Brasil adota postura de cautela diante de novas tarifas dos EUA sobre aço e alumínio

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), confirmou na última segunda-feira que o Brasil adotará uma postura de cautela antes de reagir à recente decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio. O anúncio de Trump, feito no domingo, reacende preocupações sobre o impacto nas exportações brasileiras, já que o Brasil é um dos principais fornecedores desses materiais para o mercado norte-americano, sendo esse um dos principais produtos de exportação nacional.

“Vamos aguardar ainda essa questão da taxação. Da outra vez que isso foi feito, teve cotas, então vamos aguardar. Nossa disposição é sempre a de colaboração, parceria em benefício das nossas populações”

Vice-presidente Geraldo Alckmin após uma visita à fábrica da Bionovis, em Valinhos (SP).

Relação Comercial Equilibrada

Alckmin ainda destacou que o comércio entre Brasil e Estados Unidos é equilibrado, reforçando que o diálogo será a principal ferramenta para resolver qualquer impasse, segundo dados no ano passado, o Brasil exportou US$ 40,2 bilhões para os EUA, enquanto as importações do país norte-americano somaram US$ 40,5 bilhões, esses números mostram a relação de equilíbrio entre os dois países.

“O Brasil e os Estados Unidos têm uma relação comercial equilibrada. É um ganha-ganha, nós exportamos para eles, eles exportam para nós, e quem ganha é a população”, afirmou o vice-presidente.


Vice-presidente Geraldo Alckmin (Foto: reprodução/Getty Images News/Ton Molina/Getty Images Embed)


Questionado sobre a possibilidade de o Brasil retaliar com a taxação de produtos tecnológicos norte-americanos, Alckmin evitou falar sobre qualquer medida nesse sentido. “Vamos aguardar porque acreditamos muito no diálogo”, o ministro ainda relembrou que, em ocasiões anteriores, medidas protecionistas similares foram atenuadas pela adoção de cotas para os países exportadores.

Impactos para o Setor Siderúrgico Brasileiro

Apesar do tom conciliador do governo, a medida gera preocupações no setor siderúrgico brasileiro. Especialistas alertam que, mesmo sendo uma tarifa aplicada a todos os fornecedores, o impacto pode ser significativo para o Brasil, que depende fortemente das exportações de aço e alumínio para os Estados Unidos.

Segundo a CNN, o governo brasileiro já vinha esperando esse movimento, dado o histórico do primeiro mandato de Trump, quando políticas protecionistas semelhantes foram adotadas. A avaliação preliminar da equipe econômica é de que, embora a medida seja unilateral e não especificamente direcionada ao Brasil, ela ainda representa um risco para a competitividade dos produtos brasileiros no mercado norte-americano, um mercado esse que se tornou importante para economia nacional mesmo com o crescente aumento da parcela chinesa.

Enquanto isso, o governo brasileiro mantém o compromisso com o diálogo e a busca por soluções diplomáticas, evitando retaliações precipitadas que possam prejudicar a já delicada relação comercial com os Estados Unidos.

Elon Musk faz oferta bilionária pela OpenAI e reacende rivalidade com Sam Altman

A batalha entre os gigantes da tecnologia, Elon Musk e Sam Altman, ganhou um novo capítulo nesta ultima segunda-feira. O bilionário Musk fez uma oferta surpreendente de US$ 97,4 bilhões para adquirir a divisão sem fins lucrativos da OpenAI, conforme reportado pelo The Wall Street Journal, no caso de a proposta ser aceita, ela poderá resultar na fusão da OpenAI com a xAI, startup de inteligência artificial fundada por Musk.

O empresário afirmou que deseja ver a OpenAI “retomar seu compromisso com a segurança e o código aberto”, características que, segundo ele, foram abandonadas. Musk, que já foi cofundador da OpenAI em 2015, deixou a organização em 2018 após tentativas frustradas de controlar a maior parte das ações e assumir a liderança da empresa.

Altman responde as provocações públicas

Sam Altman, atual CEO da OpenAI, não deixou a provocação sem resposta, e em um tom sarcástico, comentou nas redes sociais:

“Não, obrigado, mas podemos comprar o Twitter por US$ 9,74 bilhões , se você quiser.”

A declaração fez alusão à queda de valor do Twitter desde que Musk adquiriu a plataforma em 2022 por US$ 44 bilhões.


