Prisão de Bolsonaro gera divisão política e repercussão internacional

A prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, decretada pelo ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF), gerou intensa repercussão tanto no cenário político nacional quanto internacional. A medida foi tomada após Bolsonaro descumprir determinações judiciais que o proibiam de publicar conteúdos em redes sociais, além de impor restrições como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição do uso de celulares.

No Brasil, a decisão provocou reações polarizadas. Aliados de Bolsonaro, como o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), classificou a prisão como uma “vingança política”, enquanto o senador Ciro Nogueira (PP-PI) lamentou o ocorrido, afirmando que ainda acredita na prevalência da Justiça. Já opositores, como o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), elogiaram a medida, considerando-a proporcional à gravidade dos atos atribuídos ao ex-presidente. A deputada Duda Salabert (PDT-MG) destacou que Bolsonaro começa a pagar por seus ataques à democracia, e o presidente do PT, Edinho Silva, relembrou o plano “Punhal Verde e Amarelo”, que previa atentados contra autoridades como Lula, Alckmin e o próprio Moraes.

Mídia Global Destaca Acusações Contra Bolsonaro

A repercussão internacional também foi significativa. Veículos como o Washington PostReutersAssociated Press e Al Jazeera noticiaram amplamente a prisão, destacando que Bolsonaro é acusado de liderar uma organização criminosa que tentou anular o resultado das eleições de 2022 e planejou atentados contra figuras públicas

O jornal espanhol El País e o argentino Todo Notícias também deram destaque à decisão, ressaltando o contexto das investigações e as restrições impostas ao ex-presidente.


Visitas dos filhos de Bolsonaro a prisão domiciliar precisa ser autorizada pelo STF (Foto: reprodução/Instagram/@portalg1)


Crise institucional e economia

Além do impacto político, a medida teve reflexos econômicos. O ETF brasileiro EWZ caiu após o anúncio da prisão, refletindo preocupações do mercado sobre o agravamento das tensões políticas internas e externas, especialmente com o governo dos Estados Unidos 

A prisão domiciliar de Bolsonaro marca um novo capítulo na crise institucional brasileira, evidenciando o embate entre o Judiciário e setores da extrema-direita, e reacendendo debates sobre os limites da liberdade de expressão, responsabilidade política e respeito às instituições democráticas.

Diddy permanece preso após nova negativa da Justiça americana

Em nova decisão desfavorável, a Justiça dos Estados Unidos voltou a negar liberdade a Sean “Diddy” Combs nesta segunda-feira (4). Para o juiz federal Arun Subramanian, não há garantias de que o rapper não tentaria fugir ou comprometer a segurança de terceiros caso fosse solto.

Preso desde setembro de 2024, Diddy seguirá detido pelo menos até a audiência de sentença, marcada para 3 de outubro. Ele já foi condenado por dois crimes relacionados ao transporte de mulheres com fins de prostituição, mas acabou absolvido das acusações mais graves, como tráfico sexual e conspiração criminosa.

Juiz mantém decisão rigorosa

Segundo o juiz Subramanian, nem o aumento do valor da fiança, nem a criação de condições adicionais seriam suficientes para justificar a liberação do artista. “Aumentar o valor da fiança ou elaborar condições adicionais não altera o cálculo, dadas as circunstâncias e o pesado ônus da prova que recai sobre Combs”, escreveu o magistrado na decisão desta segunda.

A defesa tentava reverter a ordem de prisão preventiva imposta desde o fim do julgamento. O argumento era de que Diddy estaria colaborando com as autoridades e não teria histórico de fuga. Ainda assim, o tribunal optou por manter a detenção.


Caso P. Diddy (reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Do que Diddy foi acusado?

Em julho, o júri considerou Diddy culpado em dois dos cinco crimes que constavam no processo. Ambos envolvem transporte de mulheres para fins de prostituição, sendo uma das vítimas a cantora Cassie Ventura, ex-namorada do rapper. Por esses crimes, ele pode pegar até 20 anos de prisão, 10 por cada caso.

Veja as acusações e os vereditos:

  • Conspiração para extorsão: Inocentado
  • Tráfico sexual por força ou coerção (Cassie): Inocentado
  • Transporte com fins de prostituição (Cassie): Culpado
  • Tráfico sexual por força ou coerção (Jane): Inocentado
  • Transporte com fins de prostituição (Jane): Culpado

Sean Combs, conhecido por sua trajetória na música e no mundo dos negócios, enfrenta agora o momento mais delicado de sua carreira. A sentença final poderá definir os rumos de seu futuro pessoal e profissional.

