Sobre Mateus Pessoa

Mateus é formado em Tecnologia da Informação pela Uninassau e atualmente estuda Jornalismo na Estácio de Sá. Ele iniciou sua carreira em produção audiovisual em 2022, trabalhando em um projeto para a Stellantis, a gigante automotiva multinacional que detém marcas como Jeep, RAM, Fiat e Peugeot.

Proposta de isenção para compras de até US$ 50 volta ao debate no congresso nacional

Uma nova iniciativa legislativa visa reverter a recente mudança na tributação de compras internacionais de pequeno valor. O Projeto de Lei 3261/25, protocolado na Câmara dos Deputados, propõe o restabelecimento da isenção do Imposto de Importação para remessas provenientes do exterior cujo valor não ultrapasse cinquenta dólares americanos (US$ 50). O texto, de autoria do deputado federal Kim Kataguiri (União-SP), busca modificar o Decreto-Lei 1.804/80, que historicamente rege o regime de tributação simplificada para essas importações.

Proposta visa isenção para compras internacionais

O essência da proposta é fixar alíquota zero sobre os produtos estrangeiros que se enquadrem nesse limite de preço. O deputado autor argumenta que a medida não só protege o consumidor brasileiro, facilitando o acesso a bens culturais e tecnológicos, mas também promove a racionalidade administrativa. Em suas declarações, Kataguiri sustenta que a política anterior não gerava impacto significativo nas contas públicas e que sua retomada pode, inclusive, reduzir os custos operacionais tanto da Receita Federal quanto dos Correios, ao simplificar o processo de fiscalização de volumes menores.


Post de  Kim Kataguiri sobre a convocação da audiência (Foto: reprodução/X/@KimKataguiri)

A discussão surge em um momento sensível para os consumidores, uma vez que, desde 1º de agosto de 2024, a regra anterior foi suspensa, e todas as compras internacionais até US$ 50 passaram a ser taxadas com uma alíquota de 20% sobre o Imposto de Importação. A manutenção dessa cobrança, defendida pelo governo federal, visa, segundo alegações oficiais, proteger a indústria nacional, equilibrando a competição de mercado frente a produtos estrangeiros frequentemente comercializados a preços mais baixos.

PL 3261/25 avança em regime conclusivo e reacende debate sobre equilíbrio fiscal

O parlamentar, contudo, minimiza o impacto fiscal da isenção, classificando as remessas de baixo valor como uma “fração ínfima do mercado total”. Ele enfatiza o papel dessas compras como um vetor de estímulo ao acesso a inovações e conteúdos globais, sem onerar excessivamente o erário.

O andamento do PL 3261/25 já foi definido. Ele será analisado em regime conclusivo pelas comissões temáticas da Casa, incluindo Desenvolvimento Econômico, Finanças e Tributação, Constituição e Justiça, e Cidadania. Caso aprovado nessas instâncias, o projeto ainda precisará de aval da plenária da Câmara e, subsequentemente, da aprovação do Senado Federal para que a isenção possa ser, de fato, restabelecida no ordenamento jurídico brasileiro. A tramitação acende o debate sobre o equilíbrio entre a arrecadação fiscal, a defesa da indústria nacional e o poder de compra do cidadão brasileiro no comércio eletrônico global.

Abertura Histórica: Japão muito perto de importar carne bovina brasileira após 25 anos

O mercado de carne bovina do Japão, reconhecido por seu alto poder aquisitivo e exigência rigorosa, está a poucos passos de receber o produto brasileiro, segundo declarações enfáticas do Ministro da Agricultura do Brasil, Carlos Fávaro. A expectativa é que o acesso, que esteve suspenso por mais de duas décadas e meia, seja concretizado ainda no decorrer deste ano, representando um significativo impulso para o agronegócio nacional.

