Violência digital atinge milhões de brasileiras

As estatísticas oficiais brasileiras passaram a incluir a violência digital. Pela primeira vez, a Pesquisa Nacional de Violência Contra a Mulher considerou agressões que acontecem em ambientes virtuais, e os dados apresentados são alarmantes: aproximadamente 8,8 milhões de mulheres, ou seja, uma em cada dez brasileiras com 16 anos ou mais, relataram ter sido vítimas de algum tipo de abuso digital no último ano. As informações destacam que a conexão entre violência de gênero e ambiente online está se tornando cada vez mais intensa, não podendo mais ser considerada um problema secundário.

O avanço dos crimes virtuais contra mulheres

A inclusão da violência digital na pesquisa reflete a transformação das relações sociais. O ambiente virtual deixou de ser apenas um espaço de compartilhamento de conteúdo para se tornar uma extensão direta da vida pública e privada das mulheres. É nesse cenário que aparecem agressões como ataques em redes sociais, mensagens intimidadoras, perseguição online, divulgação de conteúdos sem consentimento e até invasões de contas pessoais.

Para especialistas, a violência digital funciona muitas vezes como continuação — ou até como início — de ciclos de violência emocional, psicológica e até física. Ela atravessa fronteiras, invade rotinas e pode ocorrer a qualquer horário. Isso a torna difícil de prever e também de interromper, o que aumenta o impacto emocional sobre as vítimas.

A pesquisa e o marco histórico dos dados

O levantamento foi realizado pelo DataSenado e pelo Observatório da Mulher contra a Violência, entrevistando mais de 21 mil mulheres em todas as unidades da federação. Esta edição marca 20 anos da série histórica e inaugura a medição de formas contemporâneas de violência que antes ficavam invisíveis. Ao incorporar as agressões digitais, o estudo traz uma leitura mais completa da vida das mulheres — um passo fundamental para elaborar políticas públicas mais eficazes.

O dado central, de que 10% das mulheres brasileiras sofreram algum tipo de violência digital no último ano, mostra que o problema está longe de ser restrito a casos isolados. Assim como outras formas de violência de gênero, a agressão online também apresenta altos índices de subnotificação. Muitos episódios são naturalizados, tratados como “brincadeira”, bloqueados rapidamente ou esquecidos, o que faz com que o número real possivelmente seja ainda maior.

O impacto real de uma violência que parece invisível

Apesar de ocorrer no ambiente virtual, a violência digital provoca efeitos diretos na vida real. A vítima que recebe ameaças em mensagens privadas, por exemplo, pode desenvolver ansiedade, medo constante e sensação de vigilância. Já aquela que tem fotos íntimas divulgadas sem consentimento, sofre danos que vão desde prejuízos emocionais profundos até dificuldades no trabalho, na vida social e na construção de relacionamentos.

Para muitas mulheres, os ataques digitais são acompanhados de um sentimento de desamparo — especialmente quando o agressor utiliza perfis falsos, manipula informações ou se aproveita da impunidade no ambiente online. O impacto da violência não é apenas individual: ele afeta a sensação coletiva de segurança e participação das mulheres nos espaços digitais.

Os desafios para denunciar e enfrentar o problema

A pesquisa também evidencia um obstáculo central: a dificuldade de denunciar. Nem todas as mulheres sabem que determinados comportamentos configuram crime. Outras têm medo de retaliação, vergonha da exposição ou receio de não serem levadas a sério pelas autoridades. Em muitos casos, a prova da agressão desaparece com a exclusão de mensagens ou perfis, o que torna o processo ainda mais delicado.

O avanço da discussão pública sobre violência digital é essencial para que mais vítimas reconheçam seus direitos e busquem ajuda. Delegacias especializadas, canais de denúncia como o Ligue 180 e plataformas digitais comprometidas com moderação eficiente são pilares fundamentais para reduzir a impunidade. Além disso, a criação de programas educativos voltados à segurança digital tem se mostrado indispensável em diversos países — e o Brasil não pode ficar para trás.


