Trump sobre Putin: “Não sei se ele realmente quer paz”

Nesta quarta-feira (28), Donald Trump expressou decepção com os bombardeios russos na Ucrânia. O presidente dos Estados Unidos também afirmou que Vladimir Putin pode estar retardando propositalmente as negociações de cessar-fogo.

Em conversa com jornalistas na Casa Branca, ele disse que deu ao presidente russo duas semanas para chegar a uma decisão. “Em cerca de duas semanas, saberemos se ele está nos enrolando ou não e, se estiver, mudamos o tom da negociação”, declarou o presidente americano.

“EUA agirá de forma diferente” diz Trump

Ainda na coletiva de imprensa, Trump disse que vai tentar entender se há interesse real nas negociações, por parte de Vladimir Putin. “Se não houver acordo, se ele [Putin] permanecer indeciso, minha resposta será diferente. Não sei se ele realmente quer paz”, completou o republicano.

Além disso, o presidente dos EUA expressou profunda decepção com os acontecimentos de algumas noites atrás, quando pessoas morreram durante o que deveria ser uma negociação. Recentemente, através da rede social GETTR, ele já havia dito que o líder russo estaria “brincando com fogo“.


Trump alerta Putin sobre negociações de paz (Foto: reprodução/X/@SamPancher)

Trump e Putin discutem possível tratado de paz

No dia 19 de maio, Putin conversou por telefone com Trump e sugeriu uma colaboração para definir um tratado de paz entre Rússia e Ucrânia, além de estabelecer condições para um possível cessar-fogo.

Poucos dias antes, em 16 de maio, representantes dos dois países se reuniram em Istambul, na Turquia, marcando a primeira conversa direta em três anos. O encontro resultou em um acordo para a troca de prisioneiros, com mil detidos sendo liberados de cada lado.

Embora esse avanço tenha sido concretizado, a guerra entre os dois países se agravou nos últimos dias. As forças russas intensificaram bombardeios em Kiev e em outras cidades ucranianas, levando a uma resposta com drones e reforçando os apelos de Zelensky e dos líderes europeus por sanções mais rígidas contra Moscou.

Condições de Putin para cessar-fogo

Em contrapartida, o presidente russo exige que líderes ocidentais assumam, por escrito, o compromisso de interromper a expansão da OTAN para o leste da Europa. Além disso, a Rússia busca garantir a neutralidade da Ucrânia, obter o fim de algumas sanções e resolver o impasse dos ativos russos congelados no Ocidente.

Portanto, para aceitar o cessar-fogo, Putin quer o controle total das quatro regiões ucranianas que a Rússia reivindicou — Donetsk, Kherson, Luhansk e Zaporizhzhia. Caso suas condições não sejam aceitas, ele pretende demonstrar força militar para pressionar a Ucrânia e os países europeus a aceitarem um acordo sob seus termos.

Trump acusa Putin de “brincar com fogo”; Rússia alerta para risco de 3ª Guerra Mundial

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (27) que o líder russo, Vladimir Putin, está “brincando com fogo” em relação ao conflito na Ucrânia. Em uma publicação em rede social, Trump alertou que, se não fosse por sua intervenção, “coisas realmente ruins” já teriam acontecido à Rússia. Horas depois, o ex-presidente russo Dmitry Medvedev, atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, respondeu mencionando o risco de uma Terceira Guerra Mundial, afirmando que esse seria o único desastre verdadeiramente grave.

As declarações ocorrem após a Rússia realizar, entre domingo (25) e segunda-feira (26), os maiores ataques aéreos desde o início da guerra, com centenas de drones e mísseis lançados contra a Ucrânia. Trump já havia chamado Putin de “louco” no fim de semana, sugerindo que o líder russo mudou de comportamento.

Discurso de Trump se torna mais agressivo contra Putin

Nos últimos dias, Trump tem endurecido seu tom em relação a Putin. Além de chamá-lo de “louco“, o presidente americano já havia feito uma cobrança direta em abril, dizendo: “Vladimir, PARE!“. Suas declarações mais recentes mostram um distanciamento em relação às ações do Kremlin, apesar de, durante sua campanha eleitoral, Trump ter prometido encerrar a guerra “em 24 horas” — algo que ainda não se concretizou.