Em entrevista concedida à Bloomberg News na Malásia, Fávaro ressaltou que o processo de abertura, que estava “paralisado há mais de 25 anos”, encontra-se na fase derradeira. A principal barreira sanitária foi superada no início deste ano, quando o Brasil obteve a certificação internacional como país livre de febre aftosa sem a necessidade de vacinação — um pré-requisito fundamental imposto pelo rigoroso sistema japonês.

Brasil prestes a conquistar mercado japonês

“Está avançando rapidamente. Algo que estava paralisado há mais de 25 anos agora está muito próximo de acontecer, restam apenas alguns detalhes”, afirmou o Ministro, indicando que a conclusão do protocolo sanitário final é o último obstáculo antes da liberação comercial.

A concretização deste acordo é vista como um movimento estratégico com implicações que transcendem as fronteiras bilaterais. O Japão, um dos maiores importadores globais de carne bovina, historicamente dependeu substancialmente do fornecimento vindo dos Estados Unidos e da Austrália. A entrada do Brasil, que já é o maior exportador mundial da commodity, adiciona uma nova e poderosa fonte de suprimento ao mercado nipônico.


 

Gados no pasto (Foto: reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)

Concorrência acirrada e diplomacia estratégica

Este cenário surge em um momento delicado para os exportadores americanos. A carne brasileira, ao ganhar acesso a um mercado premium como o japonês, pode ofuscar as vendas dos EUA, que já enfrentam um recuo de 50% nas exportações para o mercado americano após a imposição de tarifas na gestão anterior. Além disso, os produtores de gado dos EUA enfrentam atualmente uma severa escassez de rebanho, elevando os custos e reduzindo lucros dos frigoríficos locais.

O caminho para esta abertura foi pavimentado com intensa movimentação diplomática. Autoridades japonesas realizaram inspeções sanitárias no Brasil ao longo do ano, e o próprio Presidente Luiz Inácio Lula da Silva se engajou diretamente nas negociações durante sua visita a Tóquio em março, declarando na época: “O Brasil está pronto”.

Expectativas cautelosas e transição política

Gilberto Tomazoni, diretor-presidente da JBS NV, manifestou otimismo sobre o potencial do mercado japonês para a exportação de “cortes nobres”, mas ponderou que a consolidação das vendas pode ser gradual. Mercados de alta exigência como o japonês demandam tempo para a construção de relações comerciais sólidas baseadas na qualidade consistente do produto.

Apesar do avanço ter se iniciado sob a administração japonesa anterior, a confirmação final agora ocorrerá sob um novo governo, após a recente eleição de Sanae Takaichi como Primeira-Ministra. O Ministério da Agricultura brasileiro celebra a notícia como parte de um esforço mais amplo, citando a abertura de 466 novos mercados para produtos brasileiros desde o início do atual mandato presidencial, com a meta de alcançar 500 até 2026.

Revolução na navegação: OpenAI lança o ChatGPT Atlas, redefinindo a experiência online

A OpenAI agitou o cenário tecnológico nesta quarta-feira (22), ao anunciar o ChatGPT Atlas, um navegador inovador que promete ser a resposta definitiva ao que navegadores estabelecidos como Chrome e Safari não conseguiram se tornar: um assistente conversacional integral. A principal disrupção do Atlas reside na integração nativa e profunda do poder do ChatGPT, eliminando a necessidade de o usuário se desdobrar entre múltiplas abas, ferramentas de busca e a interface de inteligência artificial.

Diferentemente dos gigantes atuais, que evoluíram com foco em velocidade, integração com seus ecossistemas específicos (Google e Apple, respectivamente) e o modelo tradicional de busca, o Atlas foi concebido desde sua fundação tendo um assistente conversacional como seu cerne operacional. A ambição, conforme expressa por Fidji Simo, CEO de Aplicações da OpenAI, é transformar o navegador em um “verdadeiro superassistente”, capaz de entender o contexto único do usuário — considerando histórico, páginas abertas e sessões logadas — para entregar respostas e sugestões em tempo real e altamente personalizadas.