Violência digital contra mulheres (Vídeo: reprodução/YouTube/Defensoria Pública do Estado de Santa Catarina)


A urgência de políticas públicas que acompanhem a era digital

Os dados divulgados acendem um alerta para governos, empresas de tecnologia e sociedade. Se a violência digital cresce na mesma velocidade que o uso das redes, as respostas precisam acompanhar essa mudança. Isso inclui aprimorar leis que tratam de crimes digitais de gênero, capacitar profissionais para lidar com esse tipo de denúncia, criar mecanismos de acolhimento psicológico e jurídico e pressionar plataformas a adotarem sistemas eficazes de proteção.

A violência contra a mulher continua sendo um problema estrutural no Brasil, e agora se manifesta também em telas, aplicativos e redes. Enfrentar a violência digital é enfrentar esse problema de forma completa — e garantir que mulheres possam existir plenamente nos espaços, sejam eles físicos ou virtuais.

Presidente Lula pede revisão de tarifas a Trump

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ligou para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para pedir a revisão das tarifas ainda aplicadas a produtos brasileiros, mesmo após a retirada parcial das sobretaxas. Na conversa, Lula reforçou a necessidade de reequilibrar o comércio bilateral, destacou o impacto econômico das taxações sobre setores estratégicos do país e defendeu que a normalização completa das tarifas é essencial para garantir previsibilidade, competitividade e a retomada plena das exportações brasileiras no mercado norte-americano.

Reaproximação sinaliza nova fase entre Brasil e EUA

A conversa, realizada na última terça-feira (2), durou cerca de 40 minutos e reforçou a tentativa do governo brasileiro de fortalecer a relação comercial com Washington depois de meses de tensões. Lula destacou a importância da recente decisão dos EUA de retirar a sobretaxa adicional de 40% que incidia sobre itens como carne, café, frutas e castanhas. A mudança foi celebrada pelo Itamaraty e por entidades exportadoras, já que reduziu pressões sobre setores fundamentais para a economia.

Apesar disso, o presidente brasileiro enfatizou que a revisão ainda é parcial. De acordo com dados informados pelo próprio governo, cerca de 22% das exportações brasileiras para os Estados Unidos continuam submetidas a impostos extras que afetam a competitividade nacional. A pauta, segundo assessores próximos, é tratada como “prioridade absoluta” nas negociações diplomáticas.


  Lula conversa com Trump sobre agenda comercial (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN)


Tarifas ainda afetam produtos agrícolas e industriais

As tarifas que permanecem em vigor nasceram de medidas unilaterais adotadas pelos EUA sob justificativa de “emergência nacional” e acabaram impondo custos elevados para produtos brasileiros. Entre os itens ainda prejudicados estão segmentos industriais, bens manufaturados e parte das exportações agrícolas que não receberam alívio tarifário.

Mesmo que a remoção da sobretaxa de 40% tenha beneficiado cadeias produtivas importantes, a parcela ainda taxada compromete a fluidez comercial entre os dois países. Para especialistas em comércio exterior, a continuidade dessas tarifas funciona como um entrave estratégico, sobretudo em um momento em que o Brasil busca ampliar sua presença no mercado norte-americano.

O governo brasileiro acredita que uma revisão mais ampla poderia reduzir desigualdades no tratamento dado aos produtos nacionais, além de estimular a expansão de exportações com alto valor agregado.

Segurança também entra na pauta da conversa

Além das tarifas, Lula e Trump discutiram cooperação no combate ao crime organizado, tema que ganhou força recente na agenda bilateral. A interlocução entre os dois presidentes buscou alinhar ações conjuntas, especialmente no que diz respeito ao tráfico transnacional e ao fluxo ilegal de armas.

A inclusão do tema no diálogo é vista por analistas como uma forma de construir uma relação multifacetada, que não se limite apenas ao comércio — estratégia comum quando países buscam fortalecer laços e facilitar negociações sensíveis.

Para integrantes do governo brasileiro, ampliar a colaboração em segurança pode abrir portas para avanços econômicos, uma vez que demonstra disposição para trabalhar de forma coordenada em frentes consideradas estratégicas por Washington.

Brasil tenta acelerar normalização comercial

A posição do governo brasileiro é de que a retirada das tarifas ainda pendentes representaria um passo definitivo para restabelecer o equilíbrio no comércio bilateral. A expectativa é de que novos diálogos ocorram nas próximas semanas, envolvendo chancelerias e equipes técnicas de ambos os países.