Justiça Italiana mantém prisão provisória de Zambelli  

No dia de hoje (01/08), após a oitiva da parlamentar em audiência de custódia, o juiz italiano de garantias, Aldo Morgigni, da Corte de Apelação de Roma, manteve a prisão provisória de Zambelli até que seja encerrado o seu processo de extradição para o Brasil, em trâmite perante o Supremo Tribunal Federal. Zambelli viajou para a Itália há uns dois meses, pois possui a nacionalidade italiana. Ela foi presa em Roma, no último dia 29/7.

Manutenção da prisão provisória

Acompanhada de seu advogado italiano, Pieremilio Sammarco, Carla foi ouvida na manhã de hoje, em uma audiência de custódia determinada pela justiça italiana. O juiz italiano, da Corte de Apelação de Roma, Aldo Morgigni, decidiu manter a prisão provisória de Zambelli, até que possam ser exauridos todos os trâmites relacionados ao seu processo de extradição para o Brasil, que deve demorar, em média, entre um ano e meio há dois anos.

A outra opção que o magistrado de garantias italiano poderia ter utilizado era a de aplicar algumas medidas cautelares à parlamentar, tais como: (i) prisão domiciliar; (ii) liberação da parlamentar, mediante o uso de tornozeleira eletrônica ou (iii) seguir em liberdade.

Com a decisão pela manutenção da prisão provisória, o processo segue, agora, para a decisão da Corte de Apelação de Roma, a qual, poderá, posteriormente, ser reformada pela instância máxima do Poder Judiciário Italiano, a Corte de Cassação. Caso a extradição seja autorizada pela justiça italiana, resta à defesa de Carla um último recurso, que seria recorrer à Justiça Administrativa do país.

Veredito final do Ministério da Justiça Italiano

Independentemente da decisão final da justiça italiana, o veredito do caso está nas mãos do Ministério da Justiça da Itália, o qual poderá negar a extradição. São relativamente altas as chances dessa medida, considerando o posicionamento ideológico da atual primeira-ministra do país, Giorgia Meloni.  


Giorgia Meloni (Foto: reprodução/European Council Convenes In Brussels/Getty Images Embed)


Zambelli está atualmente licenciada de seu mandato como Deputada Federal no Brasil e é considerada foragida pela justiça brasileira, pois imigrou para a Itália, após ter sido condenada a uma pena de 10 anos de prisão pelos crimes de falsidade ideológica e invasão cibernético ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Deputada Carla Zambelli é presa na Itália

O Ministério da Justiça afirmou nesta terça-feira (29), que a deputada federal, Carla Zambelli (PL-SP), foi presa na Itália. Ela havia fugido para a nação europeia após ser condenada a 10 anos de prisão, pelo caso da invasão hacker no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ela atualmente é mantida no país, porém tem risco de obter extradição, sendo forçada a retornar para o Brasil.

A prisão da deputada

O deputado italiano Angelo Bonelli veio ao seu perfil no X (antigo Twitter), declarar que ele foi o responsável por entregar o endereço de Carla Zambelli para a polícia, que foram ao apartamento onde a deputada estava e a prenderam.

Carla Zambelli está em um apartamento em Roma. Forneci o endereço à polícia. Neste momento, a polícia está identificando Zambelli”, disse o deputado.


Tweet de Angelo Bonelli denunciando Carla Zambelli (Vídeo: reprodução/X/AngeloBonelli1)

Zambelli disse que quer ser julgada pela justiça italiana e iria provar que não tinha envolvimento no caso da invasão ao sistema do CNJ. Ela declarou que a condenação dela foi baseada em um depoimento de um hacker, chamado Walter Delgatti, que foi chamado de mentiroso, pela deputada.

O Ministério da Justiça já havia demandado oficialmente o retorno parlamentar, que estava foragida. Em até 48h haverá a confirmação da audiência que definirá a possível extração.