Um assistente autônomo com inteligência contextual e controle de privacidade

Essa inteligência contextual permite comandos que redefinem a interação. O usuário pode, por exemplo, simplesmente solicitar ao assistente que “organize minhas abas” ou que “mostre os sapatos que vi ontem”, e o Atlas executa a tarefa de forma autônoma. Esta capacidade de atuar como um agente, preenchendo formulários, resumindo conteúdos densos ou automatizando fluxos de trabalho, posiciona o Atlas não apenas como um portal para a web, mas como um ambiente de produtividade autônomo.

A OpenAI também abordou as preocupações com privacidade inerentes a essa coleta contextual. O sistema permite ao usuário ativar ou desativar o armazenamento de “memórias”, mantendo o controle sobre o acesso do ChatGPT à sua navegação. Além disso, a empresa garante que, mesmo com a capacidade de aprendizado contextual, o conteúdo da navegação não será utilizado no treinamento de seus modelos de IA, e o tradicional modo anônimo permanece acessível.


Vídeo explicando como vai funcionar o navegador do ChatGPT (Vídeo: reprodução/YouTube/Salada_Tech)

O navegador que desafia Chrome e Safari com linguagem natural

A estratégia da OpenAI é clara: expandir seu domínio para além das aplicações de IA pura, penetrando em um dos mercados de software mais consolidados. Enquanto o Chrome detém a maior fatia do mercado global e o Safari é dominante nos dispositivos Apple, o Atlas desafia o status que com sua proposta de interface baseada em linguagem natural. Inicialmente lançado para macOS, o navegador chega de forma gratuita, com planos de expansão iminente para Windows, iOS e Android. Este movimento sinaliza o esforço da OpenAI em construir um ecossistema completo em torno do ChatGPT, consolidando-se como desenvolvedora de plataformas essenciais para o uso diário.

Netflix enfrenta revés no terceiro trimestre com gigantesca despesa tributária no Brasil

A gigante do streaming, Netflix, divulgou recentemente seus resultados financeiros referentes ao terceiro trimestre do ano, um período que se revelou mais desafiador do que o esperado pelos analistas de Wall Street. Apesar de registrar um lucro líquido robusto de US$ 2,5 bilhões e um lucro diluído por ação de US$ 5,87 entre julho e setembro, os números ficaram aquém das projeções do mercado, que apontava para um lucro líquido de US$ 3 bilhões, equivalente a US$ 6,97 por ação, segundo dados da LSEG. A grande responsável por este desvio de rota foi uma onerosíssima e inesperada despesa tributária decorrente de uma disputa fiscal em território brasileiro.

A própria companhia atribuiu o desempenho abaixo do consenso à necessidade de provisionar uma despesa extraordinária de aproximadamente US$ 619 milhões, o que se traduz em cerca de R$ 3,3 bilhões na moeda nacional, referente a uma pendência tributária “em andamento” no Brasil. Este montante singular teve um impacto direto na margem operacional do período, que fechou em 28%. A Netflix fez questão de ressaltar, em seu relatório de resultados, que, na ausência deste evento não recorrente, a margem operacional teria superado a própria expectativa interna da empresa, que era de 31,5%.

Disputa fiscal impacta margem operacional

Embora a Netflix não tenha detalhado a natureza exata da disputa fiscal, foi revelado que ela abrange um período que se inicia em 2022 e se estende até o terceiro trimestre atual. A empresa comunicou que o impacto acumulado dessa provisão é significativo, com cerca de 20% relacionado ao ano de 2025 e o restante distribuído entre 2022 e 2024, resultando em uma redução de mais de cinco pontos percentuais na margem operacional do trimestre em questão. Para tranquilizar o mercado sobre o futuro imediato, a plataforma declarou que “não esperamos que esse assunto tenha um impacto material sobre os resultados futuros”.


