Busca de Ucrânia e Rússia por solução para o fim da guerra fica cada vez mais distante

Os presidentes da Ucrânia e da Rússia, respectivamente Volodymyr Zelensky e Vladimir Putin, não conseguem chegar a um acordo de paz entre as duas nações. Zelensky não aceita a proposta de paz feita pela Rússia, a qual alega ser um “ultimato”, inviabilizando um acordo. Putin, por sua vez, acusa a Ucrânia de não querer a paz, mantendo o terror, se referido aos ataques ocorridos recentemente em solo russo.

A guerra entre Ucrânia e Rússia completou três anos em fevereiro. A Rússia propôs, em memorando à delegação ucraniana na última segunda-feira, anexar as regiões já ocupadas pelas tropas russas. Essa ocupação já soma 20% do território ucraniano, e não é a primeira vez que Moscou sinaliza com tais condições, e as mesmas não foram aceitas anteriormente.

Zelensky, ao participar de uma coletiva de imprensa durante evento da OTAN nesta quarta-feira (4), sugeriu um cessar-fogo completo, até que possa ser agendada uma reunião entre os dois presidentes. Para Zelensky, este encontro pode ser marcado para a qualquer momento, e entende que o ideal seria os dois negociarem de forma direta em possíveis novos encontros.

Por seu turno, em evento na Rússia, também nesta quarta-feira, Vladimir Putin denunciou o fato de a Ucrânia não desejar a paz e de não acreditar no sucesso das negociações, pelo fato dos ucranianos terem atacado a Rússia nos últimos dias.

Tal afirmação acontece após a Ucrânia articular três ataques surpresas, fazendo uso de drones contra aviões de guerra, bombardeando linhas ferroviárias em Kursk, e ainda explodiu parte da ponte da Crimeia. Para as autoridades russas, os dois primeiros ataques podem ser chamados de “ataques terroristas”.


Sem acordo entre Rússia e Ucrânia, guerra continua (Foto: reprodução/Instagram/@portalg1)


Exigências russas, troca de prisioneiros e novas negociações

Para que haja uma homologação de acordo de paz, a Rússia fez algumas exigências. Dentre as quais:

  • Limitação do Exército ucraniano, tanto na quantidade de tropas quanto de armas;
  • Proibição da Ucrânia de ter armas nucleares e de abrigar esses armamentos em seu território;
  • Realização de eleição na Ucrânia.

O aceite das exigências russas pela Ucrânia trará a extinção de todas as sanções econômicas entre os dois países, além das restaurações de fornecimento de gás e relações econômicas.

Ainda que a Ucrânia tenha feito três ataques contra os russos, as duas nações concordaram com uma nova troca de prisioneiros de guerra, que visa a liberdade de todos os capturados com até 25 anos, gravemente feridos ou doentes, podendo ocorrer também a devolução de 6 mil corpos de cada lado.

Já no que diz respeito às negociações, segundo o ministro da defesa ucraniano Rustem Umbrov, uma terceira rodada pode ocorrer no fim de junho. Seria a terceira rodada de negociações entre os dois países.


Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky não aceita proposta de Moscou para pôr fim a guerra (Foto: reprodução/Instagram/@zelenskyy_official)

Embate entre Ucrânia e Rússia

A Ucrânia está pleiteando “um cessar-fogo completo e incondicional”, além de desejar “o retorno dos prisioneiros”, assim como, também, deseja o retorno de crianças ucranianas, que, de acordo com Kiev, Moscou levou para o seu território. Porém, Moscou já sinalizou não aceitar o “cessar-fogo incondicional”, que vem sendo exigido por Kiev e os aliados ocidentais.

Rússia entrega proposta de cessar-fogo à Ucrânia

Nesta segunda-feira (2), em Istambul, Turquia, negociadores da Rússia entregaram um documento detalhado à delegação ucraniana com os termos propostos por Moscou para um possível cessar-fogo total. A informação foi divulgada por Vladimir Medinsky, assessor do Kremlin e chefe da delegação russa nas negociações de paz.