O caso que levou à prisão

O caso original, que levou à condenação de Carla Zambelli, envolve a invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em que a deputada trabalhou junto com o hacker Walter Delgatti, que também está preso, em janeiro de 2023. O Supremo Tribunal Federal (STF), então a declarou culpada e Carla foi condenada a 10 anos de prisão e era considerada foragida, após sua fuga para a Europa. Ela também deve perder seu mandato, como determinado pela Corte, que aguarda somente a aprovação da Câmara.

Zambelli deixou o Brasil em maio, passando pelos Estados Unidos e então indo para a Itália, onde se firmou, por ter cidadania italiana.

EUA oferecem US$ 25 milhões por prisão de Maduro

Na segunda-feira (28), em Washington, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos anunciou uma recompensa de US$ 25 milhões (cerca de R$ 140 milhões) por informações que levem à prisão ou condenação de Nicolás Maduro, presidente da Venezuela. A medida foi divulgada por meio da conta oficial da Administração de Repressão às Drogas (DEA), que compartilhou um cartaz com a foto de Maduro e o valor da recompensa.

A ação ocorre após o governo norte-americano intensificar as acusações contra Maduro e seus aliados. Ele é apontado como líder do chamado “Cartel de Los Soles”, grupo classificado na última sexta-feira (25) como uma organização terrorista internacional. Segundo o Departamento do Tesouro dos EUA, o cartel estaria envolvido com o narcotráfico e teria vínculos com organizações como o Tren de Aragua e o Cartel de Sinaloa.

Maduro é acusado de narcoterrorismo e tráfico internacional

As acusações contra o presidente venezuelano incluem conspiração para narcoterrorismo, importação de cocaína, além do uso e transporte de armas para o tráfico. Ainda segundo o Departamento de Justiça, os ministros venezuelanos Diosdado Cabello Rondón (Interior) e Vladimir Padrino López (Defesa) também estão sendo investigados.


Governo dos EUA divulga recompensa por informações sobre Maduro (Foto: reprodução/@DEAHQ/X)

Com essas acusações, a recompensa bilionária tem sido vista como uma estratégia do governo norte-americano para ampliar a pressão política sobre o regime venezuelano e enfraquecer sua atuação no cenário internacional. O cartaz divulgado lembra o estilo das antigas campanhas contra líderes do narcotráfico, como Pablo Escobar.

Classificação de cartel como organização terrorista amplia tensão

A escalada de acusações marca mais um capítulo da deterioração das relações diplomáticas entre os dois países. De acordo com o documento oficial, o grupo liderado por Maduro representa uma ameaça à segurança e à paz dos Estados Unidos. A inclusão do cartel na lista de organizações terroristas aumenta as sanções e fortalece a atuação legal das autoridades americanas para capturar os envolvidos.

Ainda não houve resposta oficial do governo venezuelano à nova ofensiva norte-americana. No entanto, especialistas em relações internacionais afirmam que a medida pode gerar impactos diplomáticos duradouros e dificultar ainda mais as negociações entre os países.

Alexandre Correa é condenado por agressão à Ana Hickmann

Tribunal de Justiça de São Paulo condenou o empresário Alexandre Correa a um ano de prisão em regime aberto por agressão contra sua ex-esposa, a apresentadora Ana Hickmann. A decisão judicial, divulgada nesta quarta-feira (23), também determina o pagamento de R$ 10 mil por danos morais e estabelece uma medida protetiva que impede Correa de se aproximar de Ana e de seus familiares por tempo indeterminado.

Agressão e violência doméstica

O caso começou em novembro de 2023, quando Ana Hickmann registrou boletim de ocorrência por lesão corporal e violência doméstica. Desde então, o ex-casal protagoniza uma disputa judicial que vai além das acusações de agressão, envolvendo também questões financeiras e patrimoniais complexas.

Em entrevista publicada no canal de Ricardo Feltrin no YouTube, Alexandre Correa comentou a condenação, contestando a sentença e afirmando que havia “provas robustas” para sua absolvição. O empresário alegou que a juíza desconsiderou fatores relevantes, como o suposto estado de embriaguez de Ana no dia do episódio e episódios anteriores de agressões verbais que ele teria sofrido durante o relacionamento.

Correa também mencionou o depoimento do filho do casal, de 11 anos, como elemento favorável em sua defesa, destacando a postura da criança diante do caso. Em tom de desabafo, o empresário assumiu responsabilidade por não encerrar o casamento antes, especialmente após enfrentar um tratamento oncológico.