Empresários e representantes de associações exportadoras também acompanham a negociação de perto, temendo que a permanência das tarifas dificulte contratos e limite a competitividade internacional de produtos brasileiros. Para eles, o movimento de Lula ao telefonar diretamente para Trump demonstra que o tema ganhou prioridade política e pode acelerar soluções. Enquanto isso, setores produtivos aguardam novas sinalizações dos EUA. A tendência, segundo interlocutores diplomáticos, é que a revisão total das tarifas seja gradual e dependa de avanços políticos entre os dois governos.

Shakira abre portas para atuação

Shakira afirmou estar aberta a trabalhos como atriz, tanto em animações quanto em produções live-action. Em entrevista recente, a artista brincou ao dizer que “agora que não tem marido” consegue encontrar tempo para explorar outras áreas da carreira. O comentário repercutiu nas redes e coincide com seu retorno à dublagem da personagem Gazelle em Zootopia 2, marcando um momento de reinvenção pessoal e profissional.

Shakira mira novas possibilidades no cinema

Shakira voltou a movimentar o cenário do entretenimento ao revelar que está aberta a atuar como atriz. A cantora, que já tinha experimentado o universo cinematográfico ao dublar a personagem Gazelle em Zootopia (2016), retornou à franquia em Zootopia 2 e reacendeu as expectativas sobre sua atuação além da música.

A artista contou que, antes, a rotina intensa e compromissos familiares tornavam difícil considerar papéis no audiovisual. Agora, vivendo uma fase mais leve e independente, enxerga espaço para se arriscar em novos formatos.

Uma fase de renovação pessoal

A declaração sobre não ter mais “marido” para administrar ganhou grande repercussão nas redes sociais e foi vista pelos fãs como um sinal de liberdade. Shakira tem enfatizado em entrevistas que está passando por um período de reconstrução emocional após o término de seu relacionamento com Gerard Piqué, reorganizando sua carreira e vida pessoal de maneira mais independente.

Essa nova etapa não se restringe apenas à vida emocional. A cantora tem se dedicado mais aos projetos profissionais, lançando novas músicas, participando de importantes eventos internacionais e retomando a atuação — um campo pelo qual sempre teve interesse, mas nunca teve a oportunidade de explorar.

Do estúdio de gravação para as telas

O retorno como dubladora em Zootopia 2 reacendeu o debate sobre sua naturalidade ao interpretar personagens. Gazelle, uma antílope popstar, tornou-se uma figura icônica da animação, muito graças à energia e ao carisma que Shakira imprimiu na voz da personagem.

Críticos apontam que a cantora possui presença cênica suficiente para migrar para papéis live-action. Seus clipes, performances e participações especiais demonstram versatilidade, domínio corporal e expressão dramática — qualidades valorizadas no cinema.


Shakira como Gazelle em Zootopia 2  (Vídeo: reprodução/YouTube/Disney Music VEVO)


Abertura para filmes live-action

Shakira afirmou que não descarta atuar fisicamente em produções cinematográficas, seja em dramas, comédias ou filmes que valorizem narrativas latinas. Com o aumento da representatividade hispânica em Hollywood, o momento parece favorável para artistas latinos assumirem novos espaços — e seu nome naturalmente entra nas listas de possíveis talentos para futuros projetos.

Ela destacou que a escolha dependeria do roteiro, da equipe criativa e do impacto artístico da obra, reforçando que deseja explorar possibilidades que conversem com sua identidade e sua trajetória.

Carreira em expansão

Shakira passa por uma das etapas mais produtivas de sua carreira em 2025. Além de lançar novas músicas, ela participa de projetos sociais, trabalha com artistas internacionais e mantém uma imagem de constante reinvenção. Sua disposição para atuar representa um novo aspecto dessa expansão.

Especialistas afirmam que, caso a colombiana opte por entrar definitivamente no cinema, o impacto pode ser considerável — tanto pela relevância de sua marca mundial quanto pela curiosidade do público em vê-la em um novo papel.

Um novo capítulo se iniciando

A declaração de Shakira reflete uma artista que, depois de anos dividindo o tempo entre carreira, família e compromissos globais, finalmente encontra espaço para novas descobertas. Solteira e vivendo uma fase de autonomia, ela reorganiza prioridades e passa a considerar projetos que antes não cabiam na sua rotina.

