Carta atribuída a Epstein que cita Trump é considerada falsa pelo Departamento de Justiça

Uma carta atribuída ao financista Jeffrey Epstein, na qual ele supostamente afirma que o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, “compartilha nosso amor por garotas jovens e núbeis”, foi considerada falsa pelo Departamento de Justiça norte-americano. O documento veio a público após a divulgação de milhares de arquivos ligados ao caso Epstein, mas, segundo autoridades, não há qualquer evidência de autenticidade ou ligação real entre o conteúdo da carta e fatos comprovados.

A divulgação do documento e a repercussão internacional

A carta passou a circular após a divulgação de milhares de páginas de arquivos relacionados a Jeffrey Epstein, condenado por crimes sexuais e morto em uma prisão federal em 2019. O material foi tornado público como parte de um processo de transparência conduzido pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que reuniu documentos apreendidos ao longo de investigações anteriores. Entre eles, estava uma carta supostamente escrita por Epstein e endereçada a Larry Nassar, ex-médico da seleção de ginástica dos Estados Unidos, também condenado por abuso sexual.

O trecho que mais chamou atenção mencionava Donald Trump de forma explícita, afirmando que o então presidente “compartilhava o amor por garotas jovens e núbeis”. A frase rapidamente repercutiu na imprensa internacional e nas redes sociais, gerando questionamentos sobre a relação entre Trump e Epstein, que de fato se conheciam socialmente nas décadas de 1990 e 2000.



Análise oficial aponta falsificação do documento

Pouco depois da repercussão, o Departamento de Justiça e o FBI se manifestaram oficialmente, afirmando que a carta não é autêntica. Segundo as autoridades, a análise técnica identificou diversas inconsistências que comprovam que o documento não foi escrito por Jeffrey Epstein. Entre os problemas apontados estão a caligrafia incompatível com a de Epstein, erros formais no suposto envio da correspondência e um carimbo postal datado de dias posteriores à morte do financista, o que torna impossível que ele tenha enviado a carta.

Além disso, o documento não continha informações obrigatórias para correspondência enviada por um detento, como o número de identificação prisional. Esses elementos levaram o FBI a concluir que o material foi forjado e não possui valor probatório. O Departamento de Justiça reforçou que a divulgação do documento não significa validação de seu conteúdo. Segundo o órgão, todos os arquivos foram liberados por obrigação legal, e muitos deles incluem materiais não verificados, incompletos ou até falsos, que ainda precisam ser contextualizados.

O contexto da liberação dos arquivos de Epstein

A divulgação do material faz parte de um esforço maior de transparência exigido por decisões judiciais e por legislações que determinam a abertura de documentos relacionados a investigações de grande interesse público. Milhares de páginas foram liberadas, incluindo registros de voos, contatos, anotações internas e correspondências diversas.

Autoridades reforçam que a simples presença de nomes conhecidos nesses documentos não implica, por si só, envolvimento criminal. Muitos registros citam pessoas apenas de forma circunstancial, sem qualquer indício de participação em crimes. Por esse motivo, investigadores alertam para o risco de interpretações precipitadas e desinformação.

Ausência de acusações contra Trump

Apesar da repercussão, não há qualquer acusação formal contra Donald Trump relacionada ao conteúdo da carta. O próprio Departamento de Justiça foi enfático ao afirmar que não existe investigação baseada nesse documento e que ele não sustenta nenhuma alegação criminal. Veículos como Reuters, Time e NDTV reforçaram que a carta não tem validade jurídica nem probatória.

Especialistas em direito penal e transparência pública também destacaram que a divulgação de documentos brutos, sem análise prévia, pode gerar confusão e alimentar narrativas falsas, especialmente quando envolve figuras públicas de grande projeção política.

Conclusão

A carta atribuída a Jeffrey Epstein que menciona Donald Trump é considerada falsa pelas autoridades americanas e não tem valor legal ou investigativo. Embora tenha gerado grande repercussão, o próprio Departamento de Justiça esclareceu que sua divulgação não confirma a veracidade do conteúdo nem implica qualquer acusação contra o ex-presidente.

O episódio reforça a importância da checagem rigorosa de informações e da leitura cuidadosa de documentos divulgados em processos de transparência pública, sobretudo em casos de grande sensibilidade e impacto político.

STF analisa transferência de Bolsonaro para cirurgia

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) protocolou nesta terça-feira (23) no Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de autorização para que ele seja transferido da sede da Polícia Federal, em Brasília, para um hospital particular da capital federal, onde deve passar por uma cirurgia após confirmação do diagnóstico pela perícia da própria PF.

Pedido da defesa prevê internação e exames preparatórios

De acordo com a solicitação encaminhada ao STF, a defesa de Jair Bolsonaro pede que o ex-presidente seja conduzido e internado na quarta-feira, 24 de dezembro, no hospital DF Star, em Brasília. A internação antecipada teria como finalidade a realização de exames e procedimentos prévios à cirurgia, prevista para o dia seguinte, 25 de dezembro.

No documento enviado ao Supremo, os advogados argumentam que a medida é essencial para garantir que o procedimento cirúrgico ocorra dentro das condições médicas adequadas, respeitando a agenda da equipe responsável e os protocolos clínicos indicados. A defesa destaca que a cirurgia foi recomendada por médicos que acompanham Bolsonaro e que o diagnóstico foi posteriormente confirmado pela perícia médica da Polícia Federal.


Perícia da PF confirma diagnóstico médico

Segundo as informações divulgadas, a Polícia Federal realizou uma perícia médica para avaliar o quadro clínico do ex-presidente. O laudo confirmou o diagnóstico apresentado pela equipe médica particular de Bolsonaro, o que levou à autorização prévia do procedimento cirúrgico pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF.

