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Na última quinta-feira (25), a Starbucks anunciou uma reestruturação de US$ 1 bilhão com impacto direto nos Estados Unidos e no Canadá. O plano inclui o fechamento de cerca de 500 cafeterias e a demissão de aproximadamente 900 funcionários corporativos. A medida visa reverter a queda nas vendas, que já dura seis trimestres consecutivos, e reforçar a presença da marca em seu principal mercado.
Menos lojas, mais foco: reconexão com o consumidor
A decisão foi oficializada em documento regulatório e já começa a ser colocada em prática. A previsão é que a rede encerre o ano fiscal com aproximadamente 18.300 unidades na América do Norte, entre próprias e licenciadas. A maior parte dos fechamentos ocorrerá em locais onde, segundo a empresa, não é possível oferecer a experiência desejada para clientes e parceiros.
Publicação de Starbucks Brasil (Foto: reprodução/Instagram/@starbucksbrasil)
Além dos fechamentos, a Starbucks vai investir em melhorias nas lojas existentes. A companhia pretende modernizar os espaços físicos e reforçar o atendimento ao cliente com a contratação de mais horas de trabalho para os baristas. Cerca de US$ 850 milhões serão destinados a essa reformulação estrutural, enquanto US$ 150 milhões vão cobrir custos com desligamentos.
Sindicato reage e empresa prepara nova fase de expansão
O CEO Brian Niccol, no cargo desde 2024, descreveu a iniciativa como parte do movimento “Back to Starbucks”. Segundo ele, a marca precisa recuperar sua essência como ponto de conexão entre casa e trabalho. “Essas mudanças são duras, mas necessárias para criar uma Starbucks mais forte e centrada no cliente”, afirmou Niccol em carta aos funcionários.
O Starbucks Workers United, sindicato que representa mais de 12 mil baristas nos EUA, informou que buscará diálogo formal sobre os impactos dos cortes. A empresa, por sua vez, garante que está comprometida com seus parceiros e promete retomar a expansão a partir de 2026. Enquanto isso, a companhia tenta reverter a queda acumulada de mais de 8% nas ações em 2025. O investimento faz parte de uma visão de longo prazo para transformar a Starbucks na maior empresa global centrada na experiência do cliente.
A Starbucks anunciou uma nova colaboração com a marca de moda brasileira Farm Rio, conhecida por suas estampas coloridas e estilo tropical. A parceria resulta em uma coleção exclusiva de itens colecionáveis de edição limitada, que estará disponível em lojas da rede a partir do dia 20 de maio no Brasil e, desde o dia 13, em unidades dos Estados Unidos e Canadá. Outros países da América Latina e do Caribe também receberão os produtos.
A coleção
A coleção inclui copos térmicos, garrafas reutilizáveis, canecas de cerâmica e copos plásticos em diferentes tamanhos, todos decorados com estampas inéditas. São cinco temas visuais distintos, Banana Mix, Borogodó, Board Banana, Lenço Azulejo e Banana Leaves, que refletem a estética solar da Farm Rio e destacam elementos naturais e culturais do Brasil.
Coleção completa da Farm Rio + Starbucks (Foto: reprodução/Starbucks)
Além do design marcante, os itens se destacam pela funcionalidade: os copos térmicos e garrafas são ideais para manter bebidas na temperatura desejada por mais tempo, enquanto as canecas e copos de plástico oferecem praticidade no dia a dia. Em alguns mercados, como os EUA e o Canadá, a linha também conta com mini chaveiros que acompanham os copos gelados, reforçando o caráter colecionável da coleção.
Copo térmico da coleção Farm Rio + Starbucks (Foto: reprodução/Starbucks)
Uma nova fase da parceria
Essa é a segunda vez que Starbucks e Farm Rio se unem em uma collab. A primeira aconteceu em 2022, mas teve distribuição exclusiva no mercado asiático. A nova coleção representa, portanto, a estreia dessa parceria para o público brasileiro e americano, e também marca a primeira ação conjunta realizada sob a gestão da ZAMP, empresa que assumiu a operação da Starbucks Brasil em outubro de 2024.
Para reforçar a presença da colaboração no país, algumas lojas selecionadas da rede no Brasil receberão uma ambientação especial com identidade visual inspirada nas estampas da Farm Rio. O objetivo é criar uma experiência imersiva que une o universo do café ao espírito vibrante e colorido da moda tropical.