Post sobre o balanço financeiro da Netflix (Foto: reprodução/X/@thassius)

Olhando para frente, o quarto trimestre parece promissor, com a Netflix projetando uma receita de US$ 11,96 bilhões, ligeiramente acima da estimativa de Wall Street de US$ 11,90 bilhões. O lucro por ação previsto para os próximos meses é de US$ 5,45, um centavo acima da média dos analistas. O final do ano será marcado por eventos de grande apelo, incluindo o lançamento das partes finais da aclamada série “Stranger Things” em novembro e dezembro, além da transmissão de dois jogos da temporada da NFL no dia de Natal.

Confiança renovada e sucesso de conteúdo

A empresa expressa confiança, afirmando estar “terminando o ano com um bom ímpeto” e uma programação de lançamentos “empolgante”. No âmbito do conteúdo, o terceiro trimestre foi coroado pelo sucesso da animação “K-Pop Demon Hunters”, que, segundo a companhia, se tornou o filme mais assistido da história da Netflix. Vale lembrar que a empresa, que conta com mais de 300 milhões de assinantes globais, abandonou a divulgação de números de assinantes no início do ano, pedindo aos investidores que se concentrem nos indicadores de receita e lucro.

Justiça acelera análise de recursos de Bolsonaro no STF

O Supremo Tribunal Federal (STF) se prepara para um desfecho iminente no caso envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros réus ligados à chamada “trama golpista”. Fontes da Corte indicam que o julgamento dos recursos da defesa de Bolsonaro, que culminaram na condenação a uma pena de 27 anos e três meses em regime inicialmente fechado, deve começar já na próxima semana.

O cronograma apertado foi estabelecido após a publicação, nesta quarta-feira (22), do acórdão referente à dosimetria da pena imposta ao ex-chefe do Executivo. Com a formalização da decisão, inicia-se um prazo improrrogável de cinco dias corridos para que a equipe jurídica de Bolsonaro apresente os embargos de declaração. Este prazo se encerra, portanto, na próxima segunda-feira (27).

Celeridade no STF pode acelerar mandados de prisão definitiva

A expectativa dentro do STF é que o processo seja levado rapidamente ao plenário virtual da Primeira Turma, responsável pelo julgamento inicial do caso. O ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal, teria sinalizado aos seus auxiliares a intenção de agir com celeridade. A pressa se justifica pelo fato de que, uma vez rejeitados estes embargos declaratórios — o desfecho mais provável segundo avaliações internas —, a defesa ainda teria a prerrogativa de interpor um último recurso.

Contudo, a negativa da Primeira Turma, prevista para ocorrer na análise dos embargos de declaração, é o passo que antecede a emissão dos mandados de prisão definitiva. É neste momento que a determinação de prisão se torna executória, dependendo apenas do esgotamento dos prazos regimentais.


Matéria sobre a condenação de Bolsonaro e prazo para recursos (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Embargos como último obstáculo antes da execução das prisões

A inclusão do caso na pauta do plenário virtual é o próximo ponto de atenção. As sessões virtuais usuais têm início às sextas-feiras e permanecem abertas para votação durante uma semana. No entanto, diante da relevância política e da natureza do processo, especula-se a possibilidade de o Ministro Moraes solicitar uma sessão extraordinária.

Tal manobra visa encurtar o tempo de análise, possivelmente restringindo o período de votação a meras 24 ou 48 horas, garantindo uma resposta judicial mais célere a um dos casos mais emblemáticos em tramitação na Suprema Corte. A movimentação sinaliza que a fase recursal, que protege os réus até este momento, está prestes a se encerrar, abrindo caminho para a execução da sentença.

PL Antifacção: Projeto de Lei traz novas ferramentas contra crime organizado

O cenário da segurança pública brasileira caminha para uma inflexão significativa com o iminente envio do Projeto de Lei Antifacção ao Palácio do Planalto, encabeçado pelo Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. Este pacote legislativo visa impor um rigor muito maior às organizações criminosas, elevando substancialmente as penas e introduzindo qualificadoras específicas que miram, sobretudo, no poder territorial e econômico de facções como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e milícias.

