Nesta semana, Pernambuco decretou situação de emergência em saúde pública por causa da lotação das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) neonatais e pediátricas, devido ao aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). O status é válido pelo período de 90 dias e pode ser prorrogado caso seja necessário.
“Nesta quinta-feira (22/06), 49 crianças aguardam por uma UTI SRAG no estado, enquanto outras cinco aguardavam um leito de terapia intensiva de pediatria clínica. Em relação aos recém-nascidos, dez estão na fila por uma UTI Neonatal SRAG. Em relação aos leitos neonatais clínicos, 15 aguardavam uma UTI”, afirmou em nota a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES – PE).
As SRAGs são doenças respiratórias graves que levam à hospitalização do paciente. São causadas por uma série de infecções respiratórias, como o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), causadora da bronquite infantil, a Influenza, que e provoca a gripe, e pelo Sars-Cov-2, responsável pela Covid-19.
Criança internada em leito de UTI em Pernambuco. (Reprodução/TV Globo)
Desde março foi realizada uma ampliação de quase 100 novos leitos de terapia intensiva na rede estadual, atualmente contando com 219 unidades pediátricas e 111 neonatais, todas operando em sua capacidade máxima.
“Diante do atual cenário, esclarece que o decreto de estado de emergência em razão das elevadas taxas de ocupação de leitos pediátricos, declarado pelo Governo do Estado, na última terça-feira (20/06), vem no contexto da sazonalidade da gripe pediátrica, em que as doenças respiratórias têm causado grande impacto nos sistemas de saúde do País e em Pernambuco”, continua a nota.
Além de Pernambuco, outros três estados brasileiros também decretaram emergência devido ao avanço das síndromes respiratórias. Santa Catarina anunciou no início do mês, quando mais de 97% dos leitos de UTI estavam ocupados. No meio de maio, o Amapá registrou um aumento de 108% no número de SRAGs entre janeiro e maio se comparado ao mesmo período no ano anterior, e implementou o status de emergência.
Ainda em janeiro, o Acre foi o primeiro estado a determinar o status, devido “superlotação por internações referentes à síndrome gripal em todo o estado, com aumento na taxa de internação de 120%”. A medida já expirou no estado, mas o secretário de Saúde do estado, Pedro Pascoal, afirmou em entrevista à Rede Amazônica que há a probabilidade dessa medida voltar em meio à nova alta de SRAGs em crianças.
O status de emergência é benéfico para diminuir burocracias e permitir uma maior agilidade na compra de equipamentos e leitos de UTI e na contratação de profissionais para combater a alta de casos.
Foto destaque: Aumento de síndromes respiratórias no Brasil. Reprodução/Freepik