Defesa de Alexandre Correia Nota à Imprensa (Foto: reprodução/Instagram//@alexandrebellocorrea/@alewin71)


Partilhas de bens

Além das declarações sobre o processo judicial, Correa voltou a cobrar a partilha de bens do casal. Segundo ele, há imóveis valiosos, como um situado no bairro de Perdizes, avaliado em R$ 10 milhões, que poderiam ser utilizados para quitar dívidas e permitir sua reorganização financeira.

Durante a entrevista, o empresário ainda dirigiu críticas à atriz Luana Piovani, que comentou sobre o caso em ocasiões anteriores. A fala gerou repercussão nas redes sociais.

A defesa de Alexandre Correa afirmou que ele não será preso de forma imediata e que recorrerá da decisão, reforçando sua inocência. Já Ana Hickmann, por meio de nota, demonstrou alívio com o resultado judicial e afirmou que a medida protetiva representa um passo importante para sua segurança e bem-estar. O processo segue em tramitação.

Oruam se entrega à polícia após ter prisão decretada no Rio

Na tarde desta terça-feira (22), o rapper Mauro Davi Nepomuceno, conhecido como Oruam, se apresentou na Cidade da Polícia, no Jacaré, Zona Norte do Rio de Janeiro, após ter a prisão preventiva decretada pela Justiça. A medida foi tomada após o artista se envolver em uma confusão com policiais da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), durante uma operação realizada em sua casa, no bairro do Joá, Zona Oeste da cidade. A polícia buscava um adolescente suspeito de atuar como segurança de um chefe do Comando Vermelho.

Oruam foi indiciado por desacato, resistência qualificada, lesão corporal, ameaça, dano ao patrimônio e associação para o tráfico. Segundo a decisão judicial, a prisão foi considerada necessária para garantir a ordem pública e evitar a continuidade de condutas ilegais.

Confusão com a polícia e repercussão nas redes sociais

Durante a operação, pedras teriam sido atiradas contra os policiais por pessoas que estavam na residência. Ainda conforme a polícia, Oruam teria filmado o delegado responsável pela ação e publicado vídeos nas redes sociais com insultos e ameaças. Em outro registro, o rapper desafiou os agentes após fugir para o Complexo da Penha, zona norte da capital.


Pronunciamento do Rapper Oruam em suas redes sociais (Vídeo: reprodução/Instagram/@andooruammm)


A decisão judicial cita que a residência do artista já havia sido usada anteriormente como abrigo de foragidos da Justiça. Nas palavras do juiz responsável, a postura do cantor demonstra “desprezo pelas instituições legais” e representa risco de reincidência.

Rapper alega abuso policial e nega envolvimento com crimes

Por meio de nota divulgada em seu perfil, o rapper afirmou ter sido vítima de abuso de autoridade. Ele disse ter reagido emocionalmente após policiais apontarem armas contra ele e alegou que nenhum item ilícito foi encontrado em sua casa. Oruam também acusou os agentes de destruir seus pertences e de sua noiva.

Mesmo com as acusações, o artista declarou que pretende superar o episódio por meio da música e afirmou: “Vou dar a volta por cima”. A defesa do cantor nega qualquer vínculo com o Comando Vermelho e promete recorrer da prisão.

Moraes mantém veto a redes sociais e alerta para risco de prisão de Bolsonaro

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), reforçou nesta segunda-feira (21) a proibição do uso de redes sociais pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo o ministro, a medida inclui também transmissões, retransmissões e qualquer veiculação de áudios, vídeos ou transcrições de entrevistas nas redes sociais de terceiros.

Nova decisão detalha restrições

Na última sexta-feira (18), Moraes impôs restrições ao ex-presidente, a pedido da Polícia Federal (PF) e com aval da Procuradoria-Geral da República (PGR). A nova decisão complementa as medidas e reforça que qualquer tentativa de contornar o bloqueio pode levar à prisão.

A medida cautelar de proibição de utilização de redes sociais, diretamente ou por intermédio de terceiros, imposta a Jair Messias Bolsonaro inclui, obviamente, as transmissões, retransmissões ou veiculação de áudios, vídeos ou transcrições de entrevistas em qualquer das plataformas das redes sociais de terceiro.” escreveu o ministro.