A proposta será enviada nesta quarta-feira (22), batizada internamente como “antimáfia” por críticos e apoiadores, estabelece um aumento imediato nas punições básicas. A pena atual para quem integra, promove ou financia o crime organizado saltaria de 3 a 8 anos para um patamar de 5 a 10 anos de reclusão. O foco do endurecimento, no entanto, reside na criação da figura da “organização criminosa qualificada”. Esta modalidade se configurará quando a atuação do grupo implicar o controle de territórios ou de atividades econômicas por meio de violência ou ameaça, impondo uma pena que varia de 8 a 15 anos. Uma vez tipificada como qualificada, a infração passa a ser considerada hedionda, tornando-se inafiançável e insuscetível a perdões como indulto ou anistia.

Repressão máxima e inteligência investigativa

O projeto não poupa a vida. Em um dos pontos mais severos, um homicídio perpetrado sob o comando de uma organização criminosa qualificada pode levar o responsável a uma pena que oscila entre 12 e 30 anos de prisão, uma das mais elevadas da legislação nacional. Ademais, o texto prevê circunstâncias agravantes que podem majorar a pena de dois terços ao dobro, incluindo o uso de armamento, o envolvimento de agentes de segurança, a participação de menores de idade, a infiltração de servidores públicos, e a atuação transnacional com remessa de capitais ao exterior.

Além do foco punitivo, o PL Antifacção municiará as investigações com instrumentos aprimorados. Estão previstas medidas para facilitar a infiltração de agentes e colaboradores em células criminosas, bem como a criação de empresas fictícias como isca para desmantelar esquemas complexos de lavagem de dinheiro, um tema que ganhou urgência após operações recentes desvendarem o envolvimento de fintechs e empresas de combustível com o crime organizado em centros financeiros.


Post sobre a PL antifacção (Foto: reprodução/X/@brasil247)

Controvérsias Constitucionais e Lacunas Estratégicas

Contudo, o projeto também abre espaço para debates acalorados no meio jurídico, especialmente na seção que trata do monitoramento de comunicações no sistema prisional. A previsão é que a gravação de diálogos entre líderes faccionados e seus advogados, mesmo no parlatório ou via videoconferência, possa ocorrer mediante ordem judicial, desde que haja indícios de que a comunicação esteja sendo usada para fins delituosos, uma cláusula que colide com a garantia constitucional do sigilo profissional.

Intervenções diretas no patrimônio ilícito também foram contempladas, permitindo à Justiça determinar intervenção em empresas utilizadas pelo crime, com nomeação de gestores externos e a suspensão cautelar de contratos com o poder público. O texto final, contudo, deixou de fora a polêmica criação de uma agência nacional de combate ao crime organizado e também não alterou as penas para crimes eleitorais cometidos pelo grupo, mantendo a expectativa de que outras propostas parlamentares possam suprir essa lacuna, dada a preocupação com a infiltração política. A tramitação no Congresso, após o envio ao Executivo, definirá o futuro da linha de frente contra o poderio das facções no país.

Alerta no Mercado: Anvisa interdita venda de azeite “Ouro Negro”

Uma nova intervenção regulatória atingiu o mercado de alimentos nesta segunda-feira (20), com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinando a proibição total da venda, distribuição, importação e propaganda do azeite de oliva da marca “Ouro Negro”. A medida drástica foi oficializada através de publicação no Diário Oficial da União (DOU), acendendo um alerta sobre a fiscalização de produtos importados no país.

A justificativa central apresentada pela agência reguladora reside na desclassificação do produto pelo Ministério da Agricultura, que apontou a origem desconhecida do azeite. Em um setor onde a procedência e o controle de qualidade são cruciais para garantir a autenticidade e segurança do alimento, a falta de rastreabilidade clara representa uma falha grave que levou à intervenção imediata.

