O inverno de 2024 começará oficialmente no dia 21 de junho, na maior parte do território brasileiro, exceto em partes do Amazonas, Pará e quase toda a extensão de Roraima e Amapá, que estão no Hemisfério Norte. Apesar disso, os meteorologistas já podem fornecer um panorama climático para a próxima estação.
De modo geral, não são esperados extremos de frio ou calor. A previsão aponta para um equilíbrio, com uma tendência para mais dias de temperaturas acima do normal, embora ainda ocorram períodos de frio ao longo da estação.
Influência do El Niño e La Niña
Vinicius Lucyrio, meteorologista da Climatempo, destaca que o inverno de 2024 terá temperaturas acima da média, especialmente no final da estação, entre agosto e a primeira quinzena de setembro, quando novas ondas de calor podem ocorrer.
A razão principal é o término do fenômeno climático El Niño, que aquece as águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial, influenciando o clima em todo o país. Com o fim de El Niño, estamos na fase neutra – quando as águas do Pacífico não são influenciadas por nenhum fenômeno específico – e há expectativas para a instalação do La Niña.
Impacto dos fenômenos climáticos
A ocorrência de La Niña se verifica quando ocorre um resfriamento na faixa Equatorial Central e Centro-Leste do Oceano Pacífico, marcado por uma redução de 0,5°C ou mais nas temperaturas da água. Este fenômeno se manifesta a cada intervalo de 3 a 5 anos.
Lucyrio explica que, embora o El Niño tenha terminado, sua influência atmosférica ainda será sentida por algumas semanas, até cerca de junho, antes de desaparecer completamente.
Durante o final do outono, ainda estamos passando por um período de resfriamento do Oceano Atlântico, o que deve reduzir a frequência de bloqueios atmosféricos e transitar para padrões climáticos mais típicos do inverno.
Efeitos do El Niño
Durante o verão, o El Niño intensifica o calor e ameniza o rigor do inverno no Brasil, dificultando a entrada de frentes frias e causando quedas de temperatura mais suaves e de curta duração. Essa condição leva à ocorrência de períodos de seca no Norte e Nordeste, especialmente nas áreas equatoriais, enquanto no Sul e Sudeste são provocadas chuvas abundantes.
Mesmo com o término do El Niño, o outono ainda será muito impactado por sua forte influência nos meses anteriores. A partir de junho, espera-se um resfriamento mais evidente das águas do Pacífico, com o estabelecimento de La Niña previsto para o inverno.