Nesta quinta-feira (26), a Justiça de São Paulo determinou a busca e apreensão de e-mails institucionais de diretores do Grupo Americanas. A medida inclui os inclui os membros do conselho de administração e do comitê de auditoria da empresa, atuais e ex-funcionários da área de contabilidade da varejista nos últimos dez anos.
A decisão liminar atende a uma ação do Banco Bradesco, maior credor da empresa, com R$ 4,7 bilhões a receber da Americanas e foi tomada pela juíza Andrea Galhardo Palma, do Tribunal de Justiça de São Paulo. Como tem caráter liminar, ainda cabe recurso. Na solicitação, o banco requisitou a apreensão dos e-mails alegando que diretores, acionistas e auditores permitiram que uma grande fraude contábil ocorresse em uma das maiores empresas do Brasil.
“É de rigor o deferimento da medida de busca e apreensão para que todas as caixas de e-mail institucionais sejam devidamente copiadas (…) para que seus backups sejam armazenados junto a esse MM [juiz de direito].“, diz trecho da decisão.
A ordem afeta os os acionistas marjoritários Carlos Alberto Sicupira, Paulo Alberto Lemann, representante de Jorge Lemann no conselho, e o ex-CEO Miguel Gutierrez.
No pedido de tutela, o Bradesco afirmou que as provas produzidas no bojo das perícias requeridas poderão ensejar o ajuizamento de ação individualizada contra eventuais participantes da fraude.
Apesar da comissão de investigadores criada pela Americanas, a juíza afirmou que, deve-se evitar qualquer risco de destruição de provas. A assessoria empresarial Ernst & Young e a advogada Patrícia Punder foram nomeados pela magistrada como especialistas em contabilidade e evidências forenses para trabalhar no caso.
A Americanas declarou nesta quarta-feira (25) que possui 7.720 credores. A informação consta no documento enviado à 4º Vara Empresarial do Rio, e faz parte do processo de recuperação judicial da empresa após a descoberta do rombo bilionário, no início de janeiro.
Consumidores esperando para aproveitar o black friday em Porto Alegre | Mateus Bruxel/Agência RBS
Entenda o Caso;
No dia 11 de janeiro, a empresa informou que havia inconsistências em lançamentos contábeis no valor de R$ 20 bilhões. O rombo veio com um problema de registro de dívidas que a companhia tinha com fornecedores e bancos. Desde então, as ações da companhia caíram na bolsa de valores brasileira e entrou em crise com credores, em meio a uma dívida de mais de R$ 41 bilhões.
Enquanto isso, lojas físicas e espaços onlines continuam funcionando normalmente, o Procon de São Paulo procurou a empresa quanto a isso que afirmou: pode comprar sem medo.
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