O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, moveu uma ação judicial contra o jornal The New York Times no valor de US$ 15 bilhões, cerca de R$ 79 bilhões. Segundo ele, a medida busca reparar danos por suposta difamação e calúnia, tanto a sua imagem pessoal quanto à de sua família e negócios. O anúncio foi feito pelo republicano em uma rede social, nesta terça-feira (16), e confirmado posteriormente pela agência Reuters.
Críticas ao jornal e ao partido democrata
Na publicação em que revelou o processo, Trump acusou o periódico de se transformar em um “porta-voz do partido democrata”. Ele afirmou que o veículo tem usado “um método de mentiras” contra sua figura política, sua família e o movimento America First. O presidente ainda lembrou que o Times manifestou apoio à sua adversária nas eleições de 2024, a democrata Kamala Harris, reforçando a acusação de parcialidade.
Além do jornal, Trump incluiu quatro repórteres e a editora Penguin Random House no processo. Entre os materiais citados está o livro “Perdedor Sortudo: Como Donald Trump Desperdiçou a Fortuna do Pai e Criou a Ilusão de Sucesso”, publicado em 2024. Também foram mencionados artigos e editoriais que questionavam sua aptidão para exercer a presidência. Para os advogados do republicano, tais conteúdos teriam causado “enormes prejuízos econômicos” e danos irreparáveis à sua reputação.
Trump anuncia processo contra o The New York Times (Vídeo: reprodução/Youtube/@uol)
Repercussão e debate político
A ofensiva judicial ocorre em meio à divulgação de reportagens sobre os vínculos de Trump com o financista Jeffrey Epstein. O The Wall Street Journal revelou cartas atribuídas a Trump, incluindo um desenho de uma mulher nua, o que motivou outra ação contra o veículo. Embora o nome do republicano apareça em registros de voos ligados a Epstein nos anos 1990, ele não é investigado no caso. Trump afirma que documentos que citam seu nome são “falsos”.
Até o momento, o The New York Times não comentou a ação bilionária anunciada por Trump. O processo reacende o debate sobre a liberdade de imprensa, a responsabilidade de veículos de comunicação e o uso da Justiça como instrumento de pressão política. Paralelamente, parte da base de apoiadores do presidente cobra maior transparência sobre documentos ligados a Epstein, enquanto críticos veem na ação judicial uma tentativa de silenciar adversários.