Irregularidades na importadora expõem falhas

A ação da Anvisa não se limitou apenas ao produto, mas se estendeu à empresa responsável pela entrada do azeite no território nacional. Foi identificada a Intralogística Distribuidora Concept Ltda como a importadora. Uma verificação adicional revelou que esta empresa possui o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) com situação suspensa junto à Receita Federal, adicionando uma camada de irregularidade administrativa ao caso.

Este cenário levanta questionamentos sobre os mecanismos de controle prévios à distribuição de produtos alimentícios no Brasil, especialmente aqueles oriundos de importação. O azeite, frequentemente visado por fraudes devido ao seu alto valor agregado, exige um rigoroso controle documental e laboratorial. A suspensão do CNPJ da importadora sugere que a companhia pode não estar em conformidade com obrigações fiscais e cadastrais básicas, o que fragiliza a cadeia de responsabilidade sobre o produto final que chega ao consumidor.


Post sobre a proibição de azeite de origem desconhecida (Foto: reprodução/X/@Metropoles)

Retirada do azeite “Ouro Negro” revela lacunas na fiscalização

A determinação da Anvisa abrange todos os lotes e locais onde o azeite “Ouro Negro” possa estar armazenado, exigindo a retirada imediata do produto das prateleiras para evitar penalidades. A agência reforça que a medida tem como objetivo proteger a saúde pública, diante do risco de adulterações ou contaminações associadas à ausência de controle sobre a origem do azeite.

A ausência de informações claras sobre a regularidade da empresa importadora e as circunstâncias da entrada do produto no país levanta dúvidas sobre os procedimentos de fiscalização e controle aplicados à importação de alimentos. O caso evidencia a importância de uma vigilância constante e rigorosa, especialmente em produtos com alto valor agregado e suscetíveis a fraudes, como o azeite.

A Casa do Patrão: Boninho ressurge na Record com reality inédito em 2026

O cenário da teledramaturgia brasileira acaba de ganhar um novo e aguardado capítulo: J.B. Oliveira, o icônico Boninho, revelou finalmente os contornos de seu primeiro projeto autoral fora da TV Globo após sua saída no final de 2024. O destino escolhido para o retorno triunfal do diretor é a Record, que confirmou a aquisição do reality show inédito intitulado “Casa do Patrão”. O anúncio oficial foi realizado por Alarico Naves, superintendente comercial da emissora, durante o evento Marketing Network Internacional, realizado no último fim de semana em Lisboa, Portugal.

A notícia marca um movimento estratégico significativo para a emissora de Edir Macedo. “Casa do Patrão” não é apenas a estreia de Boninho em um novo canal, mas também representa sua primeira produção original desde que deixou a Globo. Atualmente, o diretor está envolvido na condução da nova temporada do reality musical The Voice Brasil, que está sendo exibida em uma parceria entre o SBT e a plataforma de streaming Disney+. Curiosamente, o formato da “Casa do Patrão” chegou a ser apresentado à emissora de Silvio Santos, mas, segundo fontes do mercado, foi a disposição da Record em fechar o negócio que garantiu a exclusividade da atração.

Reality da Record mistura luxo, vigilância e hierarquia social

Embora o nome “Patrão” evoque imediatamente a figura do dono do SBT, a produção assegura que não há qualquer ligação direta com Silvio Santos. O formato promete ser uma fusão explosiva de dinâmicas consagradas, misturando a vigilância 24 horas do Big Brother Brasil (BBB) com a estratificação social de A Grande Conquista. A premissa central envolve a convivência em três residências distintas: uma luxuosa “Casa do Patrão”, reservada ao vencedor e repleta de privilégios, e outras duas, mais modestas, destinadas aos participantes classificados como “empregados”.


