Ex-funcionária da Uber transforma projeto paralelo em empresa milionária

Com formação em engenharia e experiência em startups, Carolina Matsuse deixou o cargo na Uber em 2019, São Paulo, para se dedicar integralmente a um projeto paralelo criado ao lado do então namorado, Yuri Gricheno. A decisão foi tomada após perceber que a pequena operação da Insider, uma marca de camisetas tecnológicas, enfrentava desorganização e falta de autonomia. O que começou como um experimento digital foi transformado, com disciplina e visão de negócio, em uma empresa avaliada em R$ 400 milhões e presente em mais de 40 países.

De um recesso no trabalho à decisão definitiva

Em 2019, Carolina Matsuse tirou uma breve folga de seu cargo na Uber para participar de um programa de empreendedorismo em Stanford, nos Estados Unidos. Durante a ausência, a startup que havia criado com Gricheno enfrentou sérias dificuldades operacionais. A estrutura era pequena, os processos estavam desorganizados e a equipe, com apenas cinco pessoas, não conseguia dar conta das demandas.


Publicação feita por Insider Store (Foto: reprodução/Instagram/@insiderstore)


Diante do cenário, foi tomada uma decisão definitiva de abandonar o emprego fixo e dedicar-se integralmente ao projeto. Formada pelo ITA, e com passagens por grandes empresas como BCG e QuintoAndar, Carolina enxergou que havia ali um enorme potencial de crescimento, mas que só poderia ser explorado se o foco fosse total.

Do produto único ao faturamento milionário

Inicialmente, a marca nasceu com a proposta de vender camisetas tecnológicas, com tecidos antiodor e antissuor. O produto foi escolhido estrategicamente por ser funcional, de fácil produção e com apelo direto ao consumidor moderno. Mesmo com estrutura reduzida, a empresa apostou no modelo digital direto ao consumidor, otimizando investimentos e testando o mercado com agilidade.

A virada veio com a aparição no “Shark Tank Brasil”, onde, mesmo sem fechar negócio, a empresa ganhou visibilidade nacional. Em um mês, o faturamento quintuplicou e os estoques se esgotaram.

Com o tempo, novos produtos foram adicionados, como linhas femininas e collabs com nomes da moda brasileira. A pandemia também impulsionou inovações, como máscaras e camisetas antivirais, que ampliaram o alcance da marca e consolidaram sua imagem como referência em tecnologia e sustentabilidade.

Prefeitura de SP obtém decisão que suspende transporte por motocicleta realizado por aplicativo

A disputa entre a Prefeitura de São Paulo e os aplicativos 99Moto e Uber Moto está longe de terminar. Entre decisões favoráveis e desfavoráveis, o serviço de transporte de passageiros por motocicleta segue sem autorização e regulamentação, dividindo opiniões. São muitas dúvidas em torno do tema, incertezas e insegurança por parte dos envolvidos.

Para suspender o serviço, além das questões de segurança, o Prefeito Ricardo Nunes alegou que não existe autorização legal federal para o transporte de passageiros por motocicletas e que a permissão desse tipo de serviço na capital vai aumentar os riscos para a população, com mais acidentes, mortes e lesões graves.

O Chefe do Executivo Municipal fundamentou suas alegações em alguns dispositivos legais, como as Leis Municipais 15.676/2012 e 16.344/2016; um Decreto Municipal datado de 2023, o Código de Trânsito Brasileiro, a Lei Federal 12.009/2009; as Resoluções do CONTRAN – Conselho Nacional de Trânsito, e o 11-A da Lei 12.587/2012, (Plano Nacional de Mobilidade Urbana).


Prefeito de SP, Ricardo Nunes, em entrevista à Globo News (Vídeo: Reprodução/X/@GloboNews)


Já os aplicativos alegam que essa suspensão não pode prevalecer, pois a Lei 12.587/2012 (Plano Nacional de Mobilidade Urbana) permitiu às prefeituras regulamentarem, mas não proibirem o transporte de passageiros por meio de aplicativos.

Vai e vem do caso

Em 2020, a Uber lança o serviço no Brasil. Em 2023, a Prefeitura de SP determina pela sua proibição, alegando preocupações com a segurança e saúde no trânsito.

