Meta lança IA que dubla Reels com voz realista em português

A Meta anunciou na última quinta-feira (9), a ampliação de sua ferramenta de dublagem automática com inteligência artificial para os idiomas português e hindi. A novidade já está disponível nos Reels do Instagram e nos vídeos do Facebook, permitindo que criadores traduzam seus conteúdos mantendo o tom, o timbre da voz original e com sincronização labial.

Essa iniciativa visa derrubar barreiras linguísticas, aumentar o alcance global das publicações e fortalecer a presença da empresa em mercados estratégicos como Brasil e Índia.

Ferramenta amplia visibilidade e reduz barreiras de idioma

Com a atualização, a Meta busca transformar o modo como os conteúdos circulam nas redes. Criadores brasileiros, por exemplo, poderão alcançar públicos que falam hindi e vice-versa, sem precisar dominar outro idioma ou investir em dublagens profissionais. A estratégia representa um passo ambicioso para uma internet mais integrada, mas também coloca os usuários diante de novos dilemas sobre autenticidade.


Publicação de Rádio CBN (Vídeo: Reprodução/YouTube/@cbnrede)

Segundo a empresa, a IA não apenas traduz o conteúdo, como simula o som da voz original do criador, criando uma sensação de naturalidade rara em traduções automatizadas. Para completar, o recurso de sincronização labial ajusta os movimentos da boca ao novo áudio, deixando a experiência de visualização mais fluida e realista.

Expansão técnica e dúvidas sobre autenticidade

A escolha do português e do hindi não foi aleatória, juntos, os dois idiomas somam mais de 700 milhões de falantes e compõem mercados altamente engajados com os Reels. Ao disponibilizar a ferramenta nesses idiomas, a Meta mira diretamente em regiões que lideram o consumo de vídeos curtos e têm forte presença nas plataformas.

No entanto, a fluidez do recurso levanta preocupações. À medida que as dublagens se tornam mais naturais, o limite entre conteúdo autêntico e manipulado pela IA fica mais difícil de identificar. A Meta afirma ter incluído rótulos informativos, mas especialistas já alertam para a necessidade de mais transparência e controle sobre a distribuição de conteúdos alterados por inteligência artificial.

YouTube lidera consumo em TVs Conectadas no Brasil

O YouTube consolidou sua posição como a plataforma de streaming mais assistida em TVs conectadas (CTVs) no Brasil em 2025, um marco que reflete a profunda transformação nos hábitos de consumo de vídeo da população. A notícia foi revelada durante o evento Brandcast 2025, onde a vertical de vídeos do Google divulgou dados da pesquisa Cross Platform View, realizada pela Kantar IBOPE Media.

De acordo com o levantamento, o YouTube alcançou uma participação de 56% nas residências com pessoas maiores de 18 anos, estabelecendo-se como o player dominante no ambiente da tela grande. O estudo aponta para uma mudança significativa no comportamento da audiência brasileira: pela primeira vez, o consumo via TV conectada superou o realizado em smartphones.


App do YouTube na Smart TV (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Onfokus)

Atualmente, mais de 80 milhões de brasileiros já acessam o vasto catálogo de conteúdo da plataforma diretamente pela televisão. Em apenas três anos, a participação da TV conectada saltou de 41% para impressionantes 53%, sublinhando a preferência do público por uma experiência de visualização mais imersiva e, frequentemente, coletiva.

Fábio Coelho, presidente do Google Brasil, comentou sobre o fenômeno, ressaltando o desejo crescente dos usuários: “Cada vez mais os brasileiros desejam assistir ao conteúdo do YouTube também por meio da TV, levando a personalização para uma experiência coletiva.

Novas soluções de publicidade e monetização para criadores

A liderança na audiência nas TVs conectadas vem acompanhada de uma ofensiva no campo da publicidade e do e-commerce. Durante o Brandcast, a plataforma apresentou uma série de soluções inovadoras visando capitalizar o tráfego e o engajamento na TV.

