Brasília é a cidade com mais casos prováveis de dengue no Brasil, segundo o boletim do Ministério da Saúde. Mesmo em seca – sem chover há 116 dias – o mosquisto aedes aegypti se adaptou ao tempo seco, segundo infectologista.
Brasília é disparada a cidade com mais casos prováveis (Reprodução/Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas)
“Inúmeros lugares onde fica água, como bocas de lobo, ralos, calhas, lajes, na junta da laje com a parede, quando lava a garagem, são condições que podem juntar água. O mosquito já se adaptou ao meio urbano”, explica David Urbaéz, infectologista da Sociedade Brasileira de Infectologia no DF.
Para o infectologista, a crise econômica é um reflexo do aumento nos casos prováveis.
“A dengue é um grande indicador de crise, independentemente de estar seco ou não. Há muitas casas com piscina e, com a crise econômica, o aparato de limpeza e manutenção ficou comprometido. Pessoas ficaram sem dinheiro e fica água empoçada.”
Entre 2 de janeiro e 28 de agosto, o Distrito Federal registrou 61.597 casos de dengue, 12.963 a mais que a segunda colocada, Goiânia (GO), que teve 48.634 casos prováveis da doença. Na sequência, aparecem Joinville (SC) com 23.293 e Araraquara (SP) com 20.777. No Brasil foram 1.329.488 casos prováveis entre janeiro e agosto de 2022.
Não chove no Distrito Federal há 116 dias e a umidade não passa de 25%. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) , o ideal é de 60%. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a chuva está prevista para outubro, e no ano passado, a umidade do ar de setembro chegou a 11%.
Entre as formas mais simples da prevenção da dengue em casa é deixar as portas e janelas fechadas durante o nascer e o pôr do sol, limpar o terreno de casa e se livrar de materiais e entulhos que possam ser criadouros.
Foto destaque: Agente de saúde limpando as ruas no Distrito Federal. Reprodução/Acácio Pinheiro/Agência Brasília