A confirmação da perícia é um passo fundamental no processo, uma vez que qualquer deslocamento de um preso para fora da unidade onde cumpre custódia precisa ser devidamente justificado, especialmente quando envolve internação em hospital particular. A decisão do ministro considera tanto o estado de saúde quanto os critérios legais e de segurança envolvidos na situação.

Manifestação da PGR antecede decisão final

Após o protocolo do pedido da defesa, o processo segue o rito padrão no STF. A Procuradoria-Geral da República (PGR) tem prazo de 24 horas para se manifestar sobre a solicitação. Somente após essa manifestação o ministro Alexandre de Moraes deverá proferir a decisão sobre a autorização da transferência de Bolsonaro da sede da Polícia Federal para o hospital.

A atuação da PGR é considerada uma etapa essencial, pois cabe ao órgão avaliar se o pedido atende aos requisitos legais e se não há riscos processuais ou de segurança associado à saída temporária do ex-presidente do local de custódia.

Saída temporária não significa liberdade

Apesar da repercussão do caso, a eventual autorização para a transferência não representa concessão de liberdade ao ex-presidente. Trata-se de uma saída temporária, estritamente vinculada à realização de tratamento médico, com retorno previsto à custódia após o procedimento, conforme decisão judicial.

Casos semelhantes já ocorreram em outras situações envolvendo presos que necessitaram de atendimento médico especializado fora do sistema prisional. Nesses casos, a Justiça costuma estabelecer regras específicas para o deslocamento, a internação e a segurança do paciente, garantindo o cumprimento da lei e a preservação da integridade física do custodiado.

Decisão ficará a cargo de Alexandre de Moraes

O ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no STF, é o responsável por analisar os argumentos apresentados pela defesa, a manifestação da Procuradoria-Geral da República e os laudos médicos anexados aos autos. A decisão deverá considerar tanto o direito à saúde quanto as condições legais impostas ao ex-presidente.

Até a conclusão da análise, Jair Bolsonaro permanece detido na sede da Polícia Federal, em Brasília. A expectativa é que a decisão seja tomada dentro do prazo necessário para viabilizar, ou não, a internação prevista para o dia 24 de dezembro. O caso segue sob acompanhamento das autoridades judiciais e médicas, e qualquer movimentação dependerá de autorização expressa do STF.

Moraes concede prisão domiciliar a Heleno

O general da reserva Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Jair Bolsonaro, passou a cumprir prisão domiciliar na noite desta segunda-feira (22), após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Condenado a 21 anos de prisão por envolvimento em uma trama golpista após as eleições de 2022, Heleno deixou o Comando Militar do Planalto depois que laudos médicos apontaram um quadro de demência compatível com Alzheimer, levando o STF a autorizar a mudança de regime por razões humanitárias.

Decisão do STF altera regime de cumprimento da pena

O ministro Alexandre de Moraes autorizou a conversão do regime fechado para prisão domiciliar após analisar laudos médicos produzidos por peritos oficiais que apontaram comprometimento cognitivo e a necessidade de acompanhamento contínuo. A decisão foi tomada no âmbito da execução da pena imposta a Augusto Heleno, condenado pelo Supremo Tribunal Federal por envolvimento em uma trama considerada antidemocrática após as eleições de 2022.

Na decisão, Moraes afirmou que a mudança no regime não representa revisão da condenação nem redução da gravidade dos crimes, mas uma medida de caráter excepcional, fundamentada em critérios humanitários e previstos na legislação penal brasileira. O ministro também destacou que o cumprimento da pena continua válido e que a prisão domiciliar está condicionada ao respeito a regras rigorosas impostas pelo STF.


Heleno começa a cumprir prisão domiciliar após decisão de Moraes (Vídeo: reprodução/YouTube/Itatiaia)


Saída do Comando Militar do Planalto

Augusto Heleno estava detido desde o fim de novembro em instalações do Comando Militar do Planalto, em Brasília, local destinado ao cumprimento inicial da pena em razão de sua condição de general da reserva. Com a nova decisão, ele deixou a unidade militar e seguiu para sua residência, onde passou a cumprir a pena sob monitoramento judicial.

A permanência em unidade militar havia sido definida como alternativa ao sistema prisional comum, mas o avanço do quadro clínico levou a Corte a reavaliar a adequação do local ao estado de saúde do condenado. A defesa vinha sustentando que o ambiente de reclusão poderia agravar o comprometimento cognitivo apontado nos exames.

Laudos médicos e parecer da PGR embasaram decisão

A conversão do regime foi embasada em laudos médicos solicitados pelo próprio Supremo Tribunal Federal, elaborados por peritos da Polícia Federal. Os documentos indicaram um quadro compatível com demência em evolução, exigindo cuidados constantes e acompanhamento especializado, além de apontarem risco de agravamento caso o general permanecesse em ambiente de detenção.

A Procuradoria-Geral da República se manifestou favoravelmente ao pedido da defesa, entendendo que os elementos médicos apresentados justificavam a adoção da prisão domiciliar. O parecer da PGR foi citado por Moraes como um dos fundamentos para a decisão.

Restrições impostas durante a prisão domiciliar

Apesar de cumprir a pena em casa, Augusto Heleno permanece submetido a medidas cautelares determinadas pelo STF, incluindo monitoramento eletrônico e restrições de comunicação. A decisão estabelece que o ex-ministro não poderá deixar a residência sem autorização judicial, manter contato com outros investigados nem utilizar meios de comunicação que possam interferir no andamento do processo.

O Supremo também determinou que o descumprimento das condições impostas poderá resultar na revogação imediata do benefício e no retorno ao regime fechado, reforçando que a prisão domiciliar não significa liberdade.