Agora, em processo de reinvenção pessoal e profissional, Shakira demonstra interesse real em explorar outras linguagens artísticas, incluindo atuações em animações e, possivelmente, em filmes live-action. Sua versatilidade e seu alcance internacional fazem com que qualquer movimento nessa direção gere expectativa.

Seja em estúdios de dublagem ou diante das câmeras, Shakira segue se reinventando. E o interesse em seu futuro como atriz só cresce, alimentado por sua capacidade constante de surpreender o público.

Anvisa determina retirada do sabão Ypê após contaminação

A Anvisa determinou nesta quinta-feira o recolhimento imediato de diversos lotes de sabões líquidos da marca Ypê após a contaminação de bactéria Pseudomonas aeruginosa, responsável por causar infecções especialmente em pessoas imunossuprimidas. A decisão, que suspende a venda, o uso e a distribuição dos lotes contaminados em todo o país, foi tomada após análises laboratoriais confirmarem a presença do microrganismo em produtos das linhas Ypê Express, Tixan Ypê e Ypê Power Act.

Lotes contaminados e abrangência do recolhimento

A resolução publicada pela Anvisa lista diversos lotes distribuídos em escala nacional que ainda podem estar disponíveis tanto em supermercados quanto nas casas dos consumidores. Na linha Lava Roupas Líquido Ypê Express, foram identificados como contaminados os lotes 170011, 220011, 203011 e outros que constam no documento oficial. Esses produtos estão entre os mais vendidos da marca e possuem ampla circulação no varejo, o que aumenta a preocupação da agência em relação ao alcance da contaminação e à necessidade de comunicação rápida ao público.

Além disso, os testes também apontaram irregularidades em outras linhas da fabricante. No caso do Tixan Ypê, os lotes 254031 e 193021 entraram na lista de suspensão imediata. Já na linha Ypê Power Act, os lotes 190021, 223021 e 228031 foram confirmados como contaminados e, por isso, tiveram sua comercialização proibida em todo o território nacional. A Química Amparo, responsável pela produção, foi orientada a realizar o recolhimento imediato nos pontos de venda e centros de distribuição, garantindo que as unidades sejam retiradas rapidamente das prateleiras até que a situação seja completamente normalizada.



Por que a bactéria preocupa

A contaminação por Pseudomonas aeruginosa é considerada grave, principalmente por se tratar de uma bactéria altamente resistente e capaz de sobreviver em ambientes úmidos e em superfícies que entram em contato frequente com a pele. Embora em pessoas saudáveis os efeitos possam ser leves, como irritações cutâneas, o risco aumenta significativamente em indivíduos com sistema imunológico comprometido, como idosos, pacientes hospitalizados, transplantados e pessoas em tratamento de câncer. Nessas populações, a bactéria pode causar infecções respiratórias, urinárias e até quadros sistêmicos graves. A Anvisa reforça que, mesmo com a diluição do produto no uso doméstico, não há segurança garantida quando a contaminação é confirmada.

O posicionamento da fabricante

Após a notificação, a Química Amparo divulgou uma nota informando que segue padrões rigorosos de controle interno e que adotará todas as medidas determinadas pela Anvisa. A empresa afirmou que a contaminação foi identificada por análises externas e que apenas os lotes mencionados sofreram impacto. A marca também informou que está realizando o recolhimento voluntário e que consumidores poderão solicitar a troca das unidades afetadas. A companhia destacou ainda que está conduzindo uma investigação interna para identificar a origem da contaminação e evitar que situações semelhantes ocorram novamente.

O que os consumidores devem fazer

A recomendação para quem tem os produtos é cessar o uso imediatamente e verificar o número do lote na embalagem. Se a unidade estiver entre os lotes suspensos, o cliente deve contatar o SAC da Ypê para pedir a troca ou obter outras instruções. A Anvisa solicita que os usuários verifiquem as instruções oficiais antes de descartar os produtos, pois é dever da empresa recolher e destinar corretamente os itens contaminados.