A escalada retórica coincide com o aumento da violência no conflito. No domingo, a Rússia lançou 367 drones e mísseis, enquanto na segunda-feira foram 355 ataques apenas com drones, marcando uma intensificação sem precedentes nos bombardeios.

Rússia culpa Ucrânia por provocar escalada e envolver Europa no conflito

Nesta terça, Putin acusou a Ucrânia de intensificar os ataques em território russo, classificando-os como “provocativos“. Segundo o porta-voz presidencial Dmitry Peskov, os bombardeios ucranianos não contribuem para as negociações de paz e representam uma tentativa de envolver a Europa diretamente no conflito.


Presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy pede novas sanções internacionais (Vídeo: reprodução/Instagram/@zelenskiy_ooficial)


Peskov afirmou que o fornecimento de armas por países europeus à Ucrânia configura uma “participação indireta” na guerra. Na segunda-feira, aliados da Ucrânia autorizaram o uso de mísseis de longo alcance contra alvos dentro da Rússia, medida que já havia recebido aval dos EUA e do Reino Unido no final de 2024.

A troca de acusações e ameaças entre os líderes reforça a tensão global em torno do conflito, com temores de uma escalada ainda maior. Enquanto Trump alerta para consequências graves, a Rússia responde com ameaças de um conflito global, aumentando a preocupação internacional.

Através de telefonema, Lula incentiva Putin a ir em reunião entre Rússia e Ucrânia

 Durante a conversa, Lula expressou seu apoio e “felicitou” o líder russo sobre a proposta de negociações de paz com a Ucrânia. O governo brasileiro informou que o presidente Luiz Inácio parabenizou Putin pela iniciativa de diálogo, reiterando o compromisso do Brasil em promover a paz, oferecendo colaboração para facilitar um possível acordo justo entre os dois países.

Putin declara disposição da Rússia

O presidente Putin, por sua vez, havia declarado anteriormente, no sábado (10/05), a disposição da Rússia em manter conversas diretas com a Ucrânia. O governo russo confirmou que enviará uma delegação para a reunião em Istambul, na Turquia, embora não tenha divulgado os nomes dos representantes.


Vladimir Putin, presidente da Rússia (Foto: reprodução/Gavriil Grigorov/Getty Images Embed)


Zelensky ressalta a necessidade de cessar-fogo

Do outro lado, o líder ucraniano Volodymyr Zelensky manifestou sua disposição para um encontro direto com Vladimir Putin, mas ressaltou a necessidade de um cessar-fogo prévio como condição para estabelecer um diálogo diplomático e pacífico entre os dois países.
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, solicitou ao chanceler brasileiro, Mauro Vieira, que intercedesse junto a Putin para viabilizar a negociação.

Lula diz que pediu fim da guerra na Ucrânia em ligação com Putin

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que ligou para o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e pediu para que ele acabasse com a guerra na Ucrânia. A declaração foi feita em Pequim, nesta terça-feira (13).

Eu tive a petulância de um dia ligar para o presidente Putin e dizer: pare com essa guerra e volte para a política, porque a política tá precisando muito de mudar o debate pelo crescimento da extrema-direita radicalizada nazista no mundo inteiro”, disse o presidente brasileiro.


De acordo com Lula, a ligação com Putin foi feita antes de sua viagem na última semana para Moscou (Foto: reprodução/Ricardo Stuckert/PR)

Lula ainda revelou estar feliz com o desenrolar das negociações de paz e com resultado de sua viagem. O presidente contou que viu com muito otimismo a proposta de Putin e sua aceitação pelo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que concordou em se juntar ao russo em Istambul para uma conversa. Lula menciona também a nota que divulgou junto ao presidente chinês, Xi Jinping, em que parabenizam a postura dos dois líderes.


Lula e o presidente chinês Xi Jinping (Foto: reprodução/Ricardo Stuckert/PR)

Ao invés de trocar tiros, trocar palavras”, disse.

Vladimir Putin propôs conversar diretamente com o presidente ucraniano na quinta-feira (15). O encontro será em Istambul, capital turca. Os dois debaterão um possível cessar-fogo entre os dois países.

A proposta de Putin acontece diante da pressão de líderes da Europa e Estados Unidos. Eles desejam que o russo concorde com um cessar-fogo de 30 dias para encontrar caminhos que levem ao encerramento do conflito que já dura três anos.