Condenação e contexto da investigação

Heleno foi condenado pelo STF por participação em um núcleo estratégico que, segundo a acusação, atuou para desacreditar o processo eleitoral e estimular medidas de ruptura institucional após a derrota do então presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2022. O ex-ministro era considerado um dos principais assessores do governo e mantinha forte influência sobre temas ligados à segurança institucional.

A pena aplicada ultrapassa 20 anos de prisão e passou a ser executada após o trânsito em julgado da decisão. O caso integra um conjunto de ações penais que envolvem militares da reserva e civis acusados de atentar contra o Estado Democrático de Direito.

Repercussão da decisão

A autorização da prisão domiciliar gerou repercussão imediata no meio político e jurídico. Enquanto especialistas destacam que a medida está prevista em lei e pode ser aplicada independentemente da gravidade do crime, desde que haja justificativa médica comprovada, críticos avaliam que o caso reacende o debate sobre tratamento diferenciado a autoridades de alto escalão.

No Supremo, a avaliação é de que a decisão segue parâmetros técnicos e jurídicos, mantendo a execução da pena e assegurando o controle judicial sobre o condenado. O caso segue sob acompanhamento da Corte, que poderá reavaliar o regime caso haja descumprimento das condições ou mudança no quadro clínico.

Fiuk chama Fábio Jr. de “narcisista” em nova música

O cantor e ator Fiuk lançou recentemente a música “Celebridade”, faixa em que aborda temas como fama precoce, saúde mental e conflitos familiares. Na letra, o artista faz referência direta ao pai, o cantor Fábio Jr., utilizando o termo “narcisista”. O conteúdo gerou ampla repercussão nas redes sociais e em veículos de imprensa, por expor de forma explícita uma relação familiar marcada por tensões, até então pouco detalhadas publicamente.

Letra traz críticas diretas e relatos pessoais

“Celebridade” apresenta um tom confessional e autobiográfico. Ao longo da canção, Fiuk descreve sua experiência de crescer sob os holofotes por ser filho de um artista consagrado e os impactos emocionais associados a essa trajetória.

Um dos trechos mais comentados da música menciona diretamente o pai: “Pai com dinheiro, sim, mas o p*rra é narcisista”, verso que rapidamente se destacou pela franqueza e pelo caráter pessoal da declaração.

Além da critica direta, a letra aborda questões como sofrimento emocional, traumas da infância e desafios ligados à saúde mental. Fiuk menciona, em outros trechos, conflitos internos e sentimentos de incompreensão, ligando essas vivências à sua formação familiar e ao contexto em que cresceu.


Novo lançamento de Fiuk critica Fábio Jr.  (Vídeo: reprodução/YouTube/Fiuk)


Contexto familiar

Fiuk, nome artístico de Luis Fernando de Oliveira, é filho de Fábio Jr. com a empresária Cristina Kartalian, com quem o cantor foi casado entre 1986 e 1990. Ele também é irmão de Cleo Pires, por parte de pai, além de outros meio-irmãos.

Embora a família seja frequentemente associada à música e à televisão brasileira, a relação entre pai e filho nem sempre foi retratada de forma pública. Nos últimos anos, Fiuk já havia feito declarações pontuais em entrevistas e redes sociais sobre dificuldades no relacionamento familiar, mas sem entrar em detalhes tão explícitos quanto os apresentados na nova música.

De acordo com informações divulgadas por veículos de entretenimento, Fiuk e Fábio Jr. estariam afastados há cerca de três anos. O próprio Fiuk já mencionou, em diferentes ocasiões, frustrações relacionadas à falta de apoio em momentos considerados sensíveis de sua vida pessoal, embora sem especificar episódios de forma detalhada.

Fama precoce como tema central

Outro eixo central da música é a reflexão sobre os efeitos da fama precoce. Fiuk aborda a dualidade entre os privilégios de crescer em uma família famosa e as cobranças emocionais que acompanham essa condição. A letra sugere um sentimento constante de comparação, expectativas externas e dificuldades na construção da própria identidade.

O artista também relaciona essas experiências a questões de saúde mental, como ansiedade e depressão, temas que aparecem de forma recorrente em suas produções recentes e em declarações públicas feitas ao longo da carreira.

Repercussão nas redes e na imprensa

Desde o lançamento, “Celebridade” tem sido amplamente comentada nas redes sociais. Parte do público destacou a franqueza do artista ao transformar conflitos pessoais em material artístico. Outros comentários, no entanto, questionaram a exposição de questões familiares em uma obra musical, especialmente pela menção direta a um parente igualmente conhecido do público.

A música também foi repercutida por diversos portais de entretenimento, que destacaram o caráter autobiográfico da letra e o uso do termo “narcisista” para se referir a Fábio Jr. Até o momento, Fábio Jr. não se pronunciou publicamente sobre o conteúdo da música ou sobre as declarações feitas pelo filho.

Carreira e posicionamento artístico

Fiuk iniciou a carreira artística ainda jovem, atuando em novelas e seguindo posteriormente para a música. Ao longo dos anos, construiu uma imagem pública marcada por mudanças de estilo, experimentações musicais e posicionamentos pessoais que frequentemente dividem opiniões.

Nos últimos trabalhos, o artista tem adotado um discurso mais voltado à introspecção e à exposição de experiências pessoais, utilizando a música como espaço de relato e reflexão. “Celebridade” se insere nesse contexto, reforçando uma fase mais autoral e confessional de sua trajetória artística.

