Há pouco mais de duas semanas, no dia 21 de setembro, o Haiti celebrou 231 anos de sua revolução. A história da ilha é baseada em ocupação e exploração por parte de potências capitalistas, como a Espanha, França e os Estados Unidos.
Ocupado primeiramente pela Espanha, o território foi denominado pelos colonos “Hispaniola”, tornando os povos locais estrangeiros em suas próprias terras. Em um tratado colonial de 1697, o Haiti se tornou uma colônia francesa e passou a se chamar Saint-Domingue (São Domingos). Em 1789, a ilha já era a colônia mais lucrativa do mundo para os franceses, produzindo cerca de 40% de todo o açúcar mundial. São Domingos se tornou também um enorme ponto de negociação de escravos, com a população sendo constantemente explorada, como funciona a lógica colonial.
Após mais de dois séculos de exploração, em 1794 o país, sob a liderança de Toussaint Louverture, aboliu a escravidão pela primeira vez. Sete anos depois, a França de Napoleão Bonaparte restabeleceria a escravidão em São Domingos. Os franceses seriam derrotados definitivamente em 1803, e em janeiro de 1804 o país passaria a se chamar Haiti.
Após uma série de ocupações norte-americanas no país, em 1991 um golpe de estado retirou o presidente democraticamente eleito Jean Aristide do poder, e em 1994 os Estados Unidos invadiram o país militarmente, se estabelecendo até 2004.
O diagnóstico das consequências da exploração, é feito pelas próprias Nações Unidas, em relatório: cerca de 4,5 milhões de pessoas, de uma população de 11,4 milhões, passam fome.
Com protestos contra o governo que paralisam o país constantimente pelas últimas sete semanas, o Haiti tem agora o problema da cólera, com dezenas de casos diagnosticados. Conforme o Médicos Sem Fronteiras (MSF) e o Ministério da Saúde, a doença matou 8 pessoas, com 68 novos casos confirmados apenas na primeira semana de outubro.
25 mil haitianos foram obrigados a voltar a seu país de origem. (Foto: Moore/Getty Images)
Enquanto isso, Joe Biden, presidente norte-americano em exercício, já deportou mais de 25 mil haitianos desde o início de seu mandato, conforme dados da ONG norte-americana Human Rights Watch.
Foto Destaque: Forças estatunidenses atacam imigrantes na fronteira. Paul Ratje/AFP.