Importância da fiscalização e impacto para o mercado

A decisão da Anvisa ressalta a importância fundamental da vigilância sanitária na preservação da saúde pública. Produtos de limpeza amplamente consumidos, apesar de sua ampla circulação e histórico de confiança, podem oferecer riscos quando há falhas na produção. Esta forma de ocorrência destaca a relevância de processos de fiscalização constantes e análises laboratoriais independentes, bem como a necessidade de estabelecer canais de comunicação eficientes com a população. O incidente deve levar o mercado a revisar internamente seus padrões de qualidade, além de reforçar as práticas de rastreamento e transparência em toda a cadeia de produção.

STF dá início às prisões do núcleo central da Trama Golpista

O Supremo Tribunal Federal determinou nesta terça-feira o início imediato das penas impostas aos sete integrantes do núcleo central da Trama Golpista de 2022–2023. Com o fim do prazo para recursos, os condenados começaram a ser presos em diferentes cidades do país, conforme as unidades definidas pelo tribunal. Entre eles está o ex-presidente Jair Bolsonaro, que iniciou o cumprimento da pena em Brasília, enquanto outros ex-ministros e militares de alta patente foram encaminhados para instalações das Forças Armadas e da Polícia Militar.

Onde os condenados vão cumprir pena

Após a confirmação do trânsito em julgado, o STF expediu os mandados de prisão, e os condenados passaram a se apresentar — ou a ser conduzidos — às unidades determinadas pela corte. O ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a mais de duas décadas de prisão, foi levado à sede da Polícia Federal, em Brasília. As autoridades confirmaram que ele ficará em cela individual, sob protocolos de segurança reforçados.

O general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa, começou a cumprir pena na Vila Militar, no Rio de Janeiro. O almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha, foi encaminhado a dependências da própria força naval em Brasília. O ex-ministro da Justiça Anderson Torres ingressou no 19º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal, dentro do Complexo Penitenciário da Papuda.

Já os generais Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira foram conduzidos ao Comando Militar do Planalto, também na capital federal. A única ausência na lista é o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem, condenado a mais de 16 anos, que não foi localizado e está oficialmente foragido. Seu mandado já integra o sistema nacional e pode ser incluído em listas internacionais.

A etapa das audiências de custódia

Com as prisões efetivadas, todos os réus detidos passarão por audiências de custódia, etapa obrigatória prevista na legislação brasileira para assegurar que o início do cumprimento da pena respeitou todos os parâmetros legais. Nesses procedimentos, a Justiça analisa se houve qualquer irregularidade na condução das prisões e verifica a integridade física dos detidos, além das condições das instalações onde estão sendo mantidos.

É também durante a audiência que são avaliados os protocolos de segurança adotados pelas autoridades, garantindo que não houve abuso ou violação de direitos durante o processo de detenção. Caso exista alguma situação urgente, como pedidos de atendimento médico, mudança de cela ou questionamentos sobre o regime inicial de cumprimento da pena, as defesas podem se manifestar nesse momento.

Embora os advogados dos condenados afirmem que ainda existiriam caminhos recursais possíveis, o Supremo Tribunal Federal já havia encerrado essa fase ao considerar as tentativas anteriores intempestivas ou inadequadas. Com isso, as decisões transitaram em julgado, e a execução das penas passou a ser considerada definitiva.

Peso histórico e impacto institucional

A prisão do núcleo central da trama constitui um ponto crucial na história do país. É a primeira vez que um ex-presidente da República começou a cumprir pena por participação em uma tentativa de golpe de Estado. De acordo com especialistas, a decisão representa a reafirmação do Estado Democrático de Direito e evidencia que instituições e autoridades de alto nível não estão isentas de responsabilização penal.

A decisão também aprofunda polarizações políticas, com manifestações divididas entre quem considera a prisão um passo necessário para a democracia e quem interpreta a execução das penas como perseguição. A reação pública tem sido intensa e deve continuar ocupando o debate nacional.


Bolsonaro é condenado a 27 anos de prisão (Foto: reprodução/Instagram/@jairmessiasbolsonaro)


Reações e próximos passos

Os desdobramentos das prisões ainda estão em andamento. O caso do foragido Alexandre Ramagem pode gerar movimentações internacionais caso sua localização seja confirmada fora do país. Nas unidades onde os presos já se encontram, a atenção está voltada para protocolos de segurança, condições de detenção e eventuais solicitações médicas ou estruturais.