Silêncio do pai e próximos desdobramentos

Até a publicação desta matéria, não há registros de resposta pública de Fábio Jr. sobre a música. A ausência de posicionamento mantém o tema em aberto e alimenta especulações sobre possíveis desdobramentos, especialmente diante da ampla repercussão do lançamento.

“Celebridade” permanece disponível nas plataformas digitais e segue gerando debates sobre os limites entre expressão artística, exposição pessoal e relações familiares envolvendo figuras públicas.

Lore Improta fala sobre planos familiares

À espera do segundo filho com Léo Santana, Lore Improta vive um momento especial de sua vida pessoal e familiar. Em entrevista recente, a dançarina e influenciadora falou sobre a nova gestação, os desafios da maternidade e revelou se pensa em tentar ter um terceiro filho.

Um novo capítulo na maternidade

Lore Improta, grávida do segundo filho, tem compartilhado com o público um momento repleto de expectativas, mudanças e muito aprendizado. Mãe de Liz, de quatro anos, filha de seu casamento com o cantor Léo Santana, a dançarina revelou que está vivendo a nova gestação de maneira diferente da primeira, tanto em termos emocionais quanto na organização da rotina familiar.

Segundo Lore, a experiência de já ter passado pela maternidade traz mais segurança, mas também novos desafios. Agora, além de lidar com as mudanças do próprio corpo, ela precisa conciliar os cuidados com a filha mais velha, o trabalho e a preparação para a chegada de mais um bebê.

Diferenças entre a primeira e a segunda gravidez

Durante a entrevista, Lore destacou que cada gestação é única. Enquanto na primeira gravidez tudo era novidade, agora ela se sente mais consciente sobre o que está por vir. Ainda assim, reforçou que o cansaço físico e emocional segue presente, especialmente com a agenda cheia e a rotina intensa da família.

A dançarina também comentou que Liz tem participado ativamente desse momento, demonstrando curiosidade e carinho com a chegada do irmão. Para Lore, esse envolvimento da filha é essencial para fortalecer os laços familiares e tornar a transição mais leve.

A possibilidade de um terceiro filho

Questionada sobre a chance de tentar um terceiro filho no futuro, Lore foi sincera ao afirmar que não descarta a possibilidade. No entanto, deixou claro que tudo será decidido com calma, respeitando o tempo do casal e as demandas da família.

A influenciadora explicou que, neste momento, o foco está totalmente voltado para a gestação atual e para a adaptação da família à chegada do segundo bebê. Segundo a dançarina, a possibilidade de ter um terceiro filho não é algo planejado para agora, mas também não está descartada, ressaltando que a decisão dependerá de diversos fatores, como saúde, rotina e desejo do casal.


Lore Improta exibe barriga da segunda gravidez ao lado de Léo Santana e da filha Liz (Foto: reprodução/ Instagram/@loreimporta)


A visão de Léo Santana sobre a paternidade

Léo Santana também foi citado na entrevista ao comentar os desafios de conciliar a carreira musical com a vida familiar. Com uma agenda intensa de shows e compromissos profissionais, o cantor destacou a importância do diálogo e do planejamento para estar presente nos momentos importantes da família.

Segundo Lore, o apoio de Léo é fundamental, assim como a rede de suporte que os cerca. Para o casal, dividir responsabilidades e manter a comunicação aberta são pilares essenciais para equilibrar trabalho, maternidade e vida a dois.

Rotina, trabalho e rede de apoio

Além da maternidade, Lore Improta segue ativa profissionalmente. Entre compromissos publicitários, projetos pessoais e presença nas redes sociais, ela afirmou que tem buscado respeitar os limites do próprio corpo durante a gravidez, sem abrir mão do que ama fazer.

A dançarina ressaltou que contar com uma rede de apoio é indispensável, especialmente em uma família com pais que têm rotinas públicas e agendas movimentadas. Segundo Lore, o suporte de familiares e profissionais tem sido fundamental na organização da rotina familiar.

Um momento de amadurecimento pessoal

Para Lore, a maternidade tem sido um processo contínuo de amadurecimento. Ela acredita que cada filho traz novos aprendizados e transforma não apenas a rotina, mas também a forma de enxergar a vida. A dançarina revelou que hoje se sente mais consciente sobre escolhas, prioridades e limites.

A possibilidade de ampliar ainda mais a família é vista com carinho, mas sem pressa. Lore reforçou que prefere viver cada fase intensamente, respeitando o presente e entendendo que decisões importantes precisam ser tomadas com responsabilidade.

Família como prioridade

Ao final da entrevista, Lore Improta deixou claro que, independentemente dos planos futuros, a família segue sendo sua principal prioridade. A chegada do segundo filho representa mais um passo nessa trajetória construída ao lado de Léo Santana, marcada por parceria, diálogo e afeto.

Entre expectativas, desafios e sonhos, a dançarina segue vivendo a maternidade de forma realista e sensível, mostrando que, mais do que números ou planos definidos, o que realmente importa é o equilíbrio entre amor, cuidado e bem-estar.

STF confirma perda do mandato de Carla Zambelli

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria, nesta sexta-feira (12), para confirmar a decisão do ministro Alexandre de Moraes que determinou a perda imediata do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), anulando a votação da Câmara que havia mantido a parlamentar no cargo.

STF forma maioria para manter cassação

A decisão foi estabelecida no plenário virtual da Primeira Turma, em que três dos cinco ministros — Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Flávio Dino — votaram a favor de confirmar a decisão previamente proferida por Moraes em caráter monocrático. Com a maioria estabelecida, o entendimento do ministro é confirmado pelo colegiado, faltando apenas o voto da ministra Cármen Lúcia para finalizar o julgamento.