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Bilionários já chegaram a ser parceiros no passado (foto:reproduçao/Getty Images Entertainment/Michael Kovac/Getty Images Embed)


A rivalidade entre os dois bilionários tem se intensificado nos últimos meses. Em janeiro, Musk criticou publicamente o projeto Stargate, uma iniciativa de US$ 500 bilhões para construir centros de dados focados em inteligência artificial, liderada pela OpenAI em parceria com Donald Trump, que e bastante próximo de Musk.

Musk ainda questionou a viabilidade financeira do projeto e chegou a chamar Altman de “trapaceiro” e “mentiroso” nas redes sociais.

O que deve vim a seguir?

Ainda não está claro no entanto se a OpenAI aceitará a oferta de Musk, o embate entre os dois empresários promete continuar, moldando o futuro da inteligência artificial. Com interesses divergentes sobre a ética e o desenvolvimento da tecnologia, Musk e Altman representam dois caminhos distintos para o futuro da IA: um focado na abertura e segurança, e outro na inovação acelerada e parcerias estratégicas.

Apple Intelligence terá versão em português a partir de abril

O CEO da Apple, Tim Cook, anunciou que o Apple Intelligence, o principal pacote de recursos de inteligência artificial da empresa, estará disponível em português a partir de abril deste ano. A declaração foi feita durante a divulgação dos resultados financeiros do primeiro trimestre fiscal de 2025, quando além dessa novidade também foi falado os dispositivos compatíveis com o Apple Intelligence.

Além do suporte ao português, a Apple expandirá o Apple Intelligence para diversos outros idiomas, incluindo francês, alemão, italiano, espanhol, japonês, coreano e chinês simplificado.

O inglês localizado para Singapura e Índia também será incorporado. No que diz respeito à disponibilidade global, a tecnologia chegará a novos mercados como Austrália, Canadá, Nova Zelândia, África do Sul e Reino Unido, algo bastante esperado entre os consumidores da marca.

Recursos são diversos

Entre os principais recursos do Apple Intelligence estão o assistente de escrita, que aprimora textos automaticamente, os chamados Genmoji, emojis personalizados gerados por IA, além de resumo inteligente de notificações, transcrição de chamadas e integração com o ChatGPT na Siri.

Dispositivos suportados

A Apple também falou a lista de dispositivos compatíveis com o Apple Intelligence, dentre os modelos de iPhone, a tecnologia estará disponível para o iPhone 15 Pro, iPhone 15 Pro Max e todos os modelos da linha iPhone 16. Já para iPads e Macs, os dispositivos compatíveis incluem iPad Pro e iPad Air com processador M1 ou superior, além de MacBook Air, MacBook Pro, iMac, Mac Mini, Mac Studio e Mac Pro equipados com chips M1, M2 ou superiores.


Recursos de IA são bastante aguardados por fãs da marca (Foto: reprodução/NurPhoto/NurPhoto/Getty Images Embed)


A iniciativa reforça ainda mais a aposta da Apple na inteligência artificial como diferencial para seus produtos, com a marca competindo diretamente com outras gigantes do setor, como Google e Microsoft.

Com a chegada do suporte ao português, usuários brasileiros e de outros países lusófonos poderão explorar as funcionalidades do Apple Intelligence em seu idioma nativo, tornando a experiência mais acessível e integrada ao ecossistema da empresa, algo que deve agradar bastante os fãs da marca.

Elon Musk anuncia fechamento da USaid com apoio de Trump

O bilionário Elon Musk afirmou nesta segunda-feira que a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USaid) será encerrada, o anúncio que não chegou a ser uma surpresa foi feito durante uma transmissão ao vivo na plataforma X (da qual Musk e dono), ao lado do ex-colega de governo Vivek Ramaswamy e dos senadores republicanos Joni Ernst e Mike Lee.

Musk, que lidera o Departamento de Redução de Gastos do governo Trump (DOGE, na sigla em inglês), justificou a decisão afirmando que a agência está “além de qualquer conserto”. “Ficou evidente que não se trata de uma maçã com um verme dentro, o que temos é simplesmente um ninho de vermes. Temos que nos livrar de tudo”, declarou ainda segundo ele, o próprio presidente Donald Trump concorda com a medida.


