O acesso à passagem de Rafah, única via de saída de Gaza em direção ao Egito, tem sido obstruído por um impasse, gerando preocupações da ONU sobre um possível “estrangulamento” causado por Israel. Durante grande parte da semana passada, a passagem ficou fechada, impossibilitando tanto os residentes de Gaza quanto cidadãos estrangeiros de atravessarem. Atualmente, cinco caminhões da ONU, vazios, aguardam na fronteira de Gaza, ansiosos para entrar no Egito e fornecer suprimentos. No entanto, as autoridades egípcias não deram a ordem para a abertura dos portões, mantendo-os fechados, apesar da prontidão dos caminhões e das pessoas que aguardam do lado egípcio, segundo o CNN.
Consequências
Do outro lado, na Península do Sinai, no Egito, toneladas de suprimentos humanitários, incluindo alimentos, estão retidos há vários dias, à espera de cruzar a fronteira para Gaza. No entanto, o gabinete do primeiro-ministro israelense negou qualquer acordo para abrir a passagem de Rafah para o Egito, agravando ainda mais a situação.
Entre os que aguardam passagem, há 28 brasileiros desejando ser repatriados, 16 deles em Rafah e 12 em Khan Yunis, ambas cidades do sul de Gaza. Após cruzar a passagem para o Egito, o plano é que esses brasileiros sejam transferidos para o Aeroporto de El Arish, de onde embarcariam em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), já aguardando autorização em Roma, Itália. O embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, está em negociações para garantir a saída desse grupo.
A embaixada brasileira no Egito informou que as negociações para a abertura da passagem ainda estão em andamento, dependendo de um acordo envolvendo Israel, Egito e as autoridades de Gaza, algo que ainda não se concretizou, de acordo com fontes diplomáticas.
Refugiados esperam a oportunidade de sair de Gaza através da passagem em direção ao Egito. (Vídeo: reprodução/YouTube/ CNN Brasil)
Segundo a ONU
O comissário-geral da Agência de Assistência e Obras das Nações Unidas, Philippe Lazzarini, descreveu a situação em Gaza como uma catástrofe humanitária sem precedentes. Ele alertou para a falta crítica de água e eletricidade na região, ressaltando que “Gaza está sendo estrangulada”, com milhares de pessoas buscando refúgio nas instalações da UNRWA e a falta de recursos para lidar com essa situação esmagadora.
Lazzarini enfatizou a urgência de resolver a crise humanitária em Gaza, que tem impactos devastadores sobre a população local.
Foto destaque: Pessoas na Faixa de Gaza. Reprodução/Pixabay/Hosny Salah