O documento também alerta: “Não podendo o investigado se valer desses meios para burlar a medida, sob pena de imediata revogação e decretação da prisão”.


Ministro do STF, Alexandre de Moraes (Foto: reprodução/Arthur Menescal/Bloomberg/Getty Images Embed)


Medidas cautelares e investigações

As medidas impostas a Bolsonaro se baseiam em indícios reunidos pela Polícia Federal que apontam crimes de coação, obstrução e atentado à soberania nacional.

Moraes afirma ainda que o ex-presidente confessou “de forma consciente e voluntária” uma tentativa de extorsão contra a Justiça brasileira, ao condicionar a própria anistia ao fim de uma tarifa imposta por Donald Trump sobre produtos brasileiros.

Entrevista cancelada e repercussão

O Partido Liberal (PL), ao qual Bolsonaro é filiado, havia anunciado uma entrevista coletiva com o ex-presidente na Câmara dos Deputados nesta segunda-feira. No entanto, após a nova decisão, a participação dele foi cancelada.

Entre as medidas cautelares já impostas a Bolsonaro estão:

  • Uso de tornozeleira eletrônica
  • Proibição de uso de redes sociais
  • Toque de recolher noturno e nos fins de semana
  • Restrições de contato com filhos, diplomatas e outros investigados

Segundo a PF, Jair Bolsonaro e o deputado Eduardo Bolsonaro atuaram junto a autoridades dos Estados Unidos, visando interferir no julgamento da trama golpista no Brasil. A polícia afirma que a intenção era submeter decisões do Supremo Tribunal Federal ao crivo de um Estado estrangeiro.

Bolsonaro enfrenta risco de prisão de até 43 anos após pedido da PGR ao STF

Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou nesta segunda-feira (14) ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para que Jair Bolsonaro seja condenado a até 43 anos de prisão.
A acusação aponta o ex-presidente como um dos articuladores de uma trama golpista que começou a ser construída em 2021 e resultou nos ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023.

O documento entregue ao STF detalha as penas referentes aos crimes atribuídos a Bolsonaro, incluindo tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, associação criminosa e incitação ao crime.

PGR detalha crimes e pede pena máxima contra Bolsonaro

No documento enviado ao STF, a Procuradoria-Geral da República sustenta que Jair Bolsonaro desempenhou papel central na articulação de uma rede que, segundo os procuradores, tinha o objetivo de desestabilizar as instituições e minar o resultado das eleições de 2022.

Para o órgão, Bolsonaro se valeu do cargo de presidente para estimular a desinformação sobre o sistema eleitoral e insuflar apoiadores a agir contra o Estado Democrático de Direito. A PGR aponta que, além dos discursos públicos questionando a legitimidade das urnas, houve reuniões estratégicas com militares e aliados para tratar de medidas “fora das quatro linhas da Constituição”. Esses movimentos, de acordo com a denúncia, teriam preparado o terreno para os atos violentos registrados em Brasília no início de 2023.


PGR pede a prisão de Jair Bolsonaro e mais sete réus por trama golpista (Vídeo: reprodução/YouTube/G1)


Abaixo, veja os crimes citados pela PGR e a pena correspondente a cada um, segundo a legislação brasileira:

Organização criminosa armada

O que é: quando um grupo com quatro ou mais pessoas se junta de forma organizada, divide tarefas para cometer crimes graves e usa ou tem acesso a armas de fogo.

Pena: de 3 a 8 anos de prisão, podendo aumentar para até 17 anos se houver armas envolvidas ou participação de servidores públicos.

Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito

O que é: quando alguém tenta acabar com o sistema democrático usando violência ou ameaças, para impedir o funcionamento dos poderes do país.

Pena: de 4 a 8 anos de prisão.

Golpe de Estado

O que é: quando uma pessoa ou grupo tenta, com violência ou ameaças, derrubar o governo eleito e assumir o poder de forma ilegal.

Pena: de 4 a 12 anos de prisão.

Dano qualificado pela violência ou grave ameaça

O que é: quando alguém destrói ou danifica bens de outras pessoas ou do governo usando violência ou ameaça.

Pena: de 6 meses a 3 anos de prisão.

Deterioração de patrimônio tombado

O que é: quando alguém danifica ou destrói bens protegidos pelo governo por terem valor histórico, cultural ou ambiental.