Declaração de Medinsky

Segundo Medinsky, além do plano principal de cessar-fogo, a Rússia propôs uma pausa temporária nos combates, sugerindo um cessar-fogo localizado com duração de dois a três dias em determinadas regiões. A agência de notícias russa RIA informou que foram apresentadas duas alternativas principais: a primeira exige que a Ucrânia retire completamente suas tropas de quatro regiões que a Rússia considera como parte de seu território; a segunda proposta envolve um acordo mais amplo, que incluiria um pacote de condições para avançar com o cessar-fogo.

A Ucrânia afirmou que ainda está analisando o conteúdo do documento. O principal negociador ucraniano, Rustem Umerov, explicou que a delegação só teve acesso ao memorando russo durante a reunião desta segunda-feira e que a análise deve levar cerca de uma semana. Umerov também criticou o fato de que a Rússia segue rejeitando um cessar-fogo incondicional, o que, segundo ele, dificulta avanços mais significativos nas negociações.

Sobre a reunião

As conversas em Istambul começaram com quase duas horas de atraso, sem que houvesse explicação oficial, e duraram apenas cerca de uma hora, de acordo com autoridades turcas. Apesar da breve duração do encontro, houve um avanço humanitário: Rússia e Ucrânia concordaram com uma nova rodada de troca de prisioneiros, priorizando aqueles que estão gravemente feridos ou que têm menos de 25 anos. Também foi acordada a repatriação dos corpos de soldados mortos em combate. Medinsky afirmou que a Rússia pretende devolver cerca de 6 mil corpos à Ucrânia.


Foto da reunião em Istambul (Foto: reprodução/x@Margth9)

Rustem Umerov destacou ainda que os temas mais importantes só poderão ser resolvidos em um encontro direto entre os presidentes dos dois países. Por isso, propôs que uma reunião entre os líderes ocorra entre os dias 20 e 30 de junho. Ele sugeriu também que outros líderes internacionais, como o presidente dos Estados Unidos, participem do encontro.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, reforçou essa ideia e afirmou que trabalhará para organizar uma reunião entre Vladimir Putin, Volodymyr Zelensky e Donald Trump, possivelmente em Istambul ou Ancara, com o objetivo de destravar o processo de paz.

Rússia e Ucrânia negociam troca de prisioneiros, mas cessar-fogo segue distante

Nesta segunda-feira (2), as negociações entre Rússia e Ucrânia chegaram a um acordo pela troca de prisioneiros. Segundo o Ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, que mediou o diálogo, a reunião durou menos de uma hora.

No acordo firmado em Istambul, os dois países concordaram em realizar uma nova troca de prisioneiros de guerra e devolver os corpos de 12.000 soldados. Apesar das expectativas, as negociações realizadas hoje (2) chegaram ao fim sem qualquer avanço em direção a um cessar-fogo.

Além disso, em comunicado ao final da reunião, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Turquia, Öncü Keçel, classificou o encontro de líderes como “de extrema importância para o mundo, e sem resultados negativos”. Por fim, ele acrescentou que “ambas as partes farão suas declarações”.


O Ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, confirma acordo entre os dois países (Foto: reprodução/X/@HakanFidan)

Troca inclui jovens soldados e corpos de combatentes

Os dois países chegaram a um acordo para a troca de prisioneiros gravemente feridos e doentes, além da repatriação de seis mil corpos de soldados mortos em combate. Entretanto, o acordo firmado também inclui jovens soldados entre 18 e 25 anos. Portanto, estes ganharão liberdade, seguindo o princípio de “todos por todos“.

Para manter o diálogo em andamento, a Ucrânia propôs uma nova reunião com Moscou entre 20 e 30 de junho. Enquanto isso, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, demonstrou interesse em ampliar a mediação. Ele sugeriu uma cúpula com Vladimir Putin, Volodymyr Zelensky e Donald Trump, para, finalmente chegar a um acordo de paz definitivo.

Rússia sugere cessar-fogo parcial, Ucrânia exige trégua total

Em contrapartida, o primeiro vice-ministro ucraniano das Relações Exteriores, Sergei Kyslytsia, declarou que “a Rússia continuou a rejeitar a proposta de cessar-fogo incondicional”. Já o principal negociador russo, Vladimir Medinsky, afirmou que seu país sugeriu uma trégua parcial, limitada a algumas áreas do front por dois ou três dias.

