Rússia recusa tropas europeias na Ucrânia e reforça postura contra interferência ocidental

O aviso foi feito nesta terça-feira (25), pelo porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, fazendo com que a possibilidade de interferência externa no conflito aumentasse. A polêmica foi causada pela declaração de Donald Trump de que tanto ele, como Vladimir Putin, concordariam em relação à tropas de paz na Ucrânia, desde que um acordo de paz para o fim da guerra fosse assinado.

“Sim, ele aceita isso. Perguntei diretamente a ele e ele não tem problemas com isso”, disse Trump a jornalistas.

Peskov, porém, não se opôs ao presidente norte-americano, mas frisou que a posição da Rússia não se alterou. “Há uma posição sobre esse assunto que foi expresso pelo ministro das Relações Exteriores da Rússia, Lavrov. Não tenho nada a acrescentar a isso e nada a comentar. Deixo isso sem comentários”, disse o porta-voz.


Presidente Trump assina ordens executivas em Mar-a-Lago em Palm Beach, Flórida (Foto: reprodução/Joe Raedle/Getty Images Embed)


Moscou considera a presença da Otan uma provocação 

Para Moscou, qualquer presença militar ocidental na Ucrânia é considerada uma provocação aberta. Na semana passada, Lavrov advertiu que qualquer envio de tropas estrangeiras, mesmo sob bandeira neutra, seria considerada “uma ameaça direta” à soberania russa.

Os russos temem que eventual entrada de tropas europeias ou tropas de aliados dos Estados Unidos aumentem ainda mais a conflagração, arrastando a guerra para um confronto direto com o atlântico norte, que Moscou tenta evitar a todo custo.

Caminho para a paz ainda parece distante

A guerra na Ucrânia já dura mais de dois anos, e as tentativas de paz seguem emedadas em interesses políticos e estratégicos.

Enquanto os países ocidentais pressionam por negociações diplomáticas e fornecer apoio militar à Ucrânia, a Rússia se apoia na afirmação de que qualquer solução precisa respeitar suas condições.

Segundo especialistas, as declarações de Trump e a resposta russa mostram que um cessar-fogo continua muito distante de se tornar uma realidade.

O mundo, portanto, continua atento e espera por novos desdobramentos que levem a afirmações mais convincentes, além daquelas que sempre foram colocadas como betoneira em busca de um caminho para a paz.

Rússia afirma ter recuperado grande parte do território de Kursk

A Rússia anunciou, na última quarta-feira (19), que conseguiu retomar cerca de 800 km² de território na região de Kursk, localizada no oeste da Rússia. Segundo autoridades, aproximadamente 65% do total foi ocupado pela Ucrânia desde a invasão que começou em 2024.

Rússia recupera territórios

O chefe da principal diretoria operacional do Estado-Maior, Sergei Rudskoi, relatou ao jornal Krasnaya Zvezda que, desde fevereiro do ano passado, o Kremlin tem avançado em todas as direções, o que forçou a Ucrânia a adotar uma posição defensiva diante de uma grande ocupação russa que recuperou um território significativo.

Rudskoi também acrescentou que a Rússia agora tem o controle de 75% de três regiões: Donetsk, Zaporizhzhia e Kherson. Além de 99% da região de Luhansk. A autoridade afirmou esses territórios são legalmente da Rússia e não serão devolvidos à Ucrânia.

Conforme sua declaração:

“O ano passado foi um ponto de virada na obtenção de nossos objetivos. O regime de Kiev não será mais capaz de mudar significativamente a situação no campo de batalha. O inimigo perdeu grande parte da capacidade de produzir as armas, equipamentos e munições necessárias. A mobilização é geralmente forçada.”

O chefe da diretoria operacional destacou que o futuro do conflito não dependia mais da Ucrânia, mas sim da disposição do Ocidente em negociar uma nova arquitetura de segurança europeia que considerasse os interesses da Rússia.