Proposta russa

O presidente russo expressou o desejo de conversar sobre “as raízes” da guerra com a Ucrânia, com o objetivo de chegar à “uma paz sólida e duradoura”. Putin propôs a Ucrânia a realização de “conversas sérias”. Kiev aceitou discutir.

Em raro pronunciamento televisionado, transmitido no sábado diretamente do Kremlim, Putin afirmou que a Rússia está disposta a dar continuidade as negociações diretas com as autoridades da Ucrânia.

Esse seria o primeiro passo rumo a uma paz firme e sustentável, e não apenas o prelúdio para novas hostilidades armadas após o reabastecimento do Exército ucraniano com armas e pessoal, e a intensa escavação de trincheiras”, disse.

Reação ucraniana

Horas depois, a Ucrânia aceitou a proposta, com a condição de que as hostilidades acabem a partir do dia 12 de maio.

“É um sinal positivo que os russos finalmente comecem a considerar o fim da guerra”, declarou Volodymyr Zelensky. O presidente ainda acrescentou que está pronto para se reunir com Putin.

Alemanha impõe prazo à Rússia: cessar-fogo ou sanções severas

Chefes de estados de países da Europa, liderados pelo chanceler alemão, Friedrich Merz, estiveram no último sábado (10) na Ucrânia, buscando um acordo de paz. Juntos e na presença do presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, demonstraram apoio absoluto ao país e anunciaram que vão pressionar a Rússia por um “cessar-fogo completo e incondicional de 30 dias”.

Emmanuel Macron, presidente da França, Keir Starmer, premiê do Reino Unido, e Friedrich Merz, chanceler da Alemanha, visitam juntos Kiev pela primeira vez. O país está em guerra desde fevereiro de 2022, após a invasão russa.

Merz tem apoio dos EUA

Dessa forma, com o apoio dos Estados Unidos, os líderes europeus pressionam o presidente russo Vladimir Putin a aceitar um cessar-fogo. O objetivo de Merz é abrir espaço para negociações que viabilizem uma paz justa e duradoura. Afinal, eles acreditam que é essencial pôr fim à invasão russa e garantir que a Ucrânia prospere como uma nação segura e soberana dentro de suas fronteiras reconhecidas internacionalmente.

Entretanto, a guerra na Ucrânia já ultrapassa 1.170 dias. Estima-se que mais de 700 mil soldados russos tenham sido mortos ou feridos, enquanto as baixas ucranianas ultrapassam 400 mil militares. Além das vidas perdidas, os prejuízos econômicos são imensos, com a reconstrução do país podendo ultrapassar 500 bilhões de dólares.


Chanceler alemão Friedrich Merz defende sanções severas, caso a Rússia não aceite cessar-fogo (Reprodução/X/@bundeskanzler)

Alemanha defende sanções severas

O chanceler alemão defende o endurecimento das sanções contra a Rússia caso Putin rejeite o cessar-fogo. Entre os pontos defendidos por Friedrich Merz, estão: o congelamento de ativos russos no exterior, restrições ao setor energético, incluindo limitações na exportação de petróleo e gás, reduzindo a receita russa, além do aumento da ajuda militar à Ucrânia, com um pacote de 3 bilhões de euros para fortalecer as forças ucranianas.

Em contrapartida, Emmanuel Macron busca estabelecer um canal de diálogo direto entre Moscou e Kiev para viabilizar a trégua de 30 dias proposta por europeus, americanos e ucranianos.

Rússia rebate declarações de Merz

Por enquanto, ao responder às declarações do chanceler alemão Friedrich Merz, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, minimizou o impacto das sanções impostas pelo ocidente. Peskov alegou que a Rússia já aprendeu a driblar as restrições e reduzir seus efeitos.

Por fim, o porta-voz afirmou que, para a Rússia aceitar uma trégua de 30 dias na guerra com a Ucrânia, é essencial interromper imediatamente o fornecimento de armas para Kiev. Segundo ele, o governo ucraniano não demonstra disposição para negociações e não seria Vladimir Putin o responsável por dificultar um acordo.

Em meio a críticas da oposição, Lula se encontra com Putin e reforça união dos Brics

São muitas as negociações envolvendo Brasil e Rússia e igualmente são muitos os interesses também, dentre eles, áreas de defesa, educação, científico tecnológica e energética, mas principalmente, Brasil e Rússia tem um fluxo comercial na casa dos US$ 12,5 bilhões, sendo a Rússia um significativo fornecedor de fertilizantes para o agronegócio brasileiro. 

