Paulinho, futebol e religião: jogador ganha reconhecimento por suas ações contra a intolerância religiosa e receberá Medalha Pedro Ernesto

Gabriel Andrade Por Gabriel Andrade
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As olimpíadas além de ser um grande evento que atrai os olhos do mundo inteiro, nessa edição também se mostraram ser a mais política e disruptiva da história com relação à diversidade cultural e religiosa. Em Tóquio, o jogador Paulinho, camisa 7 da seleção olímpica do Brasil de futebol, foi um dos exemplos dessas manifestações. O atacante já havia se pronunciado oficialmente em uma carta publicada pelo site norte-americano “The Players Tribune”, na qual Paulinho expõe sua devoção a Exu e ao candomblé.

Essa ação já é rotineira para quem o acompanha. Desde quando mais jovem, sempre antes de todo jogo, seja pela seleção ou por seu clube, pedia proteção, força e gratidão aos orixás e a Exu. Apesar de já ter sofrido duras críticas a respeito de seu posicionamento religioso, Paulinho não se omitiu da responsabilidade que sempre carregou em defender sua religião. Sua mãe, Ana Cristina, ainda relatou em entrevistas para o UOL Esportes as perseguições que seu filho sofreu e sua resposta foi um post, com música de Emicida de fundo: “Nunca foi sorte, sempre foi Exu”. Milton Mendes, jornalista renomado do esporte nacional, expôs seu prestígio e apoio ao posicionamento do atleta: “Essa coisa que esporte e política não se mistura é uma grande bobagem. Tudo isso se mistura pois faz parte de uma mesma sociedade. Então eu vejo com muito bons olhos essas manifestações do Paulinho. Então acho que ele é um exemplo a ser seguido. É uma grande figura”. A Mocidade aproveitou também para convidá-lo a desfilar pela escola de samba no próximo desfile de carnaval, a qual a mesma irá homenagear Oxóssi, orixá do jogador.


Paulinho em comemoração de seu gol na estreia da seleção masculina nas Olimpíadas (Reprodução: Lucas Figueiredo / CBF)


No entanto, Paulinho teve o apoio de diversas pessoas que compartilham do amor à religião e passam por cima do “clubismo” e se manifestam junto ao atleta nas redes sociais. O futebol é sim muito mais que só futebol e deve ser cada vez mais palco para dar espaços a manifestações como essa, expondo a diversidade cultural e religiosa do Brasil.

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Além de se consagrar campeão olímpico, também receberá outra medalha, a de Pedro Ernesto, essa que é a maior honraria da Câmara Municipal do Rio de Janeiro. O mérito por essa conquista se deu pela contribuição do atacante de 21 anos contra a intolerância religiosa e por isso será homenageado a pedido do vereador Átila Nunes (DEM). A entrega da medalha ainda não tem data definida.

Paulinho fez uma grande contribuição para o combate à intolerância religiosa ao homenagear na estreia da seleção olímpica, em Tóquio, o orixá Oxóssi, sacando uma flecha imaginária das costas após fazer o gol. Foi a imagem mais poderosa do jogo e fortaleceu o debate sobre o respeito à diversidade religiosa”, declarou o vereador Átila, em suas mídias sociais, ao justificar sua iniciativa.

 

(Foto Destaque: Paulinho. Reprodução/ Daniel Leal – OLIVAS/AFP)

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