Veículo russo destruído na região de Kursk, em meio à invasão ucraniana (Foto: reprodução/Yon Dobronosov/AFP)

Guerra entre Rússia e Ucrânia

Em fevereiro de 2022, a Rússia invadiu a Ucrânia após reconhecer a independência das cidades de Lugansk e Donetsk. Em outubro de 2024, após milhares de mortes, a guerra na Ucrânia entrou em um momento de extrema tensão, agravada quando Vladimir Putin, presidente da Rússia, ordenou que um míssil hipersônico fosse utilizado durante a invasão.

O lançamento ocorreu após a Ucrânia atacar o território russo usando armamentos produzidos por potências ocidentais, como os Estados Unidos, Reino Unido e França.

O presidente Vladimir Putin declarou que as forças russas estão avançando efetivamente, e que em breve o país alcançará os seus objetivos na Ucrânia.

Volodymyr Zelensky, presidente ucraniano, disse acreditar que os principais objetivos de Putin são invadir a região de Donbass e expulsar as tropas ucranianas da região de Kursk, na Rússia, das quais controlam desde agosto.

Arthur, novo reforço do Botafogo, chega e diz que quer jogar a supercopa

Após desembarcar nesta sexta-feira (24), no Rio de Janeiro, Arthur conversou com a imprensa e se colocou à disposição para estar no jogo contra o Flamengo pela Supercopa, e disse na entrevista que vinha se preparando para jogar pelo alvinegro carioca desde quando estava de férias, dizendo ainda a respeito sobre a questão do treinamento feito durante a pré-temporada, relatando também em relação ao fato de não ter treinado somente dois dias, alegando o preparo para começar a atuar na equipe.

Negociações

Artur foi adquirido em meio a uma negociação feita com o Zenit da Rússia, pelo valor de dez milhões de euros, o equivalente a sessenta e um milhões de reais na cotação atual. O jogador disse que para ele é uma honra fazer parte do Glorioso, lembrando do título da Libertadores, o qual foi conquistado pelo Botafogo no ano passado, além de também ter conquistado o título do brasileirão. Atuou na posição de ataque pelo clube da Rússia, dando 5 assistências e efetuando 19 gols pelo time russo.

Trajetória

Tendo sido revelado pelo Palmeiras, Artur teve passagens por clubes brasileiros como Bahia e Bragantino, no total deu cinco assistências e conseguiu efetuar 35 gols em toda sua carreira, ele vai suprir a saída de dois jogadores do time presidido pelo João Paulo Magalhães Lins, sendo eles, Júnior Santos que costuma estar sempre jogando na ponta direita, tendo acertado com o Atlético Mineiro, e o jogador Luiz Henrique atuante também do mesmo lado, saindo para o Zenit.


Artur Victor, 4 de fevereiro de 2023, no treinamento do Red Bull Bragantino, time que jogava na época (Foto: reprodução/MB media/Getty Images Embed)


Reforços

Após a saída de 10 jogadores da equipe do Botafogo em 2024, o Botafogo está em busca de jogadores com foco em técnica, um meio ofensivo e um atacante, além de estarem ainda visando buscar um goleiro e um zagueiro. O jogador Bitelo, que jogou no Grêmio, foi um dos nomes cotados pelo glorioso, inclusive a SAF tentou fazer uma proposta pelo jogador em questão, porém não foi aceita pelo clube do qual ele fazia parte. O time carioca continua em busca de reforços para a temporada de 2025.

Artur ainda não tem uma data para sua estreia no Botafogo.

Putin é ameaçado com sanções para acordo imediato com Ucrânia

O atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump intensificou a pressão sobre o presidente russo, Vladimir Putin, nesta quarta-feira (22), para que faça um acordo de paz com a Ucrânia, ameaçando com medidas econômicas mais duras, se Moscou não concordar em acabar com a guerra.

Trump chamou o presidente russo, Vladimir Putin, diretamente pelo nome em post feito no Truth Social, argumentando que sempre teve um bom relacionamento com o líder, mas que era hora de resolver “essa guerra ridícula!”


Post feito pelo Presidente Trump na rede social (Reprodução/Truth Social/@realdonaldtrump)


Sanções do EUA

Essa foi a posição mais severa de Trump em relação a Putin, desde que ele retornou à Casa Branca nesta semana, apesar dos temores de que seria Kiev, e não Moscou, que ele forçaria a fazer um acordo de paz.

