Ações da Americanas caem 80% na B3, 22% em Nova York e provoca queda nos varejistas

Mateus Lima Por Mateus Lima
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O mercado de ações sofreu um baque na noite da última quarta-feira (11), por conta de um fato relevante da Americanas ter informado que foram identificadas “inconsistências contábeis” no valor de R$ 20 bilhões nos balanços da empresa.

As ações da Americanas (AMER3) começou esta quinta-feira (12) cotadas em R$ 2,40, na B3 (bolsa de valores oficial do Brasil, sediada na cidade de São Paulo), queda de 80% em relação ao dia anterior. Após duas horas foram feitos 85 mil negócios, que movimentaram 530 milhões de ações. 

No principal centro financeiro de Nova York, Wall Street, os American Depositary Receipts da Americanas (BTOOY), estão cotados a US$ 3,50 (R$ 17,25), queda de 21% em relação ao dia anterior.

A queda nas ações da varejista afetou outras empresas de varejo. As ações da Meliuz (CASH3) tiveram queda de 5%. O mesmo ocorreu com a Via (VIIA3), que administra as lojas Casas Bahia e Pontofrio, que estão em baixa de 3,8%. A Magazine Luiza (MGLU3), não registrou prejuízos, tendo aumento de 5,6%.  

Por conta disso, o então CEO da Americanas, Sergio Rial, renunciou ao cargo apenas dez dias após ter assumido. O diretor financeiro, André Covre e de relações com investidores da companhia, também pediu demissão.

O Ex-CEO, participou nesta quinta-feira (12), de uma videoconferência realizada pelo BTG Pactual com o objetivo de dar explicações em relação ao rombo informado pela Americanas. Durante a reunião, ele explicou que a “empresa não foi transparente, mas não é tóxica”, afirmando ainda que o momento de insegurança é uma oportunidade de reformulação para o setor de varejo como um todo.


<blockquote class=”twitter-tweet”><p lang=”pt” dir=”ltr”><a href=”https://twitter.com/hashtag/SergioRial?src=hash&amp;ref_src=twsrc%5Etfw”>#SergioRial</a>: “A disposição da administração em falar de problemas é menor do que deveria ser”, disse ele em apresentação a <a href=”https://twitter.com/hashtag/investidores?src=hash&amp;ref_src=twsrc%5Etfw”>#investidores</a>.<br><br>Leia mais em: <a href=”https://t.co/5HTaVk1Sm1″>https://t.co/5HTaVk1Sm1</a></p>&mdash; Forbes Brasil (@ForbesBR) <a href=”https://twitter.com/ForbesBR/status/1613555347419193351?ref_src=twsrc%5Etfw”>January 12, 2023</a></blockquote> <script async src=”https://platform.twitter.com/widgets.js” charset=”utf-8″></script>


Quem assume o cargo temporariamente de CEO da Americanas é João Guerra, que era Chefe Executivo de Recursos Humanos (CHRO) da instituição desde julho de 2021. Contudo, mesmo após se desligar do comando da empresa, Sergio Rial deve contribuir na apuração sobre o prejuízo de R$ 20 bilhões, sendo designado a assessor nesse processo.

Sergio foi indicado para o comando da varejista no dia 19 de agosto de 2022, provocando uma alta de 22,5% nas cotações em 22 de agosto. Rial teve uma trajetória bem sucedida no Santander, transformando a subsidiária brasileira na operação mais rentável do banco em todo o mundo.

Por conta da excelente administração da instituição financeira, ele foi designado para melhorar e acelerar a integração entre o varejo físico e o digital. Seu anúncio para o comando da Americanas gerou expectativas de um resultado semelhante ao realizado no Santander. A expectativa dos investidores era de um crescimento da eficiência e da multiplicação do lucro, mas esses planos terão de ser adiados.

 

Foto destaque: Logo da Americanas. Reprodução/Instagram

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