Confira o que a tragédia na Líbia acarretou para o país

Isadora de Oliveira Silva Por Isadora de Oliveira Silva
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Na semana passada, a Líbia tornou-se o mais recente país a enfrentar uma catástrofe provocada por enchentes, segundo o Fantástico. A tempestade Daniel, com a força de um furacão, desencadeou a ruptura de duas barragens, resultando em uma tragédia de proporções devastadoras. Mais de 11 mil pessoas perderam a vida, e cerca de 10 mil estão desaparecidas.

Neste artigo, examinaremos as principais causas e fatores que contribuíram para essa tragédia, que incluem o rompimento de represas, a falta de acesso à água potável, o aquecimento do Mar Mediterrâneo, a falta de preparação e educação local, a instabilidade política na Líbia e a assistência estrangeira.

 

Tragédia

A tempestade Daniel desferiu um golpe severo na Líbia, despejando o equivalente a um ano de chuva em apenas 24 horas. No entanto, a maior calamidade ocorreu com o rompimento de duas represas, liberando 30 milhões de metros cúbicos de água sobre a cidade costeira. Isso resultou em uma destruição massiva, pegando muitos residentes de surpresa enquanto dormiam. Imagens chocantes mostram casas, edifícios inteiros e carros sendo arrastados pelas águas, criando um cenário apocalíptico.

Derna, uma cidade costeira com 100 mil habitantes, foi duramente atingida. Um terço da cidade agora está desabrigado, enfrentando sérias dificuldades para obter água potável. O número de mortes já ultrapassa 11 mil, com mais 10 mil pessoas ainda desaparecidas.

O aumento da temperatura no Mar Mediterrâneo é um fator significativo. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), a região está aquecendo 20% mais rápido do que a média global, resultando em chuvas mais intensas e ciclos de seca prolongados, além do aumento do nível do mar. Especialistas argumentam que esse aquecimento contribuiu para a intensidade da tempestade Daniel.


Vídeo para mais informações sobre as enchentes na Líbia. (Vídeo: reprodução/YouTube por BBC news Brasil)


Condição política e humanitária

As autoridades líbias afirmaram ter emitido alertas sobre a tempestade, mas a preparação inadequada e a falta de educação sobre como responder a desastres naturais foram evidentes. As duas represas, negligenciadas desde 2002 e sem manutenção adequada, não suportaram a pressão da água, resultando em uma devastadora enxurrada que varreu mais de 20% da cidade. A falta de capacitação e educação sobre desastres naturais é um problema persistente em muitos países.

A situação política e humanitária instável da Líbia também desempenhou um papel importante. O país enfrenta corrupção crônica e uma prolongada guerra civil, com dois governos rivais. Além disso, investimentos em infraestrutura e energia limpa são escassos desde a queda de Muamar Kadhafi em 2011.

A comunidade internacional, incluindo a ONU e a Organização Mundial da Saúde (OMS), ofereceu assistência à Líbia para lidar com as consequências da tempestade. A ONU se comprometeu a fornecer 10 milhões de dólares, enquanto a OMS enviou suprimentos médicos para 250 mil pessoas. Essa ajuda estrangeira é fundamental para aliviar o sofrimento das vítimas e apoiar a recuperação do país.

 

Foto destaque: Enchentes na Líbia. Reprodução/BBC News Brasil por Getty Images

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