Um dos destaques é o Shoppable CTV, com lançamento previsto no Brasil até o final de 2025. Essa ferramenta permitirá ao público adquirir produtos diretamente na tela da TV ou, alternativamente, enviar os itens de interesse para o celular, facilitando a jornada de compra sem interromper a visualização. Complementando essa estratégia de shoppable video, o Shoppable Masthead oferecerá às marcas a oportunidade de destacar produtos em anúncios de vídeo imersivos.


Post sobre a ascenção do YouTube em SmartTV's (Foto: reprodução/X/@CNNBrasil)

No que tange à otimização da entrega de anúncios, o YouTube anunciou o Peak Points, uma solução baseada em inteligência artificial que identifica e posiciona ads nos momentos de maior atenção do espectador. Marco Bebiano, diretor de negócios de diversos segmentos do Google Brasil, salientou que essas inovações representam um novo patamar na relação entre marcas e consumidores. “Essas novidades oferecem às marcas formas de se conectarem com a audiência de maneira mais integrada e orgânica, aproveitando os picos de atenção em cada conteúdo,” afirmou.

Fortalecendo o ecossistema de criadores

O evento também reforçou o compromisso da plataforma com seus criadores de conteúdo. Patricia Muratori, diretora do YouTube na América Latina, classificou os creators como “as novas startups do entretenimento“, destacando a relação autêntica e de confiança que estabelecem com suas audiências.

Para ampliar as oportunidades de receita deste ecossistema, o YouTube planeja lançar, em 4 de novembro, o Programa de Afiliados do YouTube Shopping. A iniciativa permitirá que os criadores marquem e promovam produtos de varejistas parceiros, como Mercado Livre e Shopee, em seus vídeos e, notavelmente, nos Shorts. Esta expansão da monetização por afiliação é um passo estratégico para consolidar a plataforma não apenas como um hub de entretenimento, mas também como um motor significativo para o comércio eletrônico no país.

Do feed aos Reels: como o design sustenta a estratégia que fez o Instagram atravessar gerações

A estratégia do Instagram, construída ao longo de 15 anos, consolidou a plataforma como uma das mais influentes do universo digital. Desde seu lançamento, o aplicativo evoluiu de um simples espaço de compartilhamento de fotos para um ecossistema criativo multifuncional, no qual o design atua como motor de inovação, equilibrando simplicidade e adaptação às necessidades dos usuários e reforçando sua relevância global.

Design como motor estratégico e o Brasil como laboratório criativo

Ao longo de seus 15 anos, o Instagram construiu sua longevidade apoiado na capacidade de evoluir sem perder a identidade visual. Segundo Brett Westervelt, vice-presidente e diretor de design da plataforma, um momento decisivo ocorreu em 2015, quando o aplicativo deixou de restringir as imagens ao formato quadrado, mudança que ampliou a liberdade criativa e demonstrou o compromisso da rede com a inovação constante.

“Percebemos que o Instagram não era apenas um app de fotos quadradas, mas uma plataforma de criatividade e conexão. Cada novo recurso é introduzido com base nesse princípio, equilibrando inovação e usabilidade”, afirma Westervelt.

Essa filosofia de design sustenta a estratégia do Instagram, guiando transformações que reforçam a relevância e competitividade da plataforma mesmo após 15 anos de trajetória.


Instagram celebra 15 anos de sua plataforma em 2025 (Foto: reprodução/X/@WebDesignMuseum)

O Brasil teve papel central nesse percurso de 15 anos. Usuários brasileiros, reconhecidos pelo alto engajamento e criatividade, ajudaram a impulsionar tendências globais, especialmente no formato Reels. O comportamento do público local funciona como um termômetro cultural, influenciando a adoção de novas funcionalidades e reforçando como a estratégia do Instagram valoriza a relevância regional para decisões de design em escala global.

Equilibrando simplicidade e inovação

À medida que o aplicativo incorporou recursos como Stories, Reels, mensagens diretas e canais de transmissão, o desafio do design passou a ser integrar funcionalidades complexas sem comprometer a experiência intuitiva do usuário.