Organização fechada a pedido de Musk tem como principal foco a ajuda humanitária em países mais pobres (Foto: reprodução/AFP/CLARENS SIFFROY/Getty Images Embed)


A USaid é o maior doador individual de ajuda humanitária do mundo. Em 2023, a agência distribuiu cerca de US$ 72 bilhões para projetos voltados à saúde, segurança energética e combate à corrupção. Em 2024, a instituição foi responsável por 42% da assistência humanitária rastreada pela ONU, além de ajudar vários projetos sócias em áreas que são afetadas principalmente pela pobreza.

Interferência no funcionamento da agência

Desde o sábado, o site da USaid está fora do ar, e sua conta no Instagram, com mais de 400 mil seguidores, foi suspensa, junto a isso no ultimo fim de semana, dois altos funcionários da agência foram demitidos após tentarem barrar o acesso de representantes do DOGE a áreas restritas do prédio, sendo que logo após o episódio, Musk chamou a USaid de “organização criminosa” em uma postagem no X.

Trump congela fundos de ajuda internacional

O fechamento da USaid ocorre após Trump determinar o congelamento da maioria dos fundos de assistência externa dos EUA, como parte de sua política “América em primeiro lugar”. A medida pode impactar hospitais de campanha, ações de remoção de minas terrestres e o fornecimento de medicamentos para portadores de HIV, principalmente em países da africa

Musk afirmou que a economia gerada pode reduzir o déficit norte-americano em US$ 1 trilhão no próximo ano, mas não apresentou dados que sustentem sua previsão, no entanto mais medidas como essa são esperadas principalmente durante esse primeiro do governo Trump.

Cade exige abertura do ecossistema da Apple no Brasil

Desde 2022, a Apple vem enfrentando pressão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) no Brasil para permitir práticas como o sideloading, que consiste em instalar aplicativos de fontes externas, e a liberação de pagamentos de terceiros na App Store. A decisão do Cade foi motivada por uma queixa do Mercado Livre, prevê multa diária de R$ 250 mil caso a empresa não abra seu ecossistema.

Decisões semelhantes em outros mercados

O embate se alinha a decisões semelhantes na Europa, onde a União Europeia aprovou a Lei de Mercados Digitais, exigindo mudanças no sistema fechado da Apple.

De acordo com os reguladores, a prática da empresa é considerada anticompetitiva, uma vez que limita a concorrência no mercado de aplicativos e serviços digitais.

Na última semana, representantes da App Store vieram ao Brasil para discutir o tema com agentes do setor. A Apple, no entanto, argumenta que a abertura do ecossistema traria riscos significativos, como aumento de ciberataques e prejuízos à segurança dos usuários. “O sideloading expandiria o universo de ataques, tornando o iPhone mais vulnerável e incentivando cibercriminosos”, declarou a empresa em comunicado emitido recentemente.


Gigante da tecnologia enfrenta desafios com regulamentadoras (Foto:reprodução/The Image Bank Unreleased/Paul Souders/Getty Images Embed)


Outro ponto levantado pela gigante da tecnologia é que mesmo usuários que preferem não realizar o sideload poderiam ser prejudicados. “Eles podem ser forçados a transferir aplicativos essenciais para trabalho ou escola caso esses não estejam disponíveis na App Store. Além disso, hackers poderiam imitar a aparência da loja oficial para enganar os usuários”, alertou a Apple, justificando a importância das atuais políticas para os seus produtos.

Impacto econômico

A empresa também destacou o impacto econômico do seu ecossistema no Brasil, responsável por mais de 275 mil empregos e um crescimento de 56% nos últimos anos. Contudo, a pressão regulatória vem aumentando, com questionamentos sobre como equilibrar segurança digital e competitividade no mercado. A decisão final pode moldar o futuro da relação entre empresas de tecnologia e reguladores no Brasil, assim como aumentar a já grande tensão da empresa com outros reguladores mundo afora.

Gigantes da música e do streaming juntas em acordo inédito

A Universal Music Group (UMG), maior gravadora do mundo, junto ao Spotify, anunciaram neste ultimo domingo um novo acordo de vários anos que promete transformar a experiência musical para artistas, compositores e consumidores. A parceria abrange tanto música gravada quanto publicação de música, com foco em oferecer produtos inovadores e ampliar o alcance global de ambas as marcas.