Além disso, o presidente russo,Vladimir Putin, apresentou um memorando com exigências para um cessar-fogo definitivo, incluindo a anexação de 20% do território ucraniano e a retirada completa das tropas de Kiev dessas regiões. A Ucrânia, por sua vez, insiste em um cessar-fogo total e incondicional, além da devolução de prisioneiros e crianças ucranianas levadas para a Rússia.

Kim Jong-un ordena intensificação militar e acena para aproximação estratégica com a Rússia

Em uma demonstração de força, o líder norte-coreano Kim Jong-un comandou, além disso, uma série de exercícios militares envolvendo a 1ª Divisão Aérea do país. As manobras, por sua vez, incluíram simulações de combate aéreo e ataques coordenados com mísseis. As imagens, amplamente divulgadas pela mídia estatal, portanto, mostram caças em ação e o lançamento de armamentos semelhantes a mísseis ar-ar de longo alcance.

Além de reforçar a preparação militar, o exercício teve forte apelo simbólico. Kim conclamou os militares a “estarem prontos para qualquer eventualidade”. Em um discurso que reafirma a doutrina de autodefesa do regime e alimenta o discurso de resistência a pressões externas.


Líder norte-coreano Kim Jong-un 09/05/2025 KCNA (Foto: reprodução/Reuters/CNN Brasil)

Alinhamento diplomático em Moscou

Ao mesmo tempo, o governo norte-coreano vem estreitando laços com a Rússia. Em um movimento diplomático incomum, Kim visitou pessoalmente a embaixada russa em Pyongyang. Gesto interpretado como uma tentativa de reforçar alianças estratégicas diante do isolamento internacional. A visita ocorreu em meio a um cenário de sanções intensificadas por parte dos Estados Unidos, que voltaram a listar a Coreia do Norte como país que não coopera com esforços antiterrorismo.

Retórica belicista e pressões internacionais

A recente escalada militar ocorre em paralelo ao endurecimento da retórica de Kim Jong-un, que acusa Washington de “hostilidade persistente” e afirma que seu país não aceitará “interferências externas” em seus assuntos. O regime norte-coreano sustenta que os exercícios têm caráter defensivo. No entanto, governos do Japão, Coreia do Sul e EUA vêm monitorando de perto as movimentações, apontando riscos de instabilidade na região.

Com as eleições americanas se aproximando e tensões globais em alta, os próximos meses serão decisivos para entender se o novo ciclo de manobras representa apenas um gesto político ou o prenúncio de uma mudança mais radical na postura do regime norte-coreano.

AGU reage a fake news sobre Janja e notifica Meta e TikTok

As plataformas Meta e TikTok foram notificadas nesta quarta-feira (14), pela AGU (Advocacia-Geral da União), para removerem, no prazo de 24 horas, publicações que possuem fake news sobre a recente viagem da comitiva do governo brasileiro à Rússia.

Devido à situação, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) fez as notificações extrajudiciais, mediante a circulação de mensagens enganosas envolvendo a primeira-dama Janja da Silva.

O conteúdo falso

O que levou às notificações por parte do órgão foi a repercussão nas redes de uma imagem em que Janja aparece ao lado de diversas malas, com a alegação de que elas estariam cheias de dinheiro desviado de fraudes no INSS. A mensagem de teor enganoso afirma que ela teria sido barrada ao desembarcar na Rússia, após ter as bagagens revistadas.

A AGU classificou a publicação como “conteúdo desinformativo” que procura invalidar a missão diplomática brasileira e pode comprometer a estabilidade institucional, especialmente nas relações exteriores, função exclusiva da União, conforme a Constituição Federal.

Riscos às plataformas e atuação da PNDD

Caso as plataformas não façam a remoção do conteúdo, a AGU alerta que poderão incorrer em omissão culposa, ficando sujeitas a responsabilização, pois as mensagens têm capacidade de confundir a opinião pública sobre assuntos diplomáticos relevantes e sensíveis, segundo a AGU.