Durante uma coletiva de imprensa na Casa Branca, na última terça-feira, Trump disse apenas que “parece provável” que ele aplicaria sanções adicionais, se Putin não se apresentasse à mesa de negociações.

No entanto, o presidente dos EUA se recusou a dizer se daria continuidade à política de Biden, de enviar bilhões de dólares em armamentos para ajudar a Ucrânia.

A Rússia já enfrenta sanções esmagadoras dos EUA por causa da guerra, desde que invadiu a Ucrânia em 2022, e o comércio diminuiu para um nível baixo. O governo do antecessor de Trump, Joe Biden, impôs sanções abrangentes contra o setor de energia de Moscou, no início deste mês.

Relações entre Putin e Trump

Os Estados Unidos importaram US$ 2,9 bilhões em mercadorias da Rússia de janeiro a novembro de 2024 – uma queda acentuada em relação aos US$ 4,3 bilhões no mesmo período de 2023, de acordo com o Departamento de Comércio dos EUA.

Trump também disse que espera encontrar Putin, com quem teve uma cúpula em seu primeiro mandato em Helsinque, em breve.


Trump e Putin em encontro no Palácio Presidencial em Helsinque (Foto: reprodução/Instagram/@bbcnews)


Antes de sua nova posse na segunda-feira (20), Trump prometeu acabar com a guerra na Ucrânia “dentro de 24 horas”, aumentando as expectativas de que alavancaria a ajuda para forçar Kiev a fazer concessões territoriais a Moscou.

No dia da posse, Putin parabenizou Trump e disse que estava aberto ao diálogo e a um acordo para uma paz de longo prazo.

Caixas-pretas de avião que caiu no Cazaquistão serão analisadas no Brasil

As duas caixas-pretas de um avião da Embraer, envolvido em um acidente no Cazaquistão, foram encontradas e serão enviadas ao Brasil para análise. A investigação será conduzida pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), com base nos dados dos gravadores de voo. O acidente deixou 38 mortos e gerou tensões diplomáticas entre Rússia e Azerbaijão.

Tensão entre Rússia e Azerbaijão aumenta após acidente

O presidente do Azerbaijão acusou a Rússia de ter atirado contra a aeronave, que pertencia à Azerbaijan Airlines. Segundo ele, o avião apresentava buracos compatíveis com disparos, reforçando a tese de fuzilamento. O governo azeri exige que a Rússia assuma a responsabilidade pela fatalidade. Em resposta, o presidente russo, Vladimir Putin, admitiu que a defesa aérea estava em operação na data do incidente, 25 de dezembro, mas não confirmou que os disparos partiram de suas forças.

Durante uma ligação entre os dois governos, Putin explicou que o acidente ocorreu enquanto o avião tentava pousar em Grozny. Segundo ele, ataques da Ucrânia contra a cidade e outras regiões resultaram em contra-ataques russos. No entanto, ele se desculpou pelo ocorrido e afirmou ser necessário aguardar a conclusão da investigação para determinar as causas exatas.


Acidente aéreo no Cazaquistão (Foto: reprodução/X/@G1)

Azerbaijão recusa investigação russa e solicita auxílio brasileiro

Diante do contexto de desconfiança, o governo do Azerbaijão recusou que a investigação fosse realizada por uma instituição russa. Em vez disso, solicitou que o Brasil conduzisse a análise das caixas-pretas, o que foi aceito. A Embraer, fabricante da aeronave, deve colaborar com as apurações.

A Azerbaijan Airlines também afirmou acreditar em interferência externa e decidiu suspender voos para 10 cidades russas como medida preventiva.

Caixas-pretas podem trazer respostas

Os dispositivos encontrados incluem o gravador de voz da cabine (CVR) e o gravador de dados de voo (FDR), essenciais para esclarecer o que ocorreu no momento do acidente. Eles podem confirmar se houve falha técnica, erro humano ou ataque externo.