Simultaneamente, o clima político permanece em alta tensão, com partidos, juristas, analistas e sociedade debatendo os efeitos institucionais e simbólicos de um processo que já fez história. As semanas seguintes serão cruciais para compreender como o país enfrentará as implicações jurídicas e políticas das penas que estão sendo cumpridas.

STF determina início da pena por conspiração golpista

Na tarde desta terça-feira (25), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o início do cumprimento da pena do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por liderar uma “trama golpista” destinada a subverter a ordem democrática do país.

Condenação e crimes atribuídos

A condenação de Bolsonaro e de outros sete réus — militares de alta patente e ex-ministros — ocorreu em setembro de 2025, após o veredito da Primeira Turma do STF. Ele foi considerado culpado de pelo menos cinco delitos graves: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, planejamento de golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

A sentença histórica representa a primeira vez que um ex-presidente brasileiro é condenado a uma pena longa por atentado contra a democracia, constituindo um marco significativo na história política e jurídica do país.

Fim de recursos e decisão irrevogável

Essa terça-feira também foi marcada pelo reconhecimento do “trânsito em julgado” do processo: a defesa de Bolsonaro optou por não apresentar novos embargos de declaração dentro do prazo, tornando a decisão definitiva. Com isso, não há mais possibilidade de recursos, e a pena entrou em fase de execução.

Na mesma data, o STF expediu mandados de prisão para todos os condenados do chamado “núcleo 1” da trama golpista, entre eles generais, ex-ministros e ex-diretor de serviço de inteligência.


Ex-presidente em coletiva de imprensa (Foto: reprodução / Lula Marques / Agência Brasil)


Onde Bolsonaro será mantido

De acordo com a decisão do ministro Alexandre de Moraes, Bolsonaro permanecerá detido na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Brasília, onde já cumpre prisão preventiva desde o último sábado (22). A cela destinada ao ex-presidente — com aproximadamente 12 m² — passou por uma reforma recente para atender às condições mínimas de custódia. O espaço conta com cama de solteiro, armários embutidos, mesa de apoio, televisão, frigobar, ar-condicionado, uma pequena janela e banheiro privativo, garantindo um ambiente mais estruturado do que o padrão comum do sistema prisional brasileiro.

Ademais, Moraes estabeleceu que Bolsonaro tenha acesso completo a cuidados médicos, com um regime de plantão constante para possíveis emergências ou acompanhamento contínuo da saúde, algo visto como fundamental devido ao histórico de procedimentos médicos do ex-presidente. Além de marcar o início da fase de execução da pena, a decisão demonstra o compromisso da Corte em garantir condições adequadas de custódia.

Reações políticas e institucionais

A condenação e execução da pena representam um divisor de águas no Brasil. Judicialmente, mostram que até figuras de alto poder — inclusive ex-presidentes e militares — podem ser responsabilizadas por ataques à democracia. Para muitos analistas, trata-se de um marco de consolidação das instituições democráticas.

Do ponto de vista político, a decisão debilita a influência de Bolsonaro no ambiente nacional. Relatos recentes mostram queda da mobilização de sua base nas ruas, e poucas manifestações de apoio de grande escala desde a detenção.

Para a comunidade internacional, a decisão fortalece a percepção de que o Brasil é um país disposto a punir tentativas de ruptura institucional, mesmo que de forma tardia. Isso pode contribuir para melhorar sua reputação democrática perante governos estrangeiros e organismos multilaterais.

O que está em jogo: consequências e próximos passos

Com a pena sendo cumprida no regime fechado, Bolsonaro deve permanecer detido até que existam motivos legais para progressão (como bom comportamento, atestado de saúde, entre outros) ou até que a Justiça decida por regime mais brando. A permanência na PF não é definitiva — ele pode ser transferido para uma penitenciária federal de segurança máxima, ou para uma cela especial, conforme prevê a legislação.

Especialistas alertam que a decisão envia um recado forte: a impunidade para crimes contra o Estado Democrático de Direito não será mais garantida, mesmo quando envolver altas patentes ou ex-chefes de governo. Isso possivelmente desencoraja futuros atentados institucionais.

Em contrapartida, existe o perigo de polarização, com uma parcela da população interpretando a condenação como “perseguição política” e seus apoiadores buscando mobilizações ou pressões institucionais. Até agora, no entanto, o movimento tem sido discreto.

