Nego Di é levado para presídio em Canoas, no Rio Grande do Sul

O influenciador e humorista, Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di, foi transferido para o presídio estadual de Canoas, região metropolitana de Porto Alegre, na noite deste domingo (14).

Ele foi preso preventivamente em Santa Catarina e levado sob custódia para o Rio Grande do Sul, onde irá ocorrer o processo em que é acusado de estelionato. Anderson Boneti, que também é suspeito do esquema de estelionato, é acusado de ser parceiro do humorista, e está foragido.

Conforme a polícia, mais de 370 vitimas tiveram prejuízos por conta do esquema, juntando um total de mais de $ 5 milhões de reais.

O esquema de estelionato

Segundo as investigações, Nego Di vendia produtos como televisores, ar-condicionado e celulares por um preço inferior ao de mercado e não cumpria a entrega.

Nas redes, ele disse que foi contratado pela Boneti apenas para divulgar os produtos, mas em outro vídeo disse que era o dono e garantiu a entrega dos produtos aos clientes. Uma das vítimas do golpe perdeu cerca de R$ 30 mil reais após comprar dois celulares e ar-condicionado, contou a CNN Brasil., como era os modus operandi de Nego Di.


Diversos objetos como correntes e relogios também foram apreendidos (Foto: Reprodução/MPRS)

Conforme relato da vítima, o suspeito vendeu, em 2022, aparelhos celulares com valores bem abaixo do mercado e fez a entrega, para conferir autenticidade a fraude. Pouco depois, ele anunciava que criaria uma loja virtual, vendendo produtos a preços baixos e acessíveis a todos.

O prazo de entrega dos produtos era de 50 dias, o que segundo a polícia foi um plano idealizado por Nego Di, para enganar os outros, organizando mais promoções para atrair outros clientes.

Quando as vítimas foram contatadas pela polícia, houve quebra de sigilo bancário, mostrando que Nego Di recebeu mais de R$ 300 mil em pouco tempo, confirmando assim o estelionato.

A defesa do caso

Segundo a CNN Brasil, a defesa do humorista, está entrando com pedido de habeas corpus, para que o suspeito responda em liberdade, por estar colaborando com as investigações.

O advogado de Nego Di, relatou que o Ministério Público do Rio Grande do Sul apresentou denúncia, mas seu cliente ainda não foi citado, portanto, ainda não foi indiciado pelo crime em questão.

Governo Federal investiga irregularidades em metade dos pedidos de Auxílio Reconstrução

Nesta sexta (12), o Jornal Nacional revelou informações sobre o relatório do governo federal sobre os pedidos de Auxílio Reconstrução depois das enchentes que ocorreram no Rio Grande do Sul. Cerca de 300 mil pedidos estão em processo de investigação por suspeita de irregularidade. 

Relatório do Governo

Das mais de 600 mil solicitações do benefício, praticamente metade caiu na malha fina, ou seja, com o valor retido. O mesmo relatório menciona que 150 mil pessoas não vivem em áreas afetadas pelas enchentes; 2,7 solicitaram o auxílio em mais de uma localidade e 152 mil não confirmaram seu endereço. 

De acordo com o ministro da Secretaria de Apoio à Reconstrução do RS, Paulo Pimenta, uma pessoa não pode cadastrar mais de uma família no mesmo endereço. O governo tem acesso aos dados do Censo e de contas de luz e d’agua para confirmar a veracidade das informações divulgadas, Pimenta também confirmou que os casos suspeitos estão em análise e ainda não tiveram os valores liberados. 


Paulo Pimenta junto ao presidente Lula (Foto: reprodução/Joédson Alves/Agência Brasil)

“Se a pessoa não comprovar, através de um documento público, que aquele endereço é o endereço onde ela efetivamente reside, ela não recebe”. Explicou o ministro. 

Auxilio Reconstrução

Instituído em maio desde ano, o Auxílio Reconstrução foi criado para ajudar os habitantes do estado do Rio Grande Sul que foram afetados pelas enchentes, municípios como Porto Alegre, Pelotas e Rio Grande foram transbordados. 

Com o valor de R$ 5,1 mil, o Auxílio busca dar assistência as famílias afetadas pela tragédia que ocorreu na região. Porém, golpistas utilizaram nomes de mais de 1,2 mil moradores mortos para obter o benefício. 