“Antes de lançar qualquer recurso, testamos múltiplas abordagens até encontrar a forma mais natural de integração. O objetivo é que novas ferramentas complementem a experiência existente, mantendo a identidade do Instagram intacta”, detalha Westervelt.

Esse cuidado estratégico garante que cada inovação contribua para o crescimento da plataforma sem sobrecarregar os usuários.

Design e inovação a serviço do bem-estar digital

Além de estética e funcionalidade, o design do Instagram desempenha um papel central no bem-estar dos usuários. Ferramentas como Faça uma Pausa, Modo Silencioso e Controle de Conteúdo Sensível oferecem controle sobre o tempo de uso e ajudam a reduzir a exposição a conteúdos potencialmente prejudiciais.

Esse compromisso reforça que a estratégia do Instagram vai além do engajamento: prioriza segurança, confiança e experiências digitais positivas. Ao completar 15 anos, a plataforma segue como uma das mais influentes do planeta, adaptando-se a novas gerações e formatos sem perder sua essência visual. Do feed estático aos vídeos verticais, design e estratégia caminham juntos: a estética evolui, mas o propósito permanece, conectar pessoas por meio da criatividade.

Google Cloud amplia presença no Brasil com chips de inteligência artificial

Na era da tecnologia, o que mais tem sido investido pelas empresas é definitivamente a inteligência artificial. Apenas em 2025, mais da metade das empresas brasileiras relataram aumentos financeiros com a adoção da IA. Com esse cenário em avanço, o Google Cloud tomou um passo à frente, apostando no fortalecimento de sua presença no Brasil.

A companhia busca trazer seus chips de inteligência artificial para os data centers do país, reforçando assim sua estratégia de mercado e fortalecendo sua presença, através de infraestrutura local. De acordo com Oliver Parker, vice-presidente da inteligência artificial do Google Cloud, os clientes brasileiros devem contar com um maior desempenho, além de estruturas com melhores custos e o uso do Gemini em alta escala. 

Chips locais do Google 

O principal movimento da companhia é a implementação de TPUs no Brasil. Os chips desenvolvidos pelo Google têm como função acelerar aplicações da inteligência artificial. Com sua presença nacional, a ferramenta não somente vai apresentar uma melhoria de performance, como também reduzirá os custos para os usuários locais. 

Além do melhor desempenho e custo enfatizados por Oliver Parker, o vice-presidente também ressaltou que o Google é “o único provedor que permite que os usuários executem o Gemini em sua própria infraestrutura”, trazendo uma alternativa para empresas de terceiros que buscam uma soberania e segurança digital. 



Oliver Parker, vice-presidente da inteligência artificial do Google Cloud (Foto: Divulgação)

Diferenciais na estratégia

A estratégia do Google não se limita somente às grandes corporações, o que os posicionam de forma diferente no mercado brasileiro de tecnologia. Em entrevista para a Forbes Brasil, Marcel Silva, head de vendas do Google Cloud na América Latina, destaca que a gigante adota políticas comerciais flexíveis, além de existirem estratégias específicas para empresas de pequeno e médio porte. De acordo com Marcel, as políticas funcionam como “soluções adaptadas a necessidades”, fazendo com que o pagamento do cliente seja proporcional ao quanto ele estiver utilizando da nuvem geral e na IA.

O Google Cloud já realizou trabalhos com a Dasa – utilizando IA para aprimoração de imagens e modelos de treinamento nos diagnósticos -, e também com a Receita Federal, que usa o Gemini na função de processamento de imagens, possibilitando assim que seja detectado se há itens proibidos ou suspeitos em pacotes. Com o reforço da infraestrutura local e aplicação da IA nos serviços brasileiros, o Google Cloud vem se posicionando cada vez mais fortemente no mercado, oferecendo alternativas de escolhas para as empresas em meio a corrida mundial da tecnologia.