Lore Improta e Léo Santana escolhem padrinhos para o segundo filho

Lore Improta e Léo Santana optaram por Naiara Santana, irmã do cantor, e Marcelo Britto, amigo próximo do casal, para serem os padrinhos do segundo filho. A notícia, publicada pelo Portal Leo Dias, rapidamente ganhou destaque nas redes sociais e evidenciou a relevância dos laços afetivos na nova etapa vivida pela família.

Escolhas reforçam vínculos afetivos e trajetórias compartilhadas

A escolha dos padrinhos do segundo filho de Lore Improta e Léo Santana marca um novo capítulo da gestação, acompanhada de perto pelo público desde o anúncio. A definição de Naiara Santana, irmã de Léo, reforça a presença constante da família do cantor na rotina do casal. Muito próxima de Liz, primeira filha, Naiara participa de momentos importantes e está sempre presente nas celebrações familiares. Essa convivência frequente e o vínculo afetivo já consolidado fizeram com que a decisão fosse bem recebida e vista como um desdobramento natural da relação entre eles.

O casal também nomeou Marcelo Britto, amigo de longa data, como padrinho. A decisão reflete o valor que Lore e Léo atribuem às relações que ultrapassam o âmbito profissional e se consolidam na vida pessoal. Marcelo acompanha a trajetória do casal há muitos anos, participando não apenas de eventos públicos, mas também dos bastidores que marcam momentos importantes. A escolha de um amigo próximo demonstra o desejo de incluir pessoas que fazem parte de uma rede de afeto sólida, construída com convivência e lealdade.

Gestação segue cercada de carinho e expectativas do público

Desde que anunciaram a segunda gravidez, Lore e Léo têm dividido com os seguidores os momentos dessa nova fase, que acompanham cada novidade com empolgação. A conexão do casal com o público é caracterizada pela sinceridade e pela forma natural como compartilham detalhes da maternidade e paternidade. A publicação de fotos, vídeos e breves relatos do cotidiano fortalece essa conexão e ajuda os fãs a se identificarem com a trajetória da família.

A escolha dos padrinhos é mais um elemento dessa história, consolidando o clima positivo que cerca a chegada do novo bebê. O casal tem recebido mensagens diárias de apoio, carinho e curiosidade sobre os próximos passos da gestação nas redes sociais, onde a gravidez é comemorada. Isso inclui desde possíveis preparativos para o quartinho até detalhes sobre o enxoval e futuras celebrações.

Reação do público mistura carinho, surpresa e animação

A repercussão nas redes foi imediata. Seguidores elogiaram as escolhas, destacando como os nomes anunciados refletem a essência do casal: proximidade, confiança e relações reais. A decisão também gerou comentários sobre a importância de manter por perto pessoas que acompanham a história da família, tanto nos momentos de celebração quanto nos desafios.


Lore e Léo aguardam chegada do segundo filho (Foto: reprodução/Instagram/@loreimprota/@leosantana)


Além disso, a escolha despertou a curiosidade sobre como será o batizado e se o casal pretende compartilhar imagens ou detalhes da cerimônia. Como Lore e Léo costumam dividir momentos importantes com os fãs, muitos acreditam que novos conteúdos devem surgir nos próximos meses, mantendo o público conectado a essa fase especial.

Nova fase abre espaço para futuras comemorações e anúncios

Com os padrinhos definidos, a gestação avança para uma etapa marcada pela expectativa de novos anúncios. A escolha evidencia o desejo de Lore e Léo de fortalecer laços e construir uma rede de apoio significativa para acolher a chegada do bebê. Nos meses seguintes, o público poderá acompanhar novidades, como a montagem do quartinho, a organização do chá de bebê ou registros dos bastidores desse momento tão comemorativo.

A definição dos padrinhos simboliza a união de duas áreas fundamentais da vida do casal: família e amizade. Com isso, a chegada do segundo filho promete ser marcada por afeto, celebração e conexão contínua com os fãs, que acompanham cada passo com interesse e carinho.

Inep anula questões do Enem após suspeita de vazamento

O Inep anulou três questões do Enem 2025 após identificar que conteúdos semelhantes aos itens da prova circularam nas redes sociais antes da aplicação oficial. A decisão foi tomada para preservar a isonomia entre os candidatos e ocorre em meio à suspeita de quebra de sigilo, que agora é investigada pela Polícia Federal.

