Uma mulher identificada como Débora Cotta, de 25 anos, publicou em suas redes sociais um relato sobre assédio e descaso dos seguranças do estádio após ser beijada à força dentro do Mineirão durante a partida entre Atlético-MG e Corinthians, na noite desta quarta-feira (10).
O que mais impressiona é que uma semana atrás, a estudante Karinne Marques, também foi vítima de assédio sexual no Mineirão. No dia 3 de novembro, um homem passou a mão no corpo dela durante o jogo de Atlético-MG e Grêmio.
Débora relatou o acontecimento, disse que foi ao bar do estádio, no ínicio do segundo tempo, pra comprar uma cerveja. Enquanto ela esperava o local esvaziar um homem desconhecido aproximou-se dela. ” Ele falou algumas coisas que não lembro, porque eu estava conversando com uma menina que estava com a pressão baixa do meu lado, me agarrou, me pressionou bastante nele, de um jeito que eu não conseguia sair, e me deu um beijo na boca. Eu tentei sair, mas não consegui. Quando ele parou, eu fiquei sem entender. A minha reação foi falar: ‘ Sai daqui’. Ele saiu andando e rindo”, relatou a vítima.
Logo após Débora ficou inconformada com o que tinha acontecido e então seguiu o homem e o atingiu com chutes e socos. ” Eu pensei, não posso deixar por isso mesmo. Ele apressou o passo, e eu comecei a gritar, dizendo que ele tinha me agarrado, mas nínguem fez nada. Teve um cara ainda que estava perto e falou que não era para tanto”.
Débora teve que ser ajudada por uma mulher porque estava em estado de choque. A partir desse momento, a vítima precisou enfrentar outras dificuldades. Quando ela contou o que tinha acontecido, o funcionário perguntou se havia testemunhas e perguntou onde o homem estava e que se Débora não soubesse onde o suspeito estava, nada poderia ser feito.
Os policias conseguiram recuperar as imagens das câmeras de seguranças e identificaram o suspeito, mas ele não foi encontrado. A vítima registrou um boletim de ocorrência. ”Eu não consigo parar de pensar, me dá uma sensação horrível, de nojo, não sei se isso vai passar uma hora. Eu nunca vi o Galo ser campeão brasileiro, não ia perder a oportunidade de ver os jogos. Eu só queria pegar uma cerveja e assistir ao jogo.”
A vítima disse que pensa em entrar na justiça contra o Mineirão e espera que o suspeito seja localizado. Após a publicação nas redes sociais e toda a repercussão, ela foi apoiada por diversas mulheres que também já sofreram assédio dentro do estádio.
(Foto:Cristiane Matos/ O Tempo)
O Mineirão se pronunciou e afirmou que teve conhecimento do caso denunciado pela torcedora. ” O estádio já está apurando a denúncia junto à equipe de segurança contratada e entrando em contato com a torcedora para mais informações”, diz o texto.
” O Mineirão informa que vem aprimorando o treinamento de seus prestadores de serviço e tem trabalhado para o melhor acolhimento das torcedoras. É importante que denúncias como essa sejam feitas para que o estádio leve ao conhecimento das autoridades policiais”, declarou o Mineirão.
Foto Destaque: Arquivo pessoal