WhatsApp encerra suporte para celulares com sistemas antigos a partir de outubro

Desde 1º de outubro, o WhatsApp deixou de funcionar em diversos modelos de celulares com sistemas operacionais considerados antigos. A decisão, anunciada pela Meta, visa garantir a segurança, a estabilidade e a compatibilidade dos recursos mais recentes do aplicativo. Modelos com Android 5.0 ou inferior e iPhones com iOS 15.1 ou anterior não terão mais acesso às atualizações e podem deixar de enviar ou receber mensagens.

A medida impacta usuários que ainda utilizam dispositivos como o Samsung Galaxy S5, LG G3, Motorola Moto G de primeira geração e os iPhones 5, 5c e 6 (caso não atualizados). Embora a decisão não seja inédita, ela surpreende parte dos usuários que não acompanham as atualizações do sistema.

O motivo da mudança está ligado à segurança e desempenho

Segundo comunicado da Meta, a empresa revisa regularmente os requisitos técnicos do WhatsApp. A cada atualização, o aplicativo se torna mais exigente com os sistemas operacionais, especialmente por questões de segurança. O objetivo é garantir que os dados trocados nas conversas, como mensagens, fotos e vídeos, estejam protegidos contra vulnerabilidades.


 Logo do Whatsapp (Foto: reprodução/NurPhoto/Getty Images Embed)

Além disso, manter o funcionamento do aplicativo em versões antigas exige mais recursos da empresa e compromete a entrega de novas funcionalidades. A decisão de encerrar o suporte, portanto, também reflete uma tentativa de otimizar a experiência para quem utiliza versões recentes do Android e do iOS.

Usuários devem atualizar o sistema ou trocar de aparelho

Para os usuários afetados, a única solução possível é atualizar o sistema operacional, se o modelo permitir, ou adquirir um novo dispositivo. A Meta recomenda que os usuários verifiquem se o celular pode ser atualizado antes de considerar a troca definitiva. Apesar do transtorno inicial, a medida não é isolada, outros aplicativos como Instagram, Facebook e até sistemas bancários também costumam descontinuar versões mais antigas para melhorar o desempenho geral.

A tendência é que, nos próximos anos, novas ondas de atualização afetem ainda mais modelos desatualizados. A recomendação é simples: mantenha sempre o sistema operacional do celular atualizado e esteja atento aos comunicados oficiais do WhatsApp. Assim, você evita ser pego de surpresa e garante que o aplicativo continue funcionando com segurança.

Apple lança iOS 16.0.1 com correções urgentes de segurança e apresenta novidades do iOS 26

A Apple anunciou nesta segunda-feira (29) a primeira atualização do sistema operacional iOS 16, batizada de 16.0.1. A companhia recomendou que todos os usuários façam a instalação imediata, uma vez que foram identificadas falhas de segurança na versão inicial do software.

Embora não tenha revelado detalhes sobre as ameaças, a empresa explicou que a investigação está em andamento e que a medida busca evitar que possíveis brechas sejam exploradas por invasores antes que os dispositivos sejam protegidos.

Melhoria no Wi-Fi e Bluetooth

Além de ajustes de segurança, a atualização também corrige problemas técnicos relatados por usuários. Entre as melhorias, estão a estabilização das conexões de Wi-Fi e Bluetooth, que vinham apresentando quedas em alguns modelos; a correção de falhas em fotos capturadas sob determinadas condições de iluminação em iPhones 17; ajustes no sistema de ícones, que podiam aparecer em branco após a aplicação de tonalidades personalizadas; e a reparação de um erro que desativava o recurso VoiceOver em alguns aparelhos após a instalação do iOS 26.

Para realizar a atualização para o iOS 16.0.1, basta acessar Ajustes > Geral > Atualização de Software e instalar a versão mais recente. A Apple também divulgou a lista de dispositivos compatíveis.

Novidades do iOS 26

Junto à atualização emergencial, a empresa destacou recursos que fazem parte do iOS 26, lançado recentemente com um novo design chamado Liquid Glass. A interface traz elementos translúcidos, com aparência brilhante e efeito 3D, além de novos widgets interativos como o de previsão do tempo, que se adapta ao plano de fundo e responde ao movimento do usuário.