Copo de aço inoxidável da coleção Farm Rio + Starbucks (Foto: reprodução/Starbucks)
A coleção chega ao público em um momento estratégico: com a aproximação do inverno no hemisfério sul e do verão no norte, os produtos foram pensados para evocar a energia do verão como uma sensação permanente, um estado de espírito que, segundo a proposta da Farm Rio, vai além das estações do ano.
Distribuição e disponibilidade
Os produtos estarão à venda por tempo limitado e apenas enquanto durarem os estoques. A disponibilidade pode variar entre as unidades, e a recomendação da Starbucks é que os clientes consultem previamente quais lojas participarão da ação. No Brasil, essa informação estará disponível no site oficial da marca.
Copo gelado da coleção Farm Rio + Starbucks (Foto: reprodução/Starbucks)
A colaboração reflete uma tendência crescente no varejo global, que une marcas de setores distintos, como moda e alimentação, para criar coleções temáticas que exploram valores em comum, como sustentabilidade, lifestyle e identidade visual. Nesse caso, o resultado é uma fusão entre o universo do café e o estilo de vida tropical, que promete atrair tanto os fãs da Starbucks quanto os seguidores fiéis da Farm Rio.
A Zamp, empresa dona das marcas Burger King e Popeyes no Brasil, anunciou a compra do Starbucks no país por R$ 120 milhões, nesta quinta-feira (6). O movimento surge em um contexto desafiador para o mercado da alimentação, especialmente pelos problemas provocados durante a pandemia de COVID-19.
Compra aguarda aprovação do CADE
O grupo SouthRock, atual dono da Starbucks no Brasil, enfrenta dificuldades financeiras e se encontra em um processo judicial desde o final de 2023. Empresa já declara uma dívida de R$ 18,8 bilhões, atribuída com altos juros e com as restrições causadas pela pandemia, levando em consideração também a queda das vendas de seus produtos, principalmente entre 2021 e 2022. Além disso, tem sido um desafio o capital de giro para a empresa.
As negociações para a compra do Starbucks estão em andamento desde fevereiro e agora entram em fase de assinatura de contrato e de compra. Contudo, a finalização do negócio deve ser autorizada pela justiça e aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).
Balcão do Starbucks (Foto: reprodução/Getty Images embed)
Nova fase para as empresas
Com a aquisição, a Zamp terá um aumento em seu portfólio por já possuir marcas estabelecidas no mercado de fast-food, como Burger King e Popeyes. A empresa agora busca uma forma para diversificar suas operações e fazer um bom aproveitamento de ótimas oportunidades de crescimento dentro do mercado, que apesar de muitos desafios, continua sendo promissor.
Por outro lado, essa transição para o Starbucks pode mostrar uma nova fase em sua presença em território brasileiro, já que a empresa é reconhecida mundialmente por sua oferta de cafés especiais e experiência diferenciada. Com a entrada de um novo produto, o grupo pode buscar novas estratégias e investimento para impulsionar ainda mais sua presença no mercado brasileiro.
Vale lembrar que as empresas irão continuar a operar normalmente no Brasil enquanto aguardam as aprovações necessárias para venda e compra. Dessa forma, irão continuar mantendo o foco na satisfação dos clientes e na qualidade de seus produtos e serviços.
A mundialmente famosa Starbucks passa por um capítulo difícil em sua história no Brasil. A rede de cafés passa atualmente por recuperação judicial para se recuperar de dívidas de R$1,8 bilhão e agora, a empresa responsável pela Starbucks no Brasil, a SouthRock, teria cometido crimes de estelionato, apropriação indébita contra credores e falsidade ideológica. Um empréstimo de R$75 milhões é o alvo principal das investigações, pois teria sido obtido através de alteração de balanços patrimoniais. A empresa nega as acusações.
A investigação
O inquérito foi aberto em dezembro de 2023, partindo de uma notícia-crime registrada pela Ibiuna Investimentos e pela securitizadora Travessia, as responsáveis pela operação de crédito à SouthRock. Os principais alvos do inquérito são o CEO da SouthRock, Kenneth Pope, o diretor financeiro, Fábio Rohr, e o gerente financeiro do Starbucks, Marcos de Jesus Carvalho.