A expectativa é de que a análise brasileira traga maior transparência ao processo, considerando as acusações de interferência militar.

Rússia está próxima de aceitar programa nuclear norte-coreano, dizem EUA

Durante a reunião do Conselho de Segurança da ONU realizada na última quarta-feira (18), os Estados Unidos alertaram que a Rússia está próxima de aceitar o programa nuclear da Coreia do Norte. Segundo os norte-americanos, essa aproximação ocorre devido a acordos de cooperação militar e defesa mútua firmados entre os dois países em novembro deste ano.

“De forma alarmante, avaliamos que a Rússia pode estar próxima de aceitar o programa de armas nucleares da Coreia do Norte, revertendo décadas de compromisso de Moscou com a desnuclearização da Península Coreana”, afirmou Linda Thomas-Greenfield, embaixadora dos EUA na ONU.

O posicionamento dos EUA foi motivado, além dos acordos entre Rússia e Coreia do Norte, por declarações recentes do ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov. Ele afirmou que a questão da desnuclearização da Península Coreana já estava resolvida, acrescentando que o regime norte-coreano tem o direito de manter suas armas nucleares como forma de defesa.

Rússia defende cooperação com Pyongyang

Na mesma reunião, o embaixador russo na ONU, Vassily Nebenzia, defendeu a parceria crescente entre Rússia e Coreia do Norte, argumentando que ela respeita o direito internacional. “A cooperação russa com a RPDC está em conformidade com as normas internacionais, sem violá-las”, afirmou, referindo-se à Coreia do Norte por sua sigla oficial.

Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, os laços entre Moscou e Pyongyang têm se estreitado. Recentemente, soldados norte-coreanos foram enviados para reforçar as forças russas na região de Kursk, em combate contra tropas ucranianas. As relações bilaterais também têm sido marcadas por visitas frequentes entre os líderes Kim Jong-un e Vladimir Putin.

Enquanto isso, a Coreia do Norte permanece sob sanções impostas pelo Conselho de Segurança da ONU desde 2006, reforçadas anualmente com o objetivo de frear a produção de armas nucleares no país.


Kim Jong-un e Vladimir Putin tem estreitado as relações diplomáticas entre Coreia do Norte e Russia (Foto: reprodução/Vladimir Smirnov/Sputnik)


Críticas do Reino Unido e da Coreia do Sul

O posicionamento russo gerou reações críticas de países como Reino Unido e Coreia do Sul durante a reunião. Ambos alertaram que a aceitação do programa nuclear norte-coreano pela Rússia enfraquece o regime global de não proliferação nuclear. O representante adjunto do Reino Unido na ONU classificou o comentário de Lavrov como um desvio perigoso do compromisso com o desarmamento nuclear total e irreversível.

A Coreia do Sul, enfrentando uma crise política interna após a tentativa de revogar a lei marcial, também expressou preocupação com a aliança entre Rússia e Coreia do Norte. O país asiático chegou a pedir aos Estados Unidos permissão para desenvolver seu próprio arsenal nuclear, buscando maior autonomia em relação ao guarda-chuva nuclear norte-americano. Embora tenha negado o pedido, Washington prometeu reforçar as garantias de defesa ao seu aliado.

Matéria por Matheus Furtado (In Magazine)

Atentado em Moscou: Ucrânia reivindica morte de general russo Igor Kirillov

 Nesta terça-feira, (17) de dezembro, o tenente-general Igor Kirillov, chefe das forças de defesa nuclear, biológica e química da Rússia, morreu em um atentado a bomba em Moscou. O ataque aconteceu quando um explosivo, escondido em uma scooter elétrica estacionada na entrada de um edifício residencial, foi detonado remotamente, resultando na morte de Kirillov e de seu assistente. 

General deixava edifício quando houve a explosão

Segundo o site G1, o comitê de Investigação informou que: “Um artefato explosivo colocado em uma scooter estacionada perto da entrada de um imóvel residencial foi ativado na avenida Riazanki em Moscou”, e terminou dizendo, “O comandante das forças russas de defesa radiológica, química e biológica, Igor Kirillov, e seu adjunto morreram”.