Iphone atualizando (Foto: Reprodução/Jakub Porzycki/NurPhoto/Getty Images Embed)


Outro destaque é a chegada da Apple Intelligence, conjunto de ferramentas de inteligência artificial da companhia. Entre as funções estão a tradução simultânea integrada a Mensagens, FaceTime e Telefone, além da capacidade de resumir automaticamente e-mails com informações de pedidos de compra.

Outros aplicativos também receberam novidades: o Telefone passa a unificar abas de favoritos, chamadas recentes e correio de voz; o Apple Music ganhou tradução de letras e recurso de mixagem; o Apple Maps agora memoriza locais visitados; e o Wallet oferecerá recompensas em compras com Apple Pay.

Com as mudanças, a Apple reforça seu compromisso em aprimorar a segurança e, ao mesmo tempo, entregar novos recursos visuais e de usabilidade para seus usuários.

X se torna principal palco para discursos antissemitas, aponta estudo

O X, rede social comandada por Elon Musk, foi identificado como o principal ambiente online para publicações antissemitas. A conclusão vem de um estudo conduzido pelo Centro para Combate ao Ódio Digital (CCDH) em parceria com o Conselho Judaico para Assuntos Públicos dos EUA. A pesquisa durou um ano e apontou que mais de 679 mil postagens com conteúdo antissemita circularam entre fevereiro de 2024 e janeiro de 2025, sendo visualizadas quase 200 milhões de vezes.

O levantamento mostrou que a moderação da plataforma falhou em conter a disseminação do ódio. Apenas pouco mais de 1% das postagens mais visualizadas receberam notas comunitárias, mecanismo criado para corrigir desinformação e em 90% dos casos, essas notas surgiram tarde demais, quando o conteúdo já havia viralizado.

Influenciadores lucram com discurso de ódio

O estudo também identificou um novo fenômeno, influenciadores antissemitas verificados. Dez contas concentraram 32% das publicações de ódio analisadas. Dessas, seis tinham selo azul do “X Premium”, modelo de assinatura da plataforma e três estavam autorizadas a vender conteúdos exclusivos, o que significa que monetizavam diretamente o conteúdo antissemita.


Logo do X (Foto: reprodução/NurPhoto/Getty Images Embed)


Com milhões de seguidores, esses perfis publicavam teorias conspiratórias, distorções históricas sobre o Holocausto e ataques diretos ao povo judeu. Apesar de o X proibir esse tipo de conteúdo, a aplicação das regras se mostrou ineficiente ou inexistente. Em apenas 36 dos 300 posts mais vistos houve alguma ação por parte da empresa, como exclusão ou redução do alcance.

Liberdade de expressão ou descaso

Elon Musk tem defendido que a liberdade de expressão deve prevalecer, inclusive reativando contas como a de Nick Fuentes, conhecido por negar o Holocausto. Em resposta às críticas, Musk afirmou que é melhor que os discursos estejam visíveis para serem contestados do que ocultos.

Porém, organizações alertam que o X falhou em seu dever de proteger os usuários. Segundo os autores do estudo, a plataforma virou um terreno fértil para o antissemitismo moderno, ampliando vozes antes marginais. O caso reacende o debate sobre os limites entre liberdade de expressão e responsabilidade digital em tempos de polarização e desinformação.

WhatsApp lança ferramenta de tradução integrada para facilitar comunicação global

O WhatsApp anunciou em seu blog oficial uma novidade voltada a reduzir barreiras linguísticas entre usuários. A plataforma está liberando gradualmente um recurso que permite traduzir mensagens diretamente nas conversas, eliminando a necessidade de recorrer a aplicativos externos.

Tradução para Android e iOS

De acordo com a empresa, a nova função de tradução está sendo disponibilizada para Android e iOS e funcionará tanto em conversas privadas quanto em grupos e canais. O objetivo é simplificar a comunicação entre pessoas que falam idiomas diferentes, tornando o aplicativo mais versátil em um contexto cada vez mais globalizado.