Em janeiro de 2025, a 99 Tecnologia LTDA., dona da 99Moto, inicia o serviço, desafiando o decreto municipal de 2023, através do pedido para a concessão de uma liminar para revogar o tal, decreto que foi negada pela justiça, determinando a suspensão imediata do serviço, na sequência.  

Um mês depois, em fevereiro de 2025, o TJSP concede uma liminar à empresa 99, declarando inconstitucional o decreto municipal que proíbe o transporte de passageiros por motocicleta.


Foto de papéis oficiais (Foto: reprodução/H. Armstrong Roberts/Retrofile /Getty Images Embed)


Mais adiante, em abril de 2025, a Ação Direta de Inconstitucionalidade, proposta pela Associação dos Motofretistas do Brasil, para anular o decreto municipal de 2023, é julgada extinta, uma vez que a associação não é parte legítima para propositura da ação.

Posteriormente, a Prefeitura ajuíza uma ação civil pública, julgada improcedente no dia 14/05, autorizando o serviço em caráter liminar. No dia seguinte, interpõe recurso, o qual é provido, suspendendo, novamente, o serviço.

Grupo de Trabalho

Em 2023, a Prefeitura criou um Grupo de Trabalho para discutir o tema. Na oportunidade, foram ouvidos representantes de vários órgãos envolvidos, como a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o Corpo de Bombeiros, SPTrans, a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), além dos representantes das empresas de aplicativos.

A conclusão do estudo foi negativa, apontando que a realidade da cidade de São Paulo não possui elementos de segurança suficientes para sustentar a segurança exigida por esse tipo de transporte.

Justiça derruba ação contra proibição de transporte por motos em SP

O juiz Josué Pimentel derrubou na terça-feira a ação (13) da prefeitura de São Paulo que proibia o serviço de mototáxi na capital do estado. Ele julgou que a Ação Civil Pública movida pela administração era improcedente.

Proibição

No mês passado, uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, questionando a validade do decreto do prefeito Ricardo Nunes, foi extinta. Esta medida manteve a proibição em vigor. Na ocasião, o magistrado Pimentel alegou que a falta de regulamentação do serviço, assim como o fracasso na fiscalização era o que colocava de fato em risco a população.

O juiz também citou a Lei Federal 12.587/2012, que garante às prefeituras o direito de regulamentar e fiscalizar o serviço de mototáxi, mas não proibi-lo, além de lembrar da existência de um entendimento do Supremo Tribunal Federal que regulamenta o transporte de motocicletas.

Um dos líderes do movimento que defende o retorno do transporte de motos na capital paulista, Junior Freitas, explicou à CNN que ainda é necessária a regulamentação do segmento. De acordo com ele, os motoboys sempre foram a favor da regulamentação, mas a mesma nunca ocorreu pois não era a vontade do prefeito. Júnior explicou que uma lei federal é soberana em relação a uma lei municipal.


99Moto – serviço de moto por aplicativo (Foto: reprodução/99)

Como ficam os serviços

Prontamente, a 99 comunicou que o 99Moto já estava disponível desde às 16h desta quarta-feira (14). Bruno Rossini, diretor sênior da companhia, anunciou em nota  o retorno da empresa para a cidade. Bruno afirmou que o direito de ir e vir dos paulistanos voltou a ser assegurado pela justiça. A 99 ainda explicou que o serviço vai sofrer uma expansão de cobertura. Antes da proibição a empresa só atuava fora do centro expandido, mas segundo nota divulgada, todas as ruas e avenidas serão contempladas por motociclistas parceiros a partir de agora.

Grande concorrente da 99 na cidade, a Uber revelou à CNN que não pretende se manifestar ainda sobre o caso.

Novo recurso da Uber permite que motoristas bloqueiem passageiros

Nesta quarta-feira (19), a Uber anunciou uma ferramenta que permite aos motoristas bloquear passageiros indesejados. A nova função, implementada para melhorar a experiência e segurança dos condutores associados à plataforma, possibilita que os profissionais evitem situações desconfortáveis com determinados usuários.