Enchentes no Rio Grande do Sul (Foto: reprodução/Carlos Fabal/AFP)

“É lamentável que, em uma situação como essa, a gente tenha que enfrentar essa tentativa de fraude, que é tirar o dinheiro das pessoas que mais precisam na hora que elas mais precisam’’. Continuou Pimenta. 

Um dos casos de fraude foi feito por Junior Cechinel, ele teria alegado morar em uma casa que possui outro dono, e, conforme a Polícia Penal do Rio Grande, até o dia 28 de maio (período das enchentes), ele estava em um presidio em Osorio, localizado no litoral norte do estado, após ser preso por furto. 

Cidade em Santa Catarina registra sensação térmica de −29,9 °C nesta madrugada

Bom Jardim da Serra, uma cidade catarinense, registou nesta quinta-feira, (11), às 5h da manhã, uma sensação térmica de −29,9 °C, conforme o Instituto Nacional de Metereologia (Inmet).

Embora a sensação térmica fosse de −29,9 °C, os termômetros do município registraram uma temperatura de 2,8°C entre as 2h e 5h da manhã desta quinta.


Santa Catarina registra geada e temperatura de -1ºC (Vídeo: reprodução/Youtube/Fala Brasil)

Histórico de geadas

Em geral, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul são as cidades que registram as temperaturas mais baixas de todo o território brasileiro. E, em toda a história do país, a temperatura mais baixa já registrada foi de – 14°C, na cidade de Caçador em Santa Catarina, no ano de 1952.

As cidades catarinenses têm maior chance de ocorrerem geadas, como foi o caso desta quinta-feira, especialmente em regiões com mais vegetação. Um dos moradores registrou imagens da geada na região.


Geada em Santa Catarina (Foto: reprodução/Mycchel Legnaghi)

Previsão para a semana

A Defesa Civil catarinense informou que para a manhã desta quinta-feira (11) as regiões do Planalto Sul, Litoral Sul, Grande Florianópolis e o Alto Vale do Itajaí, devem receber chuvas moderadas a fortes com predominância de raios e chance de alagamentos.

“O processo de formação da frente fria favorece a aparência das chuvas que devem se iniciar no norte do Estado e se espalhar para as demais regiões ao longo do dia”, segundo a Defesa Civil. O órgão informa ainda que, em geral, as pancadas de chuvas e temporais a essa temperatura são acompanhadas de raios, muitas ventanias e possível queda de granizo, em um período bem curto de tempo.


Previsão do tempo para a quinta-feira 11/07
(Vídeo: reprodução/Youtube/Defesa Civil Santa Catarina)

Sensação térmica

Sensação térmica difere da temperatura registrada pelos termômetros, por corresponder a temperatura sentida pela pele exposta, ou seja, é como a temperatura é percebida pelos seres humanos. Ainda mais quando se considera que a temperatura marcada de fato, ainda é combinada com fatores como a temperatura do ar em si e a velocidade do vento.

Por isso, em dias frios como esta quinta (11), os catarinenses tiveram uma sensação térmica muito inferior à temperatura, devido ao vento.

Cobasi é proibida pela Justiça de comercializar animais em shoppings

Nesta quarta-feira (10), o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul proibiu a Cobasi de venderem animais em lojas de shopping por todo o território nacional.

Consequências da enchente

A proibição provavelmente é decorrente do episódio em que 175 bichos faleceram por estarem presos em uma loja da unidade que inundou durante as enchentes do Rio Grande do Sul. A decisão é de Patrícia Antunes de Laydner, juíza de direito, que fixou também uma multa de R$ 1 mil.

A decisão não inclui unidades fora de shoppings, ou seja, para as lojas físicas que não estão em um shopping ainda poderão comercializar animais. Aqueles que ainda estiverem em shoppings deverão ser transferidos em, no máximo, cinco dias, conforme o Tribunal.


Animais falecem durante enchente presos em unidade da Cobasi
(Vídeo: reprodução/Youtube/UOL)

“A Cobasi por si só declarou que durante a inundação estava impossibilitada de resgatar os animais do Shopping Praia de Belas, uma vez que havia uma proibição administrativa a respeito de ingressar nas dependências do shopping” explica a juíza a respeito da evacuação em prédios comerciais durante emergências.