AGU notifica redes sociais por fake news (Vídeo: reprodução/YouTube/Metrópoles)

A Procuradoria Nacional de Defesa da Democracia (PNDD), órgão vinculado à AGU, reafirmou que as postagens atribuem, falsamente, à primeira-dama a prática de crime internacional e envolvimento em um escândalo diplomático, o que nunca ocorreu. Segundo a PNDD, o conteúdo disseminado busca gerar descrédito nas instituições e comprometer a integridade das políticas públicas internacionais do Brasil.

Viagem oficial

A convite do governo russo, a primeira-dama do Brasil participou da missão oficial e cumpriu agenda no país entre os dias 3 e 7 de maio. Visitou alguns pontos turísticos como o Teatro Bolshoi e autoridades locais, antes da chegada do presidente Lula.

Kremlin confirma ausência de Putin em reunião de Paz com Zelensky

Na manhã desta quinta-feira (15), horário local, o governo russo confirmou que o presidente Vladimir Putin não comparecerá à reunião sobre o cessar-fogo referente à guerra Rússia/Ucrânia. Prevista para hoje à tarde, em Istambul, na Turquia, a Rússia será representada por ministros e outras autoridades russas. 

De acordo com informações do Kremlin, Putin nomeou seu assessor presidencial Vladimir Medinsky, o vice-ministro das Relações Exteriores Mikhail Galuzin, o general das Forças Armadas russas Igor Kostyukov e o vice-ministro da Defesa Alexandre Fomin, para representá-lo neste encontro. 

A decisão sobre o comparecimento da delegação russa em Istambul foi tomada na noite de ontem, quarta-feira (14), horário local, em reunião a portas fechadas entre o presidente russo e diversas autoridades do país.


Publicação sobre a nomeação da delegação russa para negociações de Paz com a Ucrânia (Foto: reprodução/X/@mfa_russia)

Apesar da ausência de Vladimir Putin, em nota, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, disse que a Rússia está pronta para trabalhar seriamente com o governo ucraniano.

Lula pede a ida de Putin

Conforme declaração do Palácio do Planalto, na última quarta-feira (14), em conversa por telefone com o líder russo Vladimir Putin, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, encorajou Putin a comparecer ao encontro. 

Apesar de entender que o envio de uma delegação é lícito, Lula declarou que o comparecimento da autoridade máxima da Rússia nesta reunião demonstraria não só boa vontade como, também, seria um gesto sinalizando que o governo russo está aberto ao diálogo.


Presidente Lula e presidente Vladimir Putin, Moscou, Rússia (Foto: reprodução/Ricardo Stuckert/Arquivo Oficial da Presidência)

O presidente brasileiro reforçou, ainda, a existência de uma declaração conjunta entre Brasil e China em apoio ao cessar-fogo na Ucrânia. Denominada de “Grupo de Amigos da Paz”, formada por países do Sul Global, a declaração reforça a preocupação destes países com o conflito Rússia/Ucrânia e a esperança de que haja empenho para solucioná-lo quanto antes.

Presença de Donald Trump

Em visita ao Oriente Médio, o presidente americano Donald Trump declarou que talvez possa comparecer à reunião entre Rússia/Ucrânia, se isso ajudasse a alcançar um cessar-fogo entre os dois países mais rapidamente.

“Não sei se ele (Putin) iria se eu não estivesse lá. (…)  Sei que ele gostaria que eu estivesse lá, e é uma possibilidade. Se pudéssemos acabar com a guerra, eu consideraria.” Donald Trump

Trump, que estará nos Emirados Árabes Unidos nesta quinta-feira (15), disse que haveria a possibilidade de ir a Istambul, Turquia, se “isso” fosse para salvar muitas vidas.” De qualquer forma, o secretário de Estado, Marco Rubio, estará na cidade turca na próxima sexta-feira (16).

Zelensky na Turquia

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky chegou à Ancara, capital da Turquia, nesta manhã de quinta-feira (15), horário local, para se reunir com o presidente turco Recep Tayyip Erdoğan.