As alegações investigadas pela Polícia Civil são de que os executivos teriam mostrado demonstrativos financeiros falsos para obter “vantagem ilícita” dos credores. Uma acusação adicional surgiu nesta segunda-feira (26) de que Kenneth Pope teria obtido empréstimo de R$20 milhões da própria empresa, ocultando a operação da Justiça e dos credores. A securitizadora Travessia o acusa de desviar o valor em benefício próprio e pedem que o executivo seja afastado de seu cargo, segundo notícia do jornal Valor.
Kenneth Pope comanda a SouthRock, fundo especializado em investimentos no setor de alimentos e bebidas, e assumiu as operações da marca Starbucks no Brasil (Foto: reprodução/Felipe Rau/Estadão)
A petição apresentada esta semana ainda acusa Pope de fraude, manipulação de documentos contábeis e ocultação de transações financeiras. Os advogados da Travessia alegam que o CEO da SouthRock teria contraído dívida de R$20 milhões da própria gestora e que esse valor não foi incluído na relação de valores a receber pela empresa no pedido de recuperação judicial.
Ao ocultar o valor, o CEO e diretor financeiro da SouthRock induziram os credores e a Justiça ao erro e encobriram o montante milionário a ser recebido pela empresa. Os advogados da Travessia alegam que Pope teria subtraído o valor da empresa “para vantagem pessoal em detrimento da coletividade de credores” e que a fraude só poderia ter ocorrido com o aval de Rohr, pois o diretor financeiro “sempre assinou as demonstrações financeiras e demais documentos contábeis das empresas do grupo”.
A SouthRock rebate as acusações e divulgou em nota que “os valores mencionados constam no balanço da empresa e no Imposto de Renda do sócio”. A empresa também alega que as movimentações financeiras foram realizadas antes do processo de recuperação judicial e que foram devidamente documentadas e que o pedido de inquérito seria uma tentativa dos credores de “justificar para investidores operações de crédito realizadas”.
Alteração de documentos e dívidas ocultas
A gestora SouthRock também é responsável pela operação do TGI Friday’s e do Eataly no Brasil e entrou com pedido de recuperação judicial em outubro de 2023. De acordo com os credores, o grupo manipulou documentos para maquiar a real situação da empresa para conseguir o empréstimo de que precisavam. O crédito concedido em novembro de 2022 pela Ibiuna e pela Travessia, após a SouthRock apresentar documentos que garantiam a saúde financeira da Starbucks. Os credores afirmam que um ano depois do empréstimo, foi descoberto que os demonstrativos financeiros “foram adulterados” a fim de fazê -los acreditar que a Starbucks pudesse honrar suas dívidas, quando, na realidade, o endividamento da gigante de cafés apontava para uma “tragédia anunciada”.
Os advogados da Travessia e da Ibiuna alegam adulteração de documentos por parte da SouthRock (Foto: reprodução/Pixabay)
Segundo os advogados da Warde Advogados, que representam a Travessia e a Ibiuna, o Starbucks teria “simplesmente deixado de pagar as parcelas das notas comerciais“, indo contra o acordo de pagamento da dívida em 48 parcelas mensais.
Entre os débitos ocultos da Starbucks e de outras companhias do grupo, estariam dois dois Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) de R$ 66 milhões cada, que não estavam no balanço do grupo durante a negociação para a concessão de empréstimo.
Os advogados da Travessia e da Ibiuna afirmam que a fraude ainda teria envolvido o envio de organogramas societários incompletos da SouthRock que omitiram, de propósito, holdings endividadas do grupo, que somados tinham ao menos R$400 milhões de dívidas, Um email incluído no processo, enviado em novembro de 2022 e com Pope em cópia, mostra o envio aos credores de um organograma sem a presença da SRC 6 Participações, uma das holdings endividadas.
A possível manipulação de balanços patrimoniais também teria envolvido a apresentação de valores menores dos royalties pagos pela SouthRock à Starbucks Brasil. Um balanço de junho do ano passado mostra uma diferença de R$42,1 milhões de diferença entre o montante real e o que foi apresentado.
A Polícia Civil segue com as investigações e ainda apura se a empresa SouthRock teria substituído máquinas de cartão usadas na rede Starbucks para impedir a arrecadação de recebíveis cedidos como garantia de empréstimo. Duas operadoras de maquininhas devem prestar esclarecimentos para auxiliar a Polícia nas investigações.