Acordo entre gigantes

O acordo, que inclui uma licença direta entre as duas gigantes para produtos nos Estados Unidos e outros países, prevê o lançamento de novos níveis de assinatura paga, além de ofertas que integram conteúdos musicais e não musicais. Segundo o comunicado oficial, essas mudanças visam enriquecer o catálogo de áudio e vídeo disponível na plataforma, proporcionando uma experiência mais completa para os usuários em todos níveis e gostos.

“Estamos focados em garantir que as assinaturas de música se tornem ainda mais atraentes para um público mundial mais amplo”

Daniel Ek, fundador e CEO do Spotify em declaração

Ek ainda ressaltou que a parceria fortalecerá a inovação contínua no setor, ajudando a criar novas oportunidades para artistas e ampliando o alcance da música no mercado digital.


Plataforma ficou conhecida pela facilidade de ouvir músicas e por ajudar a criar uma nova era no mercado digital (Foto: reprodução/Getty Images News/Michael M. Santiago/Getty Images Embed)


A medida surge em um momento estratégico para o Spotify, que tem feito cortes significativos em busca de maior lucratividade. No último ano, a empresa reduziu gastos com marketing, encerrou podcasts e demitiu funcionários, além de elevar os preços de seus planos premium nos Estados Unidos, aproveitando a alta demanda por seus serviços exclusivos, assim como o seu amplo apelo principalmente entre o publico mais jovem.

Reflexo

A colaboração entre a UMG e o Spotify reflete a busca constante por inovação em um setor altamente competitivo. A expectativa é que as novidades atraíam mais assinantes e ofereçam uma plataforma ainda mais robusta para a distribuição de conteúdo, consolidando ambas as empresas como líderes globais na indústria musical.

Vladimir Putin afirma que guerra não teria eclodido sobre a presidência de Trump

Durante uma entrevista à televisão estatal russa, Vladimir Putin reproduziu o discurso de Donald Trump, alegando que a guerra não teria eclodido sob sua presidência. Na entrevista, realizada na última sexta-feira, Putin afirmou que estaria pronto para discutir o conflito com Trump.

Putin elogia Trump

Ainda durante a entrevista, Putin elogiou Trump, chamando-o de um “homem inteligente e pragmático”, que está focado nos interesses dos EUA, demonstrando simpatia pelo ex-presidente dos Estados Unidos.

“Eu não poderia discordar dele que se ele tivesse sido presidente, se eles não tivessem roubado sua vitória em 2020, a crise que surgiu na Ucrânia em 2022 poderia ter sido evitada”

Vladimir Putin durante entrevista à TV estatal russa

No decorrer da entrevista, Putin mencionou que, mesmo não podendo entrar em detalhes, o presidente americano “declarou sua disposição em trabalhar em conjunto”. O líder russo também afirmou que a Rússia estava pronta para iniciar as negociações.


— Foto: Tanque de Guerra durante o conflito na Ucrânia (Reprodução/AFP/ROMAN PILIPEY/Getty Images Embed)


Por outro lado, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky rejeitou qualquer discussão sobre “a Ucrânia sem a Ucrânia”, o que demonstra que, mesmo com o tom de que a guerra começa possivelmente a apontar para um fim, ambos os lados ainda têm uma longa negociação pela frente.


Trump, por outro lado, comentou na última quarta-feira, logo em seus primeiros dias de mandato, que pretende impor ainda mais sanções à Rússia, por meio de tarifas e impostos mais rigorosos, caso o país não concorde em encerrar o conflito.

O conflito entre ambos os países, que começou em 2014 e se intensificou com a invasão da Rússia à Ucrânia em 2022 no que é chamado pelo governo russo de “Operação Militar Especial na Ucrânia” vem, desde então, trazendo consequências globais. Com o conflito aparentando chegar a um momento decisivo, isso pode ajudar a acalmar as tensões que têm alimentado aquela parte da Europa.

Instagram lança ‘Edits’, novo app de edição de vídeos para concorrer com CapCut

O Instagram anunciou no último domingo (19) o lançamento do “Edits”, um novo aplicativo de edição de vídeos desenvolvido para “apaixonados por produzir vídeos com o celular”. A novidade foi revelada por Adam Mosseri, diretor da plataforma, por meio de sua conta oficial no Threads, onde ele também anuncio outras novidades em relação ao aplicativo que tem como objetivo bater de frente com o CapCut nos editores de vídeos portáteis.

