O coração dita o ritmo e o corpo sente quando existe alguma alteração. As doenças do coração comprometem seu bom funcionamento e são a principal causa de morte no Brasil, com 27,65% do total de óbitos, o equivalente a 400 mil ao ano. Entre elas, destacam-se o infarto e o acidente vascular cerebral (AVC), que ocupam o primeiro e segundo lugares desse ranking, respectivamente.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), são 18 milhões de vítimas das doenças cardiovasculares por ano. Deste total, 85% são consequentes de infartos do miocárdio e de acidentes vasculares cerebrais (AVC). E a OMS também divulgou em setembro que as doenças não-transmissíveis se tornaram a principal causa de morte no mundo.
Doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo(Foto: Reprodução/uniftc)
Pesquisadores do Reino Unido descobriram um novo programa de inteligência artificial que pode avaliar os olhos e ajudar a prever casos de alto risco de ataque cardíaco.
Um estudo publicado no British Journal Ophthalmology, aponta que a tecnologia um dia poderá permitir a realização de exames precisos mesmo fora do ambiente hospitalar. O estudo também indica que a retina seja um indicador do tempo de vida restante do público de terceira idade. Através da análise de retina e idade cronológica pode ser feita essa constatação.
“Esta ferramenta de IA pode informar alguém em 1 minuto mais ou menos o seu nível de risco”, disse a principal autora do estudo, professora Alicja Rudnicka. Ela afirmou que caso alguém descobrisse que o seu risco de ter uma doença cardíaca era maior do que o esperado poderia receber algum tipo de intervenção.
Os pesquisadores utilizaram a ferramenta para digitalizar imagens de 88.052 participantes do BioBank do Reino Unido. Todos com idade entre 40 e 69 anos. Foram analisadas a largura, a área do vaso e o grau de curvatura das artérias e veias na retina para desenvolver uma forma de previsão de um ataque cardíaco, doenças circulatórios e AVC.
“A previsão de risco de vasculometria habilitada por IA é totalmente automatizada, de baixo custo, não invasiva e tem o potencial de atingir uma proporção maior da população na comunidade devido à disponibilidade de ‘rua’ e porque a amostragem de sangue ou medição da pressão arterial não é necessário”, escreveram os pesquisadores.
Foto destaque: Exames oculares podem indicar doença cardíaca. Reprodução/G1