Em postagem em suas redes sociais, Zelensky informou que a delegação da Ucrânia estará representada pelo mais alto nível em busca de soluções que levem à Paz. Informou, ainda, que a reunião inicial será com Erdoğan, agradecendo o líder turco por mediar esta reunião com a Rússia.


Publicação da chegada de Volodymyr Zelensky, presidente ucraniano, à Ancara, Turquia (Foto: reprodução/X/@ZelenskyyUa)

Volodymyr Zelensky informa que os próximos passos referentes ao acordo de cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia, serão decididos após conversas com a delegação turca. Uma vez que não sabe qual o poder de decisão dado por Vladimir Putin a seus representantes russos. 

A reunião entre Rússia e Ucrânia, marcada para esta tarde de quinta-feira (15), horário local, em Istambul, na Turquia, continua em aberto sobre quem de fato serão os participantes presentes e se, decisões concretas serão tomadas para pôr fim ao conflito no leste Europeu em curso há mais de três anos.

Através de telefonema, Lula incentiva Putin a ir em reunião entre Rússia e Ucrânia

 Durante a conversa, Lula expressou seu apoio e “felicitou” o líder russo sobre a proposta de negociações de paz com a Ucrânia. O governo brasileiro informou que o presidente Luiz Inácio parabenizou Putin pela iniciativa de diálogo, reiterando o compromisso do Brasil em promover a paz, oferecendo colaboração para facilitar um possível acordo justo entre os dois países.

Putin declara disposição da Rússia

O presidente Putin, por sua vez, havia declarado anteriormente, no sábado (10/05), a disposição da Rússia em manter conversas diretas com a Ucrânia. O governo russo confirmou que enviará uma delegação para a reunião em Istambul, na Turquia, embora não tenha divulgado os nomes dos representantes.


Vladimir Putin, presidente da Rússia (Foto: reprodução/Gavriil Grigorov/Getty Images Embed)


Zelensky ressalta a necessidade de cessar-fogo

Do outro lado, o líder ucraniano Volodymyr Zelensky manifestou sua disposição para um encontro direto com Vladimir Putin, mas ressaltou a necessidade de um cessar-fogo prévio como condição para estabelecer um diálogo diplomático e pacífico entre os dois países.
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, solicitou ao chanceler brasileiro, Mauro Vieira, que intercedesse junto a Putin para viabilizar a negociação.

Brasil e China emitem declaração em acordo com proposta de Putin

Nesta terça-feira (13), foi emitida uma declaração conjunta, entre os governos do Brasil e da China. Isso ocorreu após uma reunião entre o presidente Lula e Xi Jinping, presidente chinês, em Pequim, com o objetivo de discutir sobre a proposta de Putin sobre manter uma comunicação mais direta com Kiev. Os dois países concordaram com a proposta do governo russo.

A reunião entre Brasil e China

O governo do Brasil, juntamente com o governo da China, emitiram um documento com uma declaração onde eles se posicionam sobre uma declaração do presidente da Rússia, Vladimir Putin, em relação à Guerra da Ucrânia, nesta terça-feira(13). Putin disse que queria manter uma comunicação mais transparente e direta com Kiev.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente da China, Xi Jinping, se reuniram em Pequim, para discutir sobre as palavras de Putin, as quais ambos os políticos concordam. Além de emitir a declaração, os presidentes fizeram depoimentos sobre o assunto.


Lula e Xi Jinping se cumprimentando durante cerimônia de assinatura (Foto: reprodução/Tingshu Wang – Pool/Getty Images Embed)


Superar a insensatez dos conflitos armados também é pré-condição para o desenvolvimento. Os ‘Entendimentos Comuns entre o Brasil e a China para uma Resolução Política para a Crise na Ucrânia’ oferecem base para um diálogo abrangente que permita o retorno da paz à Europa”, declarou Lula, que também citou uma proposta do Brasil e China, divulgada no ano passado.

Os presidentes afirmaram que desejam que a situação se resolva o mais rápido possível e que se tenha uma boa resposta e cooperação da Ucrânia e de Volodymyr Zelensky.

A declaração conjunta Brasil-China

A declaração foi divulgada nesta terça-feira (13), e possui 5 pontos chave sobre a visão do Brasil e da China, sobre o comunicado de Putin.