Local do atentado que matou general Igor Kirillov( Foto: reprodução/Alexander Nemenov/ Uol News)

Kirillov foi acusado de usar armas químicas proibidas

Segundo a SBU, o general já tinha sido acusado de usar armas químicas proibidas durante a invasão militar russa em território ucraniano, que iniciou em 2022. De acordo com informações desta terça-feira, o ataque teve como alvo uma autoridade russa desde 2022, quando se iniciou a guerra.

O Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) reivindicou a responsabilidade pela ação, classificando Kirillov como um “alvo legítimo”. Segundo a SBU, o general teria desempenhado um papel ativo no suposto uso de armas químicas contra tropas ucranianas durante o conflito em curso entre os dois países. Desde 2017, o general Kirillov comandava as forças russas especializadas em defesa radiológica, química e biológica, sendo uma figura central na estratégia militar de Moscou. Seu nome constava em listas de sanções de países ocidentais devido a alegações de envolvimento em violações de convenções internacionais sobre armamentos proibidos.

O evento gera preocupações sobre a segurança interna em Moscou e a resposta de Vladimir Putin, em um momento delicado das relações russo-ucranianas. A morte de Kirillov pode ter implicações significativas no cenário militar e político da região.

Kremlin responde ameaça de Trump ao BRICS

A recente declaração de Donald Trump, ameaçando retirar os Estados Unidos do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial caso o bloco BRICS ganhe influência global excessiva, gerou reações internacionais contundentes. O Kremlin considerou a fala do ex-presidente como um “tiro pela culatra”, sublinhando que ações deste tipo podem fortalecer ainda mais a posição dos países em desenvolvimento no sistema econômico global.


Vídeo sobre a declaração de Trump (Vídeo: reprodução/Youtube/CNN Brasil)


Declaração de Donald Trump

Trump argumenta que o BRICS, que é composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, representa uma ameaça para a hegemonia econômica dos Estados Unidos. Isto foi dito pelo presidente norte-americano, pois o bloco vem buscando ampliar sua influência por meio de iniciativas como a promoção de sua própria moeda comercial, desafiando o domínio do dólar no comércio internacional. Com a inclusão de novos membros, como a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e o Egito, o BRICS aumenta seu potencial econômico e político.

Reação do Kremlin

O Kremlin, no entanto, destacou que atitudes protecionistas, como o que foi dito por Trump, podem acelerar a queda da relevância das instituições lideradas pelo Ocidente. A Rússia, por exemplo, vê essa postura como uma oportunidade para os países do BRICS consolidarem uma ordem econômica multipolar, reduzindo a dependência do sistema financeiro norte-americano. Além disso, a política externa dos EUA pode ser interpretada como um reforço da narrativa de que o Ocidente não está disposto a compartilhar poder em fóruns globais.

Especialistas afirmam que, caso os EUA deixem o FMI ou o Banco Mundial, a atitude poderia abrir espaço para que outras organizações, como o Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS, ganhem mais protagonismo. Por outro lado, a medida também traria desafios internos para os EUA, uma vez que essas instituições têm sido ferramentas importantes para a projeção de poder norte-americano em regiões estratégicas.

O futuro das relações entre o Ocidente e os países emergentes está cada vez mais dividido, com o BRICS atraindo atenção global por sua capacidade de oferecer alternativas ao sistema econômico em vigor, enquanto os EUA buscam manter sua posição dominante. O discurso de Trump reflete não apenas a competição crescente entre potências, mas também o debate interno sobre o papel dos EUA no mundo.

EUA autorizam uso de mísseis de longo alcance contra a Rússia

Em ideia ventilada há algum tempo, e agora oficialmente confirmada, os Estados Unidos autorizaram o uso de mísseis de longo alcance por parte da Ucrânia, após ataque ocorrido no último domingo, vindo de Moscou, contra a rede elétrica do país. O armamento liberado pelos norte-americanos tem um alcance de 300km de distância e já estava disponível há um tempo para as forças da Ucrânia, mas seu uso ainda era limitado.