Declaração do diretor da Record Alarico Naves confirmando o reality (Vídeo: reprodução/Instagram/@alariconaves)

A Record planeja a estreia da “Casa do Patrão” para o segundo trimestre de 2026, estrategicamente posicionada para ocupar o período entre abril e julho, logo após o término do BBB26 da Globo. A locação, contudo, permanece um mistério. Uma forte possibilidade ventilada nos bastidores é a utilização do complexo de A Fazenda, em Itapecerica da Serra (SP), embora com uma configuração totalmente nova, que incluiria a construção das três estruturas habitacionais exigidas pelo script do programa.

Streaming e patrocinadores disputam espaço

A parceria com plataformas de streaming é uma tendência crescente no mercado, e não seria surpresa se a “Casa do Patrão” seguisse os passos de The Voice Brasil e também contasse com o envolvimento do Disney+. A expectativa do mercado é alta, como evidenciado por um vídeo divulgado por Alarico Naves no Instagram, onde ele interage com potenciais anunciantes na plateia portuguesa, que já demonstraram grande interesse em patrocinar o que ele classificou como “o verdadeiro reality do Boninho”. A chegada deste novo show promete acirrar a disputa pela audiência dos reality shows no cenário televisivo brasileiro.

A nova era das buscas: Inteligência artificial redesenha o jogo do SEO

As Ferramentas de Inteligência Artificial Generativa como ChatGPT, Gemini, Perplexity e o novo modo de busca do Google não são apenas novidades tecnológicas; elas representam uma profunda mudança no comportamento de busca online, ameaçando a visibilidade de conteúdos que, até então, prosperavam sob as regras do SEO (Search Engine Optimization) tradicional.

Desde que o Google se estabeleceu como o portal de informação dominante no final dos anos 1990, o SEO ditou o manual para quem desejava as primeiras posições. Contudo, a lógica mudou: em vez de clicar em um link, o usuário moderno busca uma resposta direta e completa fornecida pela própria IA. Este novo panorama exige uma adaptação urgente, definindo um novo conceito: o Generative Engine Optimization, ou GEO.

A nova disputa por citações nas respostas das IAs

O GEO, Otimização Generativa de Mecanismos, é a fronteira mais recente da estratégia digital. Ele não se concentra em disputar o ranqueamento tradicional, mas em garantir que marcas e sites se tornem as fontes citadas e referenciadas nas respostas sintetizadas pelas IAs. Conforme aponta Luiz Bernardo, Sócio-Fundador da Prosperidade Conteúdos, a adaptação é crucial. “O futuro das buscas é conversacional. O GEO está apenas começando, mas já redefine o papel do SEO tradicional. Em vez de disputar cliques, as marcas precisarão disputar citações nas respostas das inteligências artificiais. Quem entender essa lógica antes, vai sair na frente na nova era da descoberta digital”, afirma o especialista.


Conteúdo explicando o GEO (Vídeo: reprodução/YouTube/Tropical Hub)

A migração de cliques para citações exige uma recalibragem das táticas de conteúdo. Para garantir presença nas respostas generativas, é fundamental que as empresas produzam conteúdo que seja, acima de tudo, objetivo e solucionador. As IAs priorizam a clareza; textos que respondem a perguntas reais do público-alvo, com parágrafos curtos (entre 60 e 120 palavras) e foco direto no ponto, aumentam drasticamente as chances de serem citados. Ferramentas que mapeiam as dúvidas dos usuários, como o autocomplete do Google ou o AlsoAsked, tornam-se essenciais nesse processo.

Os pilares da relevância no GEO

Além da objetividade, a autoridade e a originalidade são fatores decisivos. Em um mar de informações genéricas, o conteúdo que se destaca é aquele que só a própria marca pode fornecer: estudos de caso, dados exclusivos, números de mercado e materiais visuais próprios, como gráficos e tabelas. Quanto mais embasado e singular o conteúdo, maior a sua “relevância” para os modelos de IA, que são treinados para identificar fontes confiáveis.