Animais presos

Aves, roedores e peixes estavam dentro da loja quando o shopping inundou em maio de 2024. A unidade ficava no subsolo do Shopping Praia de Bela em Porto Alegre. 

Segundo os funcionários presentes na enchente, a evacuação dos trabalhadores foi feita em segurança e, a intenção era de que eles voltassem para resgatar os animais, porém devido ao aumento repentino do volume da água, isso não foi possível. 
“Foi identificado que todos os computadores da unidade foram retirados e colocados no mezanino.” segundo a delegada Samieh Saleh em uma entrevista para o UOL. Isto é, os funcionários tiveram o cuidado de retirar os eletrônicos, mas deixaram os animais embaixo.

A defesa da Cobasi afirmou que os animais estavam seguros, mas que se tratava de uma tragédia sem precedentes. Já a Associação Instituto Amepatas, responsável por abrir a ação civil pública, defende que a ocorrência se trata de uma omissão de socorro.

Onda de frio: RS enfrenta clima extremo com quatro mil pessoas em abrigos

O Rio Grande do Sul tem sofrido com uma intensa onda de frio que vem atingindo todo o estado desde o final de junho. Segundo meteorologistas, até o final da semana as temperaturas podem cair mais e chegar até 0ºC, informação considerada preocupante para o governo, pois atualmente, mais de quatro mil pessoas estão desabrigadas devido às enchentes ocasionadas pelas fortes chuvas que atingiram as terras gaúchas. 

Desabrigados lutam contra frio intenso

Durante a quarta-feira (10), a cidade de Quaraí, localizada na fronteira com o Uruguai, registrou -2,7ºC, já a Serra Gaúcha teve um registro de 4ºC. Essa mudança nos termômetros aconteceu devido à passagem de um ciclone extratropical na Região Sul que vem provocando a entrada de ar mais frio e chuvas em algumas cidades. 

O fenômeno tem causado certa apreensão na população que está vivendo em abrigos por todo o estado. Em ginásios, voluntários têm colocado lonas ao redor do espaço de algumas famílias para evitar o forte frio durante a noite. 


Lonas sendo colocadas em ginásio no RS (Foto: reprodução/Jornal Nacional/TV Globo)

O governo do RS começou a transferir desabrigados para o primeiro Centro Humanitário de Acolhimento (CHA), inaugurado nesta semana em Porto Alegre. O deslocamento vem acontecendo rapidamente devido ao clima do estado. No centro, as famílias irão receber cobertores e agasalhos extras, além de contarem com atendimento médico, berçário e refeitório no local para terem mais conforto na situação atual. 

Em uma reportagem para o Jornal Nacional, alguns entrevistados declararam que apesar dos gaúchos estarem acostumados com as temperaturas baixas, o frio continua forte e vem incomodando. Um desabrigado também afirmou que, mesmo com os abrigos sendo fechados, o clima gelado persiste no local. 

O governo do estado declarou que mais transferências estão sendo feitas para ajudar as pessoas e que estão reforçando a entrega de itens de vestuário e cobertores para as famílias e pessoas necessitadas. 


Postagem do Inmet sobre o clima na semana passada (Foto: reprodução/Instagram/@inmet.oficial)


Frio intenso deve durar até segunda-feira

Segundo especialistas, a onda de frio deve durar até a segunda-feira (15) no estado. Durante o fim de semana, ela deve perder a força com o enfraquecimento do ciclone, ocasionando o aumento da temperatura e na diminuição das chuvas. 

Porém, os profissionais alertam também que as madrugadas continuam geladas, podendo apresentar temperaturas de 0ºC. É recomendado que as pessoas não saiam de casa e mantenham-se agasalhadas. 

‘Enem dos concursos’ acontecerá em agosto segundo novo cronograma

O Concurso Nacional Unificado (CNU) ficou popularmente conhecido como “Enem dos Concursos” e, nesta quinta-feira (4), o concurso ganhou um novo cronograma divulgado pelo Governo Federal.

Em um primeiro momento, as provas para o concurso inédito planejado pelo Ministério da Gestão aconteceriam no dia 5 de maio de 2024, entretanto, devido às chuvas devastadoras que atingiram o Rio Grande do Sul.

Um decreto foi recentemente publicado visando impedir um novo adiamento do exame, até mesmo em casos excepcionais, tal como as enchentes do RS.