Ministro Alexandre de Moraes (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Ton Molina)


A decisão de Moraes anulou a sessão da Câmara dos Deputados que, em outubro, havia rejeitado a perda do mandato. Para o ministro, a Casa Legislativa não poderia ter impedido a cassação, uma vez que Zambelli já se encontrava com os direitos políticos suspensos após condenações criminais no STF. Nesses casos, segundo o entendimento firmado pela Corte, a perda de mandato é consequência automática.

Entendimento do Supremo

O ponto central do voto de Moraes foi o entendimento de que a Câmara descumpriu a Constituição ao tentar preservar o mandato de uma parlamentar que já não possuía mais os direitos políticos decorrentes de uma condenação definitiva. O ministro ressaltou que, nessas situações, a Câmara tem apenas a função de declarar a perda do mandato, e não de deliberar sobre ela.

Com a confirmação pelo colegiado, fica mantida a ordem para que o presidente da Câmara dos Deputados formalize a cassação e dê posse ao suplente de Zambelli no prazo de 48 horas. A decisão também impede qualquer nova manobra regimental que possa atrasar o cumprimento.

Para o Supremo, permitir que a Câmara revertesse os efeitos de uma condenação criminal com trânsito em julgado seria uma forma de violar a separação dos poderes e relativizar decisões judiciais definitivas.

Condenações e contexto do caso

Carla Zambelli foi condenada pelo STF por participação em invasões aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), além de outros crimes envolvendo organização criminosa, falsidade ideológica e delitos informáticos. Após a condenação, a parlamentar deixou o Brasil e foi presa na Itália, após incluir falsas informações em documentos migratórios para entrar no país europeu.

A suspensão de seus direitos políticos, determinada após a confirmação da condenação, abriu espaço para que Moraes declarasse a cassação automática. Mesmo assim, a Mesa Diretora da Câmara levou o caso ao plenário, onde a maioria dos deputados votou pela permanência da parlamentar no cargo. A decisão legislativa, no entanto, foi considerada inconstitucional pelo STF.


Moraes determina perda do mandato da deputada Carla Zambelli (Vídeo: reprodução/YouTube/Itatiaia)

Repercussão política

A confirmação da cassação repercute amplamente no cenário político, especialmente entre parlamentares aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. A defesa de Zambelli afirma que recorrerá às instâncias possíveis, embora o julgamento da Primeira Turma tenha caráter definitivo dentro do próprio STF.

Já no campo jurídico, especialistas observam que a decisão consolida o entendimento de que a perda de mandato após condenação criminal é um efeito automático, retirando da Câmara a possibilidade de julgar politicamente casos já decididos pela Justiça.

Próximos passos

Com a maioria formada, a Câmara deve ser formalmente comunicada ainda nesta sexta-feira ou no início da próxima semana. A posse do suplente deve ocorrer em até 48 horas após a notificação oficial. O suplente varia conforme o cálculo regional de votos do partido, mas deve ser alguém da bancada do PL em São Paulo.

Zambelli seguirá presa na Itália enquanto tramita o processo de extradição solicitado pelas autoridades brasileiras. A cassação, porém, independe de sua presença no país ou de sua eventual devolução ao Brasil.

Um caso que reabre debates institucionais

A disputa em torno do mandato de Zambelli reacende um debate que já havia aparecido em outras ocasiões: a tensão entre decisões judiciais e o papel político da Câmara dos Deputados. Para o STF, quando se trata de condenação com trânsito em julgado, não há margem para análise política por parte da Casa Legislativa. Para parte dos parlamentares, no entanto, a cassação deveria sempre passar por votação.

Com a confirmação da perda do mandato, o Supremo reafirma sua interpretação constitucional, reforça o vínculo entre condenações criminais e inelegibilidade e estabelece mais um precedente relevante na relação entre os poderes.

Senado avança em proposta sobre jornada de 36 horas

Nesta quarta-feira (10), a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou uma proposta que fixa em 36 horas semanais o limite máximo da jornada de trabalho no Brasil. A medida reacende discussões sobre qualidade de vida, produtividade, direitos trabalhistas e os impactos diretos para empregadores e trabalhadores.

Mudança histórica na legislação trabalhista

A aprovação da proposta pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado é um dos passos mais importantes na legislação trabalhista brasileira das últimas décadas. Hoje em dia, a Constituição determina um limite de 44 horas de trabalho por semana. Com a nova proposta, esse limite seria diminuído para 36 horas, o que promoveria uma mudança significativa na estrutura do tempo de trabalho no país.

A iniciativa tem como principal argumento a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores, além da modernização das relações de trabalho diante de mudanças sociais, tecnológicas e produtivas. Parlamentares favoráveis defendem que a redução da jornada pode contribuir para o aumento da produtividade, diminuição do estresse e fortalecimento do convívio familiar e social.

Ainda assim, apesar da aprovação na CCJ, o texto não entra em vigor de forma imediata. Por se tratar de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), a matéria ainda precisará passar por votação em dois turnos no plenário do Senado e, posteriormente, seguir para análise da Câmara dos Deputados.

Fim da escala 6×1 entra no centro do debate

Com a possível redução da carga horária semanal para 36 horas, a tradicional escala 6×1 — em que o trabalhador atua seis dias consecutivos para folgar apenas um — entra novamente no centro do debate nacional. Atualmente comum em setores como comércio, serviços, supermercados e call centers, esse modelo é frequentemente criticado por especialistas em saúde do trabalho.

Entidades sindicais argumentam que a escala 6×1 compromete o descanso adequado, aumenta o desgaste físico e mental e dificulta o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Para esses grupos, a redução da jornada semanal representa um avanço civilizatório.