Bloqueio de passageiros

Para que um passageiro seja bloqueado, o motorista responsável pela viagem deve avaliá-lo com uma estrela. Em casos como esse, o cliente será automaticamente bloqueado, impedindo que o motorista receba futuras chamadas desse usuário.

Ao dar duas ou três estrelas, o motorista também terá a opção de bloquear o passageiro. Não é possível bloquear usuários que receberam avaliações de quatro ou cinco estrelas.

Além disso, é válido ressaltar que clientes avaliados com uma estrela não ficarão impossibilitados de usar o aplicativo, visto que o bloqueio impede apenas que o usuário faça novas viagens com o profissional que atribuiu a nota mais baixa.


Passageiro que receber apenas uma estrela será automaticamente bloqueado (Foto: reprodução/G1/Uber)

Benefício para os motoristas

Segundo o motorista Leandro Silva, a nova funcionalidade é um benefício para os condutores, já que eles não precisarão mais transportar passageiros com quem tiveram experiências negativas.

O gerente de operações de segurança da Uber, Marcelo Brasileiro, a medida será positiva não somente para os motoristas, mas também para os passageiros: “O sistema de avaliações funciona para os dois lados. Estamos sempre enviando comunicações sobre como os usuários podem melhorar suas avaliações. Queremos promover um ambiente respeitoso e seguro para todos e esse novo recurso vem trazer ainda mais controle e transparência para os motoristas parceiros”, afirmou.

A empresa também revelou que o mecanismo será liberada gradualmente para todos os condutores do aplicativo.

Antes da atualização, já havia o bloqueio entre motoristas e clientes quando uma das partes atribuía uma avaliação negativa. Agora, o motorista receberá uma notificação no momento em que for dar a nota.

Uber pede ao STF que suspenda processos pendentes sobre vínculos empregatícios

Nesta segunda-feira (4), a Uber encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de suspensão de processos nas primeiras instâncias sobre vínculo empregatício entre motoristas e entregadores e a plataforma. A empresa tomou essa medida após o STF decidir que vai criar uma categoria profissional para o grupo de trabalhadores autônomos por plataforma, delimitando regras e garantindo direitos previdenciários. As informações são do G1 e da Folha.

No mesmo dia, o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresentou no Palácio do Planalto projeto de lei que regulamenta o trabalho de motoristas de aplicativos.

O ministro Edson Fachin, relator do caso, deverá decidir se interrompe a tramitação dos processos movidos pelos trabalhadores. No pedido dirigido ao STF, a Uber citou que acumulou 17 mil processos sobre a questão até maio do ano passado.

O portal Folha teve acesso ao documento enviado pela Uber ao STF, no qual a empresa afirma que um eventual reconhecimento do vínculo vai “inviabilizar a intermediação oferecida pela Uber por meio da sua plataforma digital, porque o vínculo empregatício é incompatível com seu modelo de negócio”.


Uber enfrenta milhares de processos judiciais nas varas trabalhistas (Foto: reprodução/Velozes e Curiosos)

STF aplica repercussão geral

Na última sexta-feira (1), por unanimidade, os ministros concluíram pela aplicação da chamada “repercussão geral” na discussão sobre a existência ou não de vínculo de emprego entre motoristas de aplicativo e as plataformas que prestam serviços.

Isso significa que, a partir de agora, as decisões tomadas pelo Supremo sobre este tema valerão como base para os casos semelhantes que surgiram na Justiça, inclusive nas instâncias inferiores.

‘Uberização’ já é discutida à tempos

O chamado emprego “uberizado” gera discussões desde que popularizou-se no país como alternativa ao desemprego e a crise. Entidades de trabalhadores e aplicativos buscam elaborar uma proposta para regulamentar as atividades executadas por meio de plataformas.

Os principais problemas apontados por especialistas são a falta de regras quanto à contribuição previdenciária e ausência de direitos dos trabalhadores do setor. Isso os deixa desprotegidos em casos de acidente ou de doenças que exijam afastamento do trabalho. Também não recebem salário-maternidade e não deixam pensão por morte para dependentes.