Pena: de 1 a 3 anos de prisão.

Bolsonaro critica PGR e STF inicia prazos

Se condenado, Jair Bolsonaro pode enfrentar o maior bloqueio jurídico de sua trajetória política. Além da possibilidade de cumprir até 43 anos de prisão, ele pode se tornar inelegível por anos, o que impediria qualquer tentativa de voltar a disputar cargos públicos. Especialistas afirmam que o pedido da PGR ao STF é um marco no inquérito da tentativa de golpe, pois demonstra que a Procuradoria vê indícios consistentes contra o ex-presidente.

Pouco antes de a PGR apresentar as alegações finais na ação penal sobre a trama golpista, na tarde desta segunda-feira (14), Bolsonaro usou o X (antigo Twitter) para se posicionar. Em tom crítico, ele afirmou que “o sistema” estaria tentando destruí-lo para atingir a população brasileira.

O sistema nunca quis apenas me tirar do caminho. A verdade é mais dura: querem me destruir por completo — eliminar fisicamente, como já tentaram — para que possam, enfim, alcançar você. O cidadão comum. A sua liberdade. A sua fé. A sua família. A sua forma de pensar. Sem que reste qualquer possibilidade de reação”, escreveu.


Bolsonaro usa a rede X para se defender (Vídeo: Reprodução/X/@jairbolsonaro)

Após o parecer enviado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, foi aberto o prazo de 15 dias para que os demais réus apresentem suas alegações finais. O primeiro a se manifestar será o tenente-coronel Mauro Cid, que ganhou prioridade por ter fechado um acordo de delação premiada. Em seguida, os outros acusados também deverão protocolar suas defesas dentro do mesmo prazo.

No campo político, o avanço do processo aprofunda o isolamento de Bolsonaro e preocupa aliados sobre o futuro da direita em 2026. Já para opositores, o caso é visto como um teste da resiliência das instituições democráticas após os atos violentos de 8 de janeiro de 2023.

Jon Vlogs retorna ao Brasil após prisão na Croácia e nega agressão

O influenciador Jon Vlogs desembarcou no Brasil na madrugada desta quinta-feira (19), após passar oito dias detido na Croácia. O criador de conteúdo se envolveu em uma confusão dentro de uma boate no país europeu e acabou preso. Em conversa exclusiva com o portal LeoDias, ele afirmou que tudo não passou de um mal-entendido e negou qualquer envolvimento em agressão física.

Mal-entendido

Jon chegou ao aeroporto por volta das 4h30 da manhã e, pouco depois, já concedia entrevista. Ele contou que os dias na Croácia foram intensos e marcados por incertezas. Segundo ele, a situação ocorreu em meio a uma noite de festas e consumo de bebida alcoólica, o que teria contribuído para o desenrolar do mal-entendido. O influenciador relatou que estava com amigos, todos alterados pelo álcool, e que o caso está sendo tratado legalmente por sua equipe de advogados.


Jon Vlogs enfrenta acusação por agredir policial em boate (Foto: Reprodução/Instagram/@jonvlogs)

Durante o tempo em que esteve detido, Jon ficou incomunicável, o que aumentou a apreensão entre familiares e seguidores. Sua mãe chegou a ir até a Croácia para acompanhar de perto os desdobramentos do caso. A liberação, segundo ele, veio após a análise de seu depoimento, que, de acordo com sua versão, demonstrou que não houve agressão. Como o processo ainda está em andamento no país europeu, ele afirmou não poder divulgar detalhes sobre o que aconteceu.

O ocorrido

Jon reforçou que não houve qualquer tipo de confronto físico e que sempre deixou isso claro às autoridades. Ele também enfatizou seu respeito por oficiais de justiça, destacando que, caso tivesse agredido alguém, especialmente uma autoridade, as consequências legais teriam sido muito mais severas.

Agora em solo brasileiro, o influenciador afirmou que sua prioridade é aguardar o fim da investigação e cumprir com as exigências legais, mantendo-se discreto quanto às informações do caso. Ele manifestou o desejo de contar tudo publicamente, mas, por orientação jurídica e pelas leis croatas, deve manter silêncio sobre os detalhes.

Com o retorno ao país, Jon busca retomar sua rotina e seguir com seus compromissos profissionais, enquanto aguarda os desdobramentos do processo que continua em andamento na Europa.