem pode gerar movimentações internacionais caso sua localização seja confirmada fora do país. Nas unidades onde os presos já se encontram, a atenção está voltada para protocolos de segurança, condições de detenção e eventuais solicitações médicas ou estruturais.

Simultaneamente, o clima político permanece em alta tensão, com partidos, juristas, analistas e sociedade debatendo os efeitos institucionais e simbólicos de um processo que já fez história. As semanas seguintes serão cruciais para compreender como o país enfrentará as implicações jurídicas e políticas das penas que estão sendo cumpridas.

STF determina início da pena por conspiração golpista

Na tarde desta terça-feira (25), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o início do cumprimento da pena do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por liderar uma “trama golpista” destinada a subverter a ordem democrática do país.

Condenação e crimes atribuídos

A condenação de Bolsonaro e de outros sete réus — militares de alta patente e ex-ministros — ocorreu em setembro de 2025, após o veredito da Primeira Turma do STF. Ele foi considerado culpado de pelo menos cinco delitos graves: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, planejamento de golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

A sentença histórica representa a primeira vez que um ex-presidente brasileiro é condenado a uma pena longa por atentado contra a democracia, constituindo um marco significativo na história política e jurídica do país.

Fim de recursos e decisão irrevogável

Essa terça-feira também foi marcada pelo reconhecimento do “trânsito em julgado” do processo: a defesa de Bolsonaro optou por não apresentar novos embargos de declaração dentro do prazo, tornando a decisão definitiva. Com isso, não há mais possibilidade de recursos, e a pena entrou em fase de execução.

Na mesma data, o STF expediu mandados de prisão para todos os condenados do chamado “núcleo 1” da trama golpista, entre eles generais, ex-ministros e ex-diretor de serviço de inteligência.


Ex-presidente em coletiva de imprensa (Foto: reprodução / Lula Marques / Agência Brasil)


Onde Bolsonaro será mantido

De acordo com a decisão do ministro Alexandre de Moraes, Bolsonaro permanecerá detido na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Brasília, onde já cumpre prisão preventiva desde o último sábado (22). A cela destinada ao ex-presidente — com aproximadamente 12 m² — passou por uma reforma recente para atender às condições mínimas de custódia. O espaço conta com cama de solteiro, armários embutidos, mesa de apoio, televisão, frigobar, ar-condicionado, uma pequena janela e banheiro privativo, garantindo um ambiente mais estruturado do que o padrão comum do sistema prisional brasileiro.

Ademais, Moraes estabeleceu que Bolsonaro tenha acesso completo a cuidados médicos, com um regime de plantão constante para possíveis emergências ou acompanhamento contínuo da saúde, algo visto como fundamental devido ao histórico de procedimentos médicos do ex-presidente. Além de marcar o início da fase de execução da pena, a decisão demonstra o compromisso da Corte em garantir condições adequadas de custódia.

Reações políticas e institucionais

A condenação e execução da pena representam um divisor de águas no Brasil. Judicialmente, mostram que até figuras de alto poder — inclusive ex-presidentes e militares — podem ser responsabilizadas por ataques à democracia. Para muitos analistas, trata-se de um marco de consolidação das instituições democráticas.

Do ponto de vista político, a decisão debilita a influência de Bolsonaro no ambiente nacional. Relatos recentes mostram queda da mobilização de sua base nas ruas, e poucas manifestações de apoio de grande escala desde a detenção.

Para a comunidade internacional, a decisão fortalece a percepção de que o Brasil é um país disposto a punir tentativas de ruptura institucional, mesmo que de forma tardia. Isso pode contribuir para melhorar sua reputação democrática perante governos estrangeiros e organismos multilaterais.

O que está em jogo: consequências e próximos passos

Com a pena sendo cumprida no regime fechado, Bolsonaro deve permanecer detido até que existam motivos legais para progressão (como bom comportamento, atestado de saúde, entre outros) ou até que a Justiça decida por regime mais brando. A permanência na PF não é definitiva — ele pode ser transferido para uma penitenciária federal de segurança máxima, ou para uma cela especial, conforme prevê a legislação.

Especialistas alertam que a decisão envia um recado forte: a impunidade para crimes contra o Estado Democrático de Direito não será mais garantida, mesmo quando envolver altas patentes ou ex-chefes de governo. Isso possivelmente desencoraja futuros atentados institucionais.

Em contrapartida, existe o perigo de polarização, com uma parcela da população interpretando a condenação como “perseguição política” e seus apoiadores buscando mobilizações ou pressões institucionais. Até agora, no entanto, o movimento tem sido discreto.

Edmundo González se autoproclama presidente da Venezuela

Nesta segunda-feira (5), Edmundo González, candidato de oposição a Maduro nas eleições, proclamou a si como presidente da Venezuela. O ato é advindo da contestação do resultado da eleição presidencial, que ocorreu no dia 28 de julho. A oposição é liderada por María Corina Machado e Edmundo González.