Resultado do CNU será divulgado em 21 de novembro
(Vídeo: reprodução/Youtube/g1)

Cronograma atualizado

Segundo o cronograma publicado recentemente, a divulgação da lista de aprovados no CNU será publicado no dia 21 de novembro. Enquanto a convocação para as vagas deve começar somente em janeiro de 2025.

Caso não seja possível comparecer à prova no dia 18 de agosto, o candidato poderá solicitar a devolução da sua taxa de inscrição, contanto que o pedido seja feito a partir desta sexta-feira (5) até domingo (7), segundo Esther Dweck, Ministra de Gestão.


Governo Federal divulga novo cronograma para o “Enem dos concursos” (Foto: reprodução/divulgação/Gov.br

O mesmo período para solicitar a devolução da taxa também serve para os candidatos que desejam alterar a cidade para realizar a prova. Essa regra é válida apenas para pessoas que moram no Rio Grande do Sul e gostariam de fazer o exame em outro estado, ou para pessoas de outro estado que fariam a prova no RS.

Cartões de confirmação contendo os locais de prova serão divulgados em 7 de agosto.

Possíveis adversidades

Também nesta quinta-feira (4), no Diário Oficial da União foi publicado um decreto com previsões para caso seja necessário a aplicação de provas extraordinárias pela CNU.

Isto é, caso acontecesse algo semelhante à tragédia que desolou o Rio Grande do Sul, mas que afete apenas 0,5% as provas não serão remarcadas com validade nacional.

Conforme o decreto, a prova extraordinária seria aplicada apenas para pessoas atingidas pelo evento hipotético e concorreriam para vagas adicionais que poderiam ser autorizadas pelo Ministério da Gestão em caso de existirem vagas disponíveis.

Seguindo esta hipótese, o quantitativo de vagas adicionais seria fixado de maneira a manter a relação candidato/vaga previamente estabelecida para os demais participantes no concurso. Não obstante, a reserva de vagas destinadas a pessoas negras, pessoas com deficiências (PcD) e indígenas seguirá o previsto por lei.

Ipea mostra que 92% dos empregos nos municípios mais atingidos pela enchente foram abalados 

Dois meses após o período conturbado das grandes enchentes ocorridas no Rio Grande do Sul, os aspectos diferentes e a volta ao dia-a-dia costumeiro encontram-se na realidade. Entretanto, os prejuízos causados pela força da natureza ainda faz parte da preocupação dos habitantes da região.  

Abalo nos empregos

De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), os municípios mais afetados pelas enchentes de dois meses atrás tiveram cerca de 92% dos postos de trabalho abalados. A estimativa divulgada nesta quarta-feira (3) levou em consideração os municípios de Eldorado do Sul, Roca Sales e Muçum.  

Os estabelecimentos privados também foram impactados, provocando um prejuízo em cerca de 82% deles. Em Porto Alegre, capital do estado, 27% das casas comerciais e 38% dos postos de trabalho foram comprometidos diretamente.  

Nos 418 municípios em estado de calamidade ou emergência, 334,6 mil postos foram prejudicados e já somam um valor equivalente a 13,7% dos empregos das cidades. Ainda dentro deste cenário, o número de estabelecimentos afetados chegou a 23,2 mil, praticamente 9,5% do geral.  

“O impacto de eventos climáticos extremos como o ocorrido no RS é mais amplo do que o reportado neste estudo. Isso porque mesmo estabelecimentos indiretamente atingidos também devem ter sofrido consequências — já que seus fornecedores, consumidores, ou infraestrutura de escoamento podem ter sido afetados“, disse o Ipea em comunicado.

Como está o Rio Grande do Sul

Apesar da destruição e das dores causadas pela perda, o povo gaúcho está mais unido do que nunca, movidos pela esperança na busca de uma reconstrução para o estado. A cada dia, suavemente, algo volta para seu lugar de origem ou é reconstruído e se torna mais um símbolo da nova fase. A entrega de Centros Humanitários de Acolhimento está a todo vapor, com projetos de Cidades Provisórias prontas para ser entregues.


Cidade provisória em Canoas, Rio Grande do Sul (Foto: reprodução/ TV Globo/ Governo do Rio Grande do Sul)

O Rio Grande do Sul ainda está em processo de recuperação e estima-se que leve mais alguns meses para que exista um erguimento total. Até lá, o estado retorna aos poucos para o que um dia foi.  