Em meio a polarizações políticas internas e, do lado russo, críticas advindas de potências ocidentais acerca da guerra entre Rússia e Ucrânia que se estende há mais de três anos, o encontro pode significar potencial de crescimento para as relações comerciais, segundo as palavras de Lula:

“Somos duas grandes nações em continentes opostos, fazemos parte do Sul Global e nós temos a chance de, nesse momento histórico, a gente poder fazer com que a nossa relação comercial possa crescer muito”, ressaltou.

Oposições e críticas

Embora ambos países sejam parceiros e fundadores do Brics – bloco de economias emergentes que reúne Índia, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã, além da China, políticos de oposição aos dois governos não pouparam críticas. Do lado de Putin, acerca de seu envolvimento com a guerra, as críticas vêm sempre de potências ocidentais contrárias às invasões russas à Ucrânia e defensoras de um acordo de paz, até agora não aceito por Putin. Pelo lado do presidente Lula, os questionamentos surgem na essência e tentam desde abrir discussões sobre o que leva o Brasil a querer estabelecer relações com o Putin, a críticas mais básicas que se referem à viagem em meio um cenário geopolítico complexo em que Lula é criticado pelo presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky, que considera pela ocasião, sua postura como pró-Rússia. 


Críticas à Trump (Foto: reprodução/Contributor/Getty images embed)


Durante a reunião, entre os assuntos tratados, sobraram também críticas à política tarifária de Donald Trump, que estabeleceu taxas de importação severas a produtos de mais de 180 países, dentre eles Brasil, China e Europa. 

Defesa do Itamaraty


Acordos comerciais entre Brasil e Rússia (Foto: reprodução/Anadolu/Getty images embed)


Muito embora Lula tenha deixado clara sua intenção ao declarar que sua visita à Rússia tem objetivos puramente comerciais, o Itamaraty precisou publicar uma nota afirmando que o Ministério das Relações Exteriores defendeu sua viagem. 

“Essa minha visita aqui é para estreitar e refazer, com muito mais força, a nossa construção de parceria estratégica. O Brasil tem interesses políticos, interesses comerciais, interesses culturais, interesses científicos tecnológicos com a Rússia. Por seu lado, a Rússia deve ter muitos interesses com o Brasil”, pontuou Lula.

Na publicação, o órgão deixa claro que, apesar do cenário geopolítico “desafiador”, o país quer manter diálogo com grandes potências e defender organismos multilaterais, que buscam pela paz global, e a viagem à Rússia, acima de tudo, tem por objetivo encontrar “soluções para conflitos”.

Cessar-fogo na Ucrânia em maio é anunciado por Vladimir Putin

Nesta segunda-feira (28), o governo russo anunciou que haverá um cessar-fogo durante três dias na Ucrânia. Conforme o informado pelo Kremlin, este momento, que ocorrerá em maio deste ano, seria por conta de “razões humanitárias”, e também devido à data comemorativa do dia da vitória, que foi quando os russos e aliados derrotaram a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial. Ainda comunicaram a respeito do fato, caso a Ucrânia violasse o cessar-fogo, o país presidido por Vladimir Putin iria dar uma resposta adequada e eficaz.

Ucrânia

Apesar da Ucrânia não ter se manifestado sobre essa questão ainda, o país quer que tenha um cessar-fogo imediato, conforme o ministro de relações exteriores informou. A trégua começou a ocorrer após o encontro do presidente Donald Trump com Zelensky ter ocorrido durante o funeral do papa Francisco. Eles se reaproximaram após ter havido um bate-boca em fevereiro deste ano, quando o presidente norte-americano estava próximo à Rússia. Ambos estiveram na despedida de Jorge Mario Bergoglio.

Volodymyr estaria calmo

Conforme o líder americano informou, Volodymyr está mais calmo, afirmando que o país dos ucranianos está enfrentando uma força maior, e ainda relatou que Putin deveria parar com os bombardeios e assinar um cessar-fogo definitivo quanto a esta guerra. Essa é a segunda vez que Putin faz um cessar-fogo, pois havia feito na Páscoa uma trégua, com 30 horas de duração, em que a Ucrânia acabou por acusar Moscou da violação do acordo.