Em contrapartida, representantes do setor empresarial apontam para possíveis desafios operacionais, principalmente em atividades que ocorrem de maneira contínua. Há preocupação de que a alteração possa elevar os gastos com contratações e reestruturação de turnos, principalmente para pequenas e médias empresas.


Senado aprova jornada de trabalho  (Vídeo: reprodução/YouTube/TV Senado)


Impactos na economia e na geração de empregos

Um dos pontos mais debatidos em torno da proposta é o impacto econômico. Defensores da redução da jornada argumentam que a medida pode estimular a geração de novos empregos, uma vez que empresas precisariam contratar mais trabalhadores para suprir a carga horária reduzida.

Além disso, estudos internacionais citados por parlamentares indicam que jornadas menores podem elevar a produtividade, reduzir afastamentos por doenças e melhorar o clima organizacional dentro das empresas. Países que testaram jornadas reduzidas registraram, em alguns casos, aumento na eficiência e maior satisfação dos trabalhadores.

Já os críticos sustentam que a redução para 36 horas pode provocar elevação nos custos de produção, afetar preços ao consumidor e pressionar a inflação. O setor produtivo pede cautela e defende que qualquer mudança seja acompanhada de debates técnicos, análises de impacto e regras de transição.

O que muda na prática para os trabalhadores

Caso a proposta seja aprovada em definitivo, a principal mudança será a redução do teto constitucional de horas trabalhadas por semana. Isso não significa que todos os trabalhadores passarão automaticamente a cumprir jornadas menores, mas estabelece um novo limite legal para contratos e acordos coletivos.

Na prática, empresas e categorias terão de se reorganizar. Jornadas poderão ser distribuídas em quatro ou cinco dias de trabalho, por exemplo, com maior flexibilidade. A tendência é de fortalecimento de modelos híbridos, turnos alternados e escalas mais humanas, especialmente em áreas que já sofrem com altos índices de adoecimento profissional.

Especialistas também apontam que a mudança pode impactar diretamente o consumo, já que trabalhadores com mais tempo livre tendem a movimentar setores como lazer, cultura, turismo e serviços.

Próximos passos no Congresso

Após a aprovação na CCJ, a proposta segue para votação no plenário do Senado, onde precisará do apoio de pelo menos três quintos dos parlamentares, em dois turnos. Se aprovada, ainda terá de passar pelo mesmo rito na Câmara dos Deputados.

O processo pode levar meses e deve ser marcado por intensos debates, audiências públicas, manifestações de sindicatos, empresários e especialistas em economia e direito do trabalho. O governo federal ainda não sinalizou oficialmente uma posição definitiva sobre o tema, mas acompanha a discussão de perto.

Um debate que vai além das horas de trabalho

Mais do que uma simples alteração numérica, a proposta de jornada máxima de 36 horas toca em questões profundas sobre o futuro do trabalho no Brasil. Em meio a transformações digitais, novas formas de contratação, avanço da inteligência artificial e mudanças no comportamento social, cresce a defesa de modelos que priorizem a saúde mental, a produtividade sustentável e a valorização do tempo de vida fora do trabalho.

Enquanto o projeto avança no Congresso, trabalhadores e empregadores observam atentos cada movimento. Se aprovada, a nova regra pode redefinir a rotina de milhões de brasileiros e marcar uma nova fase nas relações trabalhistas do país.

Marco Pigossi fala sobre amor oculto e sexualidade durante participação em podcast

Durante anos, Marco Pigossi viveu entre o brilho dos holofotes e a dor do silêncio. Em uma revelação recente no podcast “Desculpa Alguma Coisa”, o ator contou que manteve um relacionamento amoroso em segredo por medo de assumir publicamente sua sexualidade. Hoje, casado e vivendo uma nova fase da vida fora do Brasil, ele transforma sua história pessoal em um relato potente sobre repressão, medo, acolhimento e liberdade.

Um amor que precisou se esconder

Pigossi revelou que vivenciou um relacionamento duradouro de maneira completamente discreta, mantendo-o longe de olhares, registros e da própria liberdade de amar. Segundo ele, o motivo era o medo não só da reação do público, mas também das implicações que assumir sua sexualidade poderia acarretar em sua carreira artística em um mercado ainda caracterizado por padrões rígidos.

O ator classificou esse período como um tempo de “sobrevivência”, em que esconder quem ele era parecia a única opção possível. Mesmo envolvido emocionalmente, o relacionamento era atravessado pela insegurança constante de ser descoberto, de virar manchete, de sofrer rejeição profissional e social.

Com o fim da relação, Pigossi revelou que sentiu a necessidade de pedir desculpas ao ex-companheiro por tê-lo submetido a uma dinâmica de invisibilidade. Para ele, hoje, é claro que o silêncio imposto não afetava apenas a si mesmo, mas também a pessoa que estava ao seu lado, obrigada a viver um amor incompleto, sem direito à existência pública.

Segundo o ator, viver um amor oculto não era apenas uma escolha individual, mas uma consequência direta de um sistema que impõe vergonha, silenciamento e insegurança a pessoas LGBTQIA+. O pedido de desculpas, mais do que um acerto pessoal, foi também um gesto simbólico de reconhecimento da dor provocada por esse apagamento.

O medo de ser visto e o peso da fama

Antes de se assumir, o ator já vivia sob os holofotes da televisão brasileira, frequentemente escalado para papéis de galã. A imagem pública construída ao longo dos anos aumentava ainda mais o medo de romper com expectativas. Ele já contou que sentia pânico com a simples possibilidade de ser visto em público ao lado de outro homem.

Situações simples, como ir ao cinema ou jantar fora, se tornavam episódios de tensão. Muitas vezes, amigos acompanhavam os encontros para disfarçar. O que para muitos casais é trivial, para ele exigia estratégia, silêncio e constante estado de alerta.