Após enchentes, limpeza do Aeroporto Salgado Filho em Porto Alegre foi finalizada

Durante todo o mês de maio, as dependências do Aeroporto Salgo Filho, em Porto Alegre, permaneceram inundadas. Neste domingo (30), a Fraport, empresa alemã responsável pela administração do aeroporto, publicou novas imagens. Essa é mais uma etapa concluída para a volta das operações do Salgado Filho. Ao longo desse período os serviços estavam sendo feitos pelo Park Shopping Canoas, na Região Metropolitana.

No dia 18, terça-feira, a concessionária alemã solicitou um prazo de até quatro semanas para calcular os danos causados pela enchente no terminal.O pedido foi concluído durante uma reunião com representantes do governo federal. A empresa afirmou que vai informar melhor sobre o atendimento no dia 8 de julho.

O anúncio foi feito na sexta-feira (21) pelo Ministério dos Portos e Aeroportos. As operações serão retomadas até os primeiros 15 dias de julho.

O trabalho de embarque e desembarque vai continuar sendo feito na Base Aérea de Canoas, no momento em Porto Alegre o local tem realizado apenas voos comercias noturnos.

Nota publicada pela Fraport

“Estamos realizando os testes na pista de pouso e decolagem e demais equipamentos necessários para a retomada da operação em Porto Alegre. Nossa expectativa é de receber esse diagnóstico em meados de julho. A partir disso será possível determinar as intervenções necessárias na pista e o tempo de recuperação para a retomada dos voos diretamente do Salgado Filho.”


Aeroporto Salgado Filho (Foto: reprodução/Anselmo Cunha/ Getty Images Embed)


Problemas financeiros à vista

De acordo com um levantamento da Secretaria de Turismo do Rio Grande do Sul, o fechamento do aeroporto até o final do ano pode acarretar em um prejuízo de até 1,4 bilhões de reais. O terminal foi completamente atingido pelas enchentes que assolaram os gaúchos. O mesmo estava fechado desde o dia 3 de maio.

O impacto no turismo é evidente nas imediações do terminal, segundo o estudo, que estima perdas diárias de até 15 milhões em estabelecimentos comerciais no aeroporto e nas redondezas.

O governador do estado do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, nesta quinta-feira (27) teve uma reunião para discutir o números de voos. Junho se encerrará com menos de 400 voos, uma queda de 85% das atividades. podendo afetar diretamente no PIB (Produto Interno Bruto), o valor é estimado em até 3,2 bilhões.

Aumenta o risco de temporais no Rio Grande do Sul

O site Climatempo emitiu um aviso nesta quarta-feira (26), sobre o risco de aumento de instabilidade no estado do Rio Grande do Sul. O alerta vale para as regiões Noroeste, Norte e Serra e Vales, avisando sobre a possibilidade de temporais pontuais causados por um ciclone extratropical próximo ao sul do Brasil. As temperaturas também prometem continuar bem baixas com a aproximação de uma frente fria causada por esse ciclone.

Risco de chuva intensa

O Rio Grande do Sul ainda passa por dificuldades causadas pelas enchentes que assolaram várias cidades do estado da região mais extrema do país e causaram uma onda de solidariedade país afora. Agora, a formação de um ciclone extratropical se formando no oceano Atlântico pode agravar a situação ainda mais.

A frente fria associada a esse ciclone deve trazer, além de temperaturas baixas, tempestades e chuvas intensas com ventos fortes, além da possibilidade de granizo.


O ciclone que se aproxima do RS prevê a intensificação das chuvas e ventos nos próximos dias (Foto: reprodução/Luza Studios/Getty images embed)


As informações trazidas pelo Climatempo ainda preveem chuva forte ou moderada na capital rio-grandense, enquanto as regiões Central e Sul têm previsão de garoa, apenas. Em Campanha, Missões e no Oeste do estado não deve chover, apesar da formação de algumas nuvens no céu. Mas a situação mais preocupante está nas regiões Serrana, Noroeste, Metropolitana e Nordeste de Porto Alegre.

Para estas regiões, o Instituto Nacional de Meteorologia, o INMET, emitiu alerta de chuva e tempestades, com precipitação entre 20 a 30 milímetros por hora, podendo chegar a 50 milímetros por dia, além de granizo e ventos intensos de 40 a 60 km/h.