Para utilizar o recurso, o procedimento é simples: basta tocar e segurar a mensagem desejada e, no menu que aparece, selecionar “Traduzir”. No Android, há ainda um diferencial: o usuário pode ativar a tradução automática para uma conversa inteira, de modo que todas as mensagens recebidas naquele chat sejam traduzidas de forma contínua e instantânea. Essa automação deve otimizar o fluxo das interações e tornar a experiência mais fluida, especialmente para quem mantém contato frequente com pessoas de outros países.

Privacidade do WhatsApp


Logo da Meta (Foto: Reprodução/Ismail Aslandag/Anadolu/Getty Images Embed)

O WhatsApp também ressaltou que a privacidade dos usuários é preservada. Segundo a empresa, o processo de tradução é realizado localmente no próprio aparelho, sem que o conteúdo das mensagens seja enviado ou armazenado em servidores externos. Esse compromisso com a segurança e confidencialidade das conversas reforça uma das bandeiras mais importantes do aplicativo.

No lançamento, os donos de smartphones Android terão acesso inicial à tradução em seis idiomas — inglês, espanhol, hindi, português, russo e árabe. Já os usuários de iPhone poderão traduzir textos em mais de 19 línguas diferentes desde o início. A expectativa é que o número de idiomas suportados aumente gradualmente nos próximos meses.

Analistas do setor veem a novidade como mais um passo do WhatsApp para se diferenciar dos concorrentes. Ao integrar tradução automática e local diretamente no aplicativo, a Meta transforma o mensageiro em uma ferramenta mais completa para negócios, turismo e atendimento ao cliente, segmentos em que a comunicação multilíngue é cada vez mais demandada. A expectativa é que, com a expansão gradual do recurso e o suporte a novos idiomas, o app se consolide como um dos principais meios de comunicação global sem barreiras linguísticas.

Com essa atualização, o WhatsApp busca consolidar sua posição não apenas como um mensageiro instantâneo, mas como uma plataforma global de comunicação capaz de aproximar culturas e derrubar fronteiras linguísticas.

Apple intensifica críticas ao Google Chrome e reforça privacidade do Safari

A Apple ampliou sua ofensiva contra o Google Chrome, navegador mais popular do mundo tanto em dispositivos móveis quanto em computadores. Em mensagens recentes, a empresa de Cupertino tem incentivado usuários do iPhone a abandonarem o Chrome e optarem pelo Safari, destacando recursos que, segundo ela, oferecem maior proteção à privacidade.

Proteção diferente entre os dois

“Troque para um navegador que proteja sua privacidade”, diz o aviso exibido pela Apple. A empresa afirma que o Safari incorpora tecnologias de ponta capazes de bloquear rastreamento entre sites, mascarar endereços IP e conter extensões maliciosas. Na visão da Apple, esses recursos diferenciam o Safari do Chrome, que “não ajuda a proteger” os usuários da mesma forma.

A estratégia lembra a adotada pela Microsoft, que tem exibido avisos no Windows para dissuadir usuários de instalar o Chrome, promovendo o Edge como alternativa “segura” e “com a mesma tecnologia do Chrome, mas com a confiança adicional da Microsoft”. A diferença, porém, é que o Edge ainda não representa uma ameaça significativa ao Chrome, enquanto o Safari já detém participação expressiva no iOS.

Especialistas do setor avaliam que essa disputa vai além da privacidade. Ao incentivar o uso do Safari, a Apple não apenas fortalece seu ecossistema de serviços, como também reduz a dependência dos dados coletados pelo Google em seu sistema operacional. Com a chegada de novas ferramentas baseadas em inteligência artificial aos navegadores, controlar o ambiente onde o usuário navega pode ser estratégico para monetização e para manter os consumidores dentro da plataforma da empresa.