Trump e Zelensky conversam no funeral do Papa Francisco no dia 26 de abril de 2025 (Foto: reprodução/Office of the Presidente of Ukraine/Getty Images Embed)


Discordâncias

Um ponto de discordância que existe entre os países da Rússia e Ucrânia é a respeito do que será feito com as regiões da Ucrânia que estão dominadas pelo país da Rússia. No momento, existem 20% por cento de ocupação feita pelos russos em territórios da Ucrânia.

O cessar-fogo durará três dias.

Trump diz que presidente da Rússia deve assinar acordo para o fim da guerra

Neste domingo (27), Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, reiterou sua insatisfação com Vladimir Putin, criticando o novo ataque de mísseis lançado contra Kiev. Trump também declarou que tem dúvidas sobre o real interesse do líder russo em buscar o fim da guerra.

Acho que a reunião correu bem. Veremos o que acontece nos próximos dias. Provavelmente aprenderemos muito. Fiquei muito decepcionado com os mísseis voando perto da Rússia”, disse Trump quando deixava Nova Jersey.

Além dessa declaração, Trump declarou que acredita que existam limites de um acordo, reforçando que quer que Putin assine o acordo para acabar com a guerra e voltar à vida.

Intensas críticas de Trump à Putin

Em apenas 100 dias de seu governo, o presidente dos EUA insistentemente tem feito críticas ao líder russo, Vladimir Putin sobre os ataques contra a Ucrânia mesmo em meio a negociações de um cessar-fogo.

Trump tem usado como justificativa a esses ataques diretos a Putin, o grande número de vítimas civis causadas pelos bombardeiros da guerra.

Reunião com Zelensky e proposta de cessão da Crimeia

Durante sua passagem pelo Vaticano, para a cerimônia do funeral do Papa Francisco, Trump teve uma reunião com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, onde o presidente americano afirmou que a Ucrânia cederia a Crimeia à Rússia, num acordo de cessar-fogo.

Mesmo com todas as conversas e negociações em andamento, a Rússia continuou os ataques à Ucrânia, o que fez com que Trump sugerisse à imposição de sanções financeiras bem mais rigorosas a Rússia, caso Putin não se comprometa com a paz.


Donald Trump e Zelensky durante conversa no Vaticano (Foto: Reprodução/Handout/Getty Images Embed)


Estados Unidos ameaçam reavaliar as negociações

Marco Rubio, secretário do Estado Americano, declarou que a paciência americana está acabando, dizendo ainda que os EUA podem de alguma forma, reavaliar as negociações caso não haja nenhum progresso significativo.

O governo russo por sua vez, afirmou que irá manter operações militares contra  Ucrânia por conta da presença de ajudas e forças estrangeiras que estão auxiliando a Ucrânia.  

Putin compara Musk ao pioneiro espacial soviético Sergei Korolev

Nesta quarta-feira (16), o presidente russo, Vladimir Putin, elogiou publicamente o empresário dono da Space X, Elon Musk. Na declaração, ele comparou o bilionário sul-africano a Sergei Korolev, engenheiro-chefe por trás do sucesso espacial da União Soviética nas décadas de 1950 e 1960.

Durante um encontro com alunos de uma universidade, Putin discutiu a política espacial da Rússia e destacou as contribuições de Elon Musk no avanço das pesquisas espaciais.

Anteriormente, o russo já havia feito outras declarações sobre Musk. Disse que pessoas movidas por ideias extraordinárias são raras na humanidade. Mesmo que suas ideias pareçam incríveis no presente, com o tempo elas frequentemente se tornam realidade. “Assim como foi Sergei Korolev“, completou Putin.


Presidente Putin, além de elogiar Musk, também conta com seu apoio para missões à Marte (Foto: reprodução/Instagram/@russian_kremlin)


Putin e Musk tem conversas secretas

O jornal americano The Wall Street Journal revelou em reportagem que Musk tem mantido conversas constantes com Vladimir Putin, desde o final de 2022.

Conforme o jornal, Putin solicitou que Musk não ativasse o serviço de internet via satélite Starlink em Taiwan, atendendo a um pedido do líder chinês Xi Jinping.

Ainda segundo a reportagem, Musk mantém comunicação constante com membros do governo russo, como Sergei Kiriyenko, primeiro vice-chefe de gabinete de Putin, acusado pelo Departamento de Justiça dos EUA de espalhar informações falsas para diminuir o apoio do governo americano as tropas ucranianas.