Aplicativo chega em momento oportuno

O aplicativo chegou em um momento em que a proibição temporária do app de propriedade chinesa ByteDance, a mesma dona do TikTok, deixou uma brecha no mercado para esse tipo de produto. O aplicativo se tornou popular mundialmente por oferecer recursos avançados de edição diretamente em dispositivos móveis e passou a ser amplamente utilizado por influenciadores digitais nas mais diversas plataformas.

Segundo Mosseri, o Edits será lançado inicialmente apenas para dispositivos iOS nos Estados Unidos em fevereiro. “Entretanto, vamos trabalhar com criadores de conteúdo para obter feedbacks e melhorar a experiência”, declarou o executivo, deixando aberto a possibilidade de um lançamento para outros dispositivos no futuro.


Aplicativo da Meta em como objetivo rivalizar com o já estabelecido CapCut (Foto:reprodução/Archive Photos/Smith Collection/Gado/Getty Images Embed)


Meta tem histórico anterior com lançamentos oportunos

A Meta tem um histórico de lançar produtos que capitalizam sobre momentos de turbulência de seus concorrentes. Em 2023, a empresa aproveitou a insatisfação dos usuários com as mudanças implementadas por Elon Musk no X para lançar o Threads, uma rede social voltada às interações em tempo real, rede social essa que teve um boom de popularidade com a proibição temporária do X no Brasil ano passado.

Com o Edits, a Meta vem buscando consolidar sua presença no mercado de edição de vídeos para dispositivos móveis, um setor em crescimento que vem sendo impulsionado pelo aumento da demanda por conteúdo visual de alta qualidade em redes sociais.

Trump quer o Canal do Panamá de volta, mas plano segue incerto

Logo no seu primeiro dia de mandato, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a reforçar alguns dos discursos feitos durante sua campanha presidencial, entre eles a retomada do canal do Panamá. No entanto, mesmo reafirmando essa intenção, ele não forneceu detalhes sobre como essa retomada ocorreria.

“O propósito de nosso acordo e o espírito de nosso tratado foram totalmente violados”

Trump em discurso sobre o canal

Historia do Canal

Durante sua construção, os Estados Unidos tiveram um papel importante na edificação do canal e, logo após sua finalização, apropriaram-se da soberania do local. Apenas após anos de protestos e disputas, o país devolveu ao Panamá o direito de administração dessa que é uma das mais importantes vias aquaviárias do mundo. A devolução ocorreu há quase 30 anos, em 1999.


Canal do Panamá é um dos principais canais de transporte marítimo do mundo (Foto:reprodução/Getty Images News/Justin Sullivan/Getty Images Embed)


Grande parte da importância da obra vem do fato de ela reduzir a distância entre os oceanos Pacífico e Atlântico, evitando a volta pela América do Sul. Com isso, reduz os custos de exportação de vários países. Atualmente, estima-se que cerca de 5% de todo o comércio marítimo do mundo passe pelo canal.

Presidente do Panamá se pronuncia

Em sua conta no X José Raúl Mulino presidente do país centro-americano disse na última segunda-feira que o canal do panamá “é e continuará a ser panamenho”, isso vem em resposta às falas de Trump que parece estar empenhado em retomar o canal.

Ainda durante suas falas, Trump chegou a dizer que a China é uma das potências que se beneficiam da estrutura e que isso estava longe do que os Estados Unidos queriam quando deram o local “de presente ao Panamá”.

Agora, nos próximos meses, devemos ficar no aguardo dos próximos passos de Trump e de como ele pretende cumprir sua promessa.

Trump assume segundo mandato com agenda de mudanças e controvérsias

O segundo mandato de Trump na Casa Branca começa nesta segunda-feira, 20 de janeiro. A expectativa é que uma série de mudanças ocorram tanto na política externa quanto na política interna. Para compreender melhor o que deve mudar, é necessário analisar o panorama político com base nas promessas do presidente eleito.

Durante seu primeiro mandato na Casa Branca, Trump já adotava uma política externa que priorizava os interesses internos do país. Agora, em seu segundo mandato, o que ele chama de “America First” (tradução “Primeiro, os Estados Unidos”) deve impactar significativamente a condução de seu governo, com os imigrantes sendo um dos grupos particularmente afetados por essa política.