A declaração aconteceu por meio de um comunicado assinado por González e María. O comunicado diz que Maduro se recusa a reconhecer sua derrota e que ele deu um golpe de Estado contrariando toda ordem constitucional. Em documento, González diz que tem provas irrefutáveis de sua vitória. E no fim da declaração, diz: nós vencemos esta eleição sem qualquer discussão. Foi uma avalanche eleitoral, cheia de energia e com uma organização cidadã admirável, pacífica, democrática e com resultados irreversíveis. Agora, cabe a todos nós fazer respeitar a voz do povo. Procede-se, de imediato, à proclamação de Edmundo González Urrutia como presidente eleito da República.


Edmundo González e María Corina Machado, líderes da oposição que assinaram a autodeclaração da presidência (Reprodução: Federico Parra/AFP)

A autoproclamação não é suficiente para reconhecer González como presidente eleito, já que o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela é o órgão oficial responsável pelo resultado das eleições no país.

Oposição contesta resultado

O comunicado assinado hoje (5) por González afirma que Maduro perdeu e obteve apenas 30% dos votos e que Edmundo González foi eleito com 67%. Os dados foram obtidos em uma contagem paralela e não oficial, feita pelo CNE. Segundo o CNE, no dia 2 de agosto, com 96,87% das urnas apuradas, Maduro era eleito com 51,95% dos votos e González, 43,18%.


Contagem paralela apresentada pela oposição em site abastecido por atas (Reprodução/resultadosconvzla)

O Conselho Nacional Eleitoral, responsável pelo trâmite eleitoral do país, é presidido por um aliado de Maduro.

Comunidade internacional e crise venezuelana

A autoproclamação de González acontece após diversos países do mundo e entidades contestarem o resultado das eleições presidenciais da Venezuela. Após a divulgação da contagem paralela, Estados Unidos, Panamá, Argentina, Peru, Costa Rica e Uruguai declararam a derrota de Maduro.

A OEA (Organização dos Estados Americanos) também não reconhece a vitória de Maduro. E em relatório, diz ter indícios de que o governo de Maduro alterou os resultados. A União Europa também discorda dos resultados e o Central Carter, ONG que observa democracias pelo mundo, diz não poder ser considerada democrática a eleição venezuelana.

Na última quinta (1), Brasil, Colômbia e México solicitaram, em uma nota conjunta, a divulgação das atas eleitorais da Venezuela. Assim como a resolução do impasse por vias institucionais para que a vontade popular seja respeitada em uma apuração imparcial.

Trump é oficializado como candidato a presidente dos Estados Unidos para 2024

Donald Trump foi oficialmente confirmado como o candidato pelo Partido Republicano à presidência dos Estados Unidos para as eleições de 2024. Trump escolheu o senador republicano J.D. Vance, do estado de Ohio, para ser seu vice-presidente. A formalização ocorreu durante o início do primeiro dia da Convenção Nacional Republicana, nesta segunda-feira (15).

Donald Trump foi oficializado como o candidato do partido à Casa Branca para as eleições de 2024, e fez o anúncio de sua candidatura diante de uma plateia entusiástica de apoiadores, reafirmando sua intenção de “Fazer a América Grande Novamente”. 


Trump e Vance, candidatos à Casa Branca 2024 (Foto: reprodução/X/ @DonaldTNews)

Escolha de J.D Vance para vice de Trump

Trump também anunciou o seu candidato a vice-presidente, o senador republicano James David Vance, conhecido como J.D. Vance, que representa o estado de Ohio no Senado, é visto como um forte aliado ideológico de Trump e traz uma nova perspectiva para a chapa republicana, o que pode atrair eleitores mais jovens.


Vance, senador de Ohio e candidato a vice-presidencia à Casa Branca (Foto: reprodução/X/@JDVance1)

A Convenção Nacional Republicana, se estenderá por quatro dias, e servirá como um palco para o Partido Republicano apresentar sua plataforma e escolher as estratégica, considerando seu apelo entre os eleitores de Ohio, estado crucial para as eleições.

Aliança política

Trump e Vance esperam que essa aliança traga um novo fôlego à campanha, com a intenção de atrair tanto os eleitores tradicionais quanto os jovens. Entre os destaques do evento, estão discursos de líderes republicanos e diversos debates sobre as políticas que o partido pretende implementar caso vençam as eleições de 2024.

J.D. Vance, de 39 anos, conhecido por sua postura conservadora e seu apoio às políticas de Trump, escreveu o best-seller “Hillbilly Elegy”, respeitado no partido, sendo visto como alguém que pode energizar a base apoiadora de Trump. Sua escolha para vice-presidente foi oficializada durante a convenção, solidificando a aliança entre Trump e Vance.