Inep confirma anulação após pressão de estudantes

Após dias de agitação nas redes sociais, o Inep declarou a anulação de três perguntas do Enem 2025. Candidatos começaram a afirmar que determinadas questões do exame eram bastante similares — em alguns casos, quase idênticas — com itens que foram divulgados antes da aplicação oficial. Os relatos ganharam destaque, principalmente no X (antigo Twitter), gerando pressão pública por uma resposta oficial.

O Inep declarou em um comunicado que, embora a similaridade não constitua uma cópia direta, a inclusão desses itens na prova poderia afetar a isonomia entre os participantes. Esse princípio assegura que todos os candidatos tenham condições equitativas de desempenho. Nesse sentido, a comissão técnica encarregada do exame optou pela anulação, enfatizando que a preservação da integridade da avaliação é uma prioridade institucional.

Por que algumas questões do Enem circulam antes da prova

O Inep explicou que faz uso da Teoria da Resposta ao Item (TRI), metodologia que exige o teste prévio de questões com grupos de estudantes selecionados. Esses pré-testes, realizados em diferentes regiões do país, avaliam o grau de dificuldade e o comportamento estatístico dos itens.

Por esse motivo, parte do Banco Nacional de Itens já foi visualizada por alguns estudantes, o que não é considerado irregular. No entanto, todos os participantes assinam termos de confidencialidade, e o conteúdo desses pré-testes é tratado como material sigiloso, proibido de ser fotografado, reproduzido ou compartilhado.

O Inep reforça que a existência de familiaridade prévia com determinados temas é normal, mas a divulgação pública de qualquer parte do pré-teste configura violação de sigilo — e, por isso, precisa ser apurada.


Aluno executando Enem 2025 (Foto: reprodução/ Wilson Dias/Agência Brasil)


Live de estudante chama atenção e intensifica suspeitas

A controvérsia ganhou uma nova dimensão quando uma transmissão ao vivo do estudante de medicina Edcley Teixeira viralizou. Dias antes do segundo dia de prova, ele comentou e mostrou questões que eram consideradas semelhantes às do Enem 2025. No vídeo, o rapaz analisa a estrutura das perguntas e aborda tópicos que foram incluídos no exame.

A gravação teve grande repercussão entre os candidatos, levantando questionamentos sobre a procedência daquele conteúdo. Contudo, o Inep declarou que não encontrou equivalência total entre as perguntas apresentadas na transmissão e as que foram utilizadas no exame. No entanto, admitiu que havia “similaridades pontuais” suficientes para justificar a anulação e a abertura de investigação.

Polícia Federal é acionada e inicia análise preliminar

Com o aumento das suspeitas, o Inep encaminhou à Polícia Federal todos os indícios coletados, incluindo prints de redes sociais, vídeos e relatos de estudantes. A PF, por sua vez, iniciou uma análise preliminar para determinar se houve vazamento intencional ou falha na cadeia de segurança do Banco Nacional de Itens.

A instituição afirmou à CNN que, por ora, não comenta a existência de inquérito instaurado, mas confirmou que está avaliando o material entregue pelo Inep. A investigação deve apurar desde a possibilidade de reprodução indevida durante os pré-testes até eventuais atos criminosos, como acesso não autorizado ou compartilhamento proposital de conteúdo sigiloso.

Fontes ouvidas pela imprensa afirmam que a PF pode solicitar depoimentos de estudantes que participaram dos pré-testes, além de servidores e colaboradores terceirizados que tiveram contato com o Banco de Itens.

Prova continua válida mesmo com a anulação

Mesmo após a anulação, o Inep garante que o Enem 2025 não será prejudicado. Graças ao funcionamento estatístico da TRI, é possível remover questões sem alterar a coerência da nota final do candidato, o que permite que a prova continue válida e com resultados comparáveis aos de anos anteriores.

O instituto reforçou ainda que continua aplicando uma série de protocolos de segurança, como salas lacradas, monitoramento digital, rastreamento de impressão e múltiplas camadas de validação. A orientação, segundo a autarquia, é preservar o sigilo e a credibilidade do exame, considerado o maior processo avaliativo do país.