Após o último pedido da defesa de Jair Bolsonaro (PL), de ter acesso ao inquérito das joias sauditas apreendidas pela Receita, ter sido negado na última quarta-feira (15); novamente, com a coordenação do advogado Paulo Cunha Bueno, a defesa solicitou a admissão.
Em seu último declínio da solicitação, a Polícia Federal argumentou que não poderia conceder acesso ao ex-presidente, já que este, “até o momento”, não é investigado no caso das joias. Como contra-argumentação disto, Paulo Cunha, ao realizar novamente o pedido, afirmou que apesar de não ser diretamente investigado, Bolsonaro está sendo tratado como tal, já que nas palavras do ministro da justiça, Flávio Dino, o ex-presidente “será chamado para depor”.
Esta declaração de Dino, foi feita na última segunda-feira, onde o ministro afirmou: “Em algum momento, como investigado, o ex-presidente da República será intimado a prestar depoimento. Caso ele não compareça, nasce uma situação nova em que poderá ou não ter o acionamento dos mecanismos de cooperação internacional. É possível concluir o inquérito independentemente de ele ser ouvido ou não. Mas eu espero que ele compareça e seja ouvido pois é um direito dele como investigado”.
As joias sauditas apreendidas, avaliadas em cerca de 16,5 milhões de reais (Reprodução/Amanda Perobelli/Reuters)
De acordo com investigações recentes, além das joias avaliadas em R$ 16,5 milhões, que foram apreendidas pela Receita Federal ainda no Aeroporto de Guarulhos, outra parte, que valia cerca de R$ 500 mil, passou despercebida, foi detectada na alfândega e entregue a Bolsonaro.
Em ambas as ocasiões, o ex-presidente e os outros envolvidos, desrespeitaram a lei de declaração de itens às autoridades, além de que, no segundo caso, Jair Bolsonaro agiu contra o entendimento do Tribunal de Contas da União, que prevê que as joias configuram em um tipo de presente que deve ficar com o Estado. Após o caso vir a tona, o político do PL, prometeu entregas as joias ao TCU.
Foto destaque: as joias vindas da Arábia Saudita e que foram apreendidas pela Receita, ao lado, o ex-presidente Bolsonaro. Reprodução/Arquivo O Globo