Putin tem planos para Marte

Além dos elogios a Musk, o presidente russo também falou sobre as missões futuras de viagem a Marte. Para isso, a Agência Espacial Russa contaria com apoio da China e do próprio bilionário Elon Musk.

Dessa forma, a exploração russa do território marciano ajudaria a avançar na ciência espacial e em novas tecnologias. O país ainda busca realizar missões tripuladas e não tripuladas ao planeta vermelho.

Além disso, a Rússia está investindo em tecnologias como motores de plasma, que prometem reduzir o tempo de viagem a Marte para cerca de 30 dias. Esta tecnologia está em desenvolvimento, um pouco mais avançada, na Space X, empresa de exploração espacial de Musk. Não é segredo para ninguém que o envio de uma missão a Marte é um sonho antigo do empresário.

Rússia e Ucrânia: novos ataques resultam em incêndios e vítimas

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky usou as redes sociais para denunciar um novo ataque russo direcionado à cidade de Kharkiv, nordeste da Ucrânia, na quarta-feira (02). Segundo Zelensky, um míssil russo atingiu a região, ferindo pessoas e matando outras quatro. Todos eram civis. 

Em sua publicação, o presidente da Ucrânia, classifica os ataques como “terror” e solicita pressão mundial, principalmente dos EUA e da União Europeia (UE) para barrar as ações praticadas por Vladimir Putin, a quem ele se refere como Moscou, por ser a capital da Rússia. 

Desde o início da guerra Rússia/Ucrânia, em fevereiro de 2022, Volodymyr Zelensky tem utilizado constantemente suas redes sociais para denunciar ataques contra o seu país,  além de solicitar apoio da comunidade mundial e de organizações multilaterais para um cessar-fogo. 


https://twitter.com/ZelenskyyUa/status/1907465750904025189
Publicação de  Volodymyr Zelensky sobre os ataques recentes contra Kharkiv (Reprodução/X/@@ZelenskyyUa

Outros ataques russos 

Algumas cidades ucranianas também sofreram ataques aéreos russos. Segundo informou o governador de Kharkiv, Oleh Syniehubov, em um período de uma hora, foram lançados 17 drones drones Shahed contra a cidade de Kiev, causando vários incêndios em instalações locais.

Os drones Shahed foram projetados pelo Irã e são conhecidos como “drones Kamikaze” ou “drones suicidas”. São veículos não tripulados, projetados para atacar vários alvos terrestres ao mesmo tempo. A Rússia utiliza o modelo Shahed 136, também conhecido como Geran-2. Esse tipo de armamento pode ser lançado via terrestre, através de um tanque militar. 

Zelensky também relatou uma série de ataques contra outras regiões do país. 


Informações sobre os ataques russos contra a Ucrânia (Reprodução/Youtubr/@CNNbrasil)

Conforme informações do presidente ucraniano, em um curto período de tempo, 74 drones foram lançados pela Rússia, destes 54 eram do tipo Shahed e 14 atingiram a cidade de Kharkiv. As regiões de Odesa e Sumy, incluindo uma subestação de energia, foram alvejadas. A cidade de Nikopol, no sul do país, próxima a Dnipro, também teve sua  subestação atingida. 

Na semana passada, a Rússia atacou a região de Belgorod, mais precisamente a cidade de Popovka, fronteiriça com a Rússia. O alvo, uma barragem usada pelo exército ucraniano para abastecer cidades da região, foi explodida por um bomba com o peso equivalente a três toneladas. O ataque causou inundações e danos a produção agrícola.  

Ajuda da OTAN

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), uma aliança político-militar, atualmente formada por 32 países, prometeu ajuda militar à Ucrânia, no valor de 21 bilhões de dólares. 

Em discurso, na data de ontem, quarta-feira (02), o secretário geral  da organização, Mark Rutte, informou que a “aliança precisa combater as ameaças que enfrentamos”, referindo-se aos ataques russos contra a Ucrânia, uma guerra em atividade há mais de três anos.


Discurso de Mark Rutte em Bruxelas, Bélgica (Reprodução/X/@NATO)



Em meio a ajudas financeiras tanto da OTAN quanto da União Europeia, a Ucrânia segue aguardando um acordo de cessar-fogo com a Rússia, mediado pelos EUA. Mas, até o momento, sem avanços ou resoluções significativas.