Lula e Xi Jinping sendo recebidos por apoiadores (Foto: reprodução/TINGSHU WANG/POOL/AFP/Getty Images Embed)


Esses pontos são:

  1. O Brasil e a China acolhem a proposta feita pelo presidente Vladimir Putin no dia 10 de maio de abrir negociações para a paz, bem como a manifestação positiva de Volodymyr Zelensky no mesmo sentido.
  2. Os governos do Brasil e da China esperam que se inicie, no menor prazo possível, um diálogo direto entre as partes, única forma de pôr fim ao conflito.
  3. O Brasil e a China avaliam positivamente os recentes sinais de disposição ao diálogo e manifestam sua expectativa de que as partes possam alcançar um entendimento que viabilize o início de negociações frutíferas, que contemplem as preocupações legítimas de todas as partes. Eles consideram necessário encontrar uma solução política para a crise na Ucrânia em suas raízes com vistas a um acordo de paz duradouro e justo, que seja vinculante para todas as partes no final.
  4. Comprometidos com esse objetivo, em maio de 2024 o Brasil e a China conclamaram todas as partes a criar condições para a retomada do diálogo e, em setembro, lançaram nas Nações Unidas o Grupo de Amigos da Paz, que congrega países do Sul Global.
  5. O Brasil e a China seguem à disposição, junto com o Sul Global, para continuar apoiando os esforços para pôr fim ao conflito.

Esses pontos expõem a visam das duas nações sobre a declaração de Putin e visam auxiliar nesta possível resolução do conflito.

Europa pressiona Rússia por cessar-fogo e ameaça com novas sanções

Líderes europeus se reuniram neste sábado (10) em Kiev para demonstrar apoio firme à Ucrânia e enviar uma mensagem direta ao Kremlin: ou a Rússia aceita um cessar-fogo imediato, ou enfrentará novas e duras sanções internacionais. A visita contou com a presença de figuras políticas importantes, como o primeiro-ministro britânico Kier Starmer, o presidente da França Emmanuel Macron, o recém-empossado chanceler alemão Friedrich Merz, o premiê polonês Donald Tusk e, naturalmente, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.


Imagens de um ataque a Kiev (Foto: reprodução/x/@hror_angy)

O dia foi intenso. Logo pela manhã, os líderes prestaram homenagens aos soldados e civis ucranianos mortos desde o início da guerra, que já ultrapassa três anos. Em seguida, participaram de uma videoconferência com outras autoridades internacionais, como a primeira-ministra da Itália, o novo premiê do Canadá, a presidente da Comissão Europeia e o secretário-geral da Otan. O grupo ainda teve uma conversa por telefone com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, figura ainda influente no cenário político internacional.

Ponto central da pressão

O ponto central do encontro foi a definição de um ultimato dirigido ao presidente russo, Vladimir Putin. Segundo o acordo entre os aliados, se até segunda-feira (12) o Kremlin não aceitar a proposta americana de um cessar-fogo incondicional por 30 dias, a Rússia será alvo de sanções econômicas ainda mais rigorosas. Além disso, os países europeus prometeram aumentar o investimento em ajuda militar e humanitária à Ucrânia, reforçando sua capacidade de defesa contra as tropas russas.

Zelensky classificou o encontro como importante

Zelensky classificou o encontro como um avanço importante e afirmou que está pronto para implementar a trégua de imediato. No entanto, ele também demonstrou ceticismo, lembrando que outras tentativas de cessar-fogo no passado foram ignoradas por Moscou.

Do lado russo, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, acusou os europeus de adotar um discurso contraditório e afirmou que tentar impor decisões à Rússia não levará a resultados positivos. Mais tarde, o próprio Putin declarou que Moscou tem feito propostas de cessar-fogo, mas que Kiev não tem respondido. Ele sugeriu que novas negociações ocorram em Istambul, na Turquia, dentro de cinco dias.