Liberação das armas dos Estados Unidos para a Ucrânia (Vídeo: reprodução/Youtube/UOL)


Causas da liberação dos mísseis para a Ucrânia

Após o ataque de Moscou contra a rede elétrica da Ucrânia, que ocorreu por conta da tentativa de recuperar a região de Kursk, ocupada por tropas ucranianas; o país sofreu com imensos danos nas questões estruturais de energia.

De acordo com fontes diretas do governo estadunidense, o que fez com que as armas fossem liberadas para a Ucrânia foi a ida de tropas da Coreia do Norte para lutar pela Rússia, mudando a visão dos americanos sobre os mísseis.

A ação russa terminou com 11 mortos e 20 feridos, além de diversas regiões sem energia e destruição de grande parte da capacidade de produção de energia da Ucrânia, em um ataque com 120 mísseis e 90 drones russos.

Caminho até a liberação das armas

Tendo isso ventilado há algum tempo, o uso dos Sistemas de Mísseis Táticos do Exército (ATACMS) foram, enfim, liberados pelos norte-americanos. Armamentos parecidos foram disponibilizados antes por França e Reino Unido, mas não geraram uma resposta grande por parte da Rússia, mesmo tendo um alcance maior do que os norte-americanos.

A condição norte-americana, cerca de um ano após o início da guerra, em fevereiro de 2022, era que as armas não fossem usadas para ataques no território russo, o que mudou agora por conta de todos os acontecimentos.

Ucrânia: País enfrenta mais 50 mil soldados em Kursk

Segundo o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, informou nesta segunda-feira (11) que aproximadamente 50 mil soldados russos estão mobilizados na região de Kursk, na Rússia, próxima à fronteira com a Ucrânia. Essa informação foi compartilhada em um momento de intensificação das operações de combate nas áreas fronteiriças, onde as forças ucranianas têm tentado repelir as forças russas. Além de Kursk, outras regiões como Belgorod e Briansk também têm recebido forças significativas da Rússia.

Esse movimento militar na região de Kursk reflete a escalada do conflito entre Rússia e Ucrânia, que continua com operações de ambos os lados nas fronteiras e nas regiões ocupadas.

Primeira invasão por terra

Segundo o site CNN, Kiev lançou sua incursão na região de Kursk, na Rússia, em agosto, pegando de surpresa não apenas Moscou, mas como também seus aliados. E relatou que a operação era necessária porque a Rússia planejava lançar um novo ataque à Ucrânia a partir da região. Esta ofensiva de Kursk, foi a primeira invasão por terra na Rússia por uma potência estrangeira desde a Segunda Guerra Mundial e pegou Moscou despreparada.

Ainda segundo o site, os ucranianos avançaram rapidamente para o interior do território russo e, a partir daí, mantiveram o controle sobre parte do território russo. Enquanto isso, a Rússia recuperou alguns assentamentos, a linha de controle mal mudou nos últimos meses. Um dos oficiais dos EUA informou ao site CNN, no domingo (10) que a Rússia reuniu uma grande força de dezenas de milhares, incluindo as tropas norte-coreanas recém-chegadas, para realizar um ataque às posições ucranianas em Kursk. Relatou ainda que a ofensiva era esperada.


Prédio atingido por ataque ucraniano na região russa de Kursk ( Foto: reprodução/ Tatyana Makeyeva/AFP/ site O Globo)

Rússia e Coreia do Norte juntas no conflito

A Coreia do Norte tem apoiado a Rússia na guerra contra a Ucrânia, esse apoio envolve principalmente o envio de armamentos e munições, além de outros recursos militares, já que ambos os países possuem uma relação próxima devido a interesses geopolíticos em comum. Essa colaboração se fortaleceu em 2023, com relatórios de que a Coreia do Norte estaria enviando munições de artilharia para ajudar a suprir a demanda russa no conflito.

Essas trocas e o apoio da Coreia do Norte à Rússia preocupam o Ocidente, pois representam uma ameaça à estabilidade na Ásia e contribuem para o prolongamento da guerra na Ucrânia.