Laure Beccuau, procuradora da República de Paris, diz que joias roubadas do Louvre passam dos R$ 550 milhões

Nesta terça-feira (21), Laure Beccuau, Procuradora da República de Paris, concedeu uma entrevista para uma rádio francesa, a ”Radio Télé Luxembourg” (RTL), sobre o roubo que ocorreu no museu do Louvre na França, no domingo dia (19). Beccuau explica o que já se sabe, e o que a curadoria avaliou de prejuízo pelos roubos, além disso, comenta sobre o prejuízo que vai muito além de só financeiro, mas algo histórico para a França. 

Danos econômicos e históricos

Laure Beccuau, Procuradora da República de Paris, é a primeira mulher a ocupar o cargo de Procuradora da República no tribunal de Paris, uma voz muito forte e importante na França. Ela informou em uma rádio francesa (RTL) que o valor das joias roubadas foi de US$ 102 milhões, o equivalente a R$ 550 milhões, estimado pela curadora do museu. Mas que se os ladrões tentarem desmontar, derreter as joias e as peças para revender, jamais conseguirão obter essas somas totais.


Vídeos dos ladrões no Museu do Louvre (Vídeo: reprodução/YouTube/UOL)


Além disso, a procuradora Beccuau informou que os danos históricos não têm um valor certo, porque vai muito além do valor financeiro. No ano de 1911, o pintor e ex-funcionário do museu Vincenzo Peruggia escondeu-se dentro do Louvre, retirou a Mona Lisa da parede e saiu com ela debaixo do casaco. A obra ficou desaparecida por mais de dois anos, e por conta desse roubo, a Mona Lisa se tornou mundialmente famosa, sendo recuperada em Florença em 1913. Já em 1976, um pequeno conjunto de antiguidades egípcias foi furtado durante obras internas, mas recuperado dias depois. O museu do Louvre não registrou nenhum grande roubo interno após reforçar a segurança no século XX. Porém, nenhum desses roubos é paralelo ou comparável a esse dano histórico que foi esse roubo de 2025.

Roubo ao Louvre

No domingo (19), por volta das 9h30 (horário de Paris), um grupo de ladrões invadiu a galeria Galerie d’Apollon (no corpo Denon do Louvre). Onde estavam expostas joias históricas da coroa francesa. E assim, os ladrões acessaram o andar superior por meio de uma plataforma de elevação e cortaram o vidro de uma janela, entraram e saquearam duas vitrines de alto valor em poucos minutos. Assim,  foram roubadas 8 peças de joalharia consideradas de valor inestimável na história francesa. O Estado francês considera um dos principais roubos da história do país. Além de outra peça recuperada nas proximidades.


Imagem da Polícia no Museu do Louvre (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Kiran Ridley)


Para concluir, o roubo envolveu quatro ladrões que roubaram oito artefatos, como dito anteriormente. Essas peças são da era napoleônica: um colar de esmeraldas com 32 esmeraldas e 1.138 diamantes, oferecido por Napoleão I à sua esposa, Marie‑Louise de Habsburgo-Lorena em 1810. Outra peça roubada foi um par de brincos de esmeraldas correspondentes ao colar acima. Também foi roubado um broche reliquiário, que era pertencente a Eugénie de Montijo, mulher de Napoleão III. E a tiara da Eugénie, adornada com pérolas e milhares de diamantes. Por fim, a coroa da Eugénie também foi alvo, com 1.354 diamantes e 56 esmeraldas. Entretanto, essa peça foi recuperada nas imediações do museu, abandonada pelos ladrões durante a fuga. Informações do Louvre. O museu também informou que manteve-se fechado essa terça-feira (21). No entanto, o Museu do Louvre deve reabrir na quarta-feira (22). Já a Galeria Apolo, onde ocorreu o roubo, permanecerá fechada.

Criminosos invadem museu do Louvre e levam joias de Napoleão e da imperatriz Eugénie

O Museu do Louvre, em Paris, foi fechado neste domingo (19) depois que criminosos encapuzados invadiram o local e roubaram joias históricas. O ministro do Interior da França, Laurent Nuñez, classificou o episódio como um “grande roubo” e disse que os ladrões agiram de forma rápida e planejada. A princípio, Nuñez disse que o grupo levou joias de “valor inestimável” em uma operação que durou cerca de sete minutos.

Nesse sentido, o governo francês acredita que os criminosos fizeram reconhecimento prévio da área. “Eles claramente conheciam o museu e pareciam muito experientes”, afirmou Laurent Nuñez em entrevista coletiva.

Roubo planejado e ação dentro da Galeria de Apolo

O ataque ocorreu por volta das 9h30 da manhã. À primeira vista, os ladrões acessaram o prédio por um canteiro de obras na fachada voltada ao Rio Sena. Em seguida, usaram um elevador de carga para chegar diretamente à Galeria de Apolo, onde está a coleção de pedras preciosas da coroa francesa.

Ainda de acordo com a polícia, os assaltantes estavam armados com motosserras. Eles roubaram nove peças da coleção de Napoleão e da imperatriz Eugénie, incluindo um colar, um broche e uma tiara. A coroa da imperatriz foi encontrada quebrada do lado de fora do museu.

Investigações e segurança reforçada no Louvre


Salle Mollien, Louvre, Paris (Foto: reprodução/Sylvain Sonnet/Getty Images Embed)

Posteriormente ao ocorrido, a ministra da Cultura, Rachida Dati, informou que ninguém ficou ferido e que as investigações continuam. Desse modo, o Louvre permanecerá fechado até nova orientação. O famoso diamante Regent, de 140 quilates, continua sob proteção.

O roubo reacende o debate sobre segurança em museus e lembra episódios anteriores, como o furto da Mona Lisa em 1911. Além disso, o mundo da arte enfrenta outro mistério: o desaparecimento recente de uma pintura de Pablo Picasso durante transporte na Espanha.