Conheça o arsenal nuclear de Índia e Paquistão que estão em conflito

Os dois países, Índia e Paquistão, contém, respectivamente, o 6º e o 7º maiores arsenais do mundo. A informação é apresentada pela Federação Cientistas Americanos (FAS). Nesta quarta-feira (7), um ataque do Paquistão na região da Caxemira controlada pela Índia deixou mortos e feridos. As duas nações já tiveram três guerras por causa da região.

No momento, nove países no mundo detém armas nucleares. Em nível global, o arsenal chega ao número de 12.331 ogivas.

Distribuição por país

  • Índia: 180 ogivas
  • Paquistão: 170 ogivas

Nesses dois casos, o arsenal estipulado são classificados como “em reserva/não implantadas”, ou seja, as ogivas precisam de algum tempo de preparação até que possam ser utilizadas.

A especialista de política nuclear Michelly Geraldo, explica que mesmo com a escalada na tensão entre os dois países, a probabilidade de uso de armas nucleares no atual cenário é considerada baixa.

A Índia e o Paquistão possuem um arsenal nucelar pequeno se comparado ao dos Estados Unidos e da Rússia, que conservam os maiores estoques do mundo. A Rússia e os EUA guardam, respectivamente, 5.449 e 5.277 ogivas nucleares cada um, o que equivale a 84% das existentes.

Além do mais, as ogivas de Índia e Paquistão estão armazenadas, e não implantadas em lançadores – isso quer dizer que estão prontas para uso. Já os EUA possuem 1.770 ogivas implantadas, sendo 1.670 em dispositivos de longo alcance; e a Rússia, 1.710.


Índia e Paquistão entram em guerra por território (Foto: reprodução/Instagram/@portalg1)


O Paquistão se faz valer do uso de armas nucleares como necessidade de se defender e garantia, proteção de seu território. Os paquistaneses implementaram um programa nuclear devido os conflitos históricos com a Índia, no intuito de impedir ataques convencionais rápidos em seu território, e por conta disso o país desenvolveu, por exemplo, armas nucleares de curto alcance.

O mesmo tipo de precaução ocorre no lado indiano. A utilização de armas nucleares pelo país é devido a tensão com o Paquistão. Porém, a Índia adota uma estratégia conhecida por “First No Use” (não usar primeiro, em tradução livre) que define que o país não será o primeiro a recorrer a armas nucleares em um eventual combate, mas responderá caso seja atacado.

Em geral, o número total de armas nucleares no mundo vem se reduzindo, sobretudo devido ao desmonte de ogivas que estavam fora de serviço, maiormente nos EUA e Rússia.

Todavia, considerando apenas as ogivas nucleares, desconsiderando lançadores, mísseis e aeronaves, o cenário é de crescimento.

De acordo com a FAS, países como China, Índia, Coreia do Norte, Paquistão, Reino Unido e a própria Rússia podem estar ampliando seus estoques ativos.

Paquistão ataca Caxemira

A região da Caxemira sofreu um ataque do Paquistão nesta quarta. A região da Caxemira é monitorada pela Índia. O ataque deixou dezenas de mortos e feridos. A agência de notícias AFP informou que o ataque da artilharia paquistanesa aconteceu no distrito de Poonch. A investida aconteceu após o Paquistão afirmar que revidaria os ataques indianos do dia anterior. A índia atestou ter atacado nove alvos paquistaneses, contudo, o ministro da Defesa indiano afirmou não haver civis entre os mortos. o Paquistão contesta a informação.

A rivalidade entre os dois países é histórica. ocorre desde a independência dos territórios, em meados do século XX.

Devido aos ataques na região, companhias aéreas asiáticas mudaram rotas e cancelaram voos que passavam pelo local. Segundo a Reuters, 50 voos para o Paquistão foram cancelados.


Exército paquistanês é autorizado a revidar ataque da Índia (Foto: reprodução/Instagram/@cnnpolítica e @cnnbrasil)


Conflito pela Caxemira

China, Índia e Paquistão detém o controle da região, porém, a Caxemira que se situa na cordilheira do Himalaia, vem sendo reivindicada desde 1947 pela Índia e o Paquistão após ambos terem conquistado a independência do Reino Unido.

As Nações Unidas pediram à Índia e ao Paquistão: “máxima contenção para garantir que a situação não se deteriore ainda mais”.