Imigração

Com a promessa de deportações em massa, Trump já vinha implementando uma política externa anti-imigração como uma de suas principais bandeiras desde o seu primeiro mandato. Agora, no início de sua segunda passagem pela Casa Branca, ele promete iniciar a “maior operação de deportação em massa da história americana”, algo que, segundo ele, deve ocorrer logo em seu primeiro dia de mandato.

Trump também declarou que pretende começar pelo que ele chama de “criminosos”. No entanto, não forneceu detalhes sobre outros requisitos ou sobre como essas deportações em massa serão realizadas.

Gerra na Ucrânia

A guerra no país europeu deve ser outro ponto importante no segundo mandato de Trump. Ele, que nunca teve uma relação necessariamente amistosa com o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy, prometeu acabar com o conflito. No entanto, não forneceu detalhes sobre como faria isso.


 Trump, inclusive, sempre foi um crítico dos gastos dos Estados Unidos com a guerra e prometeu cortar a ajuda financeira à Ucrânia, algo que preocupou alguns aliados do país. Eles temem que o corte de financiamento possa levar a uma perda de poder da Ucrânia, que talvez tenha que fazer concessões à Rússia no conflito.

Otan

A OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) sempre foi alvo de fortes críticas por parte de Trump. A aliança militar chegou a ser ameaçada por ele, que afirmou considerar retirar os Estados Unidos da organização caso os outros 35 países que a compõem não cumprissem o objetivo comum de gastar, no mínimo, 2% de seu PIB com defesa.
 No entanto, ainda antes de assumir a Casa Branca, Trump convocou os membros da organização a aumentarem seus gastos para 5% do PIB, mais que o dobro da meta atualmente vigente.

China

A China sempre foi um ponto delicado na política externa de Trump. Durante o seu primeiro mandato, houve uma guerra comercial travada com Pequim, e, em seu segundo mandato, ele sugeriu taxar em até 60% os produtos originários do país.


Politica externa com a China deve ser ponto delicado em segundo mandato de Trump (Foto: reprodução/Getty Images News/Win McNamee/Getty Images Embed)


Ainda no segundo mandato, ele deve manter uma política externa agressiva contra o país asiático. Outro ponto importante em relação à China é Taiwan: a ilha, considerada rebelde pela China, recebe apoio militar dos Estados Unidos. Trump já chegou a declarar que, caso a China invadisse a ilha, ele não precisaria recorrer à força militar. Ele afirmou que, se houvesse uma invasão, imporia tarifas de importação paralisantes sobre os produtos chineses.

Oriente Médio

Trump toma posse após o acordo de cessar-fogo e libertação de reféns na Faixa de Gaza, negociado com apoio de Biden, Catar e Egito, no momento ambos reivindicam crédito pelo pacto, que busca o “fim permanente da guerra”.

Durante seu primeiro mandato, Trump adotou políticas pró Israel, incluindo o reconhecimento de Jerusalém como capital, retirada do acordo nuclear com o Irã e os Acordos de Abraão, que normalizaram relações entre Israel e países árabes, mas sem avanço na criação de um Estado palestino. Críticos acusam suas ações de desestabilizar a região. Trump promete ampliar os Acordos, incluindo um possível pacto com a Arábia Saudita, que já vinha sendo negociado antes do início da guerra.

Clima

Conhecido por seu ceticismo em relação às mudanças climáticas, espera-se um retrocesso nas políticas ambientais sob a gestão de Trump, algo já observado durante seu primeiro mandato e que pode se repetir em sua segunda passagem pela Casa Branca.

Groenlândia e Canal do Panamá

O presidente eleito dos EUA causou controvérsia ao sugerir a compra da Groenlândia e o controle do Canal do Panamá, com ele não descartando o uso de força militar ou econômica para esses objetivos.

A Groenlândia, rica em minerais estratégicos, foi declarada “não à venda” pela Dinamarca e por seu primeiro-ministro, já em relação ao Canal do Panamá, Trump criticou as altas taxas de uso e acusou a China de influência na região. O Panamá reafirmou sua soberania, rejeitando negociações. Embora improvável, essas ações refletem a política de Trump de expandir a influência dos EUA com base em sua já citada visão de “América em Primeiro Lugar”.