O GEO também expande o foco para além do website da empresa. A distribuição de conteúdo em múltiplos canais, como LinkedIn, YouTube, Medium e Reddit, é uma tática poderosa, especialmente quando o material inclui links para o texto completo. Além disso, formatos de dados estruturados e de fácil leitura, como PDFs, planilhas e checklists, são preferidos por diversos modelos de IA.


Conteúdo mostrando os números de pesquisa do GEO (Vídeo: reprodução/YouTube/Joabel Kasper)

 

A reputação digital nunca foi tão importante. Menções em veículos de imprensa, backlinks de sites confiáveis e avaliações positivas em plataformas como Google Meu Negócio e Reclame Aqui constroem a credibilidade que as IAs buscam ao selecionar uma fonte. Por fim, a arquitetura do site deve ser amigável para a leitura por máquinas. O uso de metadados, dados estruturados e a inclusão de seções de FAQ (Perguntas Frequentes) no final dos textos facilitam a compreensão e a extração de informações pelas plataformas generativas, aumentando a probabilidade de um trecho da página ser utilizado como a resposta definitiva. Ignorar o GEO é, em essência, optar pelo desaparecimento na principal via de busca da próxima década.

Diplomacia em foco: Brasil e EUA se reúnem para tratar de tarifaço em Washington

Brasília e Washington voltam a centralizar as atenções do cenário político-econômico internacional nesta quinta-feira (16), com a realização de uma reunião crucial de negociação entre o Brasil e os Estados Unidos. O encontro, que ocorrerá na capital norte-americana, visa discutir as tarifas impostas recentemente pelos EUA sobre uma gama de produtos brasileiros.

A pauta de negociações, confirmada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é liderada pelo ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, e pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, designado pelo presidente Donald Trump para representar os interesses americanos.

Diplomacia brasileira tenta reverter sobretaxa de Trump

A reunião presencial em Washington concretiza o acerto telefônico da semana anterior entre Vieira e Rubio. A diplomacia brasileira, com o chanceler em Washington desde a véspera e em preparação com técnicos do governo, busca uma solução para a sobretaxa de 50% anunciada por Trump, que atingiu diversas exportações brasileiras. Uma fonte com conhecimento do assunto, falando à Reuters sob anonimato, confirmou o agendamento da cúpula para hoje.

O contexto que envolve a imposição das tarifas é complexo e inclui elementos políticos. Trump justificou a medida citando, entre outros motivos, o processo judicial contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, o qual o líder norte-americano classificou como “caça às bruxas”.


Matéria sobre a primeira reunião para negociar tarifaço (Vídeo: reprodução/YouTube/UOL)

Lula adota tom pragmático e reforça foco econômico em diálogo

Apesar da polarização política, o presidente Lula buscou sinalizar um foco pragmático nas tratativas comerciais. Durante discurso em cerimônia no Rio de Janeiro, na quarta-feira (15), Lula detalhou a recente conversa telefônica com Trump, mencionando que a questão do ex-presidente Bolsonaro não fez parte do diálogo, que se concentrou em temas da agenda econômica bilateral.

Em tom descontraído, Lula brincou com a declaração de Trump sobre a “excelente química” que teriam tido em um breve encontro na Assembleia-Geral da ONU, ao dizer que na ligação, “não pintou química, pintou uma indústria petroquímica”, destacando a importância da pauta econômica.

A reunião entre Vieira e Rubio testa o nível de aproximação e o canal de diálogo estabelecido entre os dois governos, após um período de tensões comerciais e políticas. A expectativa é que o encontro possa pavimentar o caminho para a suspensão ou, pelo menos, a redução das tarifas adicionais, essenciais para o reequilíbrio das relações comerciais e para o setor exportador brasileiro. O resultado deste diálogo definirá a trajetória da relação bilateral e o futuro das exportações do Brasil para um de seus principais parceiros comerciais.