Temperaturas bem frias

O ciclone que se aproxima do RS também promete ajudar a manter as temperaturas frias neste inverno. A frente fria trazida por ele irá se deslocar para a região Sudeste do estado, ajudando a manter as temperaturas de um dígito em algumas cidades sulistas.

Segundo o Climatempo, municípios como Caçapava do Sul, Pinheiro Machado e São José dos Ausentes, não verão temperaturas acima de 3ºC, com a máxima não passando dos 10ºC. Outras cidades como Bagé, Pelotas, Santana do Livramento e Chuí devem ter mínimas de 5ºC.

Pesquisa aponta que 30% dos moradores do RS pensam em mudar de residência

Os últimos eventos climáticos que atingiram a região sul do Brasil, afetaram mais de 2,3 milhões de pessoas, muitas delas perderam parentes, animais domésticos e suas residências. Acostumados com fenômenos meteorológicos na região, os moradores se veem desta vez incapazes de recomeçar suas vidas no mesmo local. 

Segundo estudo realizado pela Startup Loft e Offerwise, 80% das pessoas declararam que os fenômenos climáticos já teriam prejudicado sua residência ou de familiares. Cerca de mil pessoas foram entrevistadas no período de 4 a 7 de junho, 41% deles expressaram o desejo de deixar a região. Surpreendentemente o percentual de moradores que não pretendem se mudar é maior, mesmo com as condições adversas muitos deles têm o sentimento de força e acreditam que irão recomeçar novamente. 

A empresária Camila Portela, que mora em Venâncio Aires, município do Vale do Rio Pardo, relatou que não teve dúvida com relação a deixar o bairro, ao se deparar com sua residência submersa por semanas e mesmo após baixar a água, o mal cheiro continua nas ruas e residências devido ao acúmulo de resíduos deixados pela enchente. Camila já havia se mudado de outro bairro que foi atingido por uma enchente em 2014, na ocasião a água chegou a atingir 1,70 metros alagando residências e comércios no bairro União, região central da cidade. 


Cidade alagada após enchente no RS (Foto: reprodução/Jefferson Bernardes/Getty Images Embed)


A difícil missão do recomeço

A cidade de Passo Fundo no norte do estado tornou-se o destino para muitas famílias que decidiram reconstruir suas vidas após as enchentes que devastaram várias regiões. A Secretaria de Cidadania e Assistência Social (SEMCAS) atendeu dezenas de famílias oriundas de diversas partes e que buscaram em Passo Fundo um local para recomeçar.

Segundo Rafael Bortolussi, secretário da instituição, a maioria dessas pessoas teriam chegado lá apenas com a roupa do corpo, famintas e sem moradia.

A angústia de ter vivido momentos de desespero em meio à destruição, ainda vem em suas mentes, mas a força em recomeçar logo os dominam novamente.


Animais isolados após enchente no RS (Foto: reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)


Medidas para evitar a tragédia 

O estado do Rio Grande do Sul está numa região geograficamente vulnerável a mudanças climáticas. Segundo a professora de urbanismo da UFRGS a cidade é uma área de risco iminente, por conta da impermeabilização do solo, desvios ou canalizações mal feitas, o que acaba sobrecarregando outras áreas mais frágeis da região. 

A proteção da cidade de Porto Alegre já foi estudada há muito tempo, uma gigantesca obra de engenharia foi feita com 68 km de diques, que protegem a cidade das águas dos rios Rio Gravataí e do Guaíba. Os diques chegam a 6 metros de altura impedindo que água entre na cidade.

Existem 19 estações de bombeamento que ajudam a retirar a água da capital e um sistema que fecha as comportas quando o nível dos Rios sobem. A questão é que o sistema de proteção ficou obsoleto e as ameaças climáticas se intensificaram. 

Uma das soluções possíveis seria uma grande obra em que o Rio Guaíba escoaria para a Lagoa dos Patos a maior quantidade de água e posteriormente seria levada para o Oceano Atlântico por uma saída estreita. O alargamento de canais é a solução mais aceitável de fazer, além de estender o sistema de proteção para outras partes da região, evitando a sobrecarga das bombas que retiram as águas da cidade. 

Matéria por Ana Nascimento (Lorena – R7)