Mesmo interpretando personagens LGBTQIA+ na televisão, fora das câmeras o ator ainda vivia uma vida atravessada pelo receio. A contradição entre o que representava e o que podia viver na própria pele revelava o quanto o medo ainda comandava suas escolhas.

A virada: assumir, sair do Brasil e recomeçar

A grande mudança veio quando Marco Pigossi decidiu se assumir publicamente. O processo não foi instantâneo, mas representou um divisor de águas em sua vida pessoal e profissional. Pouco tempo depois, ele se mudou para os Estados Unidos, onde passou a construir uma nova etapa da carreira, agora no cinema internacional.

Foi nesse período que conheceu o cineasta italiano Marco Calvani. O relacionamento entre os dois se fortaleceu longe da pressão da mídia brasileira e, em 2024, eles oficializaram a união. Hoje, Pigossi vive abertamente seu amor, algo que por muitos anos parecia impossível.

O cinema como espelho da própria história

A vida pessoal e a carreira artística passaram a se cruzar de forma ainda mais intensa quando Pigossi estrelou o filme Maré Alta, dirigido pelo próprio marido. Na trama, ele interpreta um jovem brasileiro que se muda para os Estados Unidos em busca de liberdade para viver sua sexualidade.

O papel tem fortes paralelos com sua própria trajetória. Mais do que um personagem, o filme representa um espelho emocional de sua história: o deslocamento, a fuga do medo, a reconstrução da identidade e a descoberta de que é possível viver sem se esconder.



Representatividade, cura e novos caminhos

Ao compartilhar sua história, Marco Pigossi entende que ultrapassa o campo individual. Seu relato ecoa a realidade de muitas pessoas que ainda vivem relações escondidas por medo de rejeição, violência ou exclusão.

Hoje, ele fala abertamente sobre a importância da representatividade, do acolhimento e da construção de espaços onde ninguém precise escolher entre amar e sobreviver. O ator reforça que assumir a própria verdade não apaga as dores do passado, mas transforma essas feridas em caminhos de cura.

Mais do que um desabafo, sua fala se torna um ato político, afetivo e social. Ao dar nome ao que viveu, Pigossi ajuda a iluminar histórias que ainda permanecem no escuro e mostra que, apesar do medo, é possível reescrever a própria trajetória.

Violência digital atinge milhões de brasileiras

As estatísticas oficiais brasileiras passaram a incluir a violência digital. Pela primeira vez, a Pesquisa Nacional de Violência Contra a Mulher considerou agressões que acontecem em ambientes virtuais, e os dados apresentados são alarmantes: aproximadamente 8,8 milhões de mulheres, ou seja, uma em cada dez brasileiras com 16 anos ou mais, relataram ter sido vítimas de algum tipo de abuso digital no último ano. As informações destacam que a conexão entre violência de gênero e ambiente online está se tornando cada vez mais intensa, não podendo mais ser considerada um problema secundário.

O avanço dos crimes virtuais contra mulheres

A inclusão da violência digital na pesquisa reflete a transformação das relações sociais. O ambiente virtual deixou de ser apenas um espaço de compartilhamento de conteúdo para se tornar uma extensão direta da vida pública e privada das mulheres. É nesse cenário que aparecem agressões como ataques em redes sociais, mensagens intimidadoras, perseguição online, divulgação de conteúdos sem consentimento e até invasões de contas pessoais.

Para especialistas, a violência digital funciona muitas vezes como continuação — ou até como início — de ciclos de violência emocional, psicológica e até física. Ela atravessa fronteiras, invade rotinas e pode ocorrer a qualquer horário. Isso a torna difícil de prever e também de interromper, o que aumenta o impacto emocional sobre as vítimas.

A pesquisa e o marco histórico dos dados

O levantamento foi realizado pelo DataSenado e pelo Observatório da Mulher contra a Violência, entrevistando mais de 21 mil mulheres em todas as unidades da federação. Esta edição marca 20 anos da série histórica e inaugura a medição de formas contemporâneas de violência que antes ficavam invisíveis. Ao incorporar as agressões digitais, o estudo traz uma leitura mais completa da vida das mulheres — um passo fundamental para elaborar políticas públicas mais eficazes.

O dado central, de que 10% das mulheres brasileiras sofreram algum tipo de violência digital no último ano, mostra que o problema está longe de ser restrito a casos isolados. Assim como outras formas de violência de gênero, a agressão online também apresenta altos índices de subnotificação. Muitos episódios são naturalizados, tratados como “brincadeira”, bloqueados rapidamente ou esquecidos, o que faz com que o número real possivelmente seja ainda maior.

O impacto real de uma violência que parece invisível

Apesar de ocorrer no ambiente virtual, a violência digital provoca efeitos diretos na vida real. A vítima que recebe ameaças em mensagens privadas, por exemplo, pode desenvolver ansiedade, medo constante e sensação de vigilância. Já aquela que tem fotos íntimas divulgadas sem consentimento, sofre danos que vão desde prejuízos emocionais profundos até dificuldades no trabalho, na vida social e na construção de relacionamentos.

Para muitas mulheres, os ataques digitais são acompanhados de um sentimento de desamparo — especialmente quando o agressor utiliza perfis falsos, manipula informações ou se aproveita da impunidade no ambiente online. O impacto da violência não é apenas individual: ele afeta a sensação coletiva de segurança e participação das mulheres nos espaços digitais.