Símbolo do Safari, aplicativo da Apple (Foto: reprodução/Jakub Porzycki/NurPhoto/Getty Images Embed)


Apple publicou comparando os dois

Para reforçar sua mensagem, a Apple publicou uma lista de verificação comparando Safari e Chrome em aspectos como cookies de rastreamento, rastreadores de URL, mascaramento de IP e bloqueio de rastreadores conhecidos. No quadro, o Safari aparece com todos os itens marcados, enquanto o Chrome não recebe nenhum.

O que não figura nessa lista, no entanto, é a questão do “fingerprinting”, ou impressão digital — técnica de rastreamento que coleta características do dispositivo para identificar usuários de forma única. O Google reintroduziu essa prática em 2024, após tê-la proibido por questões de privacidade. No Safari, há mecanismos para dificultar essa coleta, enviando dados embaralhados para rastreadores. Já no Chrome, usuários de iPhone ficam sem essa proteção.

A Apple também já ironizou publicamente iniciativas do Google, como o fracassado FLoC (aprendizado federado de coortes), parodiado em um vídeo chamado “Flock”, que mostrava o Safari blindando usuários de rastreamento invasivo.

Mesmo com esses ataques coordenados — e apesar de a Apple e a Microsoft representarem juntas a principal barreira ao Chrome, o navegador do Google segue crescendo em participação de mercado. Para a Apple, o desafio é claro: convencer usuários de que privacidade é motivo suficiente para abandonar o concorrente, num momento em que o setor de navegadores se prepara para uma nova disputa em torno da inteligência artificial.

Do governo chinês para a nuvem americana: como o algoritmo do TikTok será reinstaurado sob supervisão dos EUA

O TikTok nos EUA passa por uma transformação inédita, com investidores americanos liderados pela Oracle e pela família Murdoch prestes a assumir 80% das operações, enquanto a ByteDance manterá apenas uma participação minoritária. A Oracle vai supervisionar e treinar novamente o algoritmo da plataforma usando dados americanos armazenados em servidores locais, visando reduzir a influência do governo chinês. O acordo ainda precisa da aprovação das autoridades dos EUA e da China e inclui uma taxa multibilionária ao governo americano.

Controle do TikTok e algoritmo americano

O acordo coloca a Oracle no comando do algoritmo, responsável por determinar quais vídeos aparecem para os usuários. Por isso, a empresa vai ajustar o sistema com base em dados americanos, garantindo armazenamento seguro e monitoramento ativo pelos investidores locais. A medida busca aumentar a autonomia nacional e, ao mesmo tempo, responder às preocupações de segurança relacionadas à influência estrangeira na plataforma.


Declaração da ByteDance sobre o TikTok nos EUA (Foto: reprodução/X/@Política do TikTok)

Desafios regulatórios e participação da ByteDance

Apesar do avanço, o acordo ainda enfrenta barreiras regulatórias. O presidente Donald Trump declarou que Xi Jinping concordou com a estrutura, porém, Pequim ainda não confirmou oficialmente. A ByteDance vai licenciar o algoritmo para a nova entidade americana, o que gera dúvidas sobre quanto controle ainda terá. Além disso, especialistas questionam quem definirá os critérios de recomendação e a supervisão do conteúdo, levantando debates sobre privacidade e possíveis influências políticas.


Trump e Xi Jinping negociam acordo sobre TikTok nos EUA (Vídeo: reprodução/YouTube/Band Jornalismo)

Impactos para usuários e criadores de conteúdo do TikTok nos EUA

Para os 170 milhões de usuários americanos, a experiência no aplicativo deve continuar estável. No entanto, mudanças no algoritmo podem alterar gradualmente os vídeos exibidos, afetando criadores e anunciantes que dependem do alcance orgânico. Por outro lado, pesquisadores alertam que armazenar dados nos EUA não elimina todas as incertezas sobre acesso e filtragem de conteúdo, e reforçam que a influência política americana ainda pode afetar recomendações e visibilidade do TikTok nos EUA.

O acordo demonstra a complexa interseção entre tecnologia, negócios globais e segurança nacional. Assim, à medida que negociações e aprovações avançam, o resultado terá impacto direto sobre usuários, criadores e a governança digital em uma das plataformas mais populares do mundo.