Bolsonaro hostiliza repórteres e segurança agride jornalistas

Diogo Nogueira Por Diogo Nogueira
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Ao caminho de se encontrar com seus apoiadores perto da embaixada brasileira, no centro de Roma, o Presidente Jair Bolsonaro, reagiu de forma hostil contra jornalistas. Bolsonaro havia sido questionado sobre sua ausência em outros eventos que envolvem o G20, enquanto outros governantes davam entrevistas ao se retirar da reunião. Os seguranças ao redor do local foram violentos para impedir o avanço de quem estava fazendo perguntas.

O correspondente da Globo, Leandro Monteiro, sofreu um soco no estômago após tentar se desvencilhar da multidão e perguntar ao líder brasileiro o motivo da sua inatividade em outros eventos.

A hostilidade de Bolsonaro é transcrita na seguinte sequência:

Leonardo: “Presidente, presidente. O cara tá empurrando, gente. Presidente, por que o senhor não foi de manhã no encontro do G20?”

Bolsonaro: É da Globo? Você não tem vergonha na cara…”

Leonardo: “Oi, presidente, por que o senhor não foi de manhã nos eventos do G20?”

Bolsonaro: “Vocês não tem vergonha na cara, rapaz”

Leonardo é empurrado, e reage “Ei, ei, ei… o que é isso, tá maluco?”

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O repórter Jamil Chade, do UOL, filmou o ato de violência contra seus colegas para a identificação do agressor, porém o segurança não permitiu a gravação, ao empurrar, agarrar seu braço e torcê-lo, levando o celular. Instantes depois, o segurança atirou o aparelho em um lugar da rua.

Anteriormente, seguranças e policiais italianos agiram com intensidade contra a repórter Ana Estela Sousa Pinto, do jornal Folha de S.Paulo. Um agente que não se identificou chegou a empurrar a profissional, exigindo que ela deveria se afastar do local considerado público. Depois, ainda foi empurrada mais vezes. 

Quando Bolsonaro nem havia comparecido à embaixada, uma assistente da Globo que estava aguardando, no intuito de gravar imagens do Presidente foi intimidada e denunciada como “infiltrada” por apoidadores. Um jornalista da BBC prestou ajuda, e ela se afastou dos manifestantes.


Bolsonaro em sua chegada na cúpula do G20, neste sábado (30), em Roma, na Itália. Foto: Domenico Stinellis (AP)


O Folha de S.Paulo divulgou uma nota que diz: “a Folha repudia as agressões sofridas pela repórter Ana Estela de Sousa Pinto e outros jornalistas em Roma, mais um inaceitável ataque de Jair Bolsonaro à imprensa profissional.”

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), notificou que “repudia mais esse ataque à imprensa envolvendo a maior autoridade do país. Ao não condenar atos violentos de seus seguranças e apoiadores a jornalistas que tão somente estão cumprindo o dever de informar, o presidente da República incentiva mais ataques do gênero, em uma escalada perigosa e que pode se revelar fatal. Atacar o mensageiro é uma prática recorrente do governo Bolsonaro que, assim como qualquer administração, está sujeito ao escrutínio público. É dever da imprensa informar à sociedade atos do poder público, incluindo viagens do presidente no exercício do mandato. E a sociedade, por meio do art 5° da Constituição, inciso XIV, tem o direito do acesso a informação garantido.”

Foto em destaque: José Dias (PR)

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