Os desafios para denunciar e enfrentar o problema

A pesquisa também evidencia um obstáculo central: a dificuldade de denunciar. Nem todas as mulheres sabem que determinados comportamentos configuram crime. Outras têm medo de retaliação, vergonha da exposição ou receio de não serem levadas a sério pelas autoridades. Em muitos casos, a prova da agressão desaparece com a exclusão de mensagens ou perfis, o que torna o processo ainda mais delicado.

O avanço da discussão pública sobre violência digital é essencial para que mais vítimas reconheçam seus direitos e busquem ajuda. Delegacias especializadas, canais de denúncia como o Ligue 180 e plataformas digitais comprometidas com moderação eficiente são pilares fundamentais para reduzir a impunidade. Além disso, a criação de programas educativos voltados à segurança digital tem se mostrado indispensável em diversos países — e o Brasil não pode ficar para trás.


Violência digital contra mulheres (Vídeo: reprodução/YouTube/Defensoria Pública do Estado de Santa Catarina)


A urgência de políticas públicas que acompanhem a era digital

Os dados divulgados acendem um alerta para governos, empresas de tecnologia e sociedade. Se a violência digital cresce na mesma velocidade que o uso das redes, as respostas precisam acompanhar essa mudança. Isso inclui aprimorar leis que tratam de crimes digitais de gênero, capacitar profissionais para lidar com esse tipo de denúncia, criar mecanismos de acolhimento psicológico e jurídico e pressionar plataformas a adotarem sistemas eficazes de proteção.

A violência contra a mulher continua sendo um problema estrutural no Brasil, e agora se manifesta também em telas, aplicativos e redes. Enfrentar a violência digital é enfrentar esse problema de forma completa — e garantir que mulheres possam existir plenamente nos espaços, sejam eles físicos ou virtuais.

Presidente Lula pede revisão de tarifas a Trump

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ligou para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para pedir a revisão das tarifas ainda aplicadas a produtos brasileiros, mesmo após a retirada parcial das sobretaxas. Na conversa, Lula reforçou a necessidade de reequilibrar o comércio bilateral, destacou o impacto econômico das taxações sobre setores estratégicos do país e defendeu que a normalização completa das tarifas é essencial para garantir previsibilidade, competitividade e a retomada plena das exportações brasileiras no mercado norte-americano.

Reaproximação sinaliza nova fase entre Brasil e EUA

A conversa, realizada na última terça-feira (2), durou cerca de 40 minutos e reforçou a tentativa do governo brasileiro de fortalecer a relação comercial com Washington depois de meses de tensões. Lula destacou a importância da recente decisão dos EUA de retirar a sobretaxa adicional de 40% que incidia sobre itens como carne, café, frutas e castanhas. A mudança foi celebrada pelo Itamaraty e por entidades exportadoras, já que reduziu pressões sobre setores fundamentais para a economia.

Apesar disso, o presidente brasileiro enfatizou que a revisão ainda é parcial. De acordo com dados informados pelo próprio governo, cerca de 22% das exportações brasileiras para os Estados Unidos continuam submetidas a impostos extras que afetam a competitividade nacional. A pauta, segundo assessores próximos, é tratada como “prioridade absoluta” nas negociações diplomáticas.


  Lula conversa com Trump sobre agenda comercial (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN)


Tarifas ainda afetam produtos agrícolas e industriais

As tarifas que permanecem em vigor nasceram de medidas unilaterais adotadas pelos EUA sob justificativa de “emergência nacional” e acabaram impondo custos elevados para produtos brasileiros. Entre os itens ainda prejudicados estão segmentos industriais, bens manufaturados e parte das exportações agrícolas que não receberam alívio tarifário.

Mesmo que a remoção da sobretaxa de 40% tenha beneficiado cadeias produtivas importantes, a parcela ainda taxada compromete a fluidez comercial entre os dois países. Para especialistas em comércio exterior, a continuidade dessas tarifas funciona como um entrave estratégico, sobretudo em um momento em que o Brasil busca ampliar sua presença no mercado norte-americano.

O governo brasileiro acredita que uma revisão mais ampla poderia reduzir desigualdades no tratamento dado aos produtos nacionais, além de estimular a expansão de exportações com alto valor agregado.

Segurança também entra na pauta da conversa

Além das tarifas, Lula e Trump discutiram cooperação no combate ao crime organizado, tema que ganhou força recente na agenda bilateral. A interlocução entre os dois presidentes buscou alinhar ações conjuntas, especialmente no que diz respeito ao tráfico transnacional e ao fluxo ilegal de armas.

A inclusão do tema no diálogo é vista por analistas como uma forma de construir uma relação multifacetada, que não se limite apenas ao comércio — estratégia comum quando países buscam fortalecer laços e facilitar negociações sensíveis.

Para integrantes do governo brasileiro, ampliar a colaboração em segurança pode abrir portas para avanços econômicos, uma vez que demonstra disposição para trabalhar de forma coordenada em frentes consideradas estratégicas por Washington.

Brasil tenta acelerar normalização comercial

A posição do governo brasileiro é de que a retirada das tarifas ainda pendentes representaria um passo definitivo para restabelecer o equilíbrio no comércio bilateral. A expectativa é de que novos diálogos ocorram nas próximas semanas, envolvendo chancelerias e equipes técnicas de ambos os países.

Empresários e representantes de associações exportadoras também acompanham a negociação de perto, temendo que a permanência das tarifas dificulte contratos e limite a competitividade internacional de produtos brasileiros. Para eles, o movimento de Lula ao telefonar diretamente para Trump demonstra que o tema ganhou prioridade política e pode acelerar soluções. Enquanto isso, setores produtivos aguardam novas sinalizações dos EUA. A tendência, segundo interlocutores diplomáticos, é que a revisão total das tarifas seja gradual